sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Deu na Folha:

Bruna Surfistinha diz ter saudades da liberdade da prostituição

ROBERTO KAZ
DE SÃO PAULO
Em uma cena do filme "Bruna Surfistinha", a protagonista Deborah Secco encara inerte a câmera, enquanto um homem se vale de seus dotes sexuais.
 
 
"Foi assim mesmo na primeira vez", disse Raquel Pacheco, 26, olhando para a tela do cinema. "Eu estava nervosa, não sabia me portar como garota de programa. Pensava: 'O que eu estou fazendo aqui? Será que meus pais viram a carta que deixei?'" 

Nove anos após o abandono de lar, família e nome de batismo, Raquel --ex-Bruna Surfistinha, a garota de programa mais famosa do país-- vê sua história chegar ao cinema. O filme, baseado na biografia "O Doce Veneno do Escorpião" (Panda Books), estreia hoje em 350 salas.
A pedido da Folha, Raquel acompanhou uma exibição. Comentou as principais cenas, como o momento em que liga para a mãe, no meio da noite, e permanece calada: "Eu não tinha coragem de falar. A última vez que conversamos foi em 2004". 

Ex-aluna do Bandeirantes, tradicional colégio paulistano, Raquel fugiu de casa aos 17 anos, após repetidas brigas com a família.
Rumou para um bordel nos Jardins, que visitara um dia antes. "Eu tinha ligado para vários privês anunciados nos classificados. Visitei três, escolhi o menos pior."

Divulgação
Débora Secco em cena de "Bruna Surfistinha"
A atriz Deborah Secco, protagonista do filme "Bruna Surfistinha", que estreia nesta sexta-feira em todo o Brasil

Diante da cena em que Deborah Secco acerta os termos de serviço com a dona do estabelecimento, Raquel comentou: "Eu estava assustadíssima. Até então, só tinha transado com meu primeiro namorado. Mas saí de casa decidida a me prostituir".
No lupanar, foi apodada Bruna. "Nem sabia que existia nome de guerra. Uma menina falou que combinava comigo. Topei." 

Em uma cena do filme, Deborah Secco, fascinada com o farto cardápio de clientes, diz, em off, que "estava adorando ser a menina mais popular do colégio".
"Era verdade", disse Raquel. "Eu não tinha sensualidade, não era uma adolescente bonita, mas me destacava por ser menos prostituta que as outras." 

Raquel tardou a se acostumar com o ofício. "Foram três meses até que eu me entregasse à Bruna." Para evitar o encontro com antigos conhecidos, inventou, também, uma nova organização geográfica. "Quando eu era Raquel, ia ao cinema no shopping Paulista. Quando virei Bruna, passei a ir no Morumbi Shopping." 

Ao ver uma cena de Deborah Secco bêbada e drogada na boate Love Story, quartel-general das garotas de programa em São Paulo, Raquel se diz nostálgica: "Não sinto falta da prostituição em si, mas dessa sensação de liberdade. Eu não tinha ninguém, mas não tinha cobrança". 

Hoje, ela está casada com um ex-cliente. Seu livro vendeu 250 mil cópias.
Perdeu contato com os amigos que fez quando era Bruna. Tampouco fala com os conhecidos do período Raquel pré-Bruna. 

Tem esperança de que os pais assistam ao filme, "para ver como são retratados". Na pré-estreia, em São Paulo, Raquel lamentou não estar junto deles. "Tudo bem, eu errei, me prostituí, os decepcionei, mas já faz seis anos que parei."

De volta a um querido passado

Elegia e amor ao Diário de Natal
Emanoel Barreto

Passando hoje em frente ao que sobrou do grande edifício do Diário de Natal. Berçário do meu jornalismo, as ruínas me lançaram um grito íntimo, perguntando se eu as havia esquecido. Meu carro, como que já treinado a perceber os meus impulsos, parou, solidário às velhas paredes vergastadas pelos golpes da destruição. 

O soluço maior daqueles restos o fui encontrar nas letras arrancadas da parede, onde se lia: "Diário de Natal", em caracteres azuis. Dirigi-me em procissão solitária no rumo das minhas lembranças gravadas em pedra e cal. Desci do carro e prestei homenagem àquele monumento desvalido. 

Em Proust encontrei a declaração exata daquele drama: "É porque a melhor parte de nossa memória está fora de nós, numa brisa chuvosa, num cheiro de quarto fechado, ou no odor de uma primeira labareda [...]". 

O que estava fora de mim me chamava então, e dizia que ali, no meio dos escombros do passado, velhos e queridos fantasmas da minha infância de jornal ainda passeiam e, quem sabe, esperam inutilmente a próxima edição - do que jamais será publicado nas rotativas agora inexistentes.

Leio, estarrecido, na Tribuna:
Mudança na lei para garantir o aumento
Nova redação desvincula vencimentos dos deputados estaduais e federais e pode "driblar" questionamento do MPRN
Jussara Correia // jussaracorreia.rn@dabr.com.br

Uma pequena alteração na redação do projeto de lei que estipulou o aumento salarial dos deputados estaduais pode esvaziar os questionamentos feitos pelo Ministério Público à constitucionalidade do reajuste. Pela lei, sancionada pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e publicada no Diário Oficial do Estado, a remuneração dos parlamentares do Rio Grande do Norte passou de R$ 12.384,06 para R$ 20.042,34. A redação anterior não determinava o valor, apenas dizia que os parlamentares do RN receberiam 75% do que fosse pago aos deputados federais.

Essa ausência de especificação na lei havia sido alvo de contestações, por parte do Ministério Público do RN, que ingressou com uma Ação Civil Pública (ACP) para vetar a vinculação do aumento dos parlamentares da Assembleia Legislativa aos vencimentos dos deputados federais - que aprovaram um reajuste de 61,8% em seus salários, em dezembro do ano passado. 
........
Não votar é um direito do cidadão

A cultura política brasileira, que assemelhou o Poder Público a coisa privada de quem dele se apossa com a anuência forçada da sociedade pelo voto obrigatório, permite a ocorrência de tais absurdos. O uso de técnica de redação jurídica permitirá aos deputados estaduais aumento faraônico. A governadora Rosalba Ciarlini, que se diz preocupada com os dinheiros públicos, ou a falta destes, para governar, acatou mansamente a nova lei. Comapare com o que você ganha e entenderá, certamente com indignação, o que afirmo. 

A partir deste registro volto a defender a não-obrigatoriedade do voto. O voto obrigatório é tão-somente um estratagema para que os políticos não sejam eleitos, mas se façam eleger, o que é bem diferente. Creio ter chegado a hora de um grande movimento de sociedade civil visando propor alteração constitucional que torne o voto não-obrigatório. 

Instituída essa possibilidade, não votar como forma de protesto, será possível o absenteísmo cidadão, a negativa de comparecer às urnas para protestar à continuidade desse estado de coisas. Pense nisso. 

.......... Outra coisa: tem dinheiro para dar aumento a deputado, mas não para pagar o aluguel das viaturas policiais.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

 Margareth Tatcher
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Bastidores do Jornal da Globo - reclamações, caras e bocas

Francês diz que o Brasil não presta e vem aqui para ser elogiado

O texto abaixo é da Folha, no caderno Ilhstrada. Trata-se de entrevista com um tal de Claude Lanzmann, cuja grande realização, parece, pelo destaque dado pelo jornal, é ter sido amante de Simone de Beauvoir. O sujeito desceu o malho no Brasil e em Niemeyer e não mereceu qualquer pergunta questionando seu preconceito. Um bom jornalista pode perfeitamente estabelecer uma entrevista de debate. Basta saber perguntar. Leia o que diz o citado elemento.

O amante de Beauvoir

Em "A Lebre da Patagônia" , livro de memórias que sai em junho no Brasil, o francês Claude Lanzmann narra caso com Simone de Beauvoir e faz balanço intelectual de sua geração; escritor vai participar da edição da Flip deste ano

LENEIDE DUARTE-PLON
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE PARIS

Durante sete anos (1952 -1959), o jornalista Claude Lanzmann, 85, formou com a escritora e filósofa Simone de Beauvoir (1908-1986) um casal apaixonado.
Ela tinha 44 anos quando, já consagrada autora da bíblia do feminismo, "O Segundo Sexo", conheceu o jovem de 27 anos, recém-admitido no clã de intelectuais que faziam a revista "Les Temps Modernes", criada por Beauvoir e Jean-Paul Sartre (1905-1980) em 1945.
O trio Lanzmann-Sartre-Beauvoir também viajou e trabalhou unido, construindo uma sólida amizade. Em suas memórias, "A Lebre da Patagônia", publicadas em 2009 em Paris, Lanzmann narra aventuras intelectuais e viagens que fez com o casal emblemático do existencialismo.
Faz também um balanço de sua vida de judeu francês, envolvido, ainda adolescente, na Resistência ao ocupante alemão durante a Segunda Guerra.
O livro será lançado em junho no Brasil pela Companhia das Letras. Um pouco depois Lanzmann virá ao Brasil. Neste ano ele é convidado da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que acontece entre os dias 6 e 10 de julho.
Mais informações sobre o evento estão no site www.flip.org.br.
Leia trechos da entrevista que Lanzmann concedeu à Folha, em sua casa, na capital francesa.

 


Folha - Com que estado de espírito vai conhecer o Brasil ? Claude Lanzmann - Já conheço o Rio, onde fui em 1985 ou 1986 para o festival de cinema organizado por um francês, Jean Gabriel Albicocco [na ocasião, Lanzmann exibiu "Shoah"].
Todo mundo ficava hospedado no mesmo hotel e um acordo tinha sido feito com a favela vizinha para que não houvesse violência.
O hotel era um prédio tipo torre, de Niemeyer, que é um criminoso. Ele ainda está vivo? Tem 103 anos? É um criminoso. Um arranha-céu circular é totalmente idiota, um absurdo.

Por que o sr. diz que Niemeyer é criminoso ?
Nesse arranha-céu onde o festival se desenrolava, esperávamos 45 minutos de fila para descer ou subir. Esse é o crime do arquiteto. O círculo serve para quê ?
As pessoas fazem os prisioneiros andarem em círculos nas prisões cortando assim qualquer projeto, qualquer futuro, é isso o círculo.
Os arquitetos que constroem prédios circulares são idiotas. Não tenho nenhum respeito por Oscar Niemeyer. Ele construiu Brasília também? Pior para Brasília.

O que tem contra ele ?
Não se constrói em círculo. Mas era a primeira vez que eu via o Atlântico Sul. Havia ondas enormes.
Depois, dormi na praia e fui assaltado por um menino que correu e eu não consegui agarrar. No pouco tempo que passei no Rio, vi mulheres terem os colares arrancados do pescoço.
O Rio é uma cidade que me pareceu extremamente perigosa. O meu filme, "Shoah", foi legendado às pressas e teve problema de tradução, os brasileiros fazem tudo na última hora.

"Shoah" foi bem recebido ?
Foi. Depois encontrei dois malucos que diziam que queriam comprar meu filme mas passavam o tempo todo ao telefone, jogando com o preço do café.

Ele não foi lançado em circuito normal ?
Não, a comunidade judaica do Rio se apossou dele e não sei o que fizeram porque os judeus são imbecis, não são sérios.

Os brasileiros vão descobrir "Shoah" neste ano com as entrevistas sobre seu livro ?
Talvez. Espero que sim. Talvez depois de 25 anos o Brasil tenha melhorado.

Seu livro foi saudado pela crítica como a obra de um grande escritor. Por que ter esperado tanto tempo para escrever suas memórias?
Porque não sou um homem apressado. Porque penso sempre que tenho tempo, não tenho a consciência da minha idade.
Estado não paga aluguel de carros; polícia fica a pé

Deu na Tribuna:

As viaturas das polícias Civil e Militar do Rio Grande do Norte que foram adquiridas por contrato de locação com a empresa pernambucana Locação de Veículos e Serviços Ltda (LOCAVEL) começaram a ser recolhidas desde ontem por falta de pagamento. O Governo do Estado está devendo R$ 3 milhões de reais pelo aluguel de 340 viaturas. Só ontem, cerca de 20 carros já estavam recolhidos. São dois contratos diferentes de locação que estão atrasados há cinco e oito meses.
cedidaViaturas recolhidas em Mossoró por falta de pagamentoViaturas recolhidas em Mossoró por falta de pagamento
De acordo com o gerente de transportes da Locavel no Rio Grande do Norte, Wagner Douglas, a decisão de reter as viaturas alugadas vinha sendo anunciada para o Governo do RN há vários meses. “Nós tentamos, por várias vezes, tentar resolver o problema de outra maneira, mas não conseguimos. Eles (representantes do Governo) nos davam previsões de pagamento, mas não era cumprido e chegamos a esse quadro delicado. São cerca de R$ 3 milhões em atraso. Nós ficamos numa situação muito delicada e essa foi a única saída que encontramos para essa questão”, justifica Wagner.
..........

Veja a situação a que chegamos: viaturas policiais recolhidas por falta de pagamento de aluguel. Isso revela a fragilidade do aparelho estatal de segurança. A solução pareceu ser a melhor, contratar o uso de carros, mas revelou-se um desastre. É uma situação séria, dramática até: a polícia sem ter carros para trabalhar. 

Uma coisa me chama a atenção: os jornais deveriam pautar matérias mostrando o parque de viaturas do Estado. Saber como esse material é administrado, quantos carros existem, sua conservação e uso no serviço, uso indevido por funcionários. 

Por trás da absurda situação da polícia há, sem dúvida, um abismo cuja profundidade precisa ser conhecida.

A crônica que segue já foi publicada neste Coisas de Jornal. Mas acho que vale a pena reler. É de autoria de Augusto Severo Neto, poeta e piloto, acima de tudo uma grande figura que hoje habita as minhas saudades.

Um sábado de maio
Augusto Severo Neto

Um sábado qualquer do mês de maio. Maio das flores e das noivas, de um tempo em que isso não significava apenas uma promoção a mais de diretores lojistas, das lojas de eletrodomésticos, dos magazines de confecções e outros como tais. Mês de maio inteiro e de vergonha, daqueles que, às vezes, ainda aparecem nos antigos filmes e nos romances de primavera e de amor.

Sendo sábado e principalmente sábado de maio, era dia de footing na Ribeira. Isso significava que a rua Doutor Barata, a rua das Virgens, a Duque de Caxias, a Tavares de Lira e principalmente a Praça Augusto Severo (cuja estátua ostentava um ar particularmente
feliz), estavam floridas de mulheres bonitas, que desfilavam seus vestidos de melindrosas, suas meias de seda e seus sapatos de saltos altos e grossos, semelhantes aos das dançarinas de flamengo, até mesmo pela correia trespassada no peito do pé. Era um colorido macio de tons pastéis, que harmonizavam com os rubans de vlours em torno do pescoço onde se costumava prender uma flor, ou terminados em laço, cujas pontas pendiam adiante e atrás, sobre as espáduas. Somava-se a isso o brilho dos pendentifs de coral encastoado em ouro; de esmalte, com o retrato do ser querido, ou ainda tipo coffret ultra pequeno, contendo uma romântica mecha de cabelos. Além disso, os colares, os anéis, as pulseiras e os brincos de pérolas, rubis, esmeraldas ou brilhantes, igualmente encastoadas em ouro.

Também naquele sábado, os homens envergavam seus melhores ternos, duques ou jaquetões, ou blazers de mescla inglesa, cinza chumbo, com calças pretas, com riscas de giz. Podia ser que estivessem ainda de calças de flanela branca ou creme bem claro, com paletó azul, tipo comodoro, com botões de metal. Meias de seda ou de fio de Escóssia, cuidadosamente estiradas pelas ligas. Sapatos de duas cores (branco e marrom), ou então negro, de verniz ou pelica. O uso do colete era comum e havia uma predominância de gravatas-borboletas em seda, com petit-pois vermelhos, verdes ou de outras cores, mais ou menos graúdos. Se a gravata era de manta, trazia, quase sempre, um alfinete ou um prendedor de ouro, com uma pérola preciosa, ou o monograma de quem os usava.


João Alves de Melo, da Photografia Elite e João Galvão do Photo Chic eram os fotógrafos da cidade e estavam ali presentes, atendendo moças, moços ou casais que quisessem guardar, como lembrança, uma foto em uma das passarelas-pontes da praça; debruçados no belo coreto; junto a Erma com o medalhão de Nísia Floresta Brasileira Augusta; sentados em um dos bancos de ferro forjado e pinho-de-Riga; ou ao pé do chafariz com sua graciosa indiazinha apertando a cabeça da serpente, de cuja boca saía um jorro de água. A Erma, o Chafariz e os bancos sumiram; as pontes-passarelas e o coreto foram destruídos, para dar lugar a isso que vocês estão vendo.


Do primeiro andar da Escola Doméstica fundada pelo Doutor Henrique Castriciano (irmão de Eloy e de Auta de Souza), as alunas internas olhavam a paisagem festiva e respondiam aos acenos dos moços da praça. A loja Paris em Natal estava com as vitrinas iluminadas e expunha seus artigos mais finos. Por entre os pares, na praça, havia
vendedores de flores e garotos que carregavam taboleiros, oferecendo açúcar candi, sequilhos, alfenins, chocolates, "Charuto" e confeitos "Baratinha". Ouvia-se também o retinir do triângulo do vendedor de cavaco chinês. A sorveteria Polyteama estava cheia e era grande o consumo dos sorvetes e dos "polys".

À noite a festa continuaria. Haveria o concerto de uma cantora lírica no Theatro Carlos Gomes e um baile a rigor no Aero Clube. Luxuosos longos, muitas jóias, casacas e fraques, além dos primeiros smokers que começavam a aparecer. João Galvão e João Alves estariam presentes, espoucando seus flashes de magnésio e documentando fotograficamente as belas e os elegantes. Depois tudo sairia publicado n’A Cigarra, do saudoso e inesquecível Adherbal de França, o Danilo, primeiro cronista social da cidade."

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Kadafi é humano, profundamente humano

Vemos neste início de século 21 até que ponto a insânia pelo Poder, os grilhões do Poder aferrados à cabeça de um homem, produzem vitimas, espalham horror e promovem essa terrível manifestação de humanidade que é ser plenamente desumano: Muamar Kadafi personifica à perfeição o que digo.

É lamentável dizer, mas, ao visto, ser desumano é profundamente humano, historicamente humano.

Quando alguém toma a si o Poder e passa a ser ele próprio o Estado, então esse homem perverte o sentido o que seria humanidade como atitude ética, elevação, sentido de vida social. 

Louco de Poder, comprova, como Hitler, que é humano, muito humano matar, trucidar, tripudiar, fazer de tudo pelo Poder sob a alegação de que compre missão. É triste, mas é humano, profundamente humano.

Sobre a Líbia, diz o Estadão:

Protestos já deixaram 640 mortos na Líbia, dizem ONGs

Entre mortos estariam 130 soldados executados por oficiais após se recusarem a matar civis

AE - Agência Estado
Pelo menos 640 pessoas foram mortas nos protestos na Líbia contra o governo de Muamar Kadafi desde a semana passada, afirmou hoje a Federação Internacional pelos Direitos Humanos. O número é mais que o dobro do reconhecido pelo governo, de 300 mortos.


Segundo a federação, que reúne 164 organizações não governamentais, as cidades mais afetadas são a capital, Trípoli, onde já morreram 275 pessoas, e Benghazi, no leste da Líbia, onde os distúrbios deixaram 230 vítimas. O número foi divulgado pela chefe da federação, Souhayr Belhassen, em entrevista à agência France Presse.

Entre os mortos há "130 soldados que foram executados por seus oficiais em Benghazi por se recusarem a disparar nas multidões", disse ela. Belhassen, que lidera a federação sediada em Paris, afirmou que o número de baixas é baseado em fontes militares para a capital, Trípoli, e em relatos de grupos pelos direitos humanos para Benghazi e outros pontos do país.

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, disse hoje que uma estimativa realista era de que "cerca de mil pessoas" tenham sido mortas nos protestos, de acordo com a agência Ansa. Ontem, o governo de Kadafi admitiu 300 mortes nos protestos, incluindo 111 soldados. As informações são da Dow Jones.

Deu na Tribuna:

Sintest aprova indicativo de greve nacional

O Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior do RN (Sintest/RN) aprovou o indicativo de greve nacional definido pela Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) no dia 16 de fevereiro. A aprovação aconteceu em Assembleia Geral na manhã de hoje (23), que também serviu para deliberar sobre assuntos relativos a avaliação de conjuntura, campanha salarial emergencial, encaminhamentos e informes gerais.

O indicativo de greve foi definido para o dia 28 de março e é uma reivindicação ao Projeto de Lei 509/2009, que prevê o congelamento dos salários dos funcionários públicos por dez anos.

Ainda essa semana, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) se reunirá em assembleia para decidir vão aprovar e participar da greve.

O trem, os trilhos e as nossas vidas

Marty Melville/AFP

Na vida somos passageiros do acaso, o desvio é padrão e a incerteza é tão grande quanto o trem que pode descarrilar
Recebo e publico informação enviada pela Fapern.

Prêmio Mulher Pesquisadora pretende dar visibilidade à atuação da mulher

No ano em que completam cem anos que a pesquisadora Marie Curie conquistou o segundo Prêmio Nobel, a Fundação de Apoio à Pesquisa do Rio Grande do Norte abre inscrições para a segunda edição do Prêmio FAPERN Mulher Pesquisadora. O objetivo é reconhecer e premiar pesquisadoras ou especialistas, cujas investigações estejam voltadas para os interesses do Rio Grande do Norte ou sejam aqui desenvolvidos, de natureza científica e/ou tecnológica, pura ou aplicada, gerando contribuições relevantes para o desenvolvimento científico, tecnológico e cultural do Estado, com reconhecido e documentado mérito em suas áreas de pesquisas.

O Edital e a ficha de inscrição estão disponíveis no site da FAPERN (www.fapern.rn.gov.br).

Para inscrever-se, a candidata deverá enviar pelo correio ou entregar diretamente na FAPERN, até o dia 28/02, um memorial resumido, contendo dados pessoais, formação acadêmica e títulos obtidos, instituição(ões) onde desempenha suas atividades de pesquisa, prêmios e honrarias, além de justificativa de pleito ao prêmio, pontuando os principais achados e contribuições para a ciência, tecnologia e/ou inovação do Rio Grande do Norte; cópia do trabalho ou publicação da contribuição científico-tecnológica mais importante, com reconhecimento público e/ou acadêmico;  curriculum vitae no formato da Plataforma Lattes, atualizado; uma carta de anuência assinada pelo representante máximo da instituição ou órgão de vinculação da candidata; e carta(s) de recomendação emitida(s) por autoridade(s) na área da Ciência, Tecnologia e Inovação e/ou por conselhos de classes, instituições de pesquisas ou órgãos relacionados com a área de atuação da candidata, que contribuam para endossar a iniciativa.

O Prêmio Mulher Pesquisadora, composto por Troféu e diploma, será conferido nas categorias Jovem Pesquisadora e Pesquisadora Sênior para mulheres com menos e mais de 10 anos de atuação na ciência, respectivamente.


TROFÉU

O Troféu, criado pelo artista plástico Guaraci Gabriel, utiliza a imagem da Vênus de Willendorf. Essa é a mais antiga imagem de figura humana encontrada. Sua datação é de 25 a 30 mil anos. O nome se deve ao local onde foi encontrada em 1908, por Josef Szombathy: um sítio arqueológico, perto de Willendorf, na Áustria. A escolha dessa representação simboliza a contribuição da mulher à ciência. A intenção é que a participação feminina nas ciências tenha mais ampla repercussão na sociedade.


Na primeira edição do Prêmio foram contempladas na categoria Jovem Pesquisadora a engenheira têxtil Dorivalda Neira, mestre e doutora em engenharia mecânica, que apresentou o projeto Reaproveitamento de embalagens de EPS como isolante térmico de cobertura; e na categoria Pesquisadora Sênior, Lucymara Fassarella, que atua na área de biotecnologia, com ênfase em genética.  Atualmente é professora-orientadora permanente nos cursos de pós-graduação em Bioquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio) e colaboradora nos cursos de Ciências da Saúde (UFRN) e Biotecnologia (USP).

Para outras informações, mandar e-mail para eventosfapern@gmail.com colocando no título Prêmio Mulher Pesquisadora 2011.
A força da democracia

O processo de globalização, que a princípio serviu de trampolim econônico ao neoliberalismo, apresenta agora nova faceta via redes sociais: a formação de comunidades virtuais com vigor para atuação no âmbito da sociedade civil. Mais que isso, com força suficiente para a deflagração de acontecimentos como os que hoje dominam os noticiários a respeito do chamado mundo árabe.

O obscurantismo de regimes ditatoriais de direita ou de esquerda, ou situações do mais absoluto absurdo como na Líbia, é contestado de forma eficaz como resultado da comunicação instantânea e mobilizadora. Creio que uma nova forma de manifestação política se desenha na África e Oriente Médio. Países de confissão religiosa islâmica começam a se distanciar da maneira autoritária, pior que isso, autocrática de seus dirigentes.

A juventude especialmente, irrigada de informações, parece perceber que há algo mais no mundo do que prega o Alcorão ou pelo menos suas interpretações mais rancorosas e intolerantes. Ao mesmo tempo, altera-se possivelmente o quadro da hegemonia americana naquelas regiões com a possibilidade de surgimento de governos não-alinhados às determinações de Tio Sam.

O importante é que os movimentos libertários tenham consequências históricas concretas e que a democracia comece a ser vivida enquanto processo permanente.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Se o povo não presta, acabemos com o povo

O regime de Muamar Kadafi começa a estalar. E parece que o mármore do inferno se acende para o ditador da Líbia, há 41 anos no poder. Setores do Exército debandam, embaixadores se afastam do velho regime, tribos leais dele se distanciam. A situação da Líbia dá continuação ao dominó de queda de regimes ditadoriais de povos seguidores do Islã na África e Oriente Médio. 

As ações de Kadafi, que beiram e até superam a insanidade, revelam um espírito autocrático movido por uma ânsia de poder inaceitável. Metralhar pessoas indefesas até mesmo com o uso da Força Aérea é algo que demonstra o quando ele e seus íntimos seguidores estão, na verdade, desesperados. É como numa situação de teatro do absurdo: se o povo se revolta, acabemos com o povo. Depois, reinaremos um país sem gente. E tudo estará em paz. 
Kadafi: o ditador age com total brutalidade contra os líbios

Outro aspecto a ressaltar é a comunicação em rede que tem deflagrado esses movimentos. Povos tomando a si a imagem de outros povos que buscam tempos novos, desencadeando movimento internacionalista num tipo de sociedade até então fechada ao Ocidente e conhecida como Mundo Árabe e periféricos. Refiro o Irã.

Os milagres da comunicação instantânea estão apenas começando. Suponho que em horizonte historicamente não muito distante o Ocidente também se levantará contra as formas sutis de ditaduras aqui vividas.

Para tanto, é preciso uma mobilização continuada, persistente e firme de sociedade civil. As coisa podem e devem mudar na rota da democracia.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Abuso policial. Escrivã é deixada nua e é revistada à força

Policiais forçam mulher a ficar nua a título de "fazer revista e cumprir com o dever legal"

Um caso de flagrante abuso de autoridade, humilhação e desrespeito foi praticado contra escrivã de polícia acusada de receber propina. Independentemente de justificado interesse jurídico em torno do assunto, que envolvia suspeita fundada de crime funcional, nada justifica como o interrogatório foi conduzido: um grupo de homens forçar mulher a se despir a fim de que fossem colhidas provas do seu comportamento delituoso. Trata-se de crime e de abuso à condição feminina. Leia a matéria a Folha a respeito do assunto e veja, logo abaixo, vídeo que comprova a humilhação.

Caso de delegados que deixaram escrivã nua é arquivado

DE SÃO PAULO
A Corregedoria da Polícia Civil arquivou o inquérito que investigava dois delegados suspeitos de abuso de autoridade durante a prisão de uma escrivã de polícia que atuava no 25º DP, no bairro de Parelheiros (zona sul de SP).
Conforme a denúncia, os policiais Eduardo Henrique de Carvalho Filho e Gustavo Henrique Gonçalves, ambos da Corregedoria, tiraram a calça e a calcinha de uma escrivã que era investigada pelo crime de concussão, quando um servidor exige o pagamento de propina.
Imagens que foram divulgadas ontem pelo blog do jornalista Fábio Pannunzio (www.pannunzio.com.br) mostram que durante a prisão em flagrante da escrivã os delegados determinaram que a mulher tirasse a roupa para checar se ela havia escondido dinheiro de propina dentro da calcinha. 

O caso aconteceu em junho de 2009. Ao longo dos 12 minutos do vídeo, a escrivã diz que os delegados poderiam revistá-la, mas que só retiraria a roupa para policiais femininas. Mas nenhuma investigadora da corregedoria foi até o local para acompanhar a operação.
O vídeo abaixo traz trechos cedidos pela TV Band (cuja íntegra da reportagem pode ser vista aqui) que mostram imagens do incidente:
SEM ROUPA
Ao final, o delegado Eduardo Filho, uma policial militar e uma guarda civil algemam a escrivã retiram a roupa dela e encontram quatro notas de R$ 50. A escrivã foi presa em flagrante e, após responder a processo interno, acabou sendo demitida pela Polícia Civil. No mês seguinte, seus advogados recorreram da decisão. 

"Foi um excesso desnecessário. Ela só não queria passar pelo constrangimento de ficar nua na frente de homens", disse o advogado Fábio Guedes da Silveira.
Para a Corregedoria, não houve excessos na ação dos dois delegados. Segundo a corregedora Maria Inês Trefiglio Valente, eles agiram "dentro do poder de polícia". 

O promotor Everton Zanella foi ouvido no inquérito que investigou os policiais e disse que a retirada da roupa foi uma consequência do transcorrer da operação. 

"Houve apenas um pouco de excesso na hora da retirada da calça da escrivã, todavia, em nenhum momento vislumbrei a intenção do delegado que comandava a operação de praticar qualquer ato contra a libido da escrivã", disse o promotor no inquérito.
PROCESSO
Além de ser expulsa, a escrivã responde a um processo criminal. A primeira audiência do caso só deverá ocorrer em maio, conforme seus advogados.
Os delegados Eduardo Filho e Gustavo Gonçalves continuam trabalhando na Corregedoria da Polícia Civil. A corregedora os caracterizou como policiais "corajosos e destemidos". A Folha não localizou os dois policiais neste sábado para comentar o assunto.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Julie Andrews
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Al Caparra, o gangster chic
Deu na Folha:

TENDÊNCIAS/DEBATES
País do conhecimento, potência ambiental

DILMA ROUSSEFF


Hoje, já não parece uma meta tão distante o Brasil se tornar país economicamente rico e socialmente justo, mas há grandes desafios pela frente, como educação de qualidade


Há 90 anos, o Brasil era um país oligárquico, em que a questão social não tinha qualquer relevância aos olhos do poder público, que a tratava como questão de polícia.
O país vivia à sombra da herança histórica da escravidão, do preconceito contra a mulher e da exclusão social, o que limitou, por muitas décadas, seu pleno desenvolvimento.
Mesmo quando os grandes planos de desenvolvimento foram desenhados, a questão social continuou como apêndice e a educação não conquistou lugar estratégico.
Avançamos apenas nas décadas recentes, quando a sociedade decidiu firmar o social como prioridade.

Contudo, o Brasil ainda é um país contraditório. Persistem graves disparidades regionais e de renda. Setores pouco desenvolvidos coexistem com atividades econômicas caracterizadas por enorme sofisticação tecnológica. Mas os ganhos econômicos e sociais dos últimos anos estão permitindo uma renovada confiança no futuro.

Enorme janela de oportunidade se abre para o Brasil. Já não parece uma meta tão distante tornar-se um país economicamente rico e socialmente justo. Mas existem ainda gigantescos desafios pela frente. E o principal, na sociedade moderna, é o desafio da educação de qualidade, da democratização do conhecimento e do desenvolvimento com respeito ao meio ambiente.

Ao longo do século 21, todas as formas de distribuição do conhecimento serão ainda mais complexas e rápidas do que hoje.
Como a tecnologia irá modificar o espaço físico das escolas? Quais serão as ferramentas à disposição dos estudantes? Como será a relação professor-aluno? São questões sem respostas claras.

Tenho certeza, no entanto, de que a figura-chave será a do educador, o formador do cidadão da era do conhecimento.
Priorizar a educação implica consolidar valores universais de democracia, de liberdade e de tolerância, garantindo oportunidade para todos. Trata-se de uma construção social, de um pacto pelo futuro, em que o conhecimento é e será o fator decisivo.
Existe uma relação direta entre a capacidade de uma sociedade processar informações complexas e sua capacidade de produzir inovação e gerar riqueza, qualificando sua relação com as demais nações.


No presente e no futuro, a geração de riqueza não poderá ser pautada pela visão de curto prazo e pelo consumo desenfreado dos recursos naturais. O uso inteligente da água e das terras agriculturáveis, o respeito ao meio ambiente e o investimento em fontes de energia renováveis devem ser condições intrínsecas do nosso crescimento econômico. O desenvolvimento sustentável será um diferencial na relação do Brasil com o mundo.
Noventa anos atrás, erramos como governantes e falhamos como nação.

Estamos fazendo as escolhas certas: o Brasil combina a redução efetiva das desigualdades sociais com sua inserção como uma potência ambiental, econômica e cultural.
Um país capaz de escolher seu rumo e de construir seu futuro com o esforço e o talento de todos os seus cidadãos.


DILMA ROUSSEFF é a presidente da República.

Laerte, na Folha

De ditadura e de democracia 

Poder, diz definição simples mas de significação bastante clara, é a capacidade que um homem ou grupo de homens tem de levar adiante seus intentos, mesmo encontrando oposição. Tomando-se unicamente tal aspecto, vai desde o bêbado que na esquina brande uma arma contra pessoas indefesas - é o poder momentâneo, ilegal e ilegítimo - e chega ao governo que assesta tropas e armas contra governos inimigos ou seus próprios cidadãos. Temos aí então o Poder: manifestação política institucionalizada num Estado e tornada legítima pelo fato mesmo dessa institucionalização, ainda que injusta e inaceitável como ocorre nas ditaduras.
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Atenho-me às ditaduras em suas diveras manifestações. Nenhuma ditadura é boa, seja de direita, seja autoproclamada de esquerda. Admitir ditaduras é atribuir a um grupo de homens uma espécie de competência quase divina de saber o que é o melhor e, por consequência, o pior para um povo. É alegar a alguém a condição de grande líder, condottiero, grande irmão, timoneiro, a figura mitificada do Presidente nos Estados Unidos, coisas do tipo. 

Há também uma ditadura imperceptível, que age de maneira suave, permite a comunicação e a aparente discordância. É a ditadura da democracia formal, essa em que vivemos: podemos falar contra o governo, jornais circulam livremente, é possível fazer passeatas, há partidos políticos, pode-se viajar sem maiores problemas, há liberdade de religião e de organização. Temos assim a sensação de democracia, esse poder existir cidadão, o sujeito de direito pleno.

Mas, onde está a ditadura então, se podemos fazer tudo? Muito simples: os meios de comunicação pertencem a quem tem dinheiro para mantê-los e podem se organizar em oligopólios que controlam o que deve ou não ser divulgado. E esses mesmos meios de comunicação de massa se encarregam de, ideologicamente, representar o mundo social como staqus quo perfeito e acabado: esscamoteiam a realidade das desigualdade de classes e difundem que pequenas modificações conjunturais são como que uma espécie de concessão dos poderosos àquela massa a quem chamamos povo.

Falando em povo, vejamos: na África e Oriente Médio as convulsões sociais, que explodem como resultado da insatisfação de milhões de pessoas levadas à condição de desgraçados políticos, mostram o quanto é terrível uma ditadura e seus mecanismos de consenso pelo silenciamento, o que a rigor não é consenso. Toda ditadura, até mesmo a ditadura da democracia formal, busca se impor como se essa imposição ocorresse naturalmente e fosse parte da paisagem social cotidiana, respirável, uma espécie de ar político. Para tanto, naturalizam sua propaganda como se fosse prestação de serviço e se afirmam como quadro ideal onde se deve passar a vida, adequada, ajustada a tal ideário.

As redes sociais, que mundializaram a comunicação interpessoal e criaram comunidades virtuais que podem se transformar em multidões nas ruas, estão mostrando sua importância no enfrentamento dos regimes islâmicos, cuja ferocidade já está bem demonstrada. Países como a Coreia do Norte, Mianmar, Cuba, só para ficar nesses três, também são ditaduras; equívoco histórico, desvio doutrinário da luta por sociedades mais justas. Por sua vez, os EUA, como paradigma imposto de liberdade, escravizam povos aos seus interesses econômicos e levam o inferno aonde quer que suas tropas cheguem em nome da Liberdade. 

Mas é nessa realidade que temos que nos inserir e lutar. Ocupar espaços políticos, proporcionar mudanças, promover um discurso libertário via sociedade civil e chegar aos parlamentos e ao Executivo. A democracia não é situação pronta e acabada. É processo, é uma espécie de combate civil, avanços de posição, criação de uma nova moral política, conscientização de que aqueles a quem se chama povo podem um dia despertar, consciência de que é preciso esse despertar. É preciso habilidade e força. É preciso. É preciso.

Primeira semana de Introdução à Comunicação

O Semestre abre para os estudantes de Comunicação com um belo evento: a I Semana de Introdução à Comunicação. O cartaz abaixo dá uma ideia de como será.