sábado, 5 de dezembro de 2009

Foto: http://discernimentocristao.files.wordpress.com/2009/08/pobreza.jpg
Não é
Emanoel Barreto

Não é por ser comum que deve ser normal.
Não é por ser normal que deve virar lei.
Não é por ser lei que deve ser justo.
Não é por ser justo que deve ser prisão.
Não é por ser prisão que deve ser comum.
Não é por ser comum que deve ser normal.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Imagem: http://3.bp.blogspot.com/_cGJdYFUqip8/SSQh6IIUaqI/AAAAAAAAAMY/cwO17QLI6Pw/s400/baco.JPG
Carnatal: o perigoso tributo ao pai Baco, ou os pândegos e a pandemia

Emanoel Barreto

Um pequeno grupo de empresários vai lucrar, e muito, com o Carnatal. Autoridades, as omissas e as coniventes, o que de algum modo é a mesma coisa, estão permitindo que a festa, apesar da gripe suína, seja realizada.

O custo social do risco temo que seja altíssimo. O sistema de saúde de Natal, caso ocorra o pior, não terá condições de enfrentar um surto da pandemia. Mas, pândegos, empresários do Carnatal e autoridades não podem abrir mão do lucro. Os primeiros o lucro da pecúnia, os últimos o lucro político-populista de fazer o que sempre fazem anualmente: dar alarde a uma alegria empacotada, a um fuzuê de emoções que no final pode custar muito caro.

A lógica do lucro, que preside o Poder, não teme em arremessar a situação de risco caótico a toda uma população. Mas, convenhamos, é preciso pagar o tributo ao pai Baco. Afinal, é Carnatal...
PS: só para registro histórico: os hoje abadás, eram chamados, quando o Carnatal começou, de mortalhas...


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Foto: http://maurilioferreiralima.com.br/wp-content/uploads/2009/08/esgoto.jpg
O Brasil e a engenharia reversa
Emanoel Barreto

Não é preciso ser um grande cientista, algum luminar de engenharia reversa, para saber como funciona a política brasileira. Trata-se, a política brasileira, de um sistema tão claro de fraudes e manipulações que sequer é preciso o seu desmonte para entender-se o seu funcionamento.

Feita toda à base da pequena política, a política dos corredores, dos gabinetes ocultos e das tramas sussurradas, a vida pública nacional é impublicável. Jogos secretos e acertos recônditos são feitos sempre à meia-luz. Trata-se de uma reunião de tratantes, cujos tratados viscosos são acertos de contas, numa contabilidade vergonhosa e plenamente vazia do interesse público.

A propósito, somente a engenharia reversa, aí sim, pode explicar como um país, com tanta corrupção, ainda não afundou por completo no mar de lama em cujas praias se passa uma política de artes tão dolosas.

Como os pares de Arruda, o brasiliense, oremos.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Foto: http://palavrassussurradas.net/wp-content/uploads/porco.jpg
O Carnatal, a gripe suína e o cavalo de Troia
Emanoel Barreto

O Carnatal este ano não será uma festa. O Carnatal é uma ameaça. Ameaça à saúde pública e ninguém parece se dar conta. Ao que temo, estamos nos encaminhando para a realização de um evento de massa em período em que uma pandemia, a gripe suína, é uma ameaça real e iminente, sendo desaconselhada a realização de tais festejos.

Quem se responsabilizará se houver um agravamento de quadro: a Destaque, que promove a festa?; o Governo do Estado?; a Prefeitura? Não, não, ninguém se responsabilizará, esteja certo. As vítimas, sim, sofrerão as consequências.

A gripe suína é uma espécie de cavalo de Troia que estamos trazendo para Natal de forma inconsequente. Mesmo ante o perigo de contágio, que qualquer pessoa de bom senso mediano pode detectar. A rede hospitalar da cidade não está apta a atender massivamente. Os jornais precisam tomar um posicionamento, a sociedade civil deve se manifestar, a fim de impedir a realização do Carnatal. Antes que sejamos levados a uma pocilga de dor, desespero, sofrimento.
...

Transcrevo abaixo texto que me foi enviado por Newton Ramalho Junior, jornalista, relatando posição da Sociedade Riograndense do Norte de Infectologia. Segundo o jornalista, o documento diz:


Natal, 30 de novembro de 2009.


Em resposta à solicitação da Promotoria de Justiça e Defesa da Saúde Pública e
da Secretaria Estadual de Saúde Pública do Rio Grande do Norte, para um parecer técnico sobre os riscos da realização do Carnatal em relação à pandemia de Influenza A
H1N1, a Sociedade Riograndense do Norte de Infectologia (SRNI) reuniu-se às 17 horas
do dia 29 de novembro de 2009 e deliberou o seguinte documento:

Considerando o crescente número de casos graves e óbitos em âmbito regional a partir da semana epidemiológica 41 de 2009;

Considerando que muitos dos casos graves necessitam de assistência ventilatória e, consequentemente, internação em leitos de Unidades de Terapia Intensiva;

Considerando que todos os casos internados devem ter isolamento respiratório,
em quartos privativos, com vedação de portas, boa ventilação e, preferencialmente, com pressão negativa;

Considerando que a disponibilidade dos leitos supracitados é insuficiente para
atender a demanda atual e, portanto, não daria suporte a um aumento do número de casos;

Considerando que toda aglomeração humana é propícia para disseminação das
doenças de transmissão aérea;

Considerando que não há recomendação para o uso de máscaras em ambientes
abertos;

Considerando que o número de casos confirmados são referentes aos de maior
gravidade, já que não são realizados exames confirmatórios dos indivíduos sem critérios de gravidade e que, sendo assim, não sabemos a real taxa de ataque do vírus;
Considerando que o período de transmissibilidade da doença se inicia um dia
antes dos primeiros sintomas e persiste até o sétimo dia;

Considerando que a aplicação da vacina em massa é a mais eficaz forma de
prevenir o avanço da pandemia;

Considerando que todos os pontos levantados neste documento são condizentes
com as recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde, emitimos o seguinte parecer:

A realização do evento denominado Carnatal pode aumentar consideravelmente
o número de casos, assim como qualquer outra forma de aglomeração humana. Pelo
mecanismo de transmissão da doença, espera-se que o risco seja diretamente
proporcional à intensidade da aglomeração.

A rede assistencial do Rio Grande Norte é deficiente e necessita de melhorias
para atender a demanda atual, podendo a situação se agravar substancialmente com uma
possível elevação da incidência de doentes graves.

É essencial que os gestores locais adquiram vacina para proteger a população do RN imediatamente, pois o período anual de incidência da influenza sazonal local, difere das regiões Sul e Sudeste do país. Enquanto nessas regiões as vacinas poderão ser aplicadas em março ou abril de 2010, no nordeste brasileiro deveríamos ter iniciado a campanha vacinal em outubro.

Recomendamos ainda, que haja veiculação em massa nos meios de comunicação (tv, rádio, jornal, outdoor, etc), sobre as medidas de prevenção da Gripe.

Certos de estarmos cumprindo com nosso dever social, reiteramos a disposição
da Sociedade Riograndense do Norte de Infectologia em contribuir para os
esclarecimentos julgados necessários.
Atenciosamente,
Hênio Godeiro Lacerda
Presidente da SRNI

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Foto: http://4.bp.blogspot.com/_FrBBqtvRIhE/R8XsrO6oehI/AAAAAAAAB0g/AYKttYVfnrM/s320/709866-1391-cp.jpg
Coisa pública, cosa nostra
Emanoel Barreto

O desmascaramento de um sistema corrupto liderado pelo governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, reconfirma e requenta o caldo de nossa cultura política. Não há santos nem demônios seja em governo ou oposição: todos são o resultado, em algum grau, do esquema mental vivido por este país: a coisa pública é cosa nostra.

É cosa nostra dos que se valem do Poder para beneficiar-se, tirando proveito do dinheiro que corre à tripa forra nos meios mais altos e mais decisórios. O povo..., o povo? O povo é o povo, ora. E não há oração, nem santo, que salve o povo. Assim sendo, salve a corrupção.

O resultado disso já sabemos todos: ninguém será punido. As imagens de um governador e altos assessores, veiculadas em TV e internet não são verdadeiras. Ah, não? Claro que não: são falsificações, são alucinações, são fatos forjados, mentirosos e a eles não se deve dar crédito.

A coisa pública é cosa nostra. Coisa nossa. Coisa nossa de quem? Deles, ora. Deles, meu santo, deles...

domingo, 29 de novembro de 2009

Foto: Horst P. Horst
Depois que esse tempo passar...
Emanoel Barreto

Uma beleza de letra de Paulinho da Viola.

A razão porque mando um sorriso
E não corro
É que andei levando a vida
Quase morto

Quero fechar a ferida
Quero estancar o sangue
E sepultar bem longe
O que restou da camisa
Colorida que cobria minha dor

Meu amor eu não esqueço
Não se esqueça por favor
Que eu voltarei depressa
Tão logo a noite acabe
Tão logo esse tempo passe
Para beijar você




Imagem: http://www.brasilescola.com/upload/e/Regencia%20de%20DOM%20PEDRO%20BR%20ESCOLA.jpg
Heróico brado retumbante
Emanoel Barreto

Diz a Folha Online: A operação deflagrada ontem pela Polícia Federal para investigar irregularidades no governo do Distrito Federal e o suposto envolvimento do governador José Roberto Arruda (DEM) no esquema de propina para a base aliada na Câmara Legislativa provocou um clima de apreensão em toda a cúpula nacional do DEM.

Único governador do partido, Arruda estava com a exposição em alta na mídia nos últimos meses. Dava entrevistas a grandes veículos de comunicação, com o intuito de valorizar a imagem da legenda em todo o país. Comandará os festejos dos 50 anos da capital
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............

Digo eu, citando o Hino Nacional: você sabe qual foi o "brado retumbante" do povo heróico de que nos fala o hino? É o seguinte: "Dá pra acabar com tanta roubalheira?!!!!"

Resposta: "Dá não! Já estamos muito acostumados, ou melhor, viciados. E esse vício de roubar é coisa incurável. E dane-se o heroísmo do povo..."