O
silêncio dos inocentes
A lamentável e – e perigosa –
situação da violência no Rio Grande do Norte teve afinal uma reação do
governador Robinson Faria: substituiu o comandante da Polícia Militar. Os novos comandante-geral e subcomandante são
os coronéis Dancleiton Pereira Leite e Sairo Rogério da Rocha e Silva. Mas foi preciso muitas mortes, praticadas de forma cruel e covarde, para que o governador tomasse a decisão.
Com isso atribuiu unicamente ao
comandante anterior, coronel Ângelo Dantas, a responsabilidade pelo descalabro
reinante. De alguma forma concordo com a decisão: creio que nunca
vi uma Natal tão despoliciada como agora. Como também nunca vi Natal e grande
Natal com suas ruas tão sujas do sangue de pessoas inocentes, vítimas de
criminosos desenvoltos e atrevidos.
Mas vejo o assunto ainda sob outro aspecto: se o comandante não agia, por que o governador não o substituiu logo? Por que esperou tanto? Por que esperou morrer tanta gente? Por quê? Simples: o governador foi tão omisso quanto o comandante da PM por ele demitido. E então, quando viu a situação afundar em descontrole Robinson repassou a culpa ao subordinado. E fim.
Mas vejo o assunto ainda sob outro aspecto: se o comandante não agia, por que o governador não o substituiu logo? Por que esperou tanto? Por que esperou morrer tanta gente? Por quê? Simples: o governador foi tão omisso quanto o comandante da PM por ele demitido. E então, quando viu a situação afundar em descontrole Robinson repassou a culpa ao subordinado. E fim.
Detalhe preocupante:
os novos comandante e subcomandante assumiram e até agora nada fizeram. Pelo
menos em termos de ação visível, com patrulhamento ostensivo ampliado e
ofensivo não vi nada disso. Faltou, ao comando recém-empossado, uma ação de impacto: tropa na rua, soldados armados para dar combate aos criminosos. Ou seja: houve mudança de nomes, mas não se pôs fim à inércia e sucumbência do estado ante a criminalidade. Pelo menos é o que me parece.
Tal
aspecto, - polícia na rua - seria essencial até para dar à sociedade a sensação exata e real de estar
protegida. E intimidar os criminosos. Criminoso precisa temer a polícia. Sem isso não dá. Mas,
vejamos o que fará o novo comando. Somente não se peça paciência à sociedade: não dá mais para esperar. Não dá mais para
aceitar novas vítimas, novas lágrimas, tragédias e o silêncio dos inocentes.
Como também não dá mais acatar
que bandidos fujam tão facilmente dos presídios e aprisionem o cidadão em casa
como se fora este e não aqueles os que devem ser atirados ao fundo do cárcere.
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Mantém-se
descalabro no Walfredo Gurgel
Recebo do Sindicato dos Médicos a matéria que
segue:
Faltam
pediatras no Complexo Hospitalar Monsenhor Walfredo Gurgel em Natal. Este
problema foi constatado na última quarta-feira (20), em vistoria técnica
realizada por representantes do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte
(Sinmed/RN) ao setor de pediatria da unidade.
Atualmente
15 profissionais se desdobram para fechar as escalas, deste número sete estão
em processo de aposentadoria e até o final de 2016 pelo menos três já estarão
inativos, desfalcando a equipe e comprometendo os atendimentos as
crianças.
Tamanha sobrecarga
de trabalho se deve primeiramente ao fechamento das pediatrias que existiam no
Hospital Dr. José Pedro Bezerra (mais conhecido como Santa Catarina) e no
Hospital Deoclécio Marquês de Lucena (em Parnamirim), gerando uma demanda maior
de pacientes do que os médicos costumavam atender em um centro de referência
que deveria se voltar apenas para traumas. Além disso, os últimos concursos
públicos realizados não abasteceram o quadro de profissionais de forma
equivalente.
Também
segundo informações colhidas junto aos pediatras, está havendo por parte da
direção do Walfredo uma proibição relativa aos direitos trabalhistas do gozo de
férias e licenças prêmio em função dessa falta de pessoal.
O presidente
do Sinmed/RN, Geraldo Ferreira, considera a situação bastante preocupante e já
enviou ofícios para a direção do hospital e para a Secretaria de Estado da
Saúde Pública (SESAP) exigindo providencias em caráter de urgência.