sábado, 20 de abril de 2013



Tanto horror perante os céus

Dzhokhar Tsarnaev. O nome, quase impronunciável por um ocidental, designa o jovem suspeito de haver participado das atrocidades praticadas em Boston. Quero tratar da tragédia, aqui, de um ângulo que, pelo calor do momento, o jornalismo hard não tem tempo de fazer: tomo como referência o aspecto existencial, o humano, o trágico, patético, demencial ou quase isso, desse rapaz.
 

O ser humano em sua ira. Ira transformada em causa; e as causas justificam tudo. Aliciam, consomem, adoidam e mandam que as pessoas assim justificadas se atirem às mais tortas intentonas.
Reprodução/Twitter.com/abc7 - Da Folha de S. Paulo
Seu sofrimento, sua dor vertida em ideologia santificam todos os gestos.

 E lá se foi ele, armado, tonto, ao lado do irmão, “justiçar” multidão festiva em sua maratona. Depois, um depois terrível, tornou-se o acossado, o perseguido, a fera a ser detida. E terminou assim, acabou como está na foto. Colou-se na imagem tétrica que personifica o monstro , nos mostra o monstro ferido. E que, mesmo ferido, parece estar algemado.

Ó tempos, ó costumes! Tudo tão triste, tão triste, na vida e miséria humana – não vale a pena tal luta. Espero jamais rever tanto horror perante os céus.

Recebo e divulgo



“Pietá – Leve o que Quiser”

A Guria Produtora traz pela primeira vez à Natal/RN, diretamente do Rio de Janeiro, a banda “Pietá”, para apresentação única no Teatro Alberto Maranhão, dia 27 de abril, às 20h30. O palco será ocupado pelo trio de
músicos/atores formado por Juliana Linhares (voz), Frederico Demarca (violão) e Rafael Lorga (percussão).

O show “Leve o que Quiser” vem coroar o primeiro ano de trabalho do Pietá.
Inspirados na música homônima, a banda convida o público a visitar o
universo intimista onde tudo começou: uma casa, uma sala, fogão e
cachorro. Três sotaques unidos pela musica popular regional original
brasileira acústica de jardim.

O projeto “Pietá” surgiu no início de 2012 através do encontro da
natalense Juliana Linhares com os cariocas Frederico Demarca e Rafael
Lorga. Atores, os três se conheceram na faculdade de teatro e, com
carreiras musicais já em andamento, uniram-se. Desde então vem fazendo
diversos shows pela cidade do Rio de Janeiro, levando um repertório
transitório, transeunte, transitivo, por vezes autoral, por vezes
saudação.

O cardume do show também conta com os músicos convidados Neemias Lopes e
Paulo Sarkis, luz de Ronaldo Costa e som de Eduardo Pinheiro.

É com imenso prazer, vontade, coração batendo mais forte que a banda pega
o avião para finalmente voltar à bolsa uterina do mar quente do nordeste e
apresentar aos potiguares a sua música.

A Guria Produtora é uma empresa especializada em oferecer soluções para
eventos, teatro, shows, vídeos, congressos, festas e etc. Atua em Natal
desde 2012 e está presente nos maiores eventos da cidade com equipes de
produção e coordenação de produção.

Serviço:

“Pietá – Leve o que Quiser”
Quando: dia 27 de Abril
Onde: Teatro Alberto Maranhão
Horário: 20h30
Ingressos Antecipados: Donna Casa (Midway Mall- 3º Piso / Tel: 3344-4352)
e na bilheteria do Teatro Alberto Maranhão.


Chamem Diógenes! 

A vinda do ministro Joaquim Barbosa a Natal causou-me alguma perplexidade. Não pelo fato em si: a vinda extemporânea de autoridade para verificar a doentia, renitente, cruel, encruada situação de descalabro dos setores da Justiça no RN e segmentos com este conexos. Não; nada disso. O que chamou a minha atenção foi o festejo – justo, afinal de contas – , a um homem por ser honesto. Ou seja: chegamos ao cúmulo de um absurdo paradoxo; conseguimos aquilo que Diógenes, o filósofo cínico, não conseguiu: descobrimos um homem digno. e vibramos com tal exceção.


E isso não se deu sob o alumiar da tocha que ele portava ao meio-dia em sua busca enlouquecida e bela, mas sob o espocar dos flashes das máquinas dos repórteres fotográficos. Quer dizer: a procura transformou-se em espetáculo; a visão meio pop do ministro, o espetáculo da moralidade exposta em meio às manchetes.

O ministro visitou a nossa vergonha e falou a respeito do que todos sabemos: o Rio Grande do Norte é uma lástima. Depois da visita ao sistema penitenciário ele foi embora, não sem antes falar rapidamente a respeito da nossa Justiça, ela mesma tão trôpega e lamentável. 

Esperemos que de sua vida reste, pelo menos, uma réstia de dignidade. Enquanto isso, vamos acender tochas. E rezar, rezar muito, para que sirvam para nos mostrar o caminho pelo menos da sensatez, já que a dignidade fica mais acima.