sábado, 13 de novembro de 2010

Comece bem o feriado no Insônia Bar

Quer começar bem o feriado? Venha almoçar um prato típico da culinária norueguesa. Prove da karbonade do Insonia bar e desfrute da bela paisagem do Morro do Careca. 

Nossos pratos executivos, em horário de meio dia até 15:00 horas, custam R$ 10,00 de segunda à sábado.

Estaremos abertos todo o feriado, sábado e segunda das 11:00 até 03:00 horas e domingo das 17:00 até 01:00 hora.


Veja nossas fotos em http://www.insoniabarnatal.blogspot.com/




 

Após receber carta do Marquês de Camisão, Alberany, o abominável, toma contato com estranha e refulgente floresta, misteriosa e encantadora e recebe ilustres explicações sobre o humano gênero. Em carta que agora chega, eis o que ele diz:

Terra Brasilis, 13 de junho de 1730 

A quem me lê, eis o que se passa e que agora vos digo,


Após receber, sumamente gratificado, nobilíssima carta do Marquês de Camisão y Astúrias, que agregou a seu digno nome tal  onomástica, devo dizer, gracioso leitor, recobri-me de alegrias e pulsa meu coração deveras.

Após isso, vesti-me de roupas amplas e cordiais ao meu título de Baronete, emplumado que agora sou da nobreza concedida, e dirigi-me a seus aposentos. Ali não estava o Marquês. Apenas algumas mucamas, belamente negras e desnudas, que o serviram à noite a bom prazer. Adonde está Sua Graça?, indaguei. E as vozes argentinas mo informaram: Encontra-se na sala central da casa, bom senhor.

A lá me encaminhei. Passos rápidos e pressurosos pensamentos a Sua Graça me levaram. Chegando à sala ali o achei: encontrava-se empoleirado à grande árvore que ali floresce, na companhia douta do papagaio e da anta, ambos bem próximos de si.

Antes de tratar dos grandes assuntos que mo levavam à augusta e sobeja criatura excelsa, busquei esclarecer a uma curiosidade e perguntei: Por que, Vossa Graça, tão luxuriante árvore encontra-se aqui plantada? 

Ah!, respondeu o Marquês de Camisão y Astúrias, eis que sou homem telúrico e aprendi desde cedo a preservar a terra e seus valores. Esta árvore é-me grandemente grata e a mim representa esta Terra Brasilis. Não vedes acima a claraboia feita no mais fino cristal da Boêmia? Respondi: Sim, eu o vejo. Então, continuou o venerável, que valorizo o sol que recobre toda esta pátria e assim o quero para bem cuidar da árvore onde nela me empoleiro. Há nesta Terra Brasilis tal fartura, de tudo e de algo mais, que aquele que dela se souber aproveitar será grande e obrará atos prodisiosos. Esta terra, Senhor Baronete, é uma grande fantasia. Por isso, dou-me o direito de flanar em meio aos seus dourados, fluir em meio às réstias que reluzem e sentir-me prazeroso em meio a matas gentis, povoadas de duendes tropicais, delícias delicadas e gentis mistérios. Ó, como amo esta terra!, disse, e vi-lhe a cair dos olhos verdes lágrima cortez e fidalga mui. Ó!

Após essa epifania percebi então: o Marquês era realmente homem de amor à terra e aos seus chãos e matas, animais e outros viventes. Eis o que vi: toda a sala havia sido transformada em floresta tropical e linda. A luz do sol refulgia nos matos e em outras plantas e o verde resplandecia em miríades de matizes. Pássaros formosos volteavam a meu retor, felinos de bom porte caminhavam mansos. Ó, disse eu, pasmo de mim mesmo. Ó, eminente senhor de muitos talentos, quão grandiosos são vossos misteres e ilustres desígnios, ó!

Logo em seguida, todavia, eis o que se mo deparou: notei que dentre os animais caminhavam seres estranhos, todos de penas revestidos. E quem são, disse, tais seres, machos e fêmeas, todos nus a caminhar acá? 

Disse o Marquês: Tais animais são chamados índios e deles trouxe alguns espécimes para meu refrigério e prazer intelectual, a fim de os estudar. São, posso-vos dizer, estranhemente inteligentes e se comunicam em alguma forma de linguagem e isso dá-me a obscura sensação de que são alguma espécie de humanos, mas, sinceramente, não o creio...

Mas, Vossa Graça, disse eu, não falais com a anta e com o papagaio? Seriam eles mais humanos que tais bestas? Não há aí, respeitosamente vos inquiro, algo de paradoxo e estranho? Respondeu-me o magistral senhor: Caro Baronete, eis aí o vosso engano. Homens são aqueles a quem os poderosos assim o reconhecem e lhes apõem direito. Quem não tem direitos homem não é. Não vedes que o papagaio repete tudo o que digo?, e que a anta cumpre tudo o que lhe determino? Sim, garanti. Vejo. E ouço, acima de tudo, ouço.
 
Pois, bem, redarguiu. Só é bom e justo, equânime e eficaz, aceitável e justo, aquele que me concorda e faz de tudo o que me apetece. O diferente é errado e mau, é sedição e reboliço, ameaçador e duvidoso e portanto proscrito está. Assim, se digo que são índios e não homens, são índios e não homens. Para comprovar o que afirmam meus conhecimentos e ciência, digo-vos: já os vi em combate e matanças. Munidos de lanças e de arcos e de frechas e de clavas, agridem-se cruelmente e tais armas produzem ferimentos horríveis, esmigalham crânios e outros malfazeres. 

Nem devo dizer que ante tais atrocidades determino a minha guarda que os domine, a fim de que não se extingam, já que é de interesse da ciência estudar a tais entidades da selva. Além do mais, devo mencionar, fornicam à vista clara, como fazem os cães e as cadelas, os touros e as vacas. E se uma coisa é igual à outra, quem as perpetra é o mesmo em si, mesmo que de aparência diferente.

Tomado de espanto, e reunindo minha pouca coragem, quis saber: Mas, Vossa Graça, se eles se atacam e se insultam, se ferem e se matam, isso não é a prova maior de que são homens? Não é nosso também, que somos brancos, o exercício do mutilar e ofender, esganar e estripar, maçar e esfaquear? E também não fornicamos, às vezes nem mesmo às escondidas? Isso não estabelece a ligação nossa com os animais? Não foi esse o vosso raciocínio? E se os índios sendo animais e igual a nós agindo, não são eles gente também? Ou então nós também somos animais...

O bondoso Marquês riu-se e riu-se muito. E justificou sua teoria, no que concordei imediatamente: Meu caro Baronete, não vedes que nossas armas são muito mais evoluídas? Não temos o trabuco e o canhão? Sabeis que as peças de fogo foram inventadas ainda no ano 1300? E que conclusão disso tirai?

Vi-me perdido e sem argumentos, a não ser a suposição íntima de que uma arma é uma arma. Seja na mão nossa de brancos ou na mão do animal índio. Mas, digo-vos, não tive coragem de contraditar, quando o Marquês asseverou: 

Isso, nobre Baronete, comprova que no homem o poder da morte é evoluído e sagaz, ao contrário dos índios. E que tal proceder resulta de nosso enorme saber porque pensamos e, pensando, agimos segundo uma óptica racional e é racional matar com métodos avançados, não com maças e frechas. Nossas armas, que usam pólvora, resultam da ciência. E a ciência não tem lado ou tratos com opiniões. A ciência é isenta e criadora e não para nunca. A ciência é a feitiçaria do cérebro virtuoso do civilizado. E se por acaso dela resultam morticínios e guerras é tudo em nome da humanização e da civilização e de novas descobertas. Assim, a pólvora, meu estimado Baronete, é o símbolo maior da humanização. A pólvora, digo-vos, permitiu-nos criar o canhão, o arcabuz, a pistola e o pistolete. E o que disso resultou? Resultou que os mais inteligentes, portanto mais humanos, dominaram os que tal ciência não tinham, e digo-vos agora uma das  maiores conclusões da minha ciência plena: em sociedade há os que são mais humanos e menos humanos.Os mais humanos predominam pois dominam a pólvora e o canhão. Os menos humanos, não. E é assim e assim que deve ser. Daí porque há pobres e ricos, dominadores e dominados. Comprendeis vós? 

Sim, disse, eu o compreendia. As armas evoluídas provavam nossa superioridade humana e a diversidade de humanos na própria humanidade.

Mas, ai, nobre leitor, alonguei-me demasia nestas narrativas, pois que muito me impressionaram a floresta do Marquês e seus estranhos animais. E em assim fazendo negligenciei meu intento primeiro, que era vos contar os planos que tinha ido a traçar com o Marquês, para a construção de sua pirâmide, agora que se considerava faraó e queria todo o povo a nela trabalhar. 

Se lestes minha missiva anterior, sabeis do que estou a vos falar. Se não, fazeio-o agora, que já me apresto a vos enviar novo comunicado em breve. Logo logo tereis então a continuidade do que vos tenho a dizer.

Saudações a Vossa Mercê, ilibado leitor.
Deste que vos preza e mui,

Baronete Alberany, ainda o abominável
O discurso da servidão voluntária ou de como garantir a liberdade à custa da prisão
Emanoel Barreto

Dizem as coisas de jornal do Estadão: Autoridades do governo de Mianmar libertaram neste sábado a líder oposicionista Aung San Suu Kyi, após o fim do prazo de sete anos de sua prisão.
 
A libertação da prisão domiciliar de uma das mais importantes presas políticas do mundo ocorre uma semana depois de o governo realizar eleições, as primeiras em 20 anos no país, que foram vencidas pelo partido pró-militar e denunciadas pelos países do Ocidente como uma farsa.

Detida ou sob prisão domiciliar por mais de 15 dos últimos 21 anos, Suu Kyi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, tornou-se um símbolo da luta para livrar o país do sudeste asiático de décadas de regime militar. As informações são da Associated Press. 
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A liberação de Aung San Suu Kyi leva-me a lembrar Étienne de la Boétie e seu "Discurso da Servidão Voluntária", magnífica obra em que basicamente indaga: por que tantos se curvam a tão poucos? Por que o povo, que é muito, se dobra à vontade de déspotas de vários tipos? 


Dobramo-nos à vontade das grandes corporações, que alegam a liberdade do empreendedorismo individual como garantia democrática de todos, quando no real apenas a uns poucos é dado tal direito; ajelhamo-nos perante regimes de força, que se asseguram portadores, por si, dessa mesma liberdade. Todos os sistemas foram e são, percebe?, guardiães da liberdade. 


Frente a seus algozes a até então prisioneira cometera o crime de pensar. Seu pensamento divergente, a atitude discrepante, apenas predizia  a necessidade de ser o povo livre para viver o seu cotidiano - isso o digo de maneira bastante singela.


O resultado? A prisão, a angústia de viver capturada às paredes de sua própria casa. Outro exemplo: Mandela e seus terríveis dias sob o peso do apartheid. Mais um: o Nobel chinês que amarga as grades sob a tutela de Pequim. Em Cuba, casos semelhantes. Americanos ceifando vidas no Iraque, nos porões de masmorras bem guardadas. A Igreja e a Santa Inquisição. Continuar seria infindável.


Vive o Homem sua louca aventura sobre a Terra e segue como um cego a ser guiado por um bandido. E a servidão voluntária continua sem que tenhamos uma luz no fim do túnel.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Bela página musical
Walter Medeiros*
 
Um momento muito emocionante da música potiguar foi exibido na quinta-feira, 11.11.2010, quando a TV-U apresentou o belo programa Memória Viva com a entrevista de Terezinha de Jesus a Tarcísio Gurgel, Leide Câmara e Enock Domingos. Uma trajetória de vida digna de registro, da menina do interior que na capital descobriu seus dotes musicais e na cidade grande transformou-se em musa do Brasil inteiro.

Aquelas canções dos sucessivos discos de Terezinha de Jesus (que tinha o apelido, entre os amigos, de “Tiazinha” ainda nos anos setenta) têm um significado único na história da música brasileira. Trata-se de um padrão que só ela, com a sua voz encantadora e aquele vigor estonteante poderia soltar e embalar tantas platéias.
Terezinha de Jesus fez parte de um momento musical muito frutífero, no qual ela garantiu presença entre os melhores. Em alguns instantes, inclusive, teve seu apogeu, tornando-se o destaque em todo o país. Tivemos a sorte de observar atentamente aqueles dias de maior glória da nossa conterrânea, cujas qualidade musicais não a fizeram um simples produto, mas sim uma artista de verdade.

Durante a entrevista, Tarcísio Gurgel fez uma pergunta cuja resposta já sabia que não seria tão fácil: por que Terezinha de Jesus resolveu deixar o Rio de Janeiro em voltar a morar em Natal, onde reside até hoje? Tranquila, simples e humilde, a entrevistada explicou que depois de um tempo diminuíram as apresentações, acabou o contrato com gravadora e, espelhando-se em exemplo de artistas que voltam para suas terras e ficam viajando para realizar os trabalhos, resolveu voltar. E completou que os convites não apareceram mais.
Depois dessas explicações, no entanto, a cantora de “Vento Nordeste”, “Prá incendiar teu coração” e tantos outros sucessos foi incisiva e expôs aquele mesmo vigor de quando animava as multidões com imensa energia, para dizer da sua certeza de que desejava fazer muito mais na sua profissão. E disse que ainda deseja fazer muito mais, tanto que continua cantando e agora é também, compositora.

Diante daquela revelação, a pesquisadora e entrevistadora Leide Câmara registrou que o sucesso de Terezinha de Jesus foi todo calcado em discos de vinil. Por isto, aproveitou para defender que é hora de gravar um CD, uma nova peça que falta na carreira da artista. Uma idéia oportuna e que precisa ser posta em prática. Terezinha de Jesus merece viver esse novo momento, com novos sucessos. Seu público também merece e espera. E sua trajetória nos deixa a certeza de que estará, com essa gravação, escrevendo mais uma bela página da história da música.
*Jornalista

O Marquês de Camisão responde em tom comovido à carta de Alberany, o abominável, e anuncia que será um faraó, pretendedo escravizar a todo o povo.
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Digníssimo Sr. Alberany, o abminável, o que vos digo, em acorde altuístico e sincero, eis.

Recebi com emoção candente o plenilúnio de vossas palavras evolado. Eis-me então, senhor que sou de muitos poderes, presa de tais e engrandecedoras palavras. Ó, digno homem bom! Ó, magistral figura de múltiplas artes e engenhos! Sois portador de novas tão boas que a emoção de minh'alma delas não se ombreia, tão altos são vossos encômios. 

Sim, meu caro Sr., tendes planos destros e lestos e deles quero ser parceiro e parte, anfitrião e suporte encorajador.Vossa Mercê é digno de compartilhar de meus objetivos, intentos e projetos. Tenho para mim que homem de minha condoreira altitude precisa entrar para a História e ser estudado no futuro como exemplo e marco a fazer sombra a seu próprio tempo.


Destarte, digo-vos que conto com vossa prestimosidade para a realização de augustos propósitos. Quero altear-me a Alexandre, o Grande, e a César, a Gengis Khan e a Átila, a Nero e a Calígula, e, acima, de tudo a Tutankamon. Este, especialmente este, é meu modelo e espelho histórico, cuja vida reviverei a pleno fausto.


Assim, digno-vos Sr., Vossa Mercê será favorecido para ajudar-me  a levar adiante tão esplendoroso empenho. Como faraó que serei - e para isso tereis papel preponderante -, preciso determinar o mais rápido possível sabe o quê?, o início das obras da minha pirâmide.

Será obra prima e grandiosa manifestação da mais alta engenharia. E no futuro, daqui a muit'anos, algum arqueólogo virá a descobrir minha pirâmide e admirar o meu sarcófago. Fazer estudos sobre quem fui e todo o bem que perpetrei. Eia!


Para tanto, urge dizer, recolheremos dinheiro dos ricos e dos pobres e até El Rey será chamado a depor suas moedas em nossas sacolas. Percorreremos os paços reais e os mais obscuros tugúrios, os palácios e os juizados, as assembleias e os ambientes dos maiorais e grandiosos. E todos recolheremos, à força de argumentos variados, desde negociações até ameaças e chantagens, tudo o que se nos for necessário. 


Para que tenhais livre trânsito nos palácios, conseguir-vos-ei o título de baronete. E atingida a fidalguia sereis figura de proa nesta nau tão bela. 


Seguem-se os meus planos: mobilização de toda força popular possível. Como faraó, será do meu gosto, e mui, que homens, jovens e meninos sejam postos a ferros e em seguida trazidos à construção do monumento. Carregarão pedras colossais como se fossem pequenos ciclopes a trabalhar pela glória do seu senhor, eu.


Para domar o povo serão instituídas leis, pois para isso é que servem as leis. Estabelecida a escravidão geral, teremos à mão toda a força muscular a ser prescrita. E quem resistir será proscrito e pagará bem caro o preço da sedição. Será dito a todos que é crime se voltar contra o interesse público. E o interesse público será a minha pirâmide, real interesse de Estado.


E se a lei ainda assim não dobrar o povo, apelaremos para atos poderosos. Levaremos às ruas vossos mandriões e vossas bruxas e todos perseguirão o povo. Os primeiros apanhando os que puderem, levando-os a tão venerável projeto. As segundas pronunciando vaticínios e anunciando o mal que recairá sobre os insurretos com a força das pragas do Egito, o que aliás será de boa temperança uma vez que faraó o sou. 


Construiremos máquinas ciclópicas para o transporte e o erguimento dos matacões, alevantando-se assim minha grandiosa e lúcida quimera.


Eis pois, meu caro, e já vos trato por baronete, os meus propósitos. Espero-vos para reunião o mais tardar amanhã, a fim de que possamos dar largada a tão monumental e grandiosa obra.


Deste que vos preza e estima, ó magnífico patife.


Marquês de Camisão.
Folha trata assunto sério como caso de fofoca
Emanoel Barreto

Apesar de gabar-se da qualidade do seu jornalismo, a Folha de S. Paulo dá uma demonstração de como funciona sua Redação. Em entrevista como o empresário Sílvio Santos, encalacrado com as dívidas milionárias do seu banco, foi procurado por telefone para falar a respeito do assunto.

Errou o jornal ao tratar de assunto de tamanha importância por telefone. Qualquer foca sabe que esse tipo de entrevista só deve ser feita, em casos assim, se não houver outra forma de contato. Pelo telefone há um natural empecilho. É cansativo conceder entrevistas mais longas e a fonte pode cortar a qualquer momento a comunicação. 

Além disso, Santos transformou a conversa num bate-papo, tirando-lhe todo o caráter que uma entrevista desse tipo deve ter: seriedade. A jornalista não o questionou a respeito da quebradeira do banco, a qualidade da gestão, as consequências disso no mercado setorial. Nada. Ingressou no jogo do empresário e o resultado foi a "entrevista" que transcrevo abaixo. 

"Se pagar bem, claro que vendo o SBT"

MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA

O empresário Silvio Santos atendeu ontem à noite, em sua casa, a um telefonema da Folha. Ele disse que, se alguém pagar o que ele deve ao FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que emprestou à sua holding dinheiro para cobrir o rombo do banco PanAmericano, pode comprar o SBT. Leia entrevista.

 
Folha - Eu gostaria que o sr. desse uma palavra para o público sobre tudo o que está acontecendo no banco.
Silvio Santos -
Não posso porque eu assinei um termo de confidencialidade. Eu assinei um termo de conf... confidencialidade... é até difícil de falar! Não posso comentar nada. Só quem pode falar é o Fundo Garantidor de Crédito. 

O sr. se encontrou com o Lula. Falou com ele sobre isso?
Que Lula? 

O presidente.
Estive com ele falando sobre o Teleton [programa que arrecada recursos para a AACD]. Ele está me devendo R$ 13 mil [risos]. Tive que dar por minha conta porque ele prometeu e não deu os R$ 13 mil [que disse que doaria]. Eu falei para ele: "Se você der R$ 13 mil, a Dilma pode ganhar a eleição". Porque é o número dela, não é? Não é 13 o número da Dilma? "Pode ser que Deus te ajude e ela ganhe a eleição." 

E ela ganhou do mesmo jeito.
Mas aí é que tá: agora tô preocupado [risos]. Ele fez a promessa e não cumpriu.
E o senhor votou nela?

Eu estou com 80 anos. Você acha que eu vou sair de casa para votar? Vou votar é em mim mesmo aqui em casa. 

E aquela história da bolinha [reportagem do SBT afirmou que o candidato tucano, José Serra, foi atingido, numa manifestação, por uma bolinha de papel, e não por um objeto mais pesado, como ele dizia]? Todo mundo está falando que o SBT fez a reportagem porque estava com problema no banco.
Mas que bolinha? 

A bolinha que caiu na cabeça do Serra.
Caiu alguma coisa na cabeça dele? [risos] Caiu alguma coisa na cabeça dele?

Na campanha.
Ah, não foi hoje? 

Não.
Ah, eu não sei desse negócio de bolinha, não. Isso aí, olha, eu não vejo TV. Televisão, para mim, é trabalho. Só vejo filme. Agora que você ligou para mim eu estava vendo a Fontana di Trevi. Você já viu esse filme, "A Fonte dos Desejos" (de Jean Negulesco)? Eu estava vendo agora. 

E essa informação de que o empresário Eike Batista quer comprar o SBT?
No duro? 

É.
Ah, me arranja! Arranja para mim que eu te dou uma comissão. 

O senhor venderia?
Se ele me pagar bem, por que não? Quem é? "Elque"? 

Eike, um dos homens mais ricos do Brasil.
Ele é americano? Eike? 

Brasileiro.
Não, não conheço. Mas, se ele pagar os R$ 2,5 bilhões que estou devendo, vendo, é claro que vendo. Não precisa nem pagar para mim, paga para o Fundo Garantidor de Crédito. Eu não posso vender nada sem passar pelo Fundo Garantidor de Crédito.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Discriminação e preconceito: Tiririca tem de provar que é gente
Emanoel Barreto
 
Nordestino, mestiço, feio. Já foi pobre. À exceção do fato de que não é mais pobre, Tiririca, aliás deputado eleito Francisco Everardo Oliveira Silva, não podia esperar outra coisa que não o preconceito da elite branca e jurídica de S. Paulo. E não deu outra: foi obrigado a provar que tinha direito sim de assumir o mandato que lhe foi outorgado por bem mais de um milhão de votos. 

 Hoje à tarde, após ser constrangido a ler e escrever, foi afinal tido como gente e admitido a assentar-se às impolutas cadeiras da nossa Câmara dos Deputados. A presença de Tiririca em plenário tem um sentido simbólico que supera em muito sua evidentemente acanhada figura de futuro parlamentar: ele é legitimamente um representante do povo, pois deste veio e sobreviveu a duras penas. 

Sem a fidalguia e a eruditismo de alguns de seus próximos pares, a figura de Tiririca será como uma sombra viva, passos de acusação, zumbi vindo dos manguezais e caatingas da pobreza mais aviltante, que muitos dos que na Câmara se encontram ajudam a perpetuar com seus gestos de corrupção e conluios.

Tiririca é o gol de placa feito por time de várzea em seleção de Primeiro Mundo. É o gemido do povo dizendo "eu existo", é o grito, a denúncia viva do escárnio que é tão solertamente prepetrado pelos membros da elite que resfolegam, obscenos, nos escaninhos do parlamento.

Tiririca pensa, apesar de tudo, pensa. Logo, existe.
Foto:Apu Gomes/Folhapress

A triste alegria das drogas e do álcool em um filme impressionante. TAC Campaign - 20 year Anniversary retrospective montage "Everybody Hurt...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Alberany, o abominável, envia carta ao Marquês de Camisão, quando se lhe propõe coisas indignas e ignóbeis negócios
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Terra Brasilis, 13 de junho de 1730

Digníssimo Marquês de Camisão, a Vossa Graça declaro o que se há de ler.

Após participar a vosso lado em tropelias a bulícias, explorando o povo e espoliando a quem mais tinha, reservei esta noite ao pensamento e à meditação, na busca de palavras que vos possam agradecer tão intensa acolhida na mansão donde administrais tantos feitos e muitos tratos. 

Eis que eu, e toda a grei que me acompanha, somos na verdade um conluio e sociedade, partido e assembleia; somos grêmio, congregação e raça de mentes viperinas, e vos somos todos muito gratos. Nesta casa, Vossa Graça, encontramos ambiente ideal para o ócio, as tramoias e o descanso de nossos corpos malvados, enquanto em nossas mentes gentias pensamentos malsãos ganham forma e luzem brilho.

Assim, em meio às minhas meditações, e ainda sob o agradável impacto de vossa benevolência acolhedora, venho agradecer e propor planos e projetos, itenções e desígnios que serão levados a cabo com nosso engenho e outros artifícios. 

Como bem o disse, estou em companhia de indivíduos de comportamento insalubre e gestos de esperteza, atos malsinados e golpes ignóbeis. São homens faladores e tipos sinuosos, gente da escolha e sujeitos de refinada escória. São piratas e trapaceiros, mandriões e bufarinheiros, biltres e farsantes. Também os há versados na arte do venefício e autores de delitos qualificados, golpes contra os tesouros nacionais e crimes hediondos. Me acompanho de sicários e malfeitores, todos facínoras de grande nomeada. Assassinos mais perfeitos jamais vereis que dentre os meus. Nem algum de fora que possa se igualar a meus falsificadores de documentos régios, detratores da honra dos bons e malabaristas das contas públicas.


Trago também mulheres da fortuna e velhas alcoviteiras, fazedoras de feitiços e filtros os mais solertes; rezadoras e pitonisas, carpideiras e mistificadoras, lascivas e enganadoras. Rogadoras de pragas e tipas para todos os tratos sem limite de exclusão.

Como vedes, Vossa Graça, essa cavalhada de insetos é tão nociva quanto a sua diversidade. Comigo tendes desde o mais abjeto saltimbanco ao mais competente portador da adaga; da mais requitada mente criminal para o manuseio dos tratos régios aos mais elegantes patifes; palradores condoreiros e oradores de inigualável eloquência, além de foliculários e intrigantes. Não conhecemos a palavra escrúpulo e desdenhamos da honra e do pudor.

Com tais homens, Vossa Graça, poderemos investir contra o povo e usurpá-lo facilmente, que é do povo curvar-se a quem o curva. Poderemos infiltrar-nos nas Cortes e nos salões, assembleias de homens ditos bons e concílios de toda ordem. E assim, aderidos ao poder, do qual já fazeis parte pela própria condição nobiliárquica, dominaremos as rédeas da nação e quiçá de outros povos que também nos servirão de boa lavra.

O que vos proponho, Graça Excelsa, é que nos ponhamos a pensar em conjunto a fim de que nossos intentos venham a trovejar, nosso poder a crescer e nossos cabedais a aumentar de força plena. Tendes já a vosso lado o papagaio e a anta, magníficos conselheiros que de há muito vos acolitam e iluminam vossas sábias e imponentes decisões. 


Ao que vos proponho, trabalharemos contra o povo dizendo a este servir. E o povo exultará com isso. Atuaremos dentro da ordem assegurando nossa parte, que é da ordem mesmo o esbulho, o roubo e a pilhagem; a falcatrua, o ganho e os dividentos indevidos, o opróbrio dos pobres e o vexame dos humildes, a espoliação da viúva e dos seus órfãos. E, metidos dentro da ordem, jamais poderemos ser punidos; se o formos, toda a ordem também o será, pois a ordem é igual a nós e ninguém pune àquele que é o seu espelho. 

Passaremos por cortesãos e homens de valor, cavalheiros e dignos burgueses. Daremos festins de suma elegência e iremos, opíparos, a folguedos a que somente têm acesso os grandiosos e os maiorais, os déspotas e os vizires. E nossos foliculários nos louvarão em suas folhas e atacarão àqueles que nos atacarem. E elogiarão os ricos tolos para que se sintam maiores. E deles daremos cobro ao dinheiro. 

Iremos aos púlpitos e aos comícios e faremos promessas milenaristas. O povo acreditará no leite jorrando das torneiras e no pão à tripa forra. Tomaremos o poder e os nobres nos temerão, pois somos iguais a eles e eles sabem do que eles são capazes e portanto que somos capazes do que eles seriam capazes. Operaremos prodígios de corrupção e fabricaremos armas de excepcional mortandade. Divulgaremos crenças apocalípticas e anunciaremos o fim dos tempos. Aplicaremos castigos aos maus e por eles nos serão os pecados perdoados. E aplicando o fuste aos malvados de valor, ao povo apareceremos como se salvadores o fôssemos. Ave!

Destarte, Vossa Graça, eis-me aqui, sem me rir sem chorar, colocando à vossa vassalagem toda uma equipa de tratantes e malfeitores, mandriões e expertos em negociatas. Esta vos será entregue, para que mediteis sobre tão graves e largos intentos.

Desde que vos serve com radiância e alegria,
Alberany, o abominável







A marca do Zorro ou de como o sargento Siqueira se transformou no Sargento Garcia
Emanoel Barreto


A atitude da Mesa da Assembleia Legislativa, negando posse ao sargento Siqueira, aliando-se assim ao Ministério Público que contesta sua assunção ao mandato, mostra pelo menos um resquício de consciencia social e respeito  a esse ser coletivo a quem chamamos povo. Siqueira assumiria no vácuo deixado pelo deputado Gilson Moura, no que aparenta ser uma espécie de negaça, uma drible e uma afronta aos princípios republicanos.

Tomando conta do mandato Siqueira passaria a ter foro privilegiado uma vez que o processo contra ele, oriundo da Operação Impacto, o revestiria da armadura de parlamentar. A renúncia de Moura é vista como um conluio para beneficiar o colega de partido. 

O episódio é típico da nossa pequena política, aquela de bastidores, praticada nos escaninhos mais mofados da política. Aquela da troca de favores e benemerências cavilosas, onde a coisa pública passa a ser usada como proriedade do mandatário, em detrimento das mais comezinhas regras da moral e da ética. A política como epílogo da decência. 

Nossa cultura política é assim: sem grandes gestos, sem atos de grandeza, sem valoração de princípios, sem coerência ideológica.

Mas o sargento Siqueira teve a experiência dolorosa, vexatória, de ficar esperando inutilmente para tomar posse: como nenhum membro da Mesa compareceu à Casa, ele ficou plantado ontem, a tarde inteira, à espera de Godot. Mas, como na peça de Samuel Beckett, debalde foi a espera. Siqueira passou a humilhante situação de ver seus pais, um respeitável casal de mais de 80 anos, sofrer inutilmente, expostos publicamente ao vexame.

O gesto da Mesa, duro mas necessário, ficou nele como sendo a marca do Zorro: aquele "Z" que o heroi mascarado deixa fincado na testa dos seus antagonistas, labéu e pecha a denunciar que ali estava alguém que se postava contra os interesses sociais. Com o gesto, a Assembléia transformou o sargento Siqueira numa espécie de Sargento Garcia, atrapalhado e toleirão, a serviço de causa nada louvável.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

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Francien Krieg
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Jornalistas do RN têm o pior salário do país
Emanoel Barreto

Os jornalistas estão em campanha salarial, tentando reverter situação histórica que nos coloca como o mais baixo piso salarial do país: 900 reais. Os empresários do setor propõem  aumento de 31 reais. 

É isso mesmo: 31 reais. Somos uma categoria representativa, o jornalismo está entre as profissões estruturantes de uma sociedade, como a saúde, o direito, a educação e as engenharias.

O que se pretende é um salto de qualidade. O respeito a trabalhadores que sempre foram aviltados em sua condição. Abaixo, mensagens de colegas solidários à nossa categoria.

Prezados e prezadas colegas,
 
Nesta quarta-feira (10), na Delegacia Regional do Trabalho, às 10 horas da manhã, acontece um Ato Público pela valorização dos jornalistas do RN. Como sabemos, nosso colegas recebem um piso de R$ 900,00, o menor do Brasil. É lamentável formarmos, todos os anos, um número expressivo de jornalistas e assistirmos ao descaso e à maneira pouco digna que são tratados no mercado de trabalho. A proposta, que os empresários do RN colocaram em pauta, eleva o salário, em termos práticos, em apenas R$ 31,00. Ademais, o empresariado pretende extinguir as folgas dominicais, um retrocesso na legislação trabalhista à pré-CLT.

Convidamos a todos e todas, independente da habilitação que ensinam, a encampar, junto com jornalistas do RN, a luta por melhores condições de trabalho. Motivemos os alunos e as alunas para comparecer a esse ato de cidadania.

Dessa forma, coloco-me, não como Chefe de Departamento de Comunicação Social, mas como um colega sensível à luta de seus pares.

Estou certo que a valorização da categoria desencadeará em um processo de reconhecimento do Comunicador Social, do nosso curso e de nossa profissão.

 
Atenciosamente,
 Adriano Charles da Silva Cruz
Jornalista e Professor da UFRN
......
Caro Adriano e colegas,
Sua iniciativa é valorosa.
Acrescento que a mudança dessa situação depende de todos assumirmos posturas mais assertivas em relação ao campo da atuação dos jornalistas e ao próprio exercício da profissão. 

Os níveis salariais tão baixos refletem não só, mas também, a nossa falta de mobilização como categoria, que permite inclusive o exercício simultâneo de atividades de repórter e assessor de comunicação. 

Os patrões sabem disso e compensam os baixos salários do jornalismo com melhores salários nas assessorias, o que é ruim para todos, e mais ainda para os que não têm essa duplicidade de atuação. Nós, professores da área, devemos chamar atenção para isso, pois acredito que é um caminho para melhorar a dignidade da nossa profissão e permitir que se possa sobreviver com a atividade de jornalista no Rio Grande do Norte.
Abraços,
Josimey
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Carta aberta a favor da Arlete na UFRN

Recebo carta aberta do professor Miguel Eduardo Moreno Añez, favorável à candidatura da professora Arlete Araújo à reitoria da UFRN (EB).

Caros Colegas;

Um novo olhar para a UFRN significa “um novo programa de inovação em gestão”, uma tecnologia em amadurecimento, em que as novas práticas de gestão irão diferenciar a vanguarda da velha guarda, como diz Gary Hamel, aclamado pela The Economist, pela Fortune e o Financial Times como “o principal guru de gestão do mundo”, no seu ultimo livro sobre o futuro da administração. Ele fala sobre as crenças herdadas, as quais impedem que as organizações do século XXI superem novos desafios e que os gestores possuam habilidades humanas que contribuirão para o sucesso competitivo da organização, em um mundo em que a eficiência, a disciplina e as pessoas são os recursos básicos. 

A Professora  Arlete possui essas habilidades, que, segundo Hamel estão ordenadas na seguinte hierarquia: na base está a obediência – a habilidade de aceitar instruções e seguir regras, seguindo a hierarquia da organização, encontramos a diligência. Pessoas diligentes são responsáveis, não pegam atalhos. São conscienciosas e bem organizadas.  O conhecimento e o intelecto estão no próximo nível. Acima do intelecto, está a iniciativa. Pessoas com iniciativa não esperam ser perguntadas e não precisam ser mandadas. Elas buscam novos desafios e estão sempre à procura de novas maneiras de agregar valor. Ainda mais acima, está a criatividade. Profissionais criativos são competentes e irreprimíveis. E finalmente, no topo, está  a paixão. Pessoas como Arlete têm paixão pelo que fazem, paixão pela coisa pública, transpondo os obstáculos, transformando as intenções em realizações.  

Além dessas habilidades, os gestores terão que possuir atributos e qualidades para enfrentar o futuro. Vou recorrer à trilha do livro escrito por Ítalo Calvino chamado “Seis propostas para o próximo milênio”, em que o escritor apresenta um conjunto de conferências feito para a Universidade de Harvard, onde são colocadas as qualidades ou atributos da escritura literária para o milênio em que então se avizinhava.

Atributos e qualidades, como sabemos, têm dois lados: podem ser positivos ou não. Talento e soberba, abstração e distração, rigidez e imobilidade, generosidade e prodigalidade, por exemplo,  nos mostram que os defeitos e as boas qualidades podem ser tão próximos como os lados de uma mesma moeda. No entanto, vou me restringir a indicar três atributos que vejo na Professora Arlete, como marcantes em sua personalidade, e que a faz merecedora do cargo que ora pleiteia.  As outras várias qualidades vocês poderão reconhecê-las através de sua atuação. 

O primeiro seria a integridade. Em sua vida profissional e pessoal este atributo tem uma marca forte. Ela leva muito a serio a atividade acadêmica e administrativa no desempenho profissional. O segundo atributo é a sua competência política e profissional, como demonstrada durante os oito anos a frente do CCSA e pelos seus conhecimentos na gestão pública. Finalmente, o compromisso com o interesse público como terceiro atributo, demonstrado em sua prática e atuação docente.

Arlete tem integridade, competência política e administrativa, visão institucional e compromisso com o interesse público, para caminhar nos próximos anos com a UFRN em direção ao futuro e avançar no que há de mais positivo. Conseguirá isto ao resgatar os princípios de um novo programa de inovação em gestão, para uma instituição de qualidade acadêmica e social nos planos  local, regional, nacional e internacional, em  suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. No entanto, sem perder de vista o seu compromisso com  uma gestão mais democrática, mais humana e em sintonia com a realidade social do estado do Rio Grande do Norte e do Brasil.

Por estas razões peço a meus colegas professores, funcionários e alunos da graduação e pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado), que na quarta feira 10 de Novembro, votem na Chapa 1, - “Um novo olhar para a UFRN” - escolhendo  a Professora Arlete Araújo e o Professor Manoel Lucas para a Reitoria da UFRN.
                                                  Miguel Eduardo Moreno Añez

Professor Titular da UFRN
Coordenador do PPGA/DEPAD
Recebo comunicado da chapa 2, liderada pela professora Ângela Paiva Cruz, relativo à campanha a reitor da UFRN. (EB)

Uma avaliação necessária

As mudanças vividas pela sociedade contemporânea, geradas por intensas transformações científicas e tecnológicas, disseminadas pela larga aplicação das novas tecnologias de informação e comunicação, impõem à Universidade do Século XXI a tarefa de elaborar respostas aos desafios da globalização de modelos financeiros e produtivos. 

A essa Universidade cabe um papel de afirmação de um projeto de desenvolvimento e da soberania nacionais, dado que a Educação Superior é responsável por parte substantiva da produção científica, tecnológica e cultural, sendo assim, elementos demarcadores da inserção internacional dos diferentes países. 

É nesse contexto que a Universidade Federal do Rio Grande do Norte se situa: uma instituição social que desempenha um papel estratégico como agência indutora do desenvolvimento local, regional e nacional, conforme sua missão de "educar, produzir e disseminar o saber universal, contribuir para o desenvolvimento humano, comprometendo-se com a justiça social, a democracia e a cidadania." (conforme definido na Proposta do Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRN 2010-2019, p.03, disponível em www.ufrn.br). 

Na perspectiva de enfrentar os desafios contemporâneos, a Educação brasileira, em especial, a Educação Superior passa por um dos momentos mais importantes da sua história, com políticas públicas destinadas à sua ampliação, diversificação e melhoria de qualidade. Em especial, a Universidade Pública brasileira tem sido estimulada e apoiada a promover uma expansão e uma reestruturação que requalifiquem e tornem mais eficaz o exercício de seu papel no desenvolvimento social, econômico, ambiental e humano da sociedade brasileira.  

Nesse contexto, a comunidade acadêmica e a atual gestão da UFRN desenvolveram e implementaram propostas ousadas e iniciativas inovadoras, mobilizando e integrando docentes, técnicos, discentes e gestores na perspectiva de avançar, de forma marcante, na construção de uma universidade pública, gratuita e de qualidade. Dessa forma, a UFRN conseguiu avançar no atendimento às expectativas da sociedade e da comunidade universitária, aproveitando as oportunidades para expandir e melhorar a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão; aprimorar o acesso à universidade com o aumento das vagas, promovendo uma significativa inclusão de segmentos populacionais em condições socioeconômicas desfavoráveis; avançar nas políticas de assistência ao estudante e fortalecer seus vínculos e sua presença junto à sociedade potiguar. 

Todo esse crescimento foi devidamente articulado com a qualificação e a democratização da gestão universitária, com a expansão e a modernização da infraestrutura. Nesta direção, foram adquiridos equipamentos para os ambientes acadêmicos e administrativos, além de um forte investimento na admissão de novos servidores docentes e técnicos administrativos, mediante concurso público. Novas salas de aula foram e estão sendo construídas, assim como novos espaços administrativos e de convivência. 

Novos modelos acadêmico-formativos foram concebidos, discutidos e implantados, com a criação, por exemplo, do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia e do curso de Gestão em Políticas Públicas.

Também se puseram em prática novos formatos organizativo-institucionais no campo da pesquisa e da extensão, alicerçados na ampliação sistemática do número de bolsas e apoios institucionais. Foram também implantados novos arranjos institucionais estratégicos, tais como a Escola de Ciência e Tecnologia, a Secretaria de Educação a Distância, o Metrópole Digital e os Institutos Internacionais de Neurociências e de Física, por meio dos quais a UFRN intensifica suas conexões com a sociedade e com a comunidade científica nacional e internacional. Com estratégias e ações orientadas, esse crescimento não foi aleatório, mas resultou de planejamento, acompanhamento e avaliação cujos objetivos e metas foram discutidos nos diversos espaços consultivos e deliberativos da UFRN.

Considerando essa avaliação extremamente positiva, passamos a apresentar nossas diretrizes programáticas para enfrentar, na próxima gestão, desafios novos e propor à nossa comunidade NOVAS CONQUISTAS, com os seguintes eixos: UFRN E SOCIEDADE; ATIVIDADES ACADÊMICAS; ORGANIZAÇÃO E GESTÃO. 

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