Caros Amigos,
Aqui, no coração de Minas, estou num retiro feito de natureza e paz. Os pássaros cantam suas canções de pios, enquanto o sol, preguiçoso, se esconde e se recobre com o lençol da noite, dando lugar a um silêncio manso. As estrelas tecem no céu sua sinfonia de pingos de luz.
Estou com Terezinha, Minha Mulher, na casa de Geraldo e Maria. Casa grande, tão grande que parece um labirinto, habitado por um aconchego que só se encontra nas Gerais. Maria, irmã de Terezinha, é a matriarca de um clã que se construiu ao longo do tempo e traz plantada em si a força misteriosa que vem das montanhas, encanta o olhar e deixa longe o pensamento. Geraldo, o patriarca, caladão em seu silêncio de mineiro caprichoso e ligado à terra, é um grande abraço a nos receber.
O motivo de nossa vinda, assim como e de muita gente mais, é uma festa grande, já se aprontando para acontecer sábado que vem. Com frango, quiabo, angu e torresmo, como manda o melhor sabor das Gerais.
Uma coisa não posso esquecer de lembrar: o Tempo, aqui, parece que tem vergonha de passar. Pede licença, se embrenha pelos cantos, fica escondido e anda de mansinho.
Aqui, o Tempo já sabe, é proibido ficar velho depressa. E quando alguém envelhece, tem guardado bem forte na lembrança, que ainda é moço na força do viver.
Aqui, eu descobri, o Tempo passa devagarinho, que é para dar à Vida mais direito de ser vivida.
E é nesse clima bom que, sábado, quando a familharada estiver reunida na festa, viola pra todo lado, gente cantando feliz, vamos viver mais um pedaço de Vida, como quem faz uma colheita boa.
Fica aqui o meu abraço. Que venham e cheguem logo os filhos, os genros, as noras, netos, primos, tios, tias, parantes e aderentes, amigos e agregados. Venham com suas cantigas, que a festa, aqui, começa antes de começar.
Emanoel Barreto
"Não é justo alguém ter o direito de ter uma empresa de aviação e outro não ter o direito de comer um pão." /////// JAMAIS IDE A UM LUGAR GRANDE DEMAIS. A UM LUGAR AONDE NÃO TENHAIS CORAGEM DA IMENSIDÃO - EMANOEL BARRETO - NATAL/RN
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Mais dinheiro, mais dinheiro...
Caros Amigos,
Um bilhetíssimo para vocês, por pura falta de tempo: ao que tudo indica, deverá obter pleno êxito a molesta intenção do Governo, na aprovação da continuidade da CPMF. É preciso, entendem "eles", que continuemos a pagar para ter conta em banco; a pagar para sermos lesados; a pagar por pagar. E o que temos em troca? Façam o seguinte: olhem em volta, vejam os noticiários de rádio, TV e jornal, que logo encontrarão a resposta.
Um abraço,
Emanoel Barreto
Um bilhetíssimo para vocês, por pura falta de tempo: ao que tudo indica, deverá obter pleno êxito a molesta intenção do Governo, na aprovação da continuidade da CPMF. É preciso, entendem "eles", que continuemos a pagar para ter conta em banco; a pagar para sermos lesados; a pagar por pagar. E o que temos em troca? Façam o seguinte: olhem em volta, vejam os noticiários de rádio, TV e jornal, que logo encontrarão a resposta.
Um abraço,
Emanoel Barreto
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Em meio a Minas, montanhas
Caros Amigos,
Deixei os ares portenhos pelas montanhas mineiras,
chão brasileiro tão forte, coisas de aqui querer bem.
Cheguei ao abraço, família, calor de tempos
amigos; queridos, todos queridos.
Com mais tempo, escrevo. Detalho coisas de cá.
Volto a vocês todo dia, mas trazendo
na lembrança, ainda por esses dias,
o som do tango portenho.
Um abraço,
Emanoel Barreto
Deixei os ares portenhos pelas montanhas mineiras,
chão brasileiro tão forte, coisas de aqui querer bem.
Cheguei ao abraço, família, calor de tempos
amigos; queridos, todos queridos.
Com mais tempo, escrevo. Detalho coisas de cá.
Volto a vocês todo dia, mas trazendo
na lembrança, ainda por esses dias,
o som do tango portenho.
Um abraço,
Emanoel Barreto
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Adios, muchachos
Caros Amigos,
Anoto neste pequeno e incompleto diàrio: saio agora, seis e meia da manhá, nos rumos distantes de Minas. Là, estarei na regiáo mais central e mais intensamente mineira, protegido pelas montanhas, abraçado pelo clima ameno, pelo siléncio grande que domina tudo.
Ao tempo, irei acrescentando recuerdos, detalhes, visóes e acontecimentos. Continuo com problemas na acentuaçao. As computadoras, acà, sao máquinas molestas...
Gracias,
Emanoel Barreto
Anoto neste pequeno e incompleto diàrio: saio agora, seis e meia da manhá, nos rumos distantes de Minas. Là, estarei na regiáo mais central e mais intensamente mineira, protegido pelas montanhas, abraçado pelo clima ameno, pelo siléncio grande que domina tudo.
Ao tempo, irei acrescentando recuerdos, detalhes, visóes e acontecimentos. Continuo com problemas na acentuaçao. As computadoras, acà, sao máquinas molestas...
Gracias,
Emanoel Barreto
domingo, 11 de novembro de 2007
O bébado e o equilibrista
Caros Amigos,
Caminhando pela feira de San Telmo, Buenos Aires, parei frente a um artista de rua. Trabalhava com uma marionete, a triste figura de um borracho. Garrafa na mao direita, malvestido, o boneco executava, ao comando dos cordèis, passos de bebado ao som de um tango, que saìa, cheio de dolor, de um aparelho fanhoso.
O pobre boneco representava bem a figura dos descamisados de Evita Peròn, sofrendo màgoas, chorando alguma tràgica separacao, golfando tangos cheios de profunda e trëmula angùstia. Olhando aquele artista, que repetia sempre o mesmo nùmero, vi nele o perfil do equilibrista da vida. Ganhando essa mesma vida ao lado de um boneco. O boneco, o bebado: o artisya, o equilibrista.
Certamente, todos os dias, ganha os seus cobres e depois volta â sua habitacion. Creio que vi ali, bem exposta, toda a pulsante tragicidade de alma portenha. E, como no Brasil, aqui tambèm hà bebados e equilibristas.
Um abraco,
Emanoel Barreto
PS: È impossivel colocar a acentuacao tonica. O computador nao esta programado para isso. Assim, fiz o texto da forma que me foi possivel.
Caminhando pela feira de San Telmo, Buenos Aires, parei frente a um artista de rua. Trabalhava com uma marionete, a triste figura de um borracho. Garrafa na mao direita, malvestido, o boneco executava, ao comando dos cordèis, passos de bebado ao som de um tango, que saìa, cheio de dolor, de um aparelho fanhoso.
O pobre boneco representava bem a figura dos descamisados de Evita Peròn, sofrendo màgoas, chorando alguma tràgica separacao, golfando tangos cheios de profunda e trëmula angùstia. Olhando aquele artista, que repetia sempre o mesmo nùmero, vi nele o perfil do equilibrista da vida. Ganhando essa mesma vida ao lado de um boneco. O boneco, o bebado: o artisya, o equilibrista.
Certamente, todos os dias, ganha os seus cobres e depois volta â sua habitacion. Creio que vi ali, bem exposta, toda a pulsante tragicidade de alma portenha. E, como no Brasil, aqui tambèm hà bebados e equilibristas.
Um abraco,
Emanoel Barreto
PS: È impossivel colocar a acentuacao tonica. O computador nao esta programado para isso. Assim, fiz o texto da forma que me foi possivel.
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