sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Um tempo feito de azul

Minha casa, minha vida

Dedicado a Teinha Magalhães Barreto

http://ultradownloads.com.br/papel-de-parede/Ceu-azul--193206/
Quem faz a casa é quem a habita. A casa vive nos corpos, nas pessoas, no seu relacionamento, nas suas coisas, instantes e segundos, momentos e minutos.

Não sei quantos minutos tem um instante nem quantas segundos tem um momento.  Instantes e momentos são um tempo mágico, especial. Sei que no horário da vida o tempo não se mede na régua redonda do mostrador do relógio. A vida, efêmera no tempo, existe em si e permanece viva no tempo dos grandes momentos. 

 A vida dos casais que se sabem casados eterniza seus momentos, escande seus instantes. A consciência dos grandes momentos torna a vida algo eterno para o casal que sabe ter instantes de casal, instantes azuis.

Mais que isso, a vida vivida nas casas e nos casais se estende na imensidão dos quilômetros e das milhas do existir casal. E o casal, quando se vive no instante íntimo do ser entre si, caminha à luz solar de um sol que construiu ao longo dos momentos e instantes, século imenso do seu amor. 
  
Com a luz dos nossos instantes, a você, Teinha.
Emanoel Barreto

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ZOORÓSCOPO 
 Marlim - Esse é o zoosigno dos que estão dispostos a grandes lutas na vida, a empreender sonhos de trabalho mesmo que isso custe o trabalho de ter sonhos. Marlim é aquele peixe audaz como se estivesse armado com um florete. Os de Marlim trazem esse fado,  o de combater contra adversidades enormes, esbater-se ante fortalezas de injustiça e jamais se dobrar aos 30 dinheiros. Se você for de Marlim sabe do que estamos falando.

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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Olá,
Voltarei a escrever nesta sexta.
                                                                      Emanoel Barreto


quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Os novos nomes da corrupção



Cuidado. Úculos, búculos e trúculos vão dominar o Rio Grande do Norte


Há dias esteve em minha tipografia um homem que, pretextando estar a serviço de “altos assuntos”, anunciou-se como sendo “um búculo”. 

Como não tenho a mais mínima compreensão do que seja tal e tão louca pessoa, situação, cargo ou patranha, calei-me e esperei que ele explicasse o que seria isso, ou seja: quem seria ele, qual o seu propósito, intenção e meta. Pródigo em palavras foi logo dizendo:
– Existem, meu caro tipógrafo, na sociedade brasileira os mais variados tipos de homens em termos de depravação política.

– Sei disso. 

– Sendo assim – prosseguiu – da mesma forma como há corruptos lamentáveis, safados de todas as espécies, ladrões engalanados, honrados salafrários e magníficos farsantes, surgimos nós, os que somos búculos. 

A isso seguiu-se a explicação: – Cientista cujo nome prefiro não declinar nos está criando em laboratório mediante rigoroso processo de reprogramação mental. E dividiu-nos em três classes ascensionais: úculos, búculos e trúculos. Primeiro o indivíduo é preparado para ser úculo. Então, após elevados estudos, chega à condição de búculo. Afinal, o eleito para tal e excelsa obra passa à situação de trúculo, grau máximo. Todavia, já na condição inicial pode o úculo começar a trabalhar. Detalhe: somos recrutados das classes mais sofridas, vimos dos trabalhos pesados, dos salários indignos. Sendo assim, ao nos tornarmos sequencialmente úculos, búculos e trúculos deixamos a classe trabalhadora e passamos a instância superior, privilegiada, cheia de mimos e pertences. Destarte, gostamos de tal felicidade e da desigualdade que a gerou.
Indaguei: – E porque o senhor está me contando tudo isso? Para mim tudo continua sem sentido. Qual a “excelsa obra” a que se dedicam? O que são úculos, búculos e trúculos? 

A resposta deixou-me ainda mais atônito: – Não sei. Sei apenas que ficamos privilegiados.

– O senhor não sabe? O senhor é um búculo e não sabe o que é ser búculo?

 – Não sei, e isso é o mais importante. O que importa realmente é o agir sem saber para quê, entende? Agir segundo o que se nos foi dito em laboratório e pronto.

– E o que lhes está sendo dito? 

– Simples – foi a resposta: – Devemos ingressar na vida pública, ganhar mandatos e dar vazão a todos os instintos humanos de lucro, desvio de dinheiros públicos; vamos alimentar-nos de propinas sórdidas, viver de concussões secretas e prevaricações desleais: tudo o que não tínhamos com nosso miserável soldo de trabalhadores. Vamos agir segundo o sistema sem compreender sua essência de sistema, vamos viver apenas aderindo e gozando. Reproduzir o que já existe e viver segundo suas regras.

– Mas, senhor – enfatizei – isso já há muito tempo. No Brasil e no Rio Grande do Norte essa raça, literalmente, abunda. Os senhores estão sendo preparados apenas para uma coisa: um elevado grau de corrupção. Os senhores são, no máximo, uma nova categoria semântica da expressão ladroagem pública, só isso.

– Ohhhhhhhhh!!!! – ele manifestou-se decepcionado. – Quer dizer que sou apenas um corrupto? Um reles corrupto? Não tornei-me um ser superior, uma elite? Deixei de ser trabalhador para ser um tipo de bandido?

– Sim, meu caro. Objetivamente, o senhor é um ladrão.
– Não – ele contestou – não sou um ladrão pois ainda não tenho um mandato, como me foi determinado nas experiências laboratoriais. Mas, espere-me e o senhor verá a minha competência. Sua ignorância me enoja.

A seguir, retirou-se.
Hoje, para minha surpresa, abri o jornal e vi a manchete:

“Honorável trúculo é candidato
a deputado federal”
Imediatamente compreendi: o sujeito, em menos de 24 horas, havia completado seu processo ascensional e passara à condição máxima de corrupto mediante científica e exata programação. E então, neste exato momento, ao redigir este coranto percebi, para desespero meu: estamos perdidos: os corruptos serão produzidos em série. E pior: seguindo os princípios da alta ciência, agirão com ainda maior desenvoltura, perspicácia, pragmática e acurácia. 

Comecei a tremer. Fiz então o seguinte: estou encaixotando meus amados tipos, minhas caixas altas e baixas e preparo-me para fugir. Para onde, não sei. Mas farei o seguinte: vou dirigir-me ao porto e esperar o próximo vapor. Embarcarei naquele que for para a mais distante ilha, uma ilha ainda não inscrita em qualquer mapa; ali será o meu lugar. 

De lá mandarei a este infeliz Estado meus textos e minha palavra escrita. Na esperança de que tais ditos tenham aqui alguma eficácia de contestação e repúdio aos costumes locais.   

Ao mesmo tempo desejarei que, em tal lugar, na ilha distante para onde irei, os autóctones – bárbaros e bondosos – não cheguem ao estágio de civilização e venham, um dia, a se tornar úculos, búculos e trúculos. É isso. 

Quanto a você que fica, leitor, desejo boa sorte. Reze. E assim que puder embarque e fuja também.

Um forte abraço,
Emanoel Barreto










Mais uma do Al Caparra, o gangster chic


A chegada das trevas



Carlo Allegro/Reuteres

Heil, Trump!
A surpreendente e trevosa vitória de Donald Trump começa espalhando um rastro de terremoto nas finanças mundiais, abalando bolsas na Europa e Ásia. Mas, calma, se o mundo superou Hitler creio que vai aguentar o novo mandatário americano. Pelo menos espero. 

Com relação ao assunto creio que Heiko Maas, ministro da Justiça da Alemanha, o explicitou da maneira mais objetiva:
“O mundo não vai acabar, mas ficará mais louco”.

Vem da Alemanha outra afirmativa, também bastante plausível agora de Ursula von der Leyen, ministra de Defesa: “Choque enorme. Acho que Trump sabe que não foi um voto para ele, mas sim contra Washington, contra o establishment”.
A loucura foi bastante fácil de perceber: com apelo ao mais vulgar e sórdido populismo prometeu aos segmentos mais broncos da americanidade coisas como a segregação do México com um grande muro, expulsão de latinos e muçulmanos, isolacionismo e imperialismo; e empregos, muitos empregos ao americano básico; aquele, tipo Homer Simpson: burrão, com baixa escolaridade e guiado pelo estalar da metralhadora como padrão e emissão de patriotismo.
Quanto ao repúdio ao establishment seria possível admitir a  possibilidade de que, sim, as pessoas com um nível maior de esclarecimento estejam já cheias de acreditar em promessas tipo bom senso – melhores serviços de saúde, retomada do crescimento, apoio às minorias, coisas do tipo.
Por mais que o americano médio acredite nos valores ali dominantes, é bem possível aceitar a suposição de que boa parte da sociedade entende, de alguma maneira, que os Estados Unidos são uma plutocracia: um sistema de poder regido e entregue a quem tem mais poder e mais dinheiro.
Desta forma a mensagem do establishment, representado por Hillary, é uma ousada mentira, pois os dominantes querem mesmo é manter seus privilégios, o que ficou bastante comprovado com a crise de 2008, cujos reflexos ainda se fazem sentir. Os ricos continuaram ricos e uma certa classe média afundou.
As pessoas sabem disso. Juntando-se tal situação com a estupidez formou-se o caldo de dinamite que está prestes a ser servido ao mundo.
Que o diga David Duke, ex-líder da Ku Klux Klan e ex-integrante da Câmara dos Representantes pelo estado da Luisiana de 1989 a 1993: “Deus o abençoe. É hora de fazer a coisa certa. É hora de tomar a América de volta”.
O discurso aparentemente conciliário de Donald Trump após conhecido o resultado da eleição é apenas ato retórico: em jornalismo sabemos que em política muitas vezes é verdade que o político disse, mas pode não ser verdade o que ele disse. Creio que seja o caso.
Se Trump conta com as bênçãos da Ku Klux Klan então é hora de entender que os EUA levaram um trompaço de Trump.
Mas, algo deve ser levado em consideração: Hillary teve 218 votos no colégio eleitoral e Trump 176, pelo menos no instante em que eu escrevia este artigo, 7h desta quarta, quando as apurações ainda continuavam em alguns poucos estados.
Tais números representam que ela obteve, em votos do eleitorado, 47,56 por cento enquanto Trump recebeu 47,63 por cento. Em números absolutos isso significa Hillary com 58 milhões, 670 mil, 948 votos, cabendo a Trump 58 milhões, 743 mil, 996 votos, segundo vejo no Portal G1. Como se percebe, não foi vitória esmagadora.  
Trump ganhou por uma nesga de votos. Ou seja: a sociedade americana está dividida.
Ainda bem: isso significa que haverá mobilização de sociedade civil para enfrentar os tempos que virão.
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ZOORÓSCOPO  
Cascavel – o meu caro cascaveliano: você precisa controlar seus impulsos da raiva. O mundo não é seu. Deixe também se truques sujos, tocaias e emboscadas. Para toda cascavel sempre haverá alguém disposto a empunhar um bom pedaço de pau.