quinta-feira, 24 de maio de 2012

Até que morra uma autoridade

Foto: No Minuto
O Hospital Walfredo Gurgel volta a ser notícia nacional. O anúncio de seca está outra vez aferrado ao sertão como fantasma. Dois aspectos de uma só realidade: a inação dos governantes que ao longo da história pouco ou nada fizeram para enfrentar esse quadro. 

O que percebo é a causa maior disso tudo: a mentalidade administrativa, a cultura política que nos rege. Os governantes, não só a adminstração atual, as anteriores também, trocam o essencial pelo acessório, a política pública pela publicidade de atos e fatos tornados deslumbrantes na mídia.

Mas o deslumbrante é apenas isso: deslumbra, mas, como o filme cheio de efeitos especiais, acaba, e quando acaba, resta-nos uma realidade desalentadora. Até aqui nenhum governo deu arrancada ações simples e sistemáticas para enfrentamento da seca: barragens subterrâneas, poços artesianos, por exemplo.

Quanto ao Walfredo, até hoje ninguém parou para tomar a decisão: vamos fazer esse hospital funcionar, com dignificação do atendimento aos que lá chegam levados por situação de emergência. Se se pode gastar tanto dinheiro com obras suntuárias, por que não seria possível fazer um hospital atender bem?

Os médicos estão em greve, as pessoas estão jogadas pelos corredores, a dor escorre dos corpos que sofrem. Temo que, até que morra uma autoridade, por falta de atendimento de urgência naquele hospital, nada será feito para que o povo ali tenha atendimento digno desse nome.