"Não é justo alguém ter o direito de ter uma empresa de aviação e outro não ter o direito de comer um pão." /////// JAMAIS IDE A UM LUGAR GRANDE DEMAIS. A UM LUGAR AONDE NÃO TENHAIS CORAGEM DA IMENSIDÃO - EMANOEL BARRETO - NATAL/RN
sábado, 30 de agosto de 2008
A noite, a torre, o mar e o abismo
Caros Amigos,
Naquela paisagem morava uma estranha eternidade,
feita de momentos recurvos, instantes enovelados,
minutos que não se passavam.
Ali, naquela alma de mar, falésias de escuro
traziam perigos.
E o vento corria sem freio ao redor da torre.
Depois, a noite ficou pegajosa de frio
e invadiu de brumas as passadas
de quem se arriscasse a andar por lá.
Emanoel Barreto
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Tira a mão desse petróleo
A revista avalia também que uma nova estatal para cuidar das reservas descobertas pode se tornar "inchada" com indicados políticos, além de criar a tentação de rever os contratos já existentes no setor petrolífero no Brasil, o que seria "desastroso" para a Petrobras.
"Além disso, deixar de fora os acionistas estrangeiros da Petrobras pode assustar os investidores estrangeiros em geral", acrescenta o texto.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Volta, Peri. E traz teu arco...
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Sarney e o silêncio dos inocentes
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Algo preocupante
Caros Amigos,
A Folha traz a seguinte notícia: "Enganaram-se os que pensavam que o Supremo Tribunal Federal iria ter um negro submisso, subserviente", diz o ministro Joaquim Barbosa, ao comentar os desentendimentos com alguns de seus pares -como Marco Aurélio, Gilmar Mendes e Eros Grau. Ele atribui os atritos à defesa que faz de "princípios caros à sociedade", como o combate à corrupção. Barbosa entrou em choque com ministros tidos como "liberais" em julgamentos da Operação Anaconda. Ficou conhecido popularmente como relator do inquérito do mensalão e recentemente discutiu com Eros Grau sobre a liberação de um preso da Operação Satiagraha.
--- A atitude do Ministro demonstra, é o que ele me fez supor, algo preocupante: existiria racismo no STF. Ao fazer a afirmativa, deixa claro que a elite jurídica togada precisaria passar por uma reforma em seus valores quanto à questão das etnias.
Uma sociedade que se quer civilizada e justa não pode admitir que em suas elites intelectuais se plante a erva daninha do racismo. E o Ministro, que tem-se notabilizado por suas atitudes críticas, pode se tornar um símbolo, um indício, do quanto este país ainda tem que evoluir.
A ser constatada a convicção que expressou, a coisa é muito grave. Data venia.
Emanoel Barreto
domingo, 24 de agosto de 2008
Ave Zeus, dai-me a vitória...
Caros Amigos,
A disputa em um esporte, coletivo ou não, pode ter muitas leituras. A primeira, e exatamente a mais simplista, é aquela que encara o esporte pelo esporte e vem dos torcedores, dos jornalistas especializados nas diversas modalidades, das pessoas em geral. Um jogo é um jogo e pronto; uma maratona é somente isso: heróica e tensa, mas tão-somente um conjunto de jogos.
Todavia, num esporte, especialmente quando elevado à condição de representar grandes contingentes humanos, como torcidas de grandes clubes ou até mesmo países, assume conotações dramáticas monumentais e trazem em sua essência a grande tragédia humana.
Vejamos uma olimpíada. Quantas esperanças, anseios, desejos de auto-superação, vontades de nações em aparecer brilhando. Quantas compensações, íntimas ou nacionais, não estarão aí contidas.
É o atleta queniano superando a miséria de onde foi gerado, para se lançar ao mundo como o novo Fidípides, o herói das tropas da Alexandre. Ele correu 42 quilômetros e uns tantos metros, para comunicar aos compatriotas gregos a vitória sobre os persas na planície de Maratona, que hoje mais mais existe. Informou sobre o triunfo glorioso e depois morreu...
É a Seleção brasileira feminina de futebol chegando ao esforço último de todas as fibras vivas de suas atletas, para ser injustamente derrotada pelas americanas.
Especialmente nos esportes coletivos os jogos ganham uma dimensão simbólica de guerra. Usa-se da tática e da estratégia. Os corações dos atletas vibram num diapasão diferente: eles não lutam por um gol apenas, mas lhes está inculcado que lutam pela pátria; lutam pela glória, a passageira imortalidade de algumas manchetes.
O dado dramático do esporte, sua face tragédia sintetiza e encena a batalha humana no mundo da vida; a incerteza, o medo, o próximo passo, os desvãos e ravinas do existir nesse planeta. É o combate pela sobrevivência, a busca pela superação dos limites humanos, uma forma estética e enérgica de enfrentar obstáculos e desafios.
O esporte é tudo isso e é também política e ideologia. O Poder dele se utiliza para crescer e se tornar ainda mais poder. Geralmente, não há morte nesses combates cifrados e plenos da mais íntima perplexidade; mas o homem, pequenino e trêmulo, morre a cada momento de derrota. Logo ele, que antes dos jogos, orava em seu silêncio escuro: "Ave Zeus, dai-me a vitória..."
Emanoel Barreto