sábado, 9 de outubro de 2010

O que é isso, papai?,quis saber o menino...


O que é isso, papai?

É o homem, meu filho.

E o que é o homem, papai?

É isso, meu filho.



Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Brigitte Bardot

Estadão antecipa resultado de pesquisa feita pelo Grupo Folha

Datafolha confirma liderança de Dilma: 48% contra 41% de Serra

O Estadão antecipa resultado de pesquisa de intenção de voto e informa sobre sua edição de amanhã: Pesquisa Datafolha divulgada na edição de domingo, 10, do jornal 'Folha de S.Paulo' aponta a candidata do PT à Presidência da República com 48% das intenções de votos contra 41% de José Serra (PSDB). Em número de votos válidos (sem brancos, nulos e indecisos), Dilma tem 54% contra 46% de Serra. 4% dos eleitores afirmaram que irão votar em branco ou nulo e outros 7% estão indecisos.


Na pesquisa anterior, realizada entre os dias 1º e 2 de outubro, o instituto havia feito uma simulação para o segundo turno. Dilma aparecia com 52% dos votos totais contra 40% de Serra. 5% afirmaram que votariam em branco ou nulo e 3% estavam indecisos.

O Datafolha questionou também os eleitores de Marina Silva (PV), que teve quase 20 milhões de votos no primeiro turno, sobre a intenção de voto no segundo turno. 51% dos que votaram em Marina no primeiro turno declararam voto em Serra. Dila herda 22% dos votos de Marina. Na pesquisa anterior, a petista tinha 31% dos votos da candidata verde. Serra tinha 50% às vésperas do primeiro turno. O número de indecisos entre os verdes teve um aumento considerável, passando de 4% no primeiro turno para 18%.

O esforço da campanha de Serra, ao que parece, será baldado. Os números são suficientemente indicativos: Dilma estratificou seus resultados e a realidade que se supõe a partir dos números apurados o indica bem.

As pessoas que acompanham diariamente os jornais, seja pela internetpetista está passando por águas turbulentas. Não está. Há apenas essa sensação, passada pelos jornalões e revistas.

O excesso de informação a respeito de um assunto passa a ideia de supervalorização desse assunto, quando na realidade isso nem sempre ocorre. Em momentos como os vividos pelos mineiros emparedados no Chile isso pode corresponder à realidade, tal o drama existencial vivido por eles e de alguma forma experienciao pela população. É a proximidade afetiva que amplia os efeitos da comunicação.

No Brasil, com certeza as eleições não dominam a agenda pública, apesar de dela serem parte integrante, e parte muito importante. É que as eleições não estão ligadas a nenhum momento especial, como foi, por exemplo, a votação das Diretas-já. Na fase atual o processo eletivo se dá em ambiente de tranquilidade e nenhum dos dois candidatos tem em mente qualquer alteração profunda na vida nacional, estrutural ou conjunturalmente.

Os tucanos sabem disso, daí a necessidade de provocar fatos, criar situações, alarmar falsamente, a fim de sensibilizar, criar irritação social em torno de assuntos vazios, acontecimentos-nada, na busca do voto perdido.



Foto: http://2.bp.blogspot.com/_y4fmrJtyigs/TJESd0bLolI/AAAAAAAAEjM/0gV954rv5Xo/s1600/serra+cara+feia.jpg



Cartas de Alberany, o abominável

Teerã, 16 de março de 1620
A quem cometa a loucura de me ler,


Digo-vos que sou Alberany, o abominável, e que bem mereço tal apodo. Como sou desocupado e me dedico ao ócio e a ele sou devotado e mui, abri um banco e passei a produzir meu próprio dinheiro. Destarte, comprei enorme leito, que é levado aos ombros de quatro serviçais, que até de andar preguiça tenho.

Antes disso dediquei-me a mendigar e tinha à mão uma sacola presa à ponta de uma haste. Era para poder ficar deitado e me manter estático. Assim, estirava meu tosco engenho ao tolo que me presenteasse e podia ressonar enquanto lucrava os meus óbolos. Depois abri meu banco e tornei-me augusto e respeitável.

Como desta forma continuo nada tendo o que fazer, o que é muito bom, saudável e apreciável, atirei-me a viajar o mundo. De certa feita viajei a Teerã, de onde escrevo. Ao chegar, vi todos de quatro e perguntei o que se passava, pois temi que estivesse entre loucos. Cheguei a pensar que brincavam de imitar algum animal exótico e ainda não do meu conhecimento. Isso foi porque se assim fosse, iria a todos comprar e abrir um zoológico em Nova Iorque. Perguntei ró por precaução: sou um biltre, mas não quero dedicar-me à loucura, pelo menos não enquanto não me render uns cobres. 

A resposta que me deram a respeito de tão inesperado comportamento me dizia que estavam todos a orar e pediam a Alá graças e boas coisas. Fui tomado então de enorme riso, curvei-me e em seguida comecei a dar saltos fulgurantes. Pinotei com tanto entusiasmo, tanta arte e tantos gestos meus, que o surto aumentou sem mais parar.

Em meio aos pulos e aos upas relinchantes, comecei a emitir terríveis guinchos que muito impressionaram os bons crentes. E todos pensando que eu era um dervixe, vindo de terra estranha e de língua complicada, puseram-se tambvém a saltar e a guinchar, e o fizeram com grande mestria.

A seguir estabeleceu-se grande tumulto, com todos em Teerã guinchando muito e saltando a enormes altitudes. Alguns, como eu, chegavam a atingir os 20 metros, mas caíam no chão feito uma pluma. Pensaram então em um milagre e me puseram em uma liteira e me honraram.

Nisso, a guarda palaciana ia passando e o capitão logo quis saber daquele espanto. E lhe disseram que era eu bondoso homem, quem sabe um sufi mui devotado. Mas eu continuava a me rir e muito e muito, especialmente quando todos de quatro pés ficaram novamente.

Destarte o capitão notou que eu era um zombeteiro e alarmou a todos quanto a isto. E a multidão sôfrega me atacou e os muçulmanos me moeram de pancadas. Minha sorte foi a passagam de um judeu que havia se apoderado de um tapete voador lá para os lados da Oceania. Lá de cima ele notou o terrível intento e abriu fogo contra toda a multidão. Vinha ele munido de boas armas e espalhou o pânico entre eles.

O judeu me chamou, subi ao tapete bem depressa e logo fomos a uma alta construção. Ali ficava a ONU e lá nós nos abrigamos. No momento estamos em paz e deu tempo a escrever esta cartinha. Logo logo partiremos à Jamaica, onde dizem que tem reggae e um bom rum. Mas, acautelo-me: os muçulmanos estão batendo à porta e um deles se diz chamar Osama.

Atenciosamente,
Alberany, o abominável

PS: Nos veremos em breve.  O tapete acabou de partir.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Hedy Lamarr

Arrependei-vos todos. Eis que chegou, para expungir o Mal, a Santa Inquisição
Emanoel Barreto

Leio no UOL: A candidata derrotada do PV ao Palácio do Planalto, Marina Silva, apresentou nesta sexta-feira (8) o documento que servirá de base para conversas sobre um possível apoio da verde aos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB) no segundo turno. Além disso, a ex-ministra do Meio Ambiente repetiu, ao ser questionada, que “o Brasil está preparado para ter uma mulher na Presidência da República”.

No entanto, a senadora pelo Acre não explicitou apoio à ex-ministra da Casa Civil, candidata do partido pelo qual Marina militava até o ano passado, nem a Serra, que tem a preferência de membros da cúpula do PV. “Cabe a quem está na disputa convencer o eleitor. Não sou eu quem vai falar”, disse ela, que contou com cerca de 19% dos votos no primeiro turno.

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A senadora Marina é um ator político e um quadro partidário extremamente qualificado e sabe que a posição de neutralidade é falsa. Especialmente porque se isso ocorrer estará acontecendo em ambiente político onde a ética não é fator preponderante. Tanto que a campanha de Serra se desenvolve sob o símbolo do obscurantismo e da manipulação de conceitos arraigados aos valores dos mais simples. Como se fazia com a Santa Inquisição, Dilma é apontada como se fora uma bruxa. Até se fala que seu vice, Michel Temer, tem pacto com o diabo...

Chega a ser kafkiano, digno de uma peça de Ionescu, a forma como Serra se utiliza de valores religiosos para dar andamento à sua empreitada política em pleno século 21. Marina sabe que dessa eleição, da forma como se comportar, sairá seu marco zero para 2014. Seu capital político é grande como ambientalista e humanista. Isso é internacionalmente reconhecido.

Seria portanto um erro, mesmo que no aspecto unicamente tático, alinhar-se a um partido como o PSDB; afora as consequências de arranhar sua imagem de intelectual e de ator político ético, seu ingresso no coro serrista da malsinada campanha centrada no repúdio ao aborto indicaria acatar, por tibieza, tal procedimento, do mesmo modo como se fazia com mulheres acusadas de ser bruxas.

É preciso instalar um clima de histeria como se vivêssemos os tempos da Idade Média, onde o diabo estava em toda parte e todos eram culpados de com ele manter comércio à mínima suspeita. É grotesco e ridículo. É uma falta de respeito à inteligência e à civilidade.

Marina é ambientalista. Ser ambientalista é quase sinônimo de ser ético, de ter compromissos com o ser humano, de compreender que uma investida política não pode centrar-se em proposta política tão desmiolada como a intentona da campanha do tucano, que mistifica valores e se aproveita de uma certa ingenuidade popular que tende e aceita o maniqueísmo, superstições e crenças absurdas.

Avalizar por qualquer meio o PSDB - ao manter-se supostamente equidistante a dois candidatos desiguais em suas matrizes ideológicas profundas -, seria equívoco que pode prejudicá-la em 2014. Como pessoa política experiente, sabe disso. Neutralidade será, na prática, apoio tácito a Serra e a seu pronunciamento medievo de enfrentamento do Bem contra o Mal.

Por precaução e aproveitando o clima de caça às bruxas, Vade Retro...

Imagem: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://1.bp.blogspot.com/_fDLmZHIPq5A/SpHhQBvVrpI/AAAAAAAAANg/8QoFzgz-SlQ/s400/Inquisicao%255B5%255D.jpg&imgrefurl=http://bruxariagora.blogspot.com/2009/08/bruxas-uma-historia-de-magia-e-terror.html&usg=__Ug7CeKLCk97Zspt0tT1b23jtWDY=&h=400&w=396&sz=34&hl=pt-br&start=12&zoom=1&um=1&itbs=1&tbnid=FC0xPyAdVHdQeM:&tbnh=124&tbnw=123&prev=/images%3Fq%3Dbruxas%2Binquisi%25C3%25A7%25C3%25A3o%26um%3D1%26hl%3Dpt-br%26safe%3Doff%26sa%3DN%26tbs%3Disch:1
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A volta do sociólogo. Para que mesmo?
Emanoel Barreto

O chamamento a FHC para "ajudar" a campanha de Serra é um erro técnico no momento que vivemos. Primeiro, ele não tem liderença, influência junto a ponderáveis parcelas de população ansiosas por ouvir os seus pregões; segundo, o espaço que ocupará poderia muito bem servir a inserção de outras mensagens a favor de Serra. Pura perda de tempo.

Se não fosse assim, a campanha de Dilma poderia trazer dos arquivos da história a foto de FHC ao lado de Lula quando, aí sim, defendia a verdadeira democracia, como nesta foto, em 1978.


 Mas não é isso o que ocorre nem a campanha petista precisa de tais artifícios. E o apelo à volta do tucano apenas mostra a quantas está a campanha do PSDB. A busca de fatos novos em cara velha e já fora da agenda pública e midiática há tempos. Além disso, não se deve esquecer que os votos de Dilma estão cristalizados. E, se bem me parece, são muitos votos... 

Foto: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://1.bp.blogspot.com/_1R1QNDnrn60/Sh6X364tubI/AAAAAAAABRI/yAWHAxydsrc/s320/Lula-e-FHC-2.jpg&imgrefurl=http://oemunctorio.blogspot.com/2009_05_01_archive.html&usg=__Sthb4X6z-ZrStSWvxj2U__OQHwQ=&h=264&w=320&sz=24&hl=pt-br&start=0&sig2=ZX9h8w_Lf_qZQkBgwDKSrQ&zoom=1&tbnid=LhwYyuXtveNv2M:&tbnh=149&tbnw=179&ei=xIuvTJCyDMH78AbNgqSdCQ&prev=/images%3Fq%3Dfhc%2Be%2Blula%2Bem%2Bporta%2Bde%2Bfabrica%26um%3D1%26hl%3Dpt-br%26safe%3Doff%26client%3Dfirefox-a%26rls%3Dorg.mozilla:pt-BR:official%26biw%3D1024%26bih%3D425%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=hc&vpx=134&vpy=80&dur=1100&hovh=204&hovw=247&tx=84&ty=84&oei=xIuvTJCyDMH78AbNgqSdCQ&esq=1&page=1&ndsp=9&ved=1t:429,r:0,s:0
A campanha de Serra ou "xô Satanás!"
Emanoel Barreto

A coordenação da candidatura Serra parece não haver percebido a falha de comunicação  em que incidiu ao escolher o "aborto" como tema de campanha. Ou melhor: haver introduzido um processo maniqueístico, milenarista em processo político: a luta entre o "Bem", ele, Serra, o pregador cristão de última hora, e o "Mal", Dilma, a malvada.

Esse discurso somente funcionará entre pessoas, público tecnicamente falando, que já estejam sensibilizadas. É norma básica de qualquer processo de comunicação: você não sensibiliza quem é insensível a determinada mensagem. Exemplo: convencer um democrata que o fascismo e o nazismo são boas práticas pólíticas.

Desta forma, Serra não só não conseguirá motivar a seu favor pessoas esclarecidas que tenham votado em Marina, como provavelmente as levará a optar por Dilma. E isso por um motivo simples: é preciso ser muito tolo para dar crédito às palavras do candidato que não tem tradição alguma - pelo menos publicamente - de ser católico praticante.
Assim, inexiste em seu discurso algo basilar: sinceridade. Percebendo o público que se trata tão-somente de atitude de marketing político cairá a máscara do bom samaritano.

Quando um discurso é manifesto ocorrem simultaneamente dois efeitos: o discurso em si, a mensagem em seu pronunciamento, e a percepção que dela se tem. Quando ator da fala não se configura credível o dizer é inócuo.

Além do mais, alguém medianamente capacitado a decifrar o mundo em que vivemos sabe que a questão do aborto não é programa de governo, isso de um ponto de vista de política pública estrutural. No segmento saúde pública o aborto é apenas um detalhe; as pessoas estão mais preocupadas com o bom funcionamento da máquina de atendimento: hospitais, postos de saúde, saneamento e esgoto.

O que se pretende é encaminhar a discussão a partir do obscurantismo, do uso da fé, da manipulação do valor vida como algo sagrado. Trata-se da falsificação desse discurso, que tem conteúdo místico, levando-o para o campo da ideologia. Somente alguém muito tapado não percebe. 

Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir sabe que tenho razão. 
É isso ou ficar gritando - quem sabe se dirigindo a Serra: "Xô, Satanás!".

Foto: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://1.bp.blogspot.com/_gjFrWQZ9I7o/Rsst6mUFlJI/AAAAAAAAAa4/UYaFpTdtdYg/s400/SERRA-BELZEBU.jpg&imgrefurl=http://seguealinha.blogspot.com/2009/02/armadilha-de-satanas.html&usg=__OFS9HXd8xkjJQ6CP3m2LdluKVuc=&h=314&w=277&sz=32&hl=pt-br&start=0&sig2=jRhAazsbjMHYWjMmn2Cj6g&zoom=1&tbnid=6I5mXzRCgoQ5FM:&tbnh=137&tbnw=120&ei=IoSvTNvkHoP98AbFxvycCQ&prev=/images%3Fq%3Dserra%2Bsatanas%26um%3D1%26hl%3Dpt-br%26safe%3Doff%26client%3Dfirefox-a%26sa%3DN%26rls%3Dorg.mozilla:pt-BR:official%26biw%3D1024%26bih%3D425%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=rc&dur=592&oei=IoSvTNvkHoP98AbFxvycCQ&esq=1&page=1&ndsp=12&ved=1t:429,r:5,s:0&tx=68&ty=42

Minha vida mudou depois que li essa importante reportagem da Folha. Faça como eu: leia a matéria abaixo e torne-se uma pessoa feliz

Roberto Justus revela que faz pé e mão toda semana

DE SÃO PAULO
O apresentador e empresário Roberto Justus contou que faz o pé e a mão toda semana. Ele também disse que faz limpeza de pele uma vez por mês.
As revelação foi feita ao colega Raul Gil, em cujo programa ele vai aparecer no sábado (9) cantando.
A informação é da coluna Outro Canal, assinada interinamente por Laura Mattos e publicada na Folha desta sexta-feira (8). A íntegra da coluna está disponível para assinantes do jornal e do UOL.
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/811599-roberto-justus-revela-que-faz-pe-e-mao-toda-semana.shtml

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Dorothy Lamour

Arlete divulga artigo discutindo a UFRN

Recebo e publico artigo da professora Maria Arlete Duarte de Araújo, candidata à reitora da UFRN. Outras chapas terão idêntico tratamento. (EB)
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DISCUTINDO A UFRN


CRESCIMENTO SIM, MAS COM HUMANIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO (II)


Maria Arlete Duarte de Araújo
Professora Titular – DEPAD/ Centro de Ciências Sociais Aplicadas
arletearaujo@natal.digi.com.br

Em artigo anterior destacamos que o Programa REUNI, do governo federal, produziu um enorme crescimento da UFRN, com muitos prédios construídos e em construção, novas salas de aula, ampliação da biblioteca, novos laboratórios, novos cursos de graduação e pós-graduação. Todavia esse crescimento físico não foi acompanhado por um conjunto de processos de diversas naturezas – político, comunicacionais, decisórios, operacionais, motivacionais e de controle - consagrados pela ciência administrativa como igualmente infra-estruturais, tal como os prédios e instalações. E toda organização, ensina a ciência administrativa moderna, para funcionar bem, exige que esses processos sejam suficientemente articulados, de sorte a promover o equilíbrio e não comprometer a qualidade das atividades realizadas.


Evidenciamos, no artigo anterior mencionado acima, alguns problemas resultantes hoje, na UFRN, da desarticulação entre os processos infra-estruturais. Agora trataremos das propostas.


Na perspectiva da recuperação dos espaços de participação – um processo eminentemente político, de comunicação e motivacional - coloca-se como tarefa inadiável a definição de uma agenda de debates amplos e abertos sobre a desarticulação processual infra-estrutural e outras questões relativas ao trabalho docente e do corpo técnico-administrativo. A constituição de uma Mesa Permanente de Negociação, como um canal de discussão entre a Administração e os servidores com o objetivo de democratizar as relações de trabalho e fortalecer o papel dos docentes e técnico-administrativos sobre as políticas de gestão das pessoas, é objetivo indispensável.


Da mesma forma a criação de Comissões sobre as Condições do Trabalho, em cada unidade acadêmica e administrativa, com o objetivo de discutir tais condições, propondo e negociando com a Administração Central mudanças no ambiente e na organização do trabalho. As duas iniciativas são instrumentos a serem institucionalizados para permitir uma gestão participativa, sempre tendo como foco a melhoria das condições de trabalho.


Além da institucionalização desses mecanismos, deve-se também reestruturar as funções da Pró-Reitoria de Recursos Humanos a fim de que incorpore uma seção especializada para tratar das relações de trabalho, em estreita articulação com as Comissões sobre as Condições de Trabalho de cada unidade acadêmica.


Importante ainda é priorizar o resultado ao invés do procedimento, para dar mais eficiência e qualidade ao trabalho do docente e do técnico-administrativo. Como fazer isto? Desburocratizando as instâncias e trâmites dos processos acadêmicos e administrativos, o que exige revisão das normas de registro e controle das atividade, definindo fluxos mais ágeis e aspectos que de fato merecem ser controlados, com vistas ao resultado a ser alcançado, evitando duplicação de controles e de registros meramente formais. Isto se aplica tanto interna quanto na relação externa, a exemplo da relação com a FUNPEC. A desburocratização exige assim amplo debate sobre as formas de controle das atividades docentes e técnico-administrativas.


De igual sorte há que repensar a estrutura de apoio ao trabalho, a fim de que o professor e o técnico-administrativo tenham de fato condições adequadas para realizar suas atividades. Estamos falando de estruturas administrativas que agilizem a solução dos problemas. Estamos falando de estruturas de informática, de compras, de consertos de equipamentos e de reformas dos ambientes de trabalho. Estamos falando de estruturas que apóiem o trabalho docente nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. O foco deve ser rever estruturas e processos para melhorar as condições de trabalho e assegurar que haja espaço para a criatividade e as soluções inovadoras.


Em conclusão, sim, o crescimento é importante para a expansão e o fortalecimento da universidade pública, necessários ao desenvolvimento do país e à construção de uma sociedade mais justa socialmente. Neste sentido, devemos fazer todo o esforço para consolidá-lo e aprofundá-lo. Todavia, deve-se projetar nele “um novo olhar”, visando qualificá-lo, de sorte a obter reflexos diretos na condição de trabalho dos docentes e do corpo técnico-administrativo e reverter os resultados do crescimento para a Sociedade, através de processos formativos dos alunos, que priorizem a qualidade social, crítica e reflexiva, bem como de pesquisas que apóiem o processo de desenvolvimento econômico, social e tecnológico do Rio Grande do Norte e do país e que promovam uma forte articulação com a Comunidade, para solução de seus problemas.


POR UMA GESTÃO HUMANIZADA!
GENTE EM PRIMEIRO LUGAR!
Acesse:www.arletenovolhar.com Siga-me:twitter.com/arleteraujo

Chapa Novas Conquistas divulga programação

Recebo e publico material informativo da chapa Novas Conquistas, que disputa a reitoria da UFRN. Outras chapas terão idêntico tratamento. (EB)
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NOVAS CONQUISTAS EM PAUTA
Informativo da campanha ÂNGELA & FÁTIMA para a reitoria da UFRN
Edição de 08 de outubro de 2010


ELEIÇÃO CONFIRMADA PARA 10 DE NOVEMBRO


Em reunião dia 28/09, o Conselho Superior Universitário (CONSUNI) confirmou a data da eleição para 10 de novembro e aprovou as normas do pleito. O período de inscrição de chapas é de 13 a 15/10. O processo de consulta à comunidade universitária para a eleição do próximo Reitor da UFRN será estruturado por meio de uma Comissão Central e de Subcomissões Setoriais.


ÂNGELA CONFIRMA PARTICIPAÇÃO NOS DEBATES DA ADURN


A professora Ângela Paiva confirmou presença nos três debates da Associação dos Docentes da UFRN (ADURN). O primeiro será no dia 20/10, às 19h, no CERES-Caicó contemplando a questão da interiorização, o segundo acontece no dia 27/10, no campus central da UFRN, às 9h30 (possivelmente no auditório da Reitoria) e o terceiro na Saúde, às 9h. Os dois debates de Natal tem temas únicos envolvendo 1) melhoria na gestão institucional, 2) articulação UFRN/Sociedade, 3) estrutura organizacional, 4) controle social, 5) políticas de ensino e 6) pesquisa e inovação tecnológica.

PROPOSTAS PARA OS SERVIDORES ADMINISTRATIVOS

Já está circulando material (impresso e online) da chapa NOVAS CONQUISTAS destinado aos servidores técnicos, destacando os avanços alcançados pelo segmento na atual gestão e apresentando uma série de propostas para os próximos quatro anos. Leia a íntegra do documento em www.novasconquistasufrn.com.br


CAMPANHA NA TV E RÁDIO COMEÇA DIA 18

A partir do dia 18/10, começa a veiculação de spots e jingles da chapa NOVAS CONQUISTAS nos intervalos da programação da TV Universitária e da Rádio FM Universitária, conforme garantem as normas aprovadas pelo Consuni. As inserções (nos períodos matutino, vespertino e noturno) ocorrem até o dia 7 de novembro. Você também terá acesso aos vídeos assistindo ao canal da chapa no You Tube.

FEIJOADA DAS NOVAS CONQUISTAS

No próximo dia 16/10 (sábado), a chapa NOVAS CONQUISTAS realiza uma feijoada cultural no Centro de Convivência, a partir das 11 horas, em apoio à candidatura de Ângela & Fátima. As senhas já estão à venda com os coordenadores e apoiadores. Adquira a sua e vamos realizar um grande evento!

ACOMPANHE NOSSAS NOTÍCIAS PELO SITE


No site www.novasconquistasufrn.com.br você acompanha o desenvolvimento da campanha de Ângela & Fátima para a Reitoria da UFRN. Com páginas fixas e dinâmicas, o site traz as últimas notícias, fotos recentes dos eventos, depoimentos de apoiadores, links para as redes sociais (temos conta no Orkut e Facebook), além do canal interativo do Twitter. Acesse-o agora e descubra mais novidades da campanha.

Obrigado pela leitura e até a próxima edição!

COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO
CHAPAS NOVAS CONQUISTAS - Ângela & Fátima
A UFRN avançando com você







Al Caparra, o gangster chic

 Greve dos bancários prejudica os correntistas
Correntistas de bancos em greve enfrentam problemas para depósitos em suas contas. Os serviços foram drasticamente reduzidos e os caixas eletrônicos não acatam depósitos em envelope.

Enquanto isso, as contas chegam. E aquelas com pagamento automático podem ficar a descoberto. Greves que têm repercussão junto à sociedade devem ser pensadas, a fim de que as coletividade não venha a figurar como alguém que sofre os efeitos colaterais.

A reivindicação de aumento salarial é justa. Mas é injusto a punição de quem tenha conta em banco. (EB)

Marilyn Monroe canta Happy Birthday no aniversário de John Kennedy

O PV? O PV não existe. Quem existe é Marina
Emanoel Barreto

Há um grande equívoco quando se fala no "apoio do PV" seja a Dilma ou a Serra. O PV em si vale pouco ou quase nada. Na verdade, o PV hoje é Marina. O que se disputa é o apoio ou algo que disso se aproxime, de Marina. O PV entra como nome da fantasia.

E os membros do partido sabem disso.Ela é a esmeralda, a pedra verde e valiosa de que todos querem se apossar. Por sua vez, Marina também sabe que em outro partido ela não teria espaço suficiente para crescer. Assim, por coerência e conveniência, valoriza seu capital político e dá andamento ao processo de negociação.

Sabe que precisa sair de mãos limpas e biografia imaculada para se lançar candidata à presidência em 2014. Da forma como conduzir as negociações terá amealhado prestígio ético valioso.
Por suposto, deverá encontrar alguma forma de discurso que a mantenha alinhada a uma postura que revele comportamento compatível com o que pregou na campanha.
Foto: http://www.google.com/imgres?imgurl=http://3.bp.blogspot.com/_Ga2mLrUvTok/TCFrEdVmyPI/AAAAAAAABH8/aELpA3OQlrE/s1600/marina-silva.jpg&imgrefurl=http://pvsantacruzrn.blogspot.com/2010_06_01_archive.html&usg=___16TzQIjPH-GbxxpSbPMUIDkJ-I=&h=551&w=800&sz=64&hl=en&start=10&sig2=_QaINSAzahN5m4T63Yn2zw&zoom=1&tbnid=mvuViKMWBb-o2M:&tbnh=113&tbnw=151&ei=hs6tTK75KYP6lweM8IDjBQ&prev=/images%3Fq%3Dmarina%2Bpv%26um%3D1%26hl%3Den%26sa%3DN%26biw%3D1003%26bih%3D404%26tbs%3Disch:10%2C290&um=1&itbs=1&biw=1003&bih=404&iact=rc&dur=160&oei=e86tTIDrGYXGlQeW79GHBQ&esq=2&page=2&ndsp=12&ved=1t:429,r:1,s:10&tx=47
Tropa de Elite 2: agora o Capitão Nascimento bate em político ladrão
Emanoel Barreto

O senso comum aplaude e vibra com as ações violentas do Capitão Nascimento contra bandidos e quejandos. Os "quejandos" aqui serão os políticos corruptos a serem por ele atacados nas telas do Brasil inteiro, em Tropa de Elite 2. O personagem é um ente simbólico autênticamente brasileiro, superando em muito seus similares estrangeiros.

Isso prova que é possível fazer bons filmes nacionais, especialmente se focados na nossa realidade. Mas o que abordo não é a questão da nossa produção no setor, mas o Capitão Nascimento como uma espécie de avatar do que sente o brasileiro em relação aos criminosos. Ele personifica a indignação frente à ação desenvolta dos bandidos, a crueldade destes, a agressão às pessoas indefesas, o crime como meio de vida.

O segundo filme está também baseado no princípio de ação/reação. Ação dos criminosos, reação da polícia. Então, vem aí a catarse, o soco no ar, a alegria rude despertada nas salas de cinema a cada gesto e ato do personagem em sua luta contra o crime.

Abaixo, um texto que li na Folha e compartilho:

Corajoso, "Tropa de Elite 2" traz tudo aquilo e mais um pouco



IVAN FINOTTI
EM PAULÍNIA


Um filme corajoso, com uma história mais violenta e mais complexa. Eis um possível resumo de "Tropa de Elite 2", a continuação da luta do Capitão Nascimento por um Rio de Janeiro livre do tráfico de drogas.

A pré-estreia aconteceu nesta terça-feira à noite, em Paulínia, cidade vizinha a Campinas, para uma plateia formada pela equipe e elenco do filme, distribuidores, patrocinadores, políticos locais, gente do cinema em geral, jornalistas e críticos vindos de todo o Brasil.

Aplaudido várias vezes durante a exibição -- especialmente quando o Capitão Nascimento surra sem dó nem piedade um deputado safado --, "Tropa de Elite 2" é corajoso por não repetir a fórmula do filme anterior.

Em vez disso, o diretor José Padilha foi além. Estão lá as pancadarias, os tapas na cara, o saco de plástico para sufocar o traficante. Estão lá o Capitão "Rambo" Nascimento, as traições, a corrupção. Mas tudo corta mais fundo nesta continuação: políticos se unem aos policiais corruptos numa constante luta para se dar bem.

Em um prólogo que se passa quatro anos antes de agora (mas, mesmo assim, depois do filme original), acompanhamos a saída de Nascimento da chefia do Bope.

Chegamos então aos dias de agora, quando o herói é subsecretário de segurança pública do Rio de Janeiro. Está separado da mulher e seu filho é um adolescente. Entre seus adversários, está um deputado do bem, defensor dos direitos humanos, mas que não entende a linguagem da violência das ruas.

Na secretaria, Nascimento parece ganhar a guerra contra as drogas, mas não percebe que policiais do mal tomam o lugar dos traficantes nas favelas e passam a controlar os locais, aterrorizando os moradores. São as milícias, e essa é a nova luta do ex-capitão.


Será que ele vai vencer mais essa? Isso você não vai saber aqui, mas sim a partir desta sexta-feira nos cinemas.



quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Helena Meirelles - cavalito

A grande Helena Meirelles interpreta "Chuita"

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Grace Kelly
Al Caparra, o gangster chic

Band de TO censurada ---- Receita de bolo em vez de Noticias


A ação da Justiça calando a voz da imprensa é um desserviço à democracia e garante a impunidade de quem devia na verdade ser calado (EB).

E aí, campanha do Serra quis tirar Índio da Costa. Índio da Costa ficou muito doido e disse:

O Pixador

Índio do Serra vai querer apitar na campanha
Emanoel Barreto

A manchete de primeira página da Folha diz que Lula cobra "ajuste" na campanha de Dilma. O jornal alega, para justificar a escolha desse assunto como principal destaque, que o PT estaria temeroso de perder a disputa presidencial por causa de assuntos como aborto, quebra de sigilos e o escândalo envolvendo a então ministra Erenice.

Com isso busca insinuar que a a campanha de Dilma está em crise. Na verdade, a crise está no PSDB, que cogita da substituição do vice de Serra, Índio da Costa. A crise, sim, está aí. O jornal, todavia, colocou a matéria no canto inferior direito da primeira página.

Quem entende minimamente de jornal sabe que manchetes, com sua tipagem gande, letras em negrito, falam duas linguagens: a primeira o conteúdo mesmo do discurso; a segunda é o enunciando insinuado pela formatação gráfico-visual: o leitor, acostumado com a leiura de jornais, depreende que aquele assunto está ali por que "é o mais importante". Assim, justificada pela mamchete, a "crise" do PT mereceria tanto destaque.

Trata-se de factoide somente existente na legalidade interna da mancha gráfica da página, sem maiores ligações com o mundo real.

Qualquer pessoa medianamente informada e esclarecida sabe que se um partido busca substituir de afogadilho um candidato não o considera suficienetemente capacitato à disputa; o candidato é menor do que o cargo. Falou-se até mesmo em convidar Gabeira para o lugar de Índio. O intuito seria agregar valor ideológico à candidatura Serra, uma vez que Gabeira é figurinha modernete e poderia arrepanhar votos de uma certa esquerda festiva.

Sim, a crise está com o grupo de Serra. Ao que parece, o PSDB busca prender água com as mãos. Todo mundo sabe desde criancinha que isso é impossível. E assim, o índio do Serra vai querer apito.

Abaixo, íntegra da matéria da Folha:

PSDB cogita troca do vice e depois recua

CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO


Integrantes do comitê de José Serra à Presidência consultaram a assessoria jurídica da campanha sobre a possibilidade de troca do vice Indio da Costa (DEM-RJ) no segundo turno da eleição.


O advogado da campanha, Ricardo Penteado, desaconselhou a operação, alertando para riscos de perda do registro da candidatura de Serra.


Segundo relato de um tucano, integrante da cúpula da campanha e íntimo colaborador de Serra, a assessoria jurídica argumentou que a substituição do vice pode ser questionada na Justiça.


A avaliação de Penteado é de que, apesar de dúbia, a Constituição permite a interpretação de que o vice é também titular da chapa, não só o candidato em si. E, que passado o primeiro turno, o vice pode ser considerado como uma espécie de sócio da votação destinada à chapa.


Especialistas ouvidos pela Folha afirmaram que a troca é permitida pela legislação.


Serra negou que tenha cogitado a substituição porque era "juridicamente inviável".


"Eu já sabia disso antes". Segundo democratas, o próprio Serra telefonou para Indio para negar qualquer intenção de substituição.


Alimentada por alguns integrantes da campanha, a ideia de substituição do vice nasceu da torcida pela ampliação do eleitorado de Serra no segundo turno. O nome de Fernando Gabeira (PV-RJ) chegou a ser cogitado.


Mas a proposta foi descartada porque a Lei Eleitoral não permite a indicação de um nome cujo partido não componha a coligação original do candidato.


Num segundo momento, ventilou-se a hipótese de o ex-governador Aécio Neves (PSDB) assumir a vice. Mas essa possibilidade foi desautorizada não só por orientação jurídica, mas por não se saber que impacto político provocaria sobretudo no Rio.


Segundo especialistas, para ocupar a vice Aécio teria que renunciar ao Senado.


O tema é controverso, uma vez que consulta feita ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 1994 indicou que esse tipo de substituição poderia provocar um desequilíbrio no processo eleitoral.


Para descartar o assunto, democratas lembraram que a troca só seria possível com a anuência do próprio Indio, que teria que renunciar.


Irritados com os rumores, democratas chegaram a se queixar da discussão de uma agenda negativa num momento em que Serra deveria buscar a união entre aliados.


Para debelar a crise, tucanos se apressaram para negar qualquer iniciativa nesse sentido. "Isso é um factoide", afirmou Aloysio Nunes Ferreira, senador eleito pelo Estado de São Paulo.


Ontem, Indio acompanhou Serra numa reunião com o governador e senadores eleitos em Santa Catarina. Na reunião, Serra ouviu a avaliação dos presentes sobre a qualidade do programa de TV. Segundo participantes do encontro, ele prometeu um embate mais político.
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Colaborou FLÁVIO FERREIRA, de São Paulo









Clamores e desgraças

A notícia que você lerá após este comentário foi publicada pelo jornal Meia-Hora, Rio de Janeiro
E o pai, faca na mão, arrancou a cabeça do filhinho
Emanoel Barreto

Em minhas aulas de redação jornalística costumo lembrar aos alunos que palavras, certas palavras, trazem em si todo um conteúdo implícito, contêm já todo um discurso. São pistas de compreensão que nos levam a supor quem seja ou como vive quem a elas estejam ligadas. Explico: a palavra "biscateiro" traz o indício de que se trata alguém que vive de subemprego; consequentemente, não vive, sobrevive. Sem dúvida mora em bairro de periferia, mora num barraco ou quase isso, pode ter problemas de alcoolismo e mantém sua família sob condições extremas e desumanas. Isso só para ficar aqui, percebe?

Pois bem: foi um biscateiro, que num acesso de loucura arrancou a cabeça do filhinho dizendo agir em nome de Deus. É a desgraça do povo, seu clamor bruto urrando sem piedade em meio à desolação existencial passada em meio a um quadro de profunda injustiça social.

O homem rebaixado à condição de monstro louco e brutal atirando-se sobre improvável vítima para perpetrar ato bárbaro. A lancinante tragédia da vida pulsando nas mãos de um pai ao avesso. Clamores e desgraças desta vida iluminada pelo sol inclemente.
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Homem quase é linchado depois da atrocidade



Sob esquema de proteção, o biscateiro Edson Ferreira de Paula, de 30 anos, que matou o filho de apenas seis meses na noite de sexta-feira, em Volta Redonda, no Sul Fluminense, deverá ser transferido hoje para um hospital psiquiátrico, onde fará exames de sanidade mental.


Durante um ataque de fúria dentro de sua casa, ele arrancou a cabeça da criança, que estava num carrinho de bebê, com uma faca de cozinha. A mulher dele conseguiu fugir com os outros dois filhos do casal - uma menina de 10 anos e um menino de 9. Revoltados, moradores do bairro Jardim Belmonte, onde o crime aconteceu, tentaram linchar o assassino, salvo por policiais do 28º BPM (Volta Redonda).

"Chegamos a tempo de impedir que ele fosse morto por um grupo armado com paus e pedras e aos gritos de ‘monstro assassino'", afirmou o sargento Luiz César Lopes Pereira, do 28º BPM.

Indignadas, dezenas de pessoas acompanharam ontem à tarde o enterro do garoto no Cemitério Municipal Bom Jardim. "O policiamento teve que ser reforçado em torno da delegacia e durante a transferência de Edson para a Casa de Custódia, porque a revolta dos moradores é grande", contou o delegado da 93ª DP (Volta Redonda), Alexandre Leite.

Em depoimento confuso e apresentando alteração de humor, primeiro Edson disse que matou o bebê "em nome de Deus". Depois, argumentou que estava desconfiado de que a criança não fosse seu filho legítimo. A polícia, porém, investiga informações de que Edson, que é licenciado pelo INSS por problemas de saúde, teria consumido droga e se irritado com o choro do bebê.
Imagem: http://www.google.com/imgres?imgurl=http://mythosyleyendas.files.wordpress.com/2010/01/crono.jpg&imgrefurl=http://pt.translaten.com/mythosyleyendas.wordpress.com/2010/01/09/crono-preso-del-miedo-devora-a-sus-hijos/index.html&usg=__

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Zsa Zsa Gabor
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Agora é a campanha "do bem contra o mal"
Emanoel Barreto

Agora, o tom da campanha de Serra, pelo menos no que diz respeito à sua aliada Folha de S. Paulo, estará voltado para o factoide "aborto como programa de governo". Essa e a manchete do jornal: "PT já discute retirar aborto do programa de governo".  Na matéria de página interna o jornal revela que o programa pró-aborto é na verdade um programa do partido, do PT, não do governo.

A troca de "programa de partido" por "programa de governo" não é tão sutil assim: a primeira acepção indica uma proposta partidária, a defesa de um ponto de vista do partido enquanto membro da sociedade civil; a segunda é política pública que sequer foi lembrada pelo governo Lula.

A Folha menciona também que isso seria uma forma de Dilma acalmar os "eleitores evangélicos", colocados como fator suposto para ascensão de Marina na votação.

O que se pretende com isso é criar na agenda pública um assunto tematizado, centrado em convicções religiosas e morais. Isso afasta o debate de assuntos relevantes, levando a campanha para a ideia maniquista do "bem", Serra que seria contra o aborto, e o "mal", figurado em Dilma, por pertencer a partido que acata a prática do abordo.

A campanha de Serra nesta segunda fase estará centrada no slogan de que ele "é do bem". A ideia será repassada a partir de jingle que diz: "Para o Brasil andar pra frente/ não tenha medo não/ o cara é bom/ e é do bem".

A respeito, informa a Folha: "Outro jingle lista ações de Serra, como o genérico e mutirão, numa tentativa de apresentar um candidato que trabalha para os mais humildes, "para cuidar de quem precisa". Serra, diz o jingle, "cuida do idoso, da gestante e do neném".

Trata-se da criação de um não-acontecimento, o falso debate em torno do aborto, surgindo Serra como ator milenarista a salvar a família brasileira e seus valores como se estes estivesem em jogo, não o andamento de uma campanha política eivada, como deve ser, de ideologia e dissenso das classes. 

O que se busca é a ocultação do uso ideológico do aborto em substituição dos grandes temas que englobam o desenvolvimento e os reclamos da classe trabalhadora. O trabalhador passa a ser chamado de "povo" entidade anistórica enquanto aglomerado humano regido por  tradições e costumes. O povo só assume historicidade quando se lhe apega a condição de não-elite, de despossuído.


Usar falsamente a questão periférica do aborto como tema de campanha é arte marqueteira a manobrar pronunciamento que desvia a foco do debate. Assim, esperemos, este segundo turno promete.


Imagem: http://www.google.com/imgres?imgurl=http://bp3.blogger.com/_qRZD4CdeNUc/R7Wxq-ddkdI/AAAAAAAAASQ/cdXa1fMtp-M/s400/monstro.JPG&imgrefurl=http://autoxiro.blogspot.com/&usg=__IeGXgMWPeEB6GkK-dvAHrFyMPkU=&h=300&w=400&sz=54&hl=en&start=193&zoom=1&tbnid=yRhZAkwstKhpnM:&tbnh=124&tbnw=165&prev=/images%3Fq%3Do%2Bmal%26um%3D1%26hl%3Den%26safe%3Doff%26sa%3DN%26biw%3D1003%26bih%3D562%26tbs%3Disch:10%2C5365&um=1&itbs=1&ei=U4qrTNnnN4H78Aa00diHCA&biw=1003&bih=562&iact=rc&dur=203&oei=ndsp=16&ved=1t:429,r:7,s:193&tx=88&ty=49

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Al Caparra, o gangster chic

Mexendo nos arquivos do computador encontrei esta belíssima crônica de Augusto Severo Neto. Poeta, aviador, cronista, trato ameno, ótima conversa. Quando eu editava um caderno especial na Tribuna do Norte, idos dos anos 80, ele sempre me trazia belas crônicas, editadas para os domingos. Eu escolhia criteriosamente a ilustração e ele me dizia: "Barreto, só você sabe editar meus escritos." Bobagem, bondade dele. Mas eu me esforçava. Abaixo, o magnífico texto de um grande amigo que hoje é saudade.

Um sábado de maio
Augusto Severo Neto

Um sábado qualquer do mês de maio. Maio das flores e das noivas, de um tempo em que isso não significava apenas uma promoção a mais de diretores lojistas, das lojas de eletrodomésticos, dos magazines de confecções e outros como tais. Mês de maio inteiro e de vergonha, daqueles que, às vezes, ainda aparecem nos antigos filmes e nos romances de primavera e de amor.


Sendo sábado e principalmente sábado de maio, era dia de footing na Ribeira. Isso significava que a rua Doutor Barata, a rua das Virgens, a Duque de Caxias, a Tavares de Lira e principalmente a Praça Augusto Severo (cuja estátua ostentava um ar particularmente feliz), estavam floridas de mulheres bonitas, que desfilavam seus vestidos de melindrosas, suas meias de seda e seus sapatos de saltos altos e grossos, semelhantes aos das dançarinas de flamengo, até mesmo pela correia trespassada no peito do pé. Era um colorido macio de tons pastéis, que harmonizavam com os rubans de vlours em torno do pescoço onde se costumava prender uma flor, ou terminados em laço, cujas pontas pendiam adiante e atrás, sobre as espáduas. Somava-se a isso o brilho dos pendentifs de coral encastoado em ouro; de esmalte, com o retrato do ser querido, ou ainda tipo coffret ultra pequeno, contendo uma romântica mecha de cabelos. Além disso, os colares, os anéis, as pulseiras e os brincos de pérolas, rubis, esmeraldas ou brilhantes, igualmente encastoadas em ouro.

Também naquele sábado, os homens envergavam seus melhores ternos, duques ou jaquetões, ou blazers de mescla inglesa, cinza chumbo, com calças pretas, com riscas de giz. Podia ser que estivessem ainda de calças de flanela branca ou creme bem claro, com paletó azul, tipo comodoro, com botões de metal. Meias de seda ou de fio de Escóssia, cuidadosamente estiradas pelas ligas. Sapatos de duas cores (branco e marrom), ou então negro, de verniz ou pelica. O uso do colete era comum e havia uma predominância de gravatas-borboletas em seda, com petit-pois vermelhos, verdes ou de outras cores, mais ou menos graúdos. Se a gravata era de manta, trazia, quase sempre, um alfinete ou um prendedor de ouro, com uma pérola preciosa, ou o monograma de quem os usava.

João Alves de Melo, da Photografia Elite e João Galvão do Photo Chic eram os fotógrafos da cidade e estavam ali presentes, atendendo moças, moços ou casais que quisessem guardar, como lembrança, uma foto em uma das passarelas-pontes da praça; debruçados no belo coreto; junto a Erma com o medalhão de Nísia Floresta Brasileira Augusta; sentados em um dos bancos de ferro forjado e pinho-de-Riga; ou ao pé do chafariz com sua graciosa indiazinha apertando a cabeça da serpente, de cuja boca saía um jorro de água. A Erma, o Chafariz e os bancos sumiram; as pontes-passarelas e o coreto foram destruídos, para dar lugar a isso que vocês estão vendo.

Do primeiro andar da Escola Doméstica fundada pelo Doutor Henrique Castriciano (irmão de Eloy e de Auta de Souza), as alunas internas olhavam a paisagem festiva e respondiam aos acenos dos moços da praça. A loja Paris em Natal estava com as vitrinas iluminadas e expunha seus artigos mais finos. Por entre os pares, na praça, havia vendedores de flores e garotos que carregavam taboleiros, oferecendo açúcar candi, sequilhos, alfenins, chocolates, "Charuto" e confeitos "Baratinha". Ouvia-se também o retinir do triângulo do vendedor de cavaco chinês. A sorveteria Polyteama estava cheia e era grande o consumo dos sorvetes e dos "polys".

À noite a festa continuaria. Haveria o concerto de uma cantora lírica no Theatro Carlos Gomes e um baile a rigor no Aero Clube. Luxuosos longos, muitas jóias, casacas e fraques, além dos primeiros smokers que começavam a aparecer. João Galvão e João Alves estariam presentes, espoucando seus flashes de magnésio e documentando fotograficamente as belas e os elegantes. Depois tudo sairia publicado n’A Cigarra, do saudoso e inesquecível Adherbal de França, o Danilo, primeiro cronista social da cidade."
Foto: http://www.substantivoplural.com.br/%E2%80%9Chistoria-da-cidade-do-natal%E2%80%9D/

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Marilyn Monroe
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Eleitorado-cabeça foi a sorte de Marina
Emanoel Barreto

Talvez Marina não seja tão incógnita assim com relação ao segundo turno: seus votos vieram das classes médias, insuflados pelas denúncias de corrupção na Casa Civil. Houve, desta forma, uma repulsa desses segmentos que, ao contrário do que se possa pensar, não são votos de cabresto. São votos de um eleitorado-cabeça e, consequentemente, votos produto de reflexão. Não significa que irão para Serra.

Marina, já pensando na eleição de 2014, como já disse, certamente não desejaria alinhar-se a Serra. Isso contaminaria seu perfil, que pretende preservar como capital simbólico a fim de lançar-se à nova empreitada.

Ela sabe que ao apoiar abertamente um ou outro candidatos estará avalizando seu discurso, correndo o risco de esvaziar seu próprio discurso. Já disse também que pretende convocar o Partido Verde a fim de que seja decidido qual o rumo a tomar.

Assim, seria menos perigoso a seus propósitos algum alinhamento a Dilma, uma ação transversal, mas para isso teria que denunciar Serra como neoliberal e dizer que com sua atitude busca evitar que o Brasil volte ao domínio desse tipo de ator político. Desta forma, justificaria seu apoio condicional a Dilma.

A verde vive um grande momento e como agente política sabe que deve tirar dele o melhor proveito. Ao eleitorado que a sufragou passou a ideia de pessoa ética, candidata-cidadã e sem dúvida quer manter essa imagem pública.

Ademais, pode também tirar partido apoiando Dilma com a simbólica condição de fiel da balança. Mas, não esqueçamos: seus fotos não foram votos "dela". Foram votos circunstanciais. Tanto, que somente a eles teve acesso após as denúncias envolvendo a então ministra Erenice.

Se esses eleitores optarem por Dilma a fim de evitar a volta do tucanato, não será de admirar. De qualquer forma, a candidata de Lula sai em vantagem. O resto é esperar fatos novos até o dia 31.
Foto: http://www.google.com/imgres?imgurl=http://www.greenparty.org.uk/assets/images/subjects/800pxMarina_Silva_
Uma cortina sem fim
--- Walter Medeiros - waltermedeiros@supercabo.com.br 

Nas manhãs ensolaradas que começam as minhas semanas costumo olhar em volta do
ambiente, aproveitando a benesse do ar mais puro das Américas, o ar da nossa cidade,
Natal, capital do Rio Grande do Norte, nordeste do Brasil. Por entre aquelas plantas
dos canteiros centrais da estrada de Ponta Negra vejo os grupos de prédios que vão
formando uma cortina, como costumam dizer os arquitetos nos seus estudos sobre o
desenvolvimento urbano. São prédios prontos e habitados e prédios em construção, dos
mais sofisticados aos mais simples, cada um com a sua elegância. Aí me vem aquela
foto na memória, da estrada de muitos anos atrás, quando o caminho para o litoral
sul era apenas uma estrada acanhada que servia a um reduzido número de veranistas.
Para Pirangi, havia um ônibus que saía da rodoviária velha cedo da manhã e voltava
no fim da tarde. Que tranqüilidade!

Esse meu pedaço é um detalhe da nossa cidade, tão pacata naquele tempo em que o seu
maior edifício tinha cinco andares: o Edifício São Miguel, ali na Avenida Rio
Branco, em frente ao Banco do Brasil, à época Mercado Municipal da Cidade Alta.
Começaram a surgir os famosos arranha-céus, começando pelo Edifício 21 de Março.
Depois veio o Salmar, na avenida Deodoro, o prédio do INSS e o Barão do Rio Branco.
Nos anos setenta, chegou o Ducal Palace, em cujo Sky Terrace (17º andar) assistimos
várias vezes o belo pôr-do-sol do rio Potengi. Dentre todos esses prédios, apenas o
Edifício Salmar se destinava a residência. O crescimento horizontal da cidade ainda
era o mais natural. Anos depois, com essa tendência, cheguei a Capim Macio,
inaugurando, em 1989, o então Village de Latouche, construído em meio a poucos
prédios, granjas e mato. Hoje quase não se vê mais terreno sem construção.

Mas essa cortina de edifícios que assola Natal chega à minha casa como assunto
obrigatório, pelo menos en passant, pois Firmino Neto, um dos meus filhos, está
concluindo Engenharia Civil e seu estágio se dá exatamente com a tarefa de
acompanhar, participar e até conduzir em boa parte a construção de um prédio de
vinte andares. Ele participa da obra desde o primeiro mato retirado pela
terraplenagem e já está com todos os andares erguidos. Em meio a planilhas e
notebooks - ferramentas naturais agora nos canteiros de obras - lá chega ele sempre
com aquelas botas e, no carro, capacete e tudo que faz parte do seu trabalho. Ele é
muito exigente consigo mesmo e com os outros, daí a certeza de que tão logo termine
a construção daquele prédio estará pronto e diplomado para construir outras partes
dessa longa cortina de concreto.

Não tenho tendência para morar em apartamento - embora não diga que dessa água não
beberei - e ainda vivo as vantagens de morar em casa. Mas como anda rápido essa
cortina, comparando-se àquele tempo em que Natal praticamente terminava na corrente
próxima da Guararapes, hoje Midway e fui aluno do IFRN no ano em que se mudou para
Morro Branco, em 1967, como Escola Industrial de Natal; em que a corrente das
Quintas era o limite para entrarmos no rumo da Ponte de Igapó, a ponte de ferro,
pois Monsenhor Walfredo não havia construído ainda aquela primeira ponte de concreto
e Geraldo Melo não havia inaugurado a segunda ponte, duplicando aquela outra.
Naquele tempo havia até uma música que dizia "Prédios tão grandes me invadem o
coração / Telefonista, por favor, complete a minha ligação". É o progresso. Para
conviver melhor com ele, basta olhá-lo com os olhos do amigo médico e professor de
Inglês Tarcísio Gurgel, principalmente no crepúsculo, no qual as luzes que anunciam
a noite formam uma bela "Sky line".