sábado, 30 de outubro de 2010

Um lugar muito especial

Quer um bom lugar para ir hoje?
Quer um bom lugar para comemorar a vitória?
Acesse o link e veja que beleza:
www.insoniabarnatal.blogspot.com

 Do Blog do Maurício Stycer, este momento:

Lula e Alencar: bastidores de uma foto comovente



Na sexta-feira, 29 de outubro, quando o fotógrafo Ricardo Stuckert entrou no quarto do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, o presidente Lula já estava conversando com seu vice, José Alencar, internado para mais uma sessão de quimioterapia. “Meu helicóptero chegou dez minutos depois”, explicou Stuckert ao blog. No quarto também estavam Marisa, mulher do vice-presidente, e o médico Roberto Kalil.

Lula e Alencar conversavam sobre a festa de aniversário do presidente, realizada na quarta-feira, em Brasília. Na ocasião, foi exibido um DVD com depoimentos de um neto de Lula, de sua mulher, Marisa Letícia, e do vice, que emocionaram o presidente. Alencar, desanimado, lamentou não ter participado da festa, por ter reiniciado, mais uma vez, o tratamento contra o câncer.

Foi quando Lula disse: “Zé, nós subimos a rampa (do Palácio do Planalto) juntos, nós vamos descer juntos”. Alencar se emocionou, levando o presidente a fazer o gesto captado pela lente do fotógrafo.
 
Stuckert acompanha Lula como fotógrafo da Presidência desde o primeiro dia de governo e vai deixar o Planalto no dia 1º de janeiro de 2011.

Aos meus Alunos e Alunas, para que a luta seja feita de Coragem
Emanoel Barreto

A Vocês que empalmaram comigo a luta pelo Jornal Universitário; a Vocês que desejam um Jornal Livre, cidadão e forte, dedico o texto magnífico de Leonardo Boff. Eu, que sou o VelhoBarreto no Twitter, também experimento como o Mestre Boff a passagem da Vida e da Luta. Ao lado da sua Generosidade e Confiança, Coragem e Desapego, Juventude e Força. Queremos um jornal.
Compartilho o que se segue:

OFICIALMENTE VELHO (Texto de Leonardo Boff)

Por Leonardo Boff - Adital - do Rio de Janeiro

Neste mês de dezembro completo 70 anos: diz Leonardo Boff.

Pelas condições brasileiras, me torno oficialmente velho. Isso não significa que estou próximo da morte, porque esta pode ocorrer já no primeiro momento da vida. Mas é uma outra etapa da vida, a derradeira.

Esta possui uma dimensão biológica, pois irrefreavelmente o capital vital se esgota, nos debilitamos, perdemos o vigor dos sentidos e nos despedimos lentamente de todas as coisas.
De fato, ficamos mais esquecidos, quem sabe, impacientes e sensíveis a gestos de bondade que nos levam facilmente às lágrimas.

Mas há um outro lado, mais instigante.
A velhice é a última etapa do crescimento humano.
Nós nascemos inteiros. Mas nunca estamos prontos. Temos que completar nosso nascimento ao construir a existência, ao abrir caminhos, ao superar dificuldades e ao moldar o nosso destino.

Estamos sempre em gênese. Começamos a nascer e, vamos nascendo em prestações ao longo da vida até acabar de nascer; quando então entramos no silêncio e morremos.

A velhice é a última chance que a vida nos oferece para acabar de crescer, madurar e finalmente terminar de nascer.
Neste contexto, é iluminadora a palavra de São Paulo: "NA MEDIDA QUE DEFINHA O HOMEM EXTERIOR, NESTA MESMA MEDIDA REJUVENESCE O HOMEM INTERIOR"(2Cor 4,16).

A velhice é uma exigência do homem interior.
Muitas vezes perguntamos: Que é o homem interior?
O homem interior é o nosso eu profundo, o nosso modo singular de ser e de agir, a nossa marca registrada, a nossa identidade mais radical.  Identidade esta que devemos encará-la face a face.

Ela é pessoalíssima e se esconde atrás de muitas máscaras que a vida nos impõe.
Pois a vida é um teatro no qual desempenhamos muitos papéis:
Eu, por exemplo, fui franciscano, padre, agora leigo, teólogo, filósofo, professor, conferencista, escritor, editor, redator de algumas revistas, (inquirido pelas autoridades doutrinais do Vaticano), submetido ao "silêncio obsequioso" e outros papéis mais. Mas há um momento em que tudo isso é relativizado e vira pura palha. Quando então deixamos o palco, tiramos as máscaras e nos perguntamos:

Afinal, quem sou eu?
Que sonhos me movem?
Que anjos que habitam?
Que demônios me atormentam?
Qual é o meu lugar no desígnio do Mistério?

Na medida em que tentamos, com temor e tremor, responder a estas indagações vem à lume o homem interior e a resposta nunca é conclusiva; perde-se para dentro do Inefável.
Este é o verdadeiro desafio para a etapa da velhice.
Então nos damos conta de que precisaríamos muitos anos de velhice para encontrar a palavra essencial que nos defina.

Surpresos, descobrimos que não vivemos porque simplesmente não morremos, mas vivemos para pensar, meditar, rasgar novos horizontes e criar sentidos de vida.
Especialmente para tentar fazer uma síntese final, integrando as sombras, realimentando os sonhos que nos sustentaram por toda uma vida, reconciliando-nos com os fracassos e buscando sabedoria.

É ilusão pensar que esta sabedoria vem com a velhice. Ela vem do espírito com o qual vivenciamos a velhice como a etapa final do crescimento e de nosso verdadeiro Natal.

Por fim, o que importa preparar o grande Encontro.
A vida não é estruturada para terminar na morte, mas para se transfigurar através da morte.
Morremos para viver mais e melhor, para mergulhar na eternidade e encontrar a Última Realidade, feita de amor e de misericórdia.
Aí saberemos finalmente quem somos e qual é o nosso verdadeiro nome.
Nutro o mesmo sentimento que o sábio do Antigo Testamento: "contemplo os dias passados e tenho os olhos voltados para a eternidade".

Por fim, este jovem ancião alimenta dois sonhos: o primeiro é escrever um livro só para Deus, se possível com o próprio sangue; e o segundo, impossível, mas bem expresso por Herzer, menina de rua e poetisa:
"eu só queria nascer de novo, para me ensinar a viver". Mas como isso é irrealizável, só me resta aprender na escola de Deus.
Parafraseando Camões, completo: Mais vivera se não fora, para tão longo ideal, tão curta a vida.

Leonardo Boff é teólogo
Mulher na Presidência

 

sexta-feira, 29 de outubro de 2010


A primeira semana do movimento "Queremos um Jornal"

Agradeço o apoio recebido à nossa luta e confio que sairá vitoriosa.
Emanoel Barreto

Apoio recebido através de sites e blogs

http://acarinoticias.blogspot.com/2010/10/curso-de-comunicacao-cobra-implantacao.html
http://www.espbr.com/noticias/estudantes-comunicacao-ufrn-reivindicam-jornal-universitario/relacionadas

Apoio recebido por e-mail

Adriano Cruz – UFRN
Adriano Gomes – UFRN
Alexandre Santos - UFRN
Alfredo Vizeu – UFPE/FENAJ
Aline Lucena – UFRN
Ary Azevedo Jr. – UFRN
COMIDIA - UFRN
Estudantes de Jornalismo da UFRN
Fernanda Melo – UNIVALE
Itamar Nobre - UFRN
João Vitor – CABW/UFRN
José Antônio Meira da Rocha – UFSM
Luíz Egypto – Observatório da Imprensa
Marcelo Bolshaw – UFRN
Marcelo Engel – UEPG
Sério Gadini - UFPR
Socorro Veloso – UFRN
Tomás Barreiros – FACINTER
Valci Zuculoto – UFSC/FENAJ
Valquíria Kneipp – UFRN

A campanha está forte no Twitter, utilizado na mobilização estudantil e pode ser conferida pela hastag #queremosumjornal ou @VelhoBarreto.
Ricardo Rosado apoia "Queremos um jornal!"

Em seu Blog Fator RRH,  o jornalista diz:

Alunos da UFRN querem um jornal


Deu na Tribuna do Norte

Os alunos de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte lançaram um movimento intitulado “Queremos um Jornal”, que tem a intenção de mobilizar a comunidade universitária e a reitoria a favor da construção de um Jornal-Laboratório.

A campanha reivindica estrutura física, computadores, veículos e um parque gráfico que possibilite o exercício do Jornalismo na prática, aproximando os alunos da rotina de um jornal diário.
Os responsáveis pelo movimento defendem que a criação e institucionalização de um Jornal Universitário é uma ideia pioneira, ousada e, acima de tudo, necessária para a formação de profissionais qualificados e éticos.

“A ideia é a produção e veiculação de um jornal que participe da sociedade civil, livre das pressões políticas e das exigências do mercado”, afirma o professor Emanoel Barreto.

A campanha tem mobilizado estudantes, profissionais e professores, até mesmo fora do RN. Orlando Berti, professor universitário no estado do Piauí. Os estudantes propõem, também, que seja realizado um protesto em frente à reitoria.

O movimento está previsto para acontecer no próximo dia 03 de novembro, a partir das 14h.

Observação do Fator RRH: Uma boa idéia, uma antiga luta agora renovada.
Um jornal-laboratório para os alunos do curso de Comunicação Social da UFRN.

Os laboratórios de TV e Rádio, iniciativas nas mídias digitais a as futuras instalações para o curso de Propaganda, deixam o setor com uma razoável estrutura de ensino. Mas falta um jornal que estimule os alunos ao exercício do jornalismo.




Boa mobilizaçao que visa a melhoria do ensino e da prática do jornalismo.

Contem aqui com a modesta colaboração do Fator RRH. Aproveitem e tentem incluir nas propostas das duas candidatas à Reitoria a concretização do sonho.

Não deixem as candidatas em paz, azucrinem a vida delas, se manifestem, gritem, exijam o compromisso.

Onde elas estiverem levem bandeiras, câmeras, gravadores, cartazes, camisetas , façam perguntas nos debates, coloquem faixas na frente da casa delas, do prédio da Reitoria, no centro de convivência, nas salas de aula, nos corredores, apelem para a imprensa, conquistem os ex-alunso que já estão trabalhando no mercado para que divulguem nos jornais, sites, blogs, portais, chamem o DCE e o Centro Acadêmico Berilo Wanderley.

O Reitor Ivonildo Rêgo foi um bom parceiro da área de comunicação. Pois arranquem das candidatas essa garantia.

Boa sorte na luta, Velho Barreto.
O Pixador

Tiririca chamado a provar que sabe ler e escrever
Emanoel Barreto

Leio na Folha: A Justiça Eleitoral convocará o humorista Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o palhaço Tiririca, para a realização de um ditado e a leitura de um texto simples para verificação da condição dele de alfabetizado.


Segundo o juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Rezende Silveira, a medida servirá para que "o juízo possa analisar melhor a defesa apresentada pelo humorista na ação penal".

O juiz afirmou que Tiririca poderá se recusar a comparecer à audiência para realização dos testes ou negar-se a participar deles, pois "a lei penal estabelece que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo".

A estranha legislação eleitoral permite que analfabetos possam votar, mas os impede de ser ser votados. Somos hoje 16 milhões de analfabetos que podem votar em candidatos da elite, mas não podem ser votados, eleitos e emparelhar-se às elites em plenários que vão desde câmaras municipais ao senado.

Um analfabeto pode ter sim diminuída sua compreensão de determinados problemas, em face de não ter tomado conhecimento das diversas realidades do mundo social via livros. Mas não se lhes pode negar acesso aos plenários e às decisões. São eles parte legítima para as discussões, porque povo são em essência.
 

Ou alguém pensa que, por exemplo, Collor de Mello seja povo na acepção aqui proposta? Tiririca obteve mais, bem mais de um milhão de votos. Portanto, está legitimado por expressivo contingente desse ser colativo a quem chamamos povo. Foi eleito. Deve tomar posse e exercer o seu mandato.

Como o fará, aí é outra coisa. Mas, permita-me: por que não se pede idoneidade moral aos muitos vilões e vilãs que ocupam respeitáveis cadeiras nos ricos plenários? Por que, heim?

Datafolha reconfirma tendêndia pró-Dilma
Emanoel Barreto

Eis o que dizem as coisas de jornal da Folha: Pesquisa Datafolha realizada ontem voltou a indicar estabilidade no quadro da corrida presidencial, com Dilma Rousseff (PT) mantendo liderança de 12 pontos sobre José Serra (PSDB).

A diferença agora é que o percentual de indecisos caiu de 8% para 4% em dois dias. Essa redução nesse grupo de eleitores indica que há cada vez menos espaço para mudanças na tendência de favoritismo da candidata do PT.

O levantamento do Datafolha, encomendado pela Folha, foi realizado ontem em 256 cidades e com 4.205 entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

A lei da gravidade política às vezes é tão poderosa quanto os mais sólidos princípios newtonianos. É o que vemos neste resto de reta final da disputa pela presidência da República. Mesmo a Folha, o jornal que mais decididamente apoia a candidatura
Serra, tem de admitir com a publicação de pesquisa feita pelo instituto da casa.

O jornal, mesmo assim, tenta resgatar o tema "aborto", principal argumento serrista para chegar à presidência, requentando a matéria com a manchete "Papa cobra ação de bispos do Brasil contra aborto". Não deu certo, não dará certo especialmente agora, com a decidida cristalização de votos pró-Dilma.

Ao que tudo indica, consultadas as urnas domingo próximo, o resultado estará configurado e a petista

Estimo que, com isso, pretende-se mostrar que a aliança PT-PMDB teria sido tão-somente uma reunião de intentos, um agrupamento cujo único intuito seria o apoderamento do Estado para fins políticos, beneficiando grupos ou estamentos.

O governo do PT tem, efetivamente, essa marca: a reunião de interesses divergentes em torno do presidente Lula. A seu lado assentam-se empresários do agronegócio e tendências mais à esquerda, trabalhadores e empresários, bem como segmentos dos mais diversos matizes ideológicos.

Essa composição, que é díspar, sei disso, terminou por assegurar ao país um período de equilíbrio econômico talvez nunca visto. Haverá disputas por cargos? Sim. Mas o mais importante será a predominância de um discurso voltado para o social. Vamos ver o que acontece. A prática política em sua dinâmica histórica e a participação da sociedade civil exigindo de Dilma que cumpra com o compromisso assumido de dar prioridade ao que vem do povo.

Alberany, o abominável, entra em contato com o Marquês de Camisão e seus vizires: um papagaio e uma anta

Terra Brasilis, 12 de junho de 1730

Ó vós, que ledes minhas estultices perigosas e excêntricas, acautelai-vos dos meus ignóbeis intentos. Eis o que se vos diz:
 
 Chegando à casa do Marquês de Camisão encontramo-lo, eu e a grei que me acompanha, empoleirado em grande árvore plantada no centro de monumental sala de estar da sua opulenta moradia. Empoleirado em um galho o Marquês, que estava de camisão, dialogava com papagaio palrador e uma circunspecta anta. Ambos empoleirados a seu lado.

O Marquês tinha enormes unhas nos pés o que facilitava enormemente seu labor de estar em um poleiro. O papagaio, enorme e dando aparência de ser muito sábio, era naturalmente apto a tal mister. Enquanto a anta, animal habilidosíssimo, não tinha dificuldades de equilibrar os cascos no galho onde se apunha. Logo percebi que estava presenciando ato de grande magnitude: convivial e douta assembléia de três magníficos viventes a quem Deus dera permissão de existir.

O aio que nos levara a tão sábias entidades curvou-se em profunda reverência, o mesmo fazendo eu toda a maloca de infames que me acompahava. Quem sois?, indagou o Marquês. Respondemos em coro eu, Peró, o chefe do bando, e o estalajadeiro que nos havia chamado a procurar tão alta figura: somos comerciantes e homens de empreitada, investidores e banqueiros e gostaríamos que Vossa Mercê se dignasse a nos ouvir e a nossos sóbrios propósitos. 

Aconteceu então algo que nos deixou maravilhados: o Marquês deu um salto da altura de onde se encontrava. E seu camisão abriu-se tão graciosamente que ele flutuou pela sala, fazendo acrobacias e dignos gestos, ademanes corteses e galantes. Subia e descia. O ar era seu amigo e logo concluímos que seria um digno membro da família de Ícaro e isso em linha direta. O papagaio também fazia graciosos movimentos, compondo um balé magnífico com o Marquês. E a anta, movimentanto suas orelhas, volteava, dando grande dimensão àquela cena encantadora.

Aplaudimos fervorosamente. As carpideiras que nos acompanhavam entoaram cânticos de louvor e os rezadores que conosco seguiam rezaram alto, agradecendo por presenciar tão engrandecedor milagre. Afinal o Marquês e seus afáveis conselheiros chegaram ao chão. E o fizeram com tanta leveza que sentimo-nos obrigados a novo e vibrante aplauso.

Sois então grandes homens?, inquiriu, soberano. Sim, nós o somos, respondemos. Então, o que quereis de mim, que sou pobre e humílimo servidor de poderes mais altos? Ó, respondemos, sois bondoso e modesto senhor, pois que tendes condição de operar maravilhas mas, ainda assim, não assumis a soberba ou a frívola vaidade.
O Marquês, homem prático e de bom senso, convidou-nos a sentar à uma vasta mesa. Mucamas e aios e aias nos serviam de dulcíssimos acepipes e o faziam com curvaturas e beleza. Então, ele nos questionou qual o motivo da visita. Como foi dito, enfatizei, viemos parlamentar e nos colocar a vossa disposição para empreitadas e ações, progresso e descobertas grandiosas, respondi, já sabedor que estava em presença de melífluo homem. Nobre, mas tão bandido quanto as facas dos muitos mandriões que se encontravam a meu lado.

Sois alquimistas também? Sim, nós o somos, respondeu Peró. Suportamos dores e sofrimentos para desenvolver nossos cientificíssimos saberes, e tudo pela causa da humanidade, só pela causa da humanidade. Destarte, enfatrizou o Marquês, viestes ao lugar certo. Tenho a meu lado dois sábios homens, o papagaio e a anta, meus conselheiros e vizires, a iluminar-me com suas sabenças e filosofia. São, ambos, filósofos e metafísicos, sabedores e falazes. 

Sei, disse eu, que encontro-me em augusta assembleia e humildemente dela queremos participar. Sendo assim, comemorou o Marquês, vamos a nos falar, que muito temos a nos dizer. E pediu ao papagaio que nos desse orientações e preciosos ensinamentos. E falou o ilustre pássaro, dando um profundo trago em cachimbo qaue viemos depois e saber era recheado de  ópio, maravilhosa e boa substância vinda diretamente da China para aclarar as ideias daquele privilegiado sábio.
Conforme deveis saber, começou ele assim a falar, o mundo precisa de descobertas e invenções, artifícios e primores. Ó, dissemos nós. Sendo assim, continuou ao perceber o efeito que obtivera, implemento todo o meu saber, que não é pouco, a causa mui nobre que são o esclarecimento e a iluminação das mentes pouco afiladas. 

E o que faremos, quis saber eu, para trazer luz às mentes mentecaptas e aos pensares pouco doutos? Eis a questão, respondeu aquele ser de grandes dotes. Eis a questão, continuou. Faremos grandes experiências com os parvos e os dementes, os grãos-bobos e os demais que veem do povo, a fim de que se capacitem ao trabalho mais elevado e contribuam para com o mundo, dando-lhe melhor feição.
(Continua)
Imagem: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://guerradepipoca.files.wordpress.com/2009/04

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Índio do Serra ficou com inveja porque não ganhou bolinha. Agora, Índio do Serra vai entrar para um circo e já sabe qual vai ser o seu futuro.

O Pixador

Manobras escuras e tenebrosas transações da candidatura Serra: uma sinistra manipulação de imagens prevê futuro sombrio ao Brasil



Tenho medo do Serra
João Victor Victor Torres

Senhores, isso não é uma coisa qualquer.
Prestem bem atenção o que uma elite ferida e decadente é capaz de fazer
para não perder uma eleição. Previsões funestas, absurdas e inferiorizadas
que inventam estórias e calúnias. Um charlatanismo vulgar, típico da sua
origem.

Ela mexe com religião, aborto e temas frágeis e complexos. O intuito? Qual o
objetivo? Com que finalidade? Ora, ora: reverter os 12 pontos de diferença, o
abismo que separa José Serra de Dilma. Indignação.


É a essa pessoa que você vai dar o voto?
É aos candidatos do terrorismo midiático que você vai dar o voto? Olhem a edição, veja o que os meios de comunicação, quando vendidos, são capazes.


Isso parece uma brincadeira, uma pegadinha do Gugu, mas isso não é uma
coisa qualquer.

Em outras palavras esse vídeo, chama você eleitor, de idiota e de
despreparado, sem o menor crivo para entender que o candidato da direita não
sabe perder e está fazendo de tudo para arrastar votos, mesmo que seja da
maneira mais desonesta e fraudulenta possível.

Medo, eu tenho medo de José Serra.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Campanha "Queremos um jornal" 
mobiliza estudantes e professores
Recebi do professor Adriano Gomes, coordenador da Base Cultura, Civilização e Midia-
Comidia, alentador email que reconfirma o sucesso de mobilização "Queremos um jornal!". 
O Setor II do Campus Central da UFRN apoia e promove o movimento. Segue o texto. 
 
Prof. Barreto,

A campanha "Queremos um jornal" já está ganhando corpo nas salas,
 corredores, entre os colegas e alunos, o que revela o anseio de todos pelo
 êxito dessa iniciativa extraordinária. Torcemos por isso e, para tanto,
 conte conosco.
 Adriano Gomes

Alberany, o abominável, continua suas tropelias na Terra Brasilis

Terra Brasilis, 11 de junho de 1730

Aos que me leem, ensinamentos e mistificações de um biltre. Eis o que se segue:

 Após apoderar-me dos bens de um velho enfermo e tratante, e de enviá-lo aos piratas para ser vendido como escravo, segui, juntamente com malta insana e insensata que me acompanha, a novos ultrajes.

Tenho a meu lado o bandido que chefia tal grei, chamado Peró, e um estalajadeiro que a nós se consorciou. Buscamos outro enfermo rico, enquanto boa parte dos maganos que nos seguem pedem esmolas pela cidade alegando que tudo irá para os doentes pobres, os órfãos e as viúvas. Dizem que obras pias e sacros intentos os movem.

Caminhando por bairro formado por belas vivendas logo nos deparamos com casa de aspecto imponente a destacar-se das demais. É essa, logo decidimos. E nos aproximamos dos altos portões que cerram e protegem a imensa moradia. 

Batemos palmas e aparece um criado bem vestido, com peruca e roupas formais. Curva-se ante nós e pergunta-nos o que queremos. Somos médicos e bondosos homens, garantimos. Estamos a procurar a quem esteja precisando de nossos conhecimentos e altas sabenças, vindos recém da Europa. Ó, diz o homem. Sim, respondemos nós. E perguntamos: por que manifestais tanto espanto? Porque, afirmou, meu amo e senhor encontra-se agravado na cama, sofrendo como um mártir.

E que doenças porta o vosso amo? Todas, assegura. Todas? Sim, todas. E como sofre aquela infeliz criatura de Deus. Então, logo convoco, dê-nos entrada a fim de que possamos atender tão insigne justo. E completo: temos carpideiras e rezadores para compor com seus cânticos e rezarias maior força aos nossos emplastros, poções e tisanas. Doente conosco já está curado. Ó, exulta o lacaio, e nos abre o portão. Um coro de carpideiras nos segue e logo começamos a caminhar em direção à casa.

Então, precavido, pergunto, como se quisesse realmente curar o amo da casa: e quais as atividades do vosso senhor? Indago, pois sei que muitas responsabilidades vividas ao mesmo tempo resultam em várias enfermidades, especialmente em pessoas sensíveis e honradas como certamente o é este industrioso senhor.

Sim, diz o empregado. Meu senhor zela com cuidado infindável para que homens e mulheres sejam levados ao trabalho, dedica-se com grande pertinência à agricultura e trata de dar às pessoas do comum acesso ao dinheiro, comerciando também com ouro.

Entendo tudo num instante: trata-se de um velho que comercia com escravos, explora trabalhadores na agricultura e, acima de tudo, é um usurário meléfico e tenaz, além de contrabandear ouro. 

Percebo que o lacaio está muito magro, assim como também magros são todos os serviçais e os braçais da agricultura. Pergunto o motivo e ele me diz: nosso amo todo mês nos mostra o dinheiro que deveríamos receber, tilinta as moedas mas não n'as dá. Porquê?, busco saber. Ah, é para que não as gastemos em gulodices, perfumes e roupas; frivolidades, entendeis?, isso, para que possamos ter um ocaso tranquilo e um fim de vida honroso. Bondoso, não é mesmo?. Concodo com um aceno de cabeça e já então nos encaminhamos ao quarto do amo.

O servo parte na frente, abre as portas do quarto e encontramos a seguinte cena: ele está acomodado entre as coxas de uma negra opulenta e sua cama enorme range e está recoberta de mulheres fabulosas. Geme como um safado e, ao ouvir do aio que ali se encontram médicos de renome, bondosas criaturas da arte de Hipócrates, sai da mulher e começa a dizer-se imensamente cansado, doendo-lhe todo o corpanzil. Ó, como sou alvo de terríveis males, choraminga.

Fazemos profunda reverência e nos anunciamos: somos doutores caridosos e buscamos idosos enfermos a fim de os aliviar. Então, diz ele, ajudai-me. Eis que encontro-me em estado lastimável. Olho ao lado da cama e vejos garrafas e garrafas de vinho. Mando que as carpideiras entrem e também os rezadores. Espanta-se ele: o que é isto? Por acaso sois líderes de algum funeral? Estais a me agourar a morte? Tais cantares trazem nefandos sortilégios, exclama. 

É grande o alarido, rezas e cantos místicos dominam o ambiente.

E então eu digo: não. Tais viventes apenas clamam aos céus a vosso favor. Ah, exulta. Então, viestes me curar? Sim, afianço. E logo digo: deitai-vos de bruços para que iniciemos a cerimônia curadora. Sem suspeitar de nada o tenebroso explorador deu-nos as costas. Então, sem pensar duas vezes, vibro-lhe potente golpe de vara nas costas. Ele tenta saltar, mas e dominado por dois dos meus sequazes que o mantêm de costas. E a vara flexível e firme desce mais e mais em seu espinhaço gordo. O bandido brame como um louco e pergunta: a serviço de qual entidade maligna estais? Sois servidores de Satã, de Baal, de Moloch? Tendes as mãos de Mefistófeles, horríveis doutores.

Não, responde Peró. Não, responde o estalajadeiro. Somos refinadíssimos patifes que salteiam as ruas a roubar e espoliar. E a vara continuava a descer. Grita ele: se sois patifes deveríeis estar sob o guante da polícia e sob a ameaça do carrasco-mor. Aqui, d'El Rey, aqui d'El Rey!, assopra, sob a velocidade dos golpes.

Peró então retruca: não sois melhor que nós. Apenas tendes sido dissimulado e hipócrita, explorando os pobres e desamparados. Trazeis ao mundo a miséria e o opróbrio, a solidão e a treva. Sois iguais a nós. 

E continua o castigo. Até que, cansado, meu braço para. E ordeno que o estafermo seja levado aos piratas para a escravidão junto a povos distantes e maléficos. Ele desaparece em meio às mãos calosas de nossos sicários.

Apoderamo-nos de tudo. Vendemos a grande casa a gente de péssima reputação e pensamos no próximo golpe. O estalajadeiro nos informa: devemos ir à casa do Marquês de Camisão. E o que faz ele?, pergunta Peró. Usa um camisão, explica o estalajadeiro. Então, digo, deve ser homem de boas referências e sábios procederes. Vamos então para lá.

Após meia hora a caminho, todos montados nos homens-cavalos - lembrai-vos de que nos apoderamos de homens tolos e os fizemos de cavalos - chegamos. O esplêndido palacete é cercado de jardins que fariam inveja a Semíramis. Somos recebidos ao portão por um servo. Pergunta quem somos, mas já não nos dizemos médicos e sim grandes comerciantes d'além mar. Sabemos que o Marquês é homem envolvido com grandes negócios e muito próximo a El Rey e assim preferimos não nos arriscar. Os outros eram plebeus ricos; aquele, aristocrata. E com essa gente é preciso ter prestimosos cuidados.

Somos levados à mansão. Cruzamos um comprido corredor iluminado e elegante. Chegamos afinal à grande sala da casa. Ali, vimos: no meio da sala havia uma grande árvore. Num dos seus galhos, empoleirado, estava o Marquês de Camisão, que vestia um camisão. A seu lado, imperiais, um papagaio e uma anta, também empoleirados.

O nobre com eles travava animada conversa e parecia pedir conselhos.
(Continua)

imagem: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com/_Pd9Dy9VF9GE/R5IEsCtp7pI/AAAAAAAAANc/LAdO6V46vb0/s400/Rev.%2BFrancesa%2B-%2Bsociedade%2Bde%2Bordens%2B-%2Bcaricatura.jpg&imgrefurl=http://bgtblog-quiksilver.blogspot.com/2010/03/revolucao-francesa-sociedade-francesa.html&usg=__ixzgqrX2gfQaetYDJpUxIWWH2SE=&h=400&w=298&sz=51&hl=pt-br&start=0&zoom=1&tbnid=HUs3EL0xceXnjM:&tbnh=139&tbnw=104&prev=/images%3Fq%3Dnobreza%2Bcaricaturas%26um%3D1%26hl%3Dpt-br%26client%3Dfirefox-a%26hs%3DkwI%26sa%3DN%26rls%3Dorg.mozilla:pt-BR:official%26biw%3D1024%26bih%3D407%26tbs%3Disch:1&um=1&itbs=1&iact=rc&dur=134&ei=yt_ITO6-FoSclgfi2fD2Ag&oei=Y9_ITOP-NoOglAeVhtXoAQ&esq=25&page=1&ndsp=12&ved=1t:429,r:0,s:0&tx=55&ty=48

Natal está fora da Copa

Alô Deus, a torcida te agradece, Senhor!
Emanoel Barreto


Soube que o Rio Grande do Norte está fora da Copa do Mundo de 2014. Desta forma, Parabenizo Natal e o povo do Rio Grande do Norte por haverem se livrado de gastar uma fortuna na construção de um elefante-branco, num desperdício monumental de dinheiro público. Quero dizer: manifesto minha alegria pelo afastamento de Natal como subsede da Copa do Mundo.

Aqui com certeza seriam realizados jogos de seleções insignificantes, para delírio da massa deslumbrada e tonta. Tonta por receber as migalhas de Alegria das empreiteiras que se beneficiariam de recursos milionários envolvidos na monumental farra de cimento e ferro.

Recursos que deveriam estar voltados para educação, saúde, cultura e segurança, transportes e incentivo à agricultura familiar por exemplo, mas seriam encaminhados para uma babilônia de concreto armado.

Depois, a tal Arena das Dunas serviria para nada ou quase isso. Alô Deus, a torcida te agradece, Senhor...

Foto: http://www.google.com/imgres?imgurl=http://img223.imageshack.us/img223/6663/imagem6in.jpg&imgrefurl=http://pirateandoideias.blogspot.com
Queremos um jornal ganha mais apoio: chapas à reitoria devem se pronunciar

Ganha força e representatividade o movimento "Queremos um jornal". Os estudantes estão divulgando a campanha, devendo a proposta ser apresentada formalmente às duas candidatas à reitoria da UFRN em debate a ser promovido pelo Diretório Central dos Estudantes. Ambas serão chamadas a dizer publicamente se acatam a exigência de melhores condições para o ensino de jornalismo impresso e a transformam em objetivo institucional permanente após eleição.

Desde já manifesto meu agradecimento ao jornalista Paulo Tarcísio Cavalcanti, que vem sustentando luta a favor da proposta em seu blog Jornal do RN ( http://ptarcisio.blogspot.com/ ).

No Twitter você pode colaborar digitando #queremosumjornal . (EB)



É isso: meia pesquisa basta para  bom entendedor
Emanoel Barreto

Para bom entendedor meia pesquisa basta. A tendência pró-Dilma há muito deixou de ser tendência e passou à condição de fato social cristalizado. Hoje, e quem informa é o Datafolha, ela seria eleita.

Acrescente-se a isso o fato de que a Folha anunciou escândalo na administração de Serra então governador, em episódio de aparente manipulação e conluio de empreiteiras para abocanhar espaços e ganhar dinheiro ilegalmente na construção do metrô de S.Paulo ao participar de um jogo de cartas marcadas. Antes da licitação já estava acertado quem seria "o vencedor".

Esse fato deverá ter alguma repercussão na próxima pesquisa, do Datafolha ou outro qualquer instituto setorial. Abaixo, matéria do Estadão sobre os resultados da pesquisa e constatação de que Lula continua a subir no conceito do brasileiro a respeito de sua administração.

Na terceira semana de campanha no segundo turno da eleição presidencial, a candidata Dilma Rousseff (PT) manteve a vantagem sobre José Serra (PSDB). Ela tem 49% das intenções de voto, e o tucano, 38%, segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem.


Em relação à sondagem anterior, feita no dia 21, Dilma e Serra oscilaram para baixo - ela um ponto e ele dois. O número de indecisos passou de 6% para 8%.


Levando-se em conta apenas os votos válidos, a candidata do PT lidera por 56% a 44% - o mesmo índice revelado na semana passada.

A pesquisa capta os efeitos do último debate entre os presidenciáveis, realizado na noite de anteontem, na TV Record, e da polêmica sobre a agressão que Serra teria sofrido em uma caminhada no Rio de Janeiro.

Tanto o tucano quanto a petista levaram o episódio ao horário eleitoral. Serra acusou o PT de truculência e a campanha de Dilma expôs uma suposta "armação", segundo a qual o candidato teria simulado um ferimento na cabeça.

Geografia do voto

 A principal novidade em relação à pesquisa anterior é o fato de que, na Região Sudeste, a mais populosa do País, Dilma saiu da situação de empate técnico e assumiu a ponta, com 44% a 40%.

No Sul, onde lidera, Serra viu sua vantagem cair quatro pontos. Ele tem agora 48% (eram 50%) contra 41% (eram 39%).
No Nordeste, principal reduto da petista, a vantagem dela se manteve em 37 pontos, mas os dois candidatos oscilaram um ponto para baixo (de 65% para 64% e de 28% para 27%).

O Datafolha também mediu a aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pela terceira semana consecutiva atingiu patamar recorde.

Agora, 83% dos entrevistados pelo instituto consideraram o governo ótimo ou bom. Houve oscilação positiva de um ponto em relação ao levantamento da semana anterior. A taxa dos que consideram a administração regular passou de 14% para 13%. O índice dos que veem a gestão como ruim ou péssima se manteve em 3%.





Veja bons motivos para votar em Serra

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Formação do Jornalista II

 O resgate da autoestima
(Por Alfredo Vizeu em 26/10/2010)
Texto extraído do Observatório da Imprensa


O Jornalismo acabou? O Jornalismo morreu? Agora, todos somos jornalistas? Apesar dos "maus presságios", o Jornalismo e a profissão de jornalista continuam mais fortes do que nunca e ocupam um papel central nas sociedades democráticas. Não sou ingênuo. Diga-se de passagem, é a primeira lição que ensino aos meus alunos e alunas de Jornalismo. Nenhum jornalista pode alegar que é ingênuo; ou então não é jornalista. A sociedade mudou; o Jornalismo mudou. Tem hoje pela frente novos desafios sociais, tecnológicos e éticos. É isso que renova e deixa o Jornalismo mais vivo do que nunca.

Mas, se o Jornalismo está mais vivo do que nunca, por que observamos uma certa crise de credibilidade, uma acomodação nas redações e um certo desânimo nos cursos? Tenho algumas hipóteses, mas prefiro trabalhar com aquela que, acredito, toca mais de perto os(as) jornalistas e os(as) estudantes de Jornalismo: a baixa autoestima. É preciso resgatarmos o orgulho de ser jornalistas. Lutarmos pela qualidade da informação e pela ética profissional.

Nem tudo está perdido. Sou um otimista e acredito que mudanças estão ocorrendo e vão acontecer, não de uma forma mágica, mas com muita luta. E o exemplo para todas e todos nós vem de um grupo de estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Numa época em que só se fala em novas tecnologias esses jovens lançam um grito de alerta que nos convoca a refletir o Jornalismo hoje: "Queremos um Jornal".

O zumbido do besouro

É o movimento que alunas e alunos da UFRN, com a participação do professor Emanoel Barreto, começaram e que tem por objetivo sensibilizar a reitoria da Universidade para dotar o curso de um jornal. Os estudantes vão mais longe. Querem a construção de um laboratório e de um parque gráfico. A preocupação deles é a formação de um jornalista qualificado que possa aprender na prática a teoria ensinada em sala de aula. No Jornalismo, a prática e a teoria caminham juntas. Na verdade, o que reivindicam alunos e alunas são as condições básicas para enfrentarem os desafios da profissão. A preocupação que carregam em seus corações e mentes é que lhes sejam dadas todas as condições para estarem eticamente preparados para exercer a atividade com dignidade.

Os estudantes são ainda mais ambiciosos O movimento tem como proposta a edição de um jornal preocupado com a agenda da sociedade e dos movimentos sociais, livre dos vínculos e das pressões do mercado. Têm toda a razão. É na faculdade que se ensina e se aprende Jornalismo. É na faculdade também que os(as) alunos(as) podem refletir sobre a importância do jornalismo como um bem público que pode contribuir de uma forma relevante para o aperfeiçoamento da democracia, bem como de uma sociedade mais justa e solidária.

Dignidade é a palavra de novo. Só assim vamos resgatar a autoestima no Jornalismo. O Jornalismo não se reduz a meia dúzia de regras como o que, quem, quando, onde, como e por quê. O Jornalismo é muito mais do que isso. Ao interpretar a realidade social, contribui para construção do mundo em que vivemos procurando orientar homens e mulheres para que possam entender o cotidiano em que vivem, adaptar-se a ele e modificá-lo.
Como observa Gabriel García Márquez ao tratar do Jornalismo, no texto "A melhor profissão do mundo": 
"Toda a formação deve se sustentar em três vigas mestras: a prioridade das aptidões e das vocações, a certeza de que a investigação não é uma especialidade dentro da profissão, mas que todo jornalismo deve ser investigativo por definição, e a consciência de que a ética não é uma condição ocasional, e sim, que deve acompanhar sempre o jornalismo, como o zumbido acompanha o besouro."

Estou confiante que o zumbido que começou com um grupo de estudantes da UFRN, que não tem a preocupação ampla que coloco de resgate da autoestima do Jornalismo, chegue a todas as redações, de todo o país, e provoque os jornalistas a refletirem sobre a importância social da atividade que exercem. Que o zumbido do besouro também chegue com mais força ainda a todos os alunos e alunas dos cursos de Jornalismo para que juntos construamos um grande movimento de resgate da autoestima jornalística.
 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://multi-ideias.zip.net/images/jornalismo.jpg&imgrefurl=http://multi-ideias.zip.net/arch2007-10-01_2007-10-31.html&usg=__DS0FDwgklLY1P8Ej3zKpfoLLWEo=&h=382&w=485&sz=38&hl=pt-br&start=3&zoom=1&um=1&itbs=1&tbnid=U4tprZqy_IpdHM:&tbnh=102&tbnw=129&prev=/images%3Fq%3Djornalismo%26um%3D1%26hl%3Dpt-br%26sa%3DN%26tbs%3Disch:1

Formação do Jornalista I


Queremos um jornal
(Emanoel Barreto em 26/10/2010)
Texto transcrito do Observatório da Imprensa


O ensino do jornalismo no Brasil ressente-se de algo essencial à formação dos novos profissionais: laboratórios de jornalismo impresso. Quando existem, conseguem publicar a duras penas jornais aperiódicos que mais resultam da competência, dedicação e criatividade de professores, alunos e alunas, que da existência de instalações que venham efetivamente a contribuir para tal fim.

Trata-se de incoerência histórica grave, uma vez que não se pode formar o profissional pleno a partir unicamente de aulas expositivas e da produção ocasional de jornais-laboratório. Isso, além de desalentador, pois passa a ideia de improviso e até amadorismo e contribui para a manutenção da cultura de que "jornalismo é fácil" e "qualquer um pode fazer". Conduz também a supor que somente nas empresas os jovens profissionais serão qualificados. Lamentavelmente isso termina por aparentemente ser verdade, pois os efeitos fenomênicos de tais práticas parecem confirmar tal quadro. Isso desabona os cursos, especialmente os públicos, em favor da iniciativa privada, encastelada na imprensa do cotidiano. E serve também de respaldo ao discurso que afirma a preponderância, a hegemonia e a competência do privado sobre o público.

Pensando em sentido contrário, um grupo de estudantes de jornalismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte resolveu pôr em prática a campanha "Queremos um jornal!", cobrando da instituição que assuma seu papel histórico de levar adiante a formação de profissionais capacitados humanística e tecnicamente, reunindo-se à prática atitude de práxis, sentido de inserção do ator jornalista na sociedade civil, resgate da autoestima e fortalecimento da categoria.

Parque gráfico é essencial

A campanha tem enorme repercussão no Twitter e ganhou apoio de professores de outros estados que comigo entraram em contato oferecendo incentivo e louvando a iniciativa. Quem quiser apoiar a campanha no Twitter pode digitar #QUEREMOSUMJORNAL. Na segunda-feira (25/10) começou a campanha "Queremos um jornal!" no campus central da UFRN.

A proposta é ousada: a construção de laboratório onde haja sala de redação e parque gráfico, o que garante a priori o desempenho do fazer jornalístico pleno junto aos discentes. O Labpress, como já é chamado pelos estudantes, terá a possibilidade de nos levar a um passo de qualidade na formação do profissional. Estamos em processo eleitoral para a reitoria e as duas chapas concorrentes serão chamadas a se posicionar publicamente a respeito da institucionalização da proposta.


A UFRN mantém a TV Universitária, veículo público de qualidade que capacita estudantes a essa área. Assim, nada impede que venhamos a reivindicar o Jornal Universitário. Agregado ao Departamento de Comunicação Social e, portanto, parte do instrumental prático do nosso curso. Um jornal assim, livre das injunções de partidos políticos – que, como se sabe têm lobbies fortes na imprensa profissional – e liberto das pressões do mercado, pode e deverá funcionar como entidade legítima de sociedade civil, abordando não apenas a vida acadêmica, mas, especialmente, nosso entorno social, sobre este exercitando atitude interpretativa credível.


Os professores ligados às disciplinas pertinentes terão oportunidade de trabalhar de forma plena e integral: o exercício das rotinas, o cumprimento dos deadlines, a capacitação para perscrutar e simbolizar o entorno, o despertar de talentos, a atitude ética, a vivência prática do que a teoria propõe, tudo isso forma o arcabouço do Labpress. Para tanto, a exigência de parque gráfico é essencial. Isso garante o funcionamento e a periodicidade do Jornal Universitário que, como a TV Universitária, terá participação importante no cotidiano da Universidade e da sociedade para a qual nos voltamos.

Combatamos o bom combate


Sei que os custos para a realização desta ideia são altos, uma vez que envolve a construção de sede para o jornal e aquisição de rotativa. Mas, mesmo não tendo números a respeito, sei também que não é impossível, desde que a reitoria assuma o compromisso histórico de dotar o curso de Jornalismo de condições otimizadas de funcionamento.


Recebi do professor Alfredo Vizeu instigante apoio à proposta. Diz ele: "Relembro que é dever do Jornalismo a busca da verdade e a ética como singularidade. Uma utopia a ser perseguida diariamente. Um Jornalismo de frontes levantadas. Utópico, sim, utópico como defendia Paulo Freire: `...o utópico não é o irreliazável; a utopia não é o idealismo, é a dialetização dos atos de denunciar a estrutura desumanizante e anunciar a estrutura humanizante. Por esta razão, a utopia é também um compromisso histórico´. O Jornalismo é utopia realizável de um compromisso histórico com a verdade, a ética, a liberdade e a democracia. Por isso, enfatizo, ações como esta dos colegas, alunos e alunas de Jornalismo do Rio Grande do Norte têm tudo para virar uma grande campanha nacional em defesa do Jornalismo que mobilize toda a sociedade. Precisamos ainda reforçar o trabalho que vem desenvolvido de uma forma incansável pelas entidades do campo, respeitadas as suas singularidades, Federação Nacional de Jornalistas, Fórum Nacional de Professores de Jornalismo e Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo. Concluo apropriando das reflexões de Paulo Freire para o campo jornalístico. A eficácia da atividade jornalística e o conhecimento do Jornalismo estão intimamente ligados ao que Freire colocava como a capacidade de abrir a `alma´ da cultura, de aprender a racionalidade da experiência por meio de caminhos múltiplos, deixando-se `molhar, ensopar´ das águas culturais e históricas dos indivíduos envolvidos na experiência. É dimensão crítica do conhecimento jornalístico, num imbricamento entre teoria e prática. Mais uma vez parabéns ao `povo´ do Jornalismo do Rio Grande do Norte. Um abraço fraterno, Alfredo".


Uma utopia, sim. Mas utopia com denso sentido de realidade a ser realizada; passo seguinte a ser conquistado; ação e atitude de alunos que, já com a sensibilidade aguçada pelo saber de procedimento aplicado a desvendar a realidade circunstancial, descobre nela a realidade a ser transformada para que, transformada, se torne transformadora em regime de metassocialidade. Da prática à práxis, do pensamento à ação política de conscientização do jornalista como categoria e ator histórico.


Manifesto minha gratidão ao Observatório da Imprensa ao abrir espaço para a divulgação desta luta, que em suma alcança fronteiras maiores: propõe um limiar, uma fronteira de ingresso, um desbravamento, uma espécie de epifania cidadã em nosso campo de atuação.

Espero obter de meus pares apoio à luta que já estou apoiando. Espero que combatamos o bom combate. Espero que venhamos a vir – vir para ver, ver para entender, ver para vencer.
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Folha cobre corrupção tucana para afirmar isenção

Flagrada operação fraudulenta nas obras do metrô de São Paulo
Emanoel Barreto

Leio no jornal dos Frias:
A Folha soube seis meses antes da divulgação do resultado quem seriam os vencedores da licitação para concorrência dos lotes de 3 a 8 da linha 5 (Lilás) do metrô.
O resultado só foi divulgado na última quinta-feira, mas o jornal já havia registrado o nome dos ganhadores em vídeo e em cartório nos dias 20 e 23 de abril deste ano, respectivamente.
A licitação foi aberta em outubro de 2008, quando o governador de São Paulo era José Serra (PSDB) --ele deixou o cargo no início de abril deste ano para disputar a Presidência da República. Em seu lugar ficou seu vice, o tucano Alberto Goldman. 

O resultado da licitação foi conhecido previamente pela Folha apesar de o Metrô ter suspendido o processo em abril e mandado todas as empresas refazerem suas propostas. A suspensão do processo licitatório ocorreu três dias depois do registro dos vencedores em cartório.
O Metrô, estatal do governo paulista, afirma que vai investigar o caso. Os consórcios também negam irregularidades ou "acertos". 
 ..
O jornalismo das grandes corporações de mídia, antes de tudo um negócio, precisa acautelar-se diante dos mares sempre nevegados por sua política editorial. Frente à possibilidade real de eleição de Dilma Rousseff o jornal dá uma guinada em sua cobertura no noticiário nacional e começa a salientar como a corrupção se acantonou no governo tucano paulista.
O resultado da licitação citada acima foi anunciado quinta-feira da semana passada, mas somente agora dá à luz a matéria documentando o desacerto. As empreiteiras são empresas dadas a esse tipo de procedimento. Encastoadas ao poder político, são entidades de enorme influência junto ao poder estatal e a este de alguma forma se agregam pois o Estado atrai seus serviços necessariamente, visto que tem a obrigação de construir obras públicas.

Em 2007, Serra governador de S. Paulo, houve monumental desastre em parte das obras do metrô. A Folha cobriu com parcimônia o acontecimento, de forma a apresentar o tucanato como isento em relação ao desastre que fez vítimas fatais. Perícia compruvou que as obras não eram feitas segundo as normas da boa engenharia. No mesmo ano caiu um avião da TAM em S. Paulo e, como a estrutura aeroportuária é ligada ao governo federal o presidente Lula chegou a ser chamado de "assassino".

A alegação estaria fundamentada no fato de a Infrero, responsável pela manutenção dos aeroportos de todo o país, ser federa. Logo, Lula seria o culpado. 

Agora, ante a débâcle de Serra, o jornal busca preservar sua imagem - a empresa se apresenta como apartidária - e dá destaque de primeira página à corrupção nas obras do metrô. O jornal busca assegurar sua hegemonia no mercado da informação e assim anuncia que houve manipulação na escolha da empreiteiras que tocam as obras do metrô.