Temer: o
miserável espetáculo de um desesperado
O miserável espetáculo que as elites
políticas protagonizam dão bem a dimensão do quando tais pessoas representam a essência
da mentalidade e da cultura da corrupção no Brasil.
O mais novo capítulo deu-se com a
prisão do ex-deputado Henrique Eduardo Alves pela Polícia Federal.
Acusado de atuação fraudulenta
com a construção da Arena das Dunas, mais claramente suborno no valor de R$ 77 milhões, o peemedebista
foi levado pelos agentes da PF e deverá ser interrogado.
O acontecimento é apenas mais um
tempero no já apimentado banquete de descalabros em torno de Michel Temer.
Agarrado aos farrapos do seu
governo, por si só um grande remendo desde a deposição de Dilma Rousseff, Temer
deambula como um zumbi político.
Acossado por acusações de todos
os lados somente se mantém no poder graças aos poderosos interesses que
representa: as oligarquias carcomidas das grandes corporações, os corruptos que
com ele, aliados na Câmara e no Senado, buscam também manter-se a salvo da
prisão, tudo isso azeitado a acordos e conchavos de última hora, acertos com
alicerce de barro.
Não há honra de última hora. Isso
é algo que se tem ou não se tem. E faltando tal artigo moral no palácio do
Planalto o que resta é um amontoado de tipos, magote de cúmplices em busca de
alinhavar alguma forma de soltura ante o iminente desmoronar da intentona que
busca – ainda busca – retirar direitos e dignidade ao trabalhador brasileiro.
Querem a todo custo livrar Temer
de qualquer punição, a fim de que sejam realizadas as reformas trabalhista e
previdenciária.
Temer, em si, nada vale enquanto
ator político, salvo a própria condição de integrante da farsa. Quando afinal
tiver que depor a máscara apenas lhe restará a porta dos fundos. Que, como
sabemos, em todo teatro é um beco escuro.
...............
Arena das Dunas: vergonha e sordidez
A lamentável decisão de Lula em
realizar a Copa do Mundo no Brasil trouxe ao Rio Grande do Norte a construção da
imponente, desnecessária e brutalmente cara Arena das Dunas.
Segundo
informações da Tribuna do Norte, edição de 17 de março de 2011, o estádio
custará ao governo do estado, ao final de 20 anos, a inaceitável quantia de um R$ 1 bilhão, 288 milhões,
400 mil.
Isso equivale a três Arenas das Dunas.
O custo final da obra, segundo a repórter
Ruth Dantas, que redigiu a matéria citada, seria de 400 milhões, mas a então governadora
Rosalba Ciarlini aceitou a brutal responsabilidade de pagar a escorchante
fortuna à construtora OAS, transformando os 400 milhões numa infame dívida histórica.
A construção da Arena representa uma
vergonhosa inversão de valores ante o que seja governar um estado pobre como o Rio
Grande do Norte: ao invés de aplicar dinheiro público em obras necessárias,
coisas básicas como ensino, segurança, estradas e saúde jogou-se dinheiro no
que agora está sendo desmascarado como uma ação de meliantes de roupas finas e
cargos altíssimos.
As elites brasileiras estão
desmoralizadas e isso é bom. É preciso sim trazer a público o que se fazia nas
esconsas dos gabinetes de luxo e meter na cadeia os que fizeram mal ao povo.
A Arena das Dunas não fez melhor
o nosso futebol, em nada engrandeceu o esporte. Unicamente ajudou a tornar em inferno a vida de quem precisa ser internado de urgência
no Walfredo Gurgel, onde falta tudo e a vida está sempre por um fio.