sábado, 6 de maio de 2006

Consciência ambiental

Da jornalista Michelle Peluchera recebi o e-mail abaixo transcrito.

Sabe aquele caminhão, carro ou moto que passa soltando fumaça toda vez que você está indo ou voltando do trabalho, viajando ou curtindo um passeio com a família ou amigos? Na maioria das vezes ficamos revoltados, mas não sabemos exatamente como agir.

Agora existe uma forma de denunciarmos estas agressões ao MEIO AMBIENTE. Basta anotar a placa COMPLETA do veículo (município, letras e números), local e horário que você o viu e depois é só ligar para: 0800-113560 -DISK MEIO AMBIENTE - OPERAÇÃO FUMAÇA PRETA. O motorista receberá uma notificação para fazer uma Vistoria / regulagem no veículo, caso contrário, a multa é de R$ 611,00. Informe este telefone para o maior número de pessoas possível.

sexta-feira, 5 de maio de 2006

Garotinho: de criança, não tem nada

"Dinheiro não traz felicidade.
Então me dê o seu e viva feliz."
Autor desconhecido

A notícia abaixo é do Estado de S. Paulo. Em seguida, um comentário.

RIO DE JANEIRO - A greve de fome do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, que completou quatro dias, continua provocando reações diversas. Algumas delas debochando da atitude do político. Nesta quinta-feira (ontem), os humoristas do programa Pânico, da Rede TV! tentaram entrar no prédio onde Garotinho está para levar uma mamadeira a ele. Mas a hostilidade de partidários de Garotinho fez com que os humoristas Vesgo e Sílvio tivessem que deixar o local.

Em Sorocaba, no interior de São Paulo, o empresário Arany Marchetti, dono de uma funerária, ofereceu um enterro de graça a Garotinho.

Ele mandou confeccionar faixas com mensagens de pesar, duas coroas de flores e colocou um caixão de defunto modelo luxo numa das salas do principal velório da funerária Ossel, na região central de Sorocaba. Dentro da urna, pôs um boneco com a cara do político.

Dizendo-se apolítico, Marchetti disse que considera a greve de fome do pré-candidato do PMDB à Presidência "uma palhaçada para tomar o tempo" do brasileiro.

"O Garotinho disse que vai ficar em greve até morrer. Já que ele quer aparecer, estamos dando uma contribuição." Segundo o empresário, as despesas do enterro vão ficar por conta da sua funerária.

Um farsante profissional

O ex-governador Anthony Garotinho é realmente o que se poderia chamar de um farsante profissional. Seguidor de um populismo rasteiro, apresentador de soluções remendadas para problemas sociais graves, amigo de figuras que nenhuma pessoa de bem chamaria à sua casa, ele agora quer se apresentar como vítima de um complô - que não existe - para impedir sua candidatura à presidência da República.

Complô ou não, graças a Deus tudo indica que ele não será candidato. Mas, voltemos à questão do farsante. Há muitos anos assisti a um filme, na TV, intitulado "Magnífico farsante". Tratava-se da história de um vigarista. Mas desses vigaristas que o espectador, ao longo da fita, vai simpatizando com ele, gostando dele e acaba torcando para que consiga escapar da polícia, porque, na verdade, o homem era mais um trapalhão que um vigarista.

De alguma forma, Garotinho, que de criança não tem nada, é um farsante bem sucedido. Pelo menos bem sucedido até então. Tanto, que conseguiu alavancar sua carreira de locutor até chegar ao governo do Rio. Só que, ao contrário do personagem cinematográfico, não tem nada de magnífico, sequer um fio de credibilidade para ganhar simpatia e credibilidade.

Fizeram bem os humoristas, ao tentar levar a ele uma mamadeira. Afinal, menininhos precisam tomar o seu leitinho, para crescer fortes e saudáveis. Mas, até quando continuará a farsa da greve de fome? Trata-se, na verdade, de uma jogada de marketing, uma tentativa de vitimizar uma personagem deplorável da cena política brasileira.

Ele tenta chegar ao nível da exaustão, para suscitar na imprensa um clima de expectativa quanto ao seu estado de saúde, originando, a partir daí, uma atmosfera de pesar público, a compaixão orquestrada para com sua saúde.

Não dará certo. Greve de fome exige que quem a pratica tenha biografia, passado de credibilidade para tanto, e mais: é preciso que a causa seja honorável, que sejam nobres e socialmente apreciáveis seus intentos. Não há nada disso nas intenções de Garotinho. A não ser birra infantil de um político que eticamente não passou da primeira infância.

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Natal, um instante do mundo

"As reticências são os três primeiros passos
do pensamento, que continua
por conta própria o seu caminho."
Mário Quintana

Do meu livro "Crônicas para Natal".

A grande paisagem do mundo pode ser resumida nas cidades.
Gente, árvores, bichos, rios,
tudo isso sai da natureza e também chega às cidades.
Cada cidade é um instante do mundo e da louca

aventura do Homem, rumo não se sabe bem a quê.

Assim é Natal: uma cidade brotada do mar,
mas que derramou-se para dentro do continente.
Como querendo dar um abraço, lá longe, no sertão.

Veloz e ferina em sua carreira, Natal corre para
todos os lados ao mesmo tempo.
Não, Natal não apenas corre.
Ela se escorre como um rio urbano de asfalto e verde.

E cresce, cresce sempre.E de sua entrada,

portão de paisagem e monumento, viaduto e
mirante ao mesmo tempo, recebe
os visitantes como quem diz: “Entre, a casa é sua.”

terça-feira, 2 de maio de 2006

Denúncia de plágio acadêmico

O professor João Emanuel Evangelista enviou-me e-mail denunciando plágio de trabalho acadêmico; lamentavelmente, uma prática que está se tornando comum. Leia.

Prezados, A colega Vera Chaia autorizou-me a divulgar essa denúncia de plágio acadêmico. Devemos redobrar os nossos cuidados.
Um abraço, João Emanuel

Prezado João Estou escrevendo, tardiamente, sobre um fato que aconteceu no penúltimo encontro da Compós.

O trabalho de Andréa Moreira Albuquerque e Isaltina Maria de Azevedo Gomes (UFPE Recife/PE) http://www.unb.br/fac/comunicacaoepolitica/andreaisaltina.pdf apresentado no XIII COMPÓS: São Bernardo do Campo/SP, 2004, é uma cópia de meu artigo ELEIÇÕES NO BRASIL: O ‘MEDO’ COMO ESTRATÉGIA POLÍTICA apresentado no III Encontro Internacional de Estudos de Comunicação e Política, Facom, UFBA, 14 a 16 de dezembro de 2002.

Posteriormente, o artigo foi publicado no livro Eleições presidenciais em 2002 no Brasil - ensaios sobre mídia, cultura e política, de Antonio Albino Rubim (org.), 164 pp., Hacker Editores, São Paulo, 2004.

Na ocasião cheguei a pensar na possibilidade de questionar as autoras judicialmente, mas deixei "para lá". Agora percebo que errei e daí esta manifestação com relação a este trabalho. Escrevo para você tomar conhecimento.

Atenciosamente,
Vera Chaia
Obs: as autoras citam meu trabalho só como referência bibliográfica.

Abrigo Juvino Barreto: o outono da vida

Nos olhos do jovem arde a chama.
Nos do velho brilha a luz.
Victor Hugo

O texto abaixo é do meu livro "Crônicas para Natal - as crônics do Jornal do Dia."

O tempo desceu sobre eles a sua pesada mão de outono. E a velhice começou a enferrujar seus corpos.

Como árvores antigas, plantadas na floresta esparsa do mundo, os velhos apresentam nos rostos as rugas que escondem o mistério de cada ser humano.

E assim eles vão. Lentos e pesarosos, ao encontro do fim. Um fim que já habita cada um de nós, todos os dias, desde o dia em que nascemos.

Mas o velho traz em si, oculto e eterno, o exato mapa universal da vida. O ensinamento do futuro, de todos os futuros. O horizonte ao longe, o caminho do bem. E essas velhas árvores humanas, como carvalhos a definhar relentos, são exemplos de caminho à procura da luz.






domingo, 30 de abril de 2006

A presença do Dalai Lama

"Perdoa sempre a teu inimigo.
Não há nada que o enfureça mais."
Oscar Wilde

A vinda de Tenzin Gyatso, o Dalai Lama, ao Brasil, teve para mim um misto de missão pregadora da paz e atuação de uma personalidade de mídia, que sabe, e muito bem, misturar e mobilizar público para pronunciar discursos altamente elogiáveis, ganhar dinheiro e liderar líderes de outras religiões, como o rabino Henry Sobel e prelados da Igreja católica. Todos reunidos sob o comando do politicamente correto.

O Dalai Lama é o líder político e religioso do Tibete. Fugiu de lá sob intensa perseguição do truculento governo chinês, que hoje domina o país e, claro, proíbe o budismo, que ali tem o mesmo peso político que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB teve a partir de um determinado momento da ditadura no Brasil pós-64.

Com a fuga, ganhou muito justamente as simpatias do mundo. A partir de então, tornou-se autor de muitos best-sellers e sempre uma referência espiritual para quem não está satisfeito com os discursos e práticas das religiões ocidentais, especialmente o catolicismo e o protestantismo.

Acho que em essência o Dalai Lama é bem intencionado, merece respeito e admiração pelos lemas que professa. Só acho estranho que um homem do espírito ganhe para falar e defender a paz.