terça-feira, 15 de março de 2016

Mosquitos estão ficando muito caros


Dengue em Parnamirim: uma festa de 800 mil reais

Recebi da câmara de vereadores de Parnamirim o informe que segue. Após, comento.

..............................................................................................

Vereadores de Parnamirim aprovam requerimento que pede esclarecimentos da secretária de educação do município sobre “kit dengue”
Requerimento foi aprovado por unanimidade pelos vereadores

Em sessão ordinária realizada nesta segunda(14), os vereadores de Parnamirim aprovaram, de forma unânime, o requerimento protocolado pelo presidente da Câmara Municipal, Ricardo Gurgel(PSB). O documento pede que a secretária municipal de educação, Vandilma Oliveira, compareça à casa do legislativo municipal para prestar esclarecimentos sobre a compra do kit de combate ao mosquito aedes aegypti.

 Os vereadores justificaram o requerimento na falta de informações sobre os motivos que levaram a compra ser feita sem exigência de licitação. Segundo diário oficial do município, foram comprados 10 mil kits, o valor total da compra chega próximo dos 800 mil reais.
 Durante a sessão, o vereador Giovani Júnior(PSD), disse ter recebido um convite da secretária de educação onde é convidado a participar da apresentação do “kit dengue” nesta quarta(16), “recebi este convite com muita surpresa. A secretaria deu explicações à imprensa que esta camisa com efeito repelente não estava no kit, agora já convida os vereadores para conhecer tal camisa”, revelou.

 O vereador Valério(PDT) afirmou que só aprovou o requerimento porque o caso requer esclarecimentos importantes, “a secretaria terá todo o espaço para expor as justificativas, só após isso veremos se será necessário tomar outras medidas”, frisou.
................

Dinheiro mal empregado

Tenho lido nas folhas que a Prefeitura de Parnamirim estaria desenvolvendo um programa de austeridade; corte de gastos, pelo que entendi. Muito bem: sendo assim, como se justifica a tal despesa com a compra das camisas anti-dengue? 


No carnaval a Prefeitura fez uma festança de 600 mil reais, segundo o Sindicado dos Trabalhadores no Serviço Público de Parnamirim em seu portal:

O jornal Tribuna do Norte trouxe ontem (27) uma matéria sobre o carnaval de Parnamirim. Como era de se esperar, o prefeito Maurício Marques – que alardeou ano passado (anterior à eleição municipal) uma crise financeira sem tamanho na cidade – anunciou que o Carnaval 2016 terá shows, blocos de rua e trio elétrico nos quatro dias de festa com gasto previsto para R$ 600 mil.


Na contramão do Governo do Estado e de cidades como Macau, Mossoró, Areia Branca e Guamaré - que anunciaram que não irão investir recursos nas festas carnavalescas - a Prefeitura de Parnamirim mantem-se firme na realização do evento e, ao mesmo tempo, calada sobre o reajuste previsto em lei para os professores do município e que deveria ser concedido ainda em janeiro.

O fato é lamentável e só reforça a forma de governar baseada no “pão e circo” do grupo político que dirige Parnamirim há 16 anos.”

Ante tais fatos nota-se que a austeridade é apenas um lema a ser propagandeado à sociedade. E, claro, fica bastante patente o motivo pelo qual não há dinheiro: a prioridade são pão e circo e gastos com coisas como o tal kit dengue. E carnaval, claro.


Descalabro na área da saúde




                        Como filme de terror
Hospital Municipal deixa cadáveres ao lado de crianças



Venho acompanhando as ações do Sindicato dos Médicos do RN, cujas informações registram o descalabro da questão da saúde pública no estado. O informe mais recente diz que no Hospital Municipal de Natal cadáveres são colocados lado a lado com pacientes. Pior: os cadáveres são colocados ao lado de crianças. 
Segue o informe enviado pelo sindicato. 

Em visita de urgência ao setor de pediatria do Hospital Municipal de Natal (HMN), inaugurado em dezembro de 2015, o Sindicato dos Médicos do RN – Sinmed RN - constatou a angústia dos profissionais em trabalhar sem remédios e sem estrutura para atender os pacientes.

O retrato do hospital é este: superlotação nos corredores. Atendimento de pacientes em sete horas. Falta de agulhas para punção de crianças. Profissionais que trazem medicação de outros hospitais. Pacientes que precisam comprar medicações por falta na unidade. Macas sendo divididas por duas crianças.

Além destes graves problemas, o Sinmed RN ouviu denúncia dos profissionais do plantão de que o setor de pediatria é usado como necrotério provisório e pacientes que deveriam ficar em isolamento, ficam na enfermaria, com grande risco de contaminação para todos.

Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed, falou sobre os problemas da alta demanda no hospital: “Poucos plantonistas para a demanda. O médico tem que parar o atendimento da urgência para internar. E é uma burocracia o internamento, demora e deixa o paciente aguardando no consultório. Isso acaba repercutindo no médico que é quem está na linha de frente”.

Profissionais de enfermagem também se encontram em situação de desespero, uma vez que hoje falta 70% de insumos no hospital. As enfermeiras relataram trabalhar sem corticoide na emergência infantil, falta agulha adequada para as crianças há uma semana, e só tem um termômetro para todo o hospital.

Está acontecendo no Hospital Municipal o que os profissionais da saúde chamam de “remanejamento da verba SUS”: profissionais trazem insumos e medicamentos de outros hospitais para suprir a carência do HMN.

Os exames, devido a alta demanda, pois o laboratório atende o setor clínico, pediatria e ortopedia do hospital, estão demorando várias horas para serem entregues.

Durante a visita do sindicato, uma senhora com um bebê de 08 meses, com febre e mancha no corpo, aguardou sete horas, das 10h às 17h, para atendimento, exame e retorno. Durante todo esse tempo a paciente ficou sem se alimentar.

Devido a gravidade do problema, o Sinmed RN encaminhou ofício para a Secretaria Municipal de Saúde, solicitando audiência com Luiz Roberto e deve solicitar ao Ministério Público que também atue judicialmente para garantir os direitos dos pacientes.