Recebo e publico artigo da professora Maria Arlete Duarte de Araújo, candidata à reitora da UFRN. Outras chapas terão idêntico tratamento. (EB)
.......
DISCUTINDO A UFRN
CRESCIMENTO SIM, MAS COM HUMANIZAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO (II)
Maria Arlete Duarte de Araújo
Professora Titular – DEPAD/ Centro de Ciências Sociais Aplicadas
arletearaujo@natal.digi.com.br
Em artigo anterior destacamos que o Programa REUNI, do governo federal, produziu um enorme crescimento da UFRN, com muitos prédios construídos e em construção, novas salas de aula, ampliação da biblioteca, novos laboratórios, novos cursos de graduação e pós-graduação. Todavia esse crescimento físico não foi acompanhado por um conjunto de processos de diversas naturezas – político, comunicacionais, decisórios, operacionais, motivacionais e de controle - consagrados pela ciência administrativa como igualmente infra-estruturais, tal como os prédios e instalações. E toda organização, ensina a ciência administrativa moderna, para funcionar bem, exige que esses processos sejam suficientemente articulados, de sorte a promover o equilíbrio e não comprometer a qualidade das atividades realizadas.
Evidenciamos, no artigo anterior mencionado acima, alguns problemas resultantes hoje, na UFRN, da desarticulação entre os processos infra-estruturais. Agora trataremos das propostas.
Na perspectiva da recuperação dos espaços de participação – um processo eminentemente político, de comunicação e motivacional - coloca-se como tarefa inadiável a definição de uma agenda de debates amplos e abertos sobre a desarticulação processual infra-estrutural e outras questões relativas ao trabalho docente e do corpo técnico-administrativo. A constituição de uma Mesa Permanente de Negociação, como um canal de discussão entre a Administração e os servidores com o objetivo de democratizar as relações de trabalho e fortalecer o papel dos docentes e técnico-administrativos sobre as políticas de gestão das pessoas, é objetivo indispensável.
Da mesma forma a criação de Comissões sobre as Condições do Trabalho, em cada unidade acadêmica e administrativa, com o objetivo de discutir tais condições, propondo e negociando com a Administração Central mudanças no ambiente e na organização do trabalho. As duas iniciativas são instrumentos a serem institucionalizados para permitir uma gestão participativa, sempre tendo como foco a melhoria das condições de trabalho.
Além da institucionalização desses mecanismos, deve-se também reestruturar as funções da Pró-Reitoria de Recursos Humanos a fim de que incorpore uma seção especializada para tratar das relações de trabalho, em estreita articulação com as Comissões sobre as Condições de Trabalho de cada unidade acadêmica.
Importante ainda é priorizar o resultado ao invés do procedimento, para dar mais eficiência e qualidade ao trabalho do docente e do técnico-administrativo. Como fazer isto? Desburocratizando as instâncias e trâmites dos processos acadêmicos e administrativos, o que exige revisão das normas de registro e controle das atividade, definindo fluxos mais ágeis e aspectos que de fato merecem ser controlados, com vistas ao resultado a ser alcançado, evitando duplicação de controles e de registros meramente formais. Isto se aplica tanto interna quanto na relação externa, a exemplo da relação com a FUNPEC. A desburocratização exige assim amplo debate sobre as formas de controle das atividades docentes e técnico-administrativas.
De igual sorte há que repensar a estrutura de apoio ao trabalho, a fim de que o professor e o técnico-administrativo tenham de fato condições adequadas para realizar suas atividades. Estamos falando de estruturas administrativas que agilizem a solução dos problemas. Estamos falando de estruturas de informática, de compras, de consertos de equipamentos e de reformas dos ambientes de trabalho. Estamos falando de estruturas que apóiem o trabalho docente nas atividades de ensino, pesquisa e extensão. O foco deve ser rever estruturas e processos para melhorar as condições de trabalho e assegurar que haja espaço para a criatividade e as soluções inovadoras.
Em conclusão, sim, o crescimento é importante para a expansão e o fortalecimento da universidade pública, necessários ao desenvolvimento do país e à construção de uma sociedade mais justa socialmente. Neste sentido, devemos fazer todo o esforço para consolidá-lo e aprofundá-lo. Todavia, deve-se projetar nele “um novo olhar”, visando qualificá-lo, de sorte a obter reflexos diretos na condição de trabalho dos docentes e do corpo técnico-administrativo e reverter os resultados do crescimento para a Sociedade, através de processos formativos dos alunos, que priorizem a qualidade social, crítica e reflexiva, bem como de pesquisas que apóiem o processo de desenvolvimento econômico, social e tecnológico do Rio Grande do Norte e do país e que promovam uma forte articulação com a Comunidade, para solução de seus problemas.
POR UMA GESTÃO HUMANIZADA!
GENTE EM PRIMEIRO LUGAR!
Acesse:www.arletenovolhar.com Siga-me:twitter.com/arleteraujo
Nenhum comentário:
Postar um comentário