sábado, 7 de outubro de 2006

Se fosse nos EUA, era terrorismo

De uma coisa estejamos certos: se o acidente entre o Legacy e o Boing da Gol tivesse sido nos Estados Unidos e os pilotos fossem brasileiros, na certa os dois estariam presos. Como terroristas.

Sem dúvida alguma, qualquer acidente aviatório, nas condições desse que aconteceu no Brasil, lá seria investigado como ato de terrorismo - a esquizofrenia coletiva americana, seu etnocentrisimo doentio, impõe tal comportamento.

Aqui, cumpre-se uma investigação sigilosa e, salvo falha de minha memória, as imagens dos pilotos americanos não foram expostas nem eles concederam entrevistas.

Quem fala em seu nome é um advogado. Quando começaram as investigações, foi-lhes garantida a privacidade. A meu entendimento, caso seja constatada falha dos pilotos eles são criminosos, são assassinos. Cometerem 154 homicídios culposos por imperícia, imprudência ou negligência. A conferir.
Emanoel Barreto

Amanhã, novo debate

Amanhã, às oito da noite, Lula e Alckmin estarão frente a frente no debate promovido pela Band.Transcrevo material da TV a respeito do encontro, a respeito do qual farei um comentário amanhã, antes do seu acontecimento.

A Band será a primeira emissora a promover um confronto direto entre Lula e Alckmin. Os dois candidatos à presidência confirmaram presença no debate que acontece no próximo domingo, às oito da noite, com mediação do jornalista Ricardo Boechat.

"Este debate, que seguramente dará o tom do segundo turno, conta com regras que são uma espécie de depuração de todas as experiências anteriores da Band. É o melhor conjunto de regras possível. Vai ser um debate direto, num cenário simples, belíssimo e funcional, sem firulas, com todas as condições de dar o que o Brasil ainda não teve nesta campanha: informações suficientes para comparar os candidatos frente a frente, observando os estilos, as idéias e os projetos", afirma Fernando Mitre, diretor nacional de jornalismo da Band.

Antecipo, de qualquer forma, o que penso do acontecimento: será algo deprimente. Amanhã digo por que penso assim.
Emanoel Barreto

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

A difícil situação brasileira e a loucura como padrão universal

Debate entre Lula e Alckmin, dossiê Vedoin; destruição de floresta amazônica; moralidade na vida pública; imprensa acusada de tramar contra a reeleição de Lula; políticos sob suspeita; futuro do País após a eleição; violência e ação do crime organizado, tudo isso forma um quadro assustador, alinhando-se aí também a situação internacional: os Estados Unidos cumprindo uma espécie de missão torpe de domínio do mundo, a insana realização de testes nucleares na Coréia do Norte, o Papa acusado de haver ajudado a acobertar padres pedrófilos e... acho que basta, não?

Na realidade, o que está acontecendo é o seguinte: a situação está tão complexa, melhor diria confusa, alucinada, que minha análise de quadro é a seguinte, supondo eu que você também esteja emaranhado na mesma teia: o mundo está se encaminhando para um futuro que pode ser assim descrito:

"5jiriritoti,loppópo0,onin=ytyrnb
geraeeww
gggkitp0-235,nbvfgetsyç~´[[18a
7yter,,, não é isso mesmo?"

E mais: "tuturtrtrrikk,lopooopppop
oppoplkl
,çpp0
kku 6464loplllliii9888´ppooo
ppoptrewqanche
cvcvcvkimxzsar5432[=-0,;/kiu
edudnnn\\\
tutitutmvjkeiemaduenkk
ciekk,, não é um absurdo?"

Afinal, diante do que foi exposto,eis a conclusão: "898
9..
ç´~[=-fkfjrjufhdujjhhhay6
vmkeiekk
kmaal
oeieuaheyab
n,cmzxasqwqe juekkdidjdjunçp´-
09kmrjvunsjru
vmkeuejjduejdjj.não é isso mesmo?"

A meu juízo, a solução é a seguinte:hgjuru,l
prorokkdiwudbch
.,liemrneitjluinheenncinlliu
e,ejdienina//~
//;;oa911cnshwuwjjucmwkiklle
iyaeuriamcmçp
] ]]]]]!mjeuennajiiuekmdk9iokl
ekr9iok,.

Feito isto, creio, estará tudo bem. Concorda?
Saudações,
Emanoel Barreto

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Quem quer um pedaço da Amazônia?

Não é de hoje que os países de centro têm os olhos voltados para a Amazônia. A biodiversidade, o rico aqüifero, a mega-territorialidade, a beleza do verde, o encanto da floresta com seus ecos e cores, tudo isso atrai há muitos anos a ganância do conquistador.

Antes, falava-se no El Dorado, nas amazonas, lendárias mulheres da Grécia antiga que seriam habitantes de lá, perdidas entre as belezas do paraíso verde. Agora, a cobiça tem olhar mais prático e preso à realidade: busca-se o domínio da floresta pelo que ela representa em potencial de riquezas e resposta do meio ambiente à poluição que os países central despejam; Amazônia, o pulmão do mundo. Não é assim que eles dizem?

Com isso, nada mais natural que apoderarem-se da Amazônia, uma vez que nós, subdesenvolvidos e ignorantes, a estamos devastando - e estamos mesmo - com queimadas, poluição de rios por garimpeiros, além da desprezível presença dos indígenas, o que somente serve para atrapalhar os planos daqueles que têm os olhos voltados para o futuro - e para os dólares que o futuro, esperam, renderá.

Não chegou a me surpreender a informação que circulou ontem na TV, dando conta de que um ministro inglês, responsável pelas questões ambientais da Grã Bretanha, chegou a propor que a Amazônia deveria, pura e simplesmente, ser privatizada.

E tudo muito simples, pelo que pude entender: bastaria que grandes grupos internacionais começassem a adquirir enormes extensões de terras, para, como legítimos proprietários, passassem a, na prática, determinar os destinos da região.

Não sei, a ser verdade a informação assim formulada, se grupos empresarais dominariam efetivamente a Amazônia, uma vez que este País ainda tem leis; leis às quais a iniciativa privada tem que se submeter. O que temo é que, em período historicamente curto, coisa de mais 30 ou 40 anos, forme-se um consenso internacional para a tomada da Amazônia.

Não seria sua privatização, mas sua internacionalização; cada grande potência ocupando uma parte do solo nacional, o que envolveria, certamente, o uso da força.

Espero que seja apenas um temor infundado, quem sabe uma divagação orwelliana. Mas, mesmo sendo assim, o hoje, a realidade de hoje, nos dá pistas suficientemente fortes para tanto: as queimadas existem, a poluição também, a ocupação de terras para plantio de soja, idem.

Tudo, tudo o que eles desejam, está se fazendo, nós estamos fazendo: até que o pior acontecerá. E aí...

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Meu cachorro "Azeitona"

Minha filha Mirna, mãe de Eduarda, minha neta feita de azul, enviou-me a crônica que segue abaixo. Num texto primorosamente tocante, narra como ganhou e perdeu um amigo, um cãozinho que por dois meses alegrou sua vida. Este é seu primeiro texto neste blog. Tenho certeza de que virão muitos outros, filhinha.

Estava eu dormindo uma tarde de sábado, quando meu esposo me acordou dizendo: “Vou trazer uma surpresa para vocês.” Eu brincando respondi “ Você vai comprar máquina de lavar nova!? .” Ele saiu. Me acordei e ele não voltava. De repente ele abre a porta traz um saco de 15 kg de ração , depois dois comedouros e por fim um cachorrinho .

Eu não acreditei naquela surpresa, pois nós moramos em um apartamento e eu acho que fica muito incômodo tanto para nós como para o animal morar em um apartamento. A primeira semana eu fiquei contrariada com a presença do cachorro , não que eu não goste de animais e que o tratei mal, ao contrário, eu adoro bichos, mas naquele momento eu não pensava ter um animal convivendo conosco.

Mas logo Azeitona (nome escolhido por minha filha) , conquistou a todos. Ele não desgrudava de mim, onde eu ia ele ia atrás, até quando eu ia lavar roupa ou louça ele ficava em cima de meus pés até adormecer.

Pequeno, esperto, orelhudo, amável e carinhoso. De de manhã cedo nos acordava começando a latir querendo atenção, ao me ver latia mais ainda chamando para eu colocá-lo em meus braços. Certo fim de semana viajamos e ele ficou só, agoniado com esta situação, derrubou a tábua que colocamos na escada para ele não entrar nos quartos, roeu sapatos e bonecas.

Quando retornamos estava lá o estrago. No dia seguinte meu esposo tomou uma decisão, entrou em contato com uma pessoa para levá-lo embora, pois, não foi a primeira vez que estragou algo, na sala sempre roía os móveis e se esquecêssemos algo ao seu alcance, ele logo pegava. Mas me pegou de repente. Só soube desta decisão 30 minutos antes de ele ir embora.

Ainda bem que deu tempo de tirar algumas fotos dele de lembrança. A pessoa chegou. Meu esposo entregou-lhe o meu pequeno Azeitona, eu olhei para aqueles olhinhos, cheguei perto dele e ele me lambeu no rosto e balançou o rabinho, parece que percebeu que era a nosssa despedida. Não agüentei e entrei tristonha, já morrendo de saudades.

Já faz mais de dois dias que ele saiu daqui mas não me acostumei com a sua ausência, da mesma forma que ele chegou, de surpresa, ele saiu. A casa está meio vazia. Foram só dois meses de convívio mas que foram suficientes para eu ter me apegado tanto aquele animalzinho, e, que eu só percebi este envolvimento quando eu o perdi...

A alquimia do mal

O Jornal do Brasil traz em manchete de primeira página a informação que Garotinho se acerta com Alckmin e oferece a este 1,6 milhão de votos. Dois erros patentes: nem Garotinho pode fazer essa "oferta", porque os votos não lhe pertencem; nem o jornal deveria endossar esse tipo de desatino político, pois qualquer jornalista medianamente de bom senso sabe que ninguém, rigorosamente ninguém, pode garantir a outrem a doação de um eleitorado.

Há, evidentemente, políticos com carisma para transferir votos, ou seja, agir de forma a influenciar uma parte do eleitorado a que vote em pessoa que ele indica.
Mas a afirmativa de um número exato a ser transferido, além de bravata inacreditável, revela má fé e oportunismo, certamente esperando algum toma-lá-dá-cá, em caso de eleição de Alckmin.

Há um terceiro aspecto a ser considerado, e aí sim, está a verdade: no subtexto, o JB dá a deixa de que está apoiando disfarçadamente a candidatura de Alckmin. A manchete coonesta a declaração de Garotinho, atribui a esta um estatuto de verdade - a possibilidade de doação de um eleitorado - tanto que a colocou como principal matéria na primeira página.

Não tenho simpatia maior pelo Governo Lula, uma vez que o presidente convive à larga com a improbidade e age de maneira condescendente com seus asseclas e sequazes. Considero a honradez essencial ao homem público. E isso inclui não compactuar com o crime, mesmo que praticado por amigos, que, no caso, viram apaniguados. Mas,diz-me a prudência que Lula é o mal menor, como venho afirmando em seguidas postagens.

Com relação ao Presidente, agarro-me à tênue esperança de que com ele, os direitos trabalhistas e o patrimônio nacional não sejam aviltados, o que ocorrerá, com toda a certeza, com Alckmin presidente. Com ele, a alquimia do mal prevalecerá a carga plena.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Natal tem fome de quê?

A prefeitura de Natal anuncia que contratou o renomado Oscar Niemeyer para dirigir a implantação do Parque de Natal, o que suponho seja uma espécie de éden, um éden urbano, feito por encomenda.

O grande arquiteto, magnífico pensador, altíssimo intelectual, certamente deverá produzir uma grande obra, digna de dar à cidade um ambiente acolhedor, natureza programada, amestrada para atender à hominização do ambiente urbano/natural.

Só que há um problema. Aliás, dois problemas: primeiro, ele não virá de graça, um trabalho desse porte, feito por um profissional de tal perfil, tem um preço, que desconheço, mas que suponho ser muito alto; segundo, Natal tem, a meu ver, outras prioridades, como a drenagem do bairro de Capim Macio.

Ali se paga o mais alto, brutalmente alto IPTU da cidade e, quando chove, casas são alagadas, pessoas têm grandes prejuízos e a prefeitura fez apenas uma tímida e limitada drenagem.

Gostaria de saber qual a prioridade desse parque frente a problemas sócio-urbanos como esse das enchentes, bem como frente às ações sociais voltadas para públicos de alto nível de carência.

Suponho que o prefeito Carlos Eduardo esteja querendo deixar uma obra marcante, com a griffe de um grande artista da paisagem, um humanista que tem na natureza e nas grandes construções a essência pétrea das catedrais: belíssimo.

Só que, para uma cidade como Natal, que tem recursos limitados e tantos problemas, o Parque da Cidade bem que poderia ficar para outra hora. Afinal, a quem tem fome não se oferece uma obra de arte, mesmo que fosse a Mona Lisa. Natal tem fome de quê?

PS: Deve ser por isso que o calçadão de Ponta Negra está abandonado: o prefeito certamente espera que, com o Parque da Cidade, as pessoas esqueçam a orla destroçada e passem a fazer suas caminhadas no futuro éden de Natal.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Lula tem um pesado preço a pagar

"Diz-me com quem andas,
e dir-te-ei quem és."
Sabedoria popular

Confirmado o segundo turno. Agora, Lula precisará comparecer a debates e ter a decência de falar com sinceridade, admtir publicamente que está em má companhia política, deixando claro que ele é um mal menor para o povo brasileiro - uma vez que a tragédia de uma vitória de Alckmin seria um tsunami político-sindical-trabalhista inaceitável.

Sindicatos serão levados de roldão, as garantias da Consolidação das Leis do Trabalho serão trituradas, o trabalhador será totalmente vergado ao peso do neoliberalismo que ele representa. E mais e mais, à maneira da FHC, empresas estatais serão entregues ao mercado.

Assim, é preferível que fique Lula. Suponho que suas reformas sejam menos nocivas ao povo, muito embora creia que ele de alguma forma estará em combinata com interesses que estão voltados para deflagrar reformas trabalhista e sindical. Espero que os malefícios sejam, com ele, mitigados. Com Alckmin, teremos uma política de terra devastada direcionada ao desmantelamento das conquistas dos trabalhadores.

Lula, caso eleito, já assume politicamente fatigado e até já se fala em seu sucessor, despontando o nome do mineiro Aécio Neves como provável mais forte oponente. E quem seria o representante petista? Não se sabe. Lula sempre foi o único e eterno candidato do partido à presidência da República.

Aparentemente, o PT estaria num processo de ressecamento interno, esgotado em seus propósitos históricos, uma vez que, seguindo os meandros da história, acabou aliado a um partido conservador como o PRB, que lhe cedeu o vice-presidente. Ninguém pode afirmar que, com o PT gerenciando os destinos nacionais, nós temos um governo socialista.

Quanto à reforma política, esta é necessária. O País precisa moralizar sua vida pública, dar transparência às atitudes dos políticos, construir situações partidárias às quais as pessoas estejam ligadas por laços ideológicos firmes,impedindo-se o troca-troca de siglas, a negociata de consciências, a viscosidade moral reinante no meio político.

domingo, 1 de outubro de 2006

Esperemos o mal menor

Escrevo enquanto as apurações ainda estão no início. Os números do TSE indicam Lula com 46,98% dos votos e Alckmin com 43,09%. Ao que parece, teremos segundo turno.

Espero que o eleito não venha a dar início a algum programa de desestabilização de direitos trabalhistas, bem como não agrida pensionistas, aposentados e pessoas que estão em benefício pelo INSS.

É que a fome do neoliberalismo é enorme e deseja, a título de dar ao País uma situação de governabilidade, na verdade abrir brechas para a imposição de seus, digamos, ideais: impor à sociedade uma visão de mercado, onde deixam de prevalecer os direitos do homem e somente valem os interesses das grandes corporações.

Não confio no presidente Lula e creio que, se reeleito, deverá perpetrar algo contra direitos trabalhistas. Mas, tenho um temor ainda maior quanto a Alckmin e suspeito que, na presidência, teria uma atuação devastadora sobre a classe trabalhadora. Portanto, fiquemos com o menos ruim.

Apesar de tudo, Lula é ainda um mal menor. Aguardemos o que nos reserva esta segunda-feira.