sábado, 27 de novembro de 2010

Polícia acha objetos de luxo em casa de mulher de traficante presa na Ba...

Leio no portal Terra e compartilho: os criminosos parecem não estar dispostos a se entregar, apesar de esforços do coordenador do movimento Afroreggae, José Júnior. Ao invés de obter sinais de boa vontade dos marginais, recebeu ameaças. Leia a matéria:

RJ: coordenador do AfroReggae diz que recebeu ameaça de presos
Luis Bulcão Pinheiro


O coordenador do AfroReggae, José Junior, afirmou no final da tarde deste sábado que ficou muito chateado porque recebeu uma carta do presídio federal de Catanduvas, no Paraná, com ameaças pelo trabalho de tentar tirar as pessoas do tráfico. Ele deixou a favela da Grota, no Complexo do Alemão, por volta das 18h após tentar negociar a rendição de traficantes.

O olhar do soldado (Sérgio Moraes)
José Junior chegou ao Complexo do Alemão no início da tarde deste sábado, para auxiliar na negociação da rendição dos criminosos. Ele subiu a comunidade, passando pelas barricadas da polícia e disse que foi tentar resolver o problema. O coordenador do AfroReggae não deu detalhes de quando recebeu a carta e sobre o conteúdo das ameaças.

Mais cedo, o comandante do Batalhão de Choque Polícia Militar do Rio, coronel Waldir Soares Filho, disse que acredita que há a possibilidade que traficantes tentem passar pelo bloqueio da polícia, ao invés de se entregar, conforme o recomendado. "A hipótese mais real é essa, de tentar passar sem ser identificado", disse.

De acordo com o comandante, a recomendação é de que os traficantes se rendam apresentando as armas sobre a cabeça como determinam as normas internacionais. Segundo ele, até o momento ninguém se apresentou dessa forma. Desde o início dos ataques, no último domingo, pelo menos 38 pessoas morreram em confrontos no Rio de Janeiro.



Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer) que andava em velocidade reduzida devido a uma pane mecânica. A quadrilha chegou a arremessar uma granada contra o utilitário Doblò. O ocupante do veículo, o sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva, conseguiu escapar ileso. A partir de então, os ataques se multiplicaram.

Na segunda-feira, cartas divulgadas pela imprensa levantaram a hipótese de que o ataque teria sido orquestrado por líderes de facções criminosas que estão no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O governo do Rio afirmou que há informações dos serviços de inteligência que levam a crer no plano de ataque, mas que não há nada confirmado. Na terça, a polícia anunciou que todo o efetivo foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Foram registrados 12 presos, três detidos e três mortos.

Abaixo, a crônica da zona de tiro no Rio. E uma seleção de fotos do conflito.

Bandidos regem e confronto bate resistência do tráfico (Sérgio Morais)
Leviatã chegou: Apocalipse now para o crime no Rio
Emanoel Barreto

Leviatã chegou às ruas do crime no Rio. A mão pesada do Estado finalmente se fez sentir, implacável e necessária, sobre aqueles que aterrorizavam aquela infeliz metrópole.

Estava na hora daquela gente bronzeada mostrar seu valor: e em meio a tiros, explosões e presença firme do Poder, com apoio pessoal do presidente Lula, os criminosos estão finalmente em desvantagem.

Leviatã chegou. O Apocalipse dos bandidos parece ter soado. Não é o momento de recuar. Não é um confronto entre exércitos; é um combate contra um magote de homicidas armados e perigosos.

Leviatã chegou. A ofensiva contra os bandidos homiziados no Complexo do Alemão terá, neste final de semana, contornos mais intensos e dramáticos, é o que dizem as informações. Teme-se também que agressões sejam feitas nas ruas para tentar aterrorizar a população neste sábado/domingo.
Policial do Bope patrulha em área de conflito (Fernando Bizerra)

Nos jornais diz-se que os homicidas querem "negociar" antes que as tropas invadam e dominem por completo o Complexo do Alemão. Não é mais o tempo para isso. As tropas das Forças Armadas e da Polícia não podem, sob pena de pôr tudo a perder, acatar essa "negociação". Os resultados psicossociais seriam pesadíssimos e permitiriam à hidra o renascimento de muitas cabeças em pouco tempo.

Soldado do Exército (Antonio Scorza)

Clima de perplexidade tomaria conta das pessoas honradas que vivem naquela área: "Quer dizer que nos fizeram passar por tudo isso, ficar entre dois fogos, morrermos, para, no fim, entregar aos bandidos a vitória moral desse confronto?" - essa seria a grave indagação a percorrer a espinha dorsal arrepiada da opinião pública local e de todo o país.

A tragédia brasileira nos levou a tal situação. A omissão das elites, em sua busca de lucro sem limite e sem senso de consequencias históricas, permitiu o surgimento desse quadro de calamidade. Mas, objetivamente, temos um dado desolador de violência dos criminosos e, diante disso, não é possível contemporizar.

Simplesmente, não dá mais para conviver com tal estado de coisas. E, sendo assim, pelas mãos do presidente Lula, Leviatã chegou.

Jamais se vira tamanha e tão bem organizada atuação do Estado. Os criminosos estão acuados. E vão perder. Leviatã chegou.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Bandidos chegam ao Complexo do Alemão

Imagens dos ataques no Rio - Imagens mostram bandidos armados.

Globo News - Fuga em Massa de Bandidos para o Morro do Alemão - mais imagens da ação da polícia.

Imagens do Globo mostra traficantes fugindo da polícia na Vila Cruzeiro...

Se balançar cai. E pode ser bem podre
Emanoel Barreto

Esse promotor Maurício Lopes parece não perceber o ridículo em que está se metendo ao literalmente perseguir o palhaço Tiririca.

Veja só, o que diz a Folha: "O promotor Maurício Lopes pediu à Justiça que o deputado eleito Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca, seja condenado a cinco anos de prisão. Essa é a pena máxima para o crime de falsidade ideológica, do qual o humorista é acusado".

Leio na Folha e compartilho:

Rio, Brasil

Janio de Freitas
JÁ FIZERAM com os passageiros de ônibus, há pouco tempo, agora repetem com os de uma van: jogam a gasolina e tocam fogo sem esperar que os passageiros desçam. Desta vez, quatro não conseguiram sair antes de sofrer consequências do incêndio. É possível entender esse grau de perversidade?


Doze mortos. Um horror, como um confronto em qualquer frente de combate militar, mas ocorrido na região da velha e tão cantada Penha.


Já ontem mesmo, "especialistas" -como agora se diz à vontade na imprensa- criticaram a violência mortífera da polícia. Têm razão quanto à violência e à adjetivação, mas se calaram antes de dar resposta a uma pergunta. Denúncias levaram à busca de alguns dos incendiários, que receberam a polícia a bala e se deu o longo combate. Como deveriam ser buscados?


Os bandos de criminosos armados já ultrapassaram há muito tempo as condutas da marginalidade voltada para o assalto, o roubo, o latrocínio, a fuga ao cerco ocasional.


E, sem rapapés, a verdade simples é que os bandos do crime bem armado já não deixam margem alguma para serem enfrentados com padrões menos bárbaros do que os seus próprios.


A urbanização de favelas, a melhoria de suas casas, as Unidades de Polícia Pacificadora, tudo isso é humanamente necessário, está bem feito onde foi feito e não deve parar. Mas, no seu aspecto de correção e prevenção de tendências a condutas marginais, começou muito tarde. A dimensão quantitativa e de criminalidade a que os bandos armados chegaram não permite, a esta altura, a espera pelos resultados do trabalho de reparação nas áreas contaminadas.


Será penoso, mas, sem ter pensado em tempo na reação aos governantes que fizeram de nossas cidades o que elas são, pelo visto estamos destinados a ir aceitando, cada vez mais, até que já nos seja indiferente, a solução mortífera como solução para nossa mínima segurança.


...
Está coberto de razão o jornalista. Não há como enfrentar esses criminsos, a não ser em cadeia de ação e reação. Firme e direta. Os bandidos estão organizados, atuam como terroristas, matam e traficam ante os olhos de uma sociedade que cada dia fica mais a ser sua refém.

A sociedade brasileira permitiu, pelas suas classes dominantes, que chegássemos a tal situação. Agora o governo do Rio faz, tardiamente, ação social nos amibientes de favela. Ação digna de crédito, urgente e necessária, diga-se. Mas, infelizmente, há um lado que assumiu o crime como forma de vida. Uma minoria, entenda-se, mas a cujos atos o cidadão dito comum está exposto, de forma cruel e vergonhosa.

O Estado tem sim obrigação de enfrentar a bala esses criminosos. É preciso apertar o cerco e aplicar, em todo o país, uma política de segurança pública. Existe, suponho, a possibilidade de que o crime entre em fase de migração do Rio e São Paulo para outros estados, uma vez que a ação da polític parece ter tornado insuportável sua sobrevivência naquelas cidades.

Os malfeitores são organizados, têm dinheiro e inteligência suficiente para perpetrar essa migração. Cabe agora uma ação federal, abrangente e forte, a fim de coibir que tais pessoas venham infernizar a vida de quem só deseja viver em paz.
Foto: http://tudoglobal.com/files/2010/11/Viol%C3%AAncia-no-Rio.jpg

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

MATÉRIA JORNALISTAS RN EM LUTO

Voando nas asas do caos aéreo
Emanoel Barreto

As empresas aéreas foram chamadas pelo Governo e levaram um carão: ao que a Anac havia precebido, programavam monumental overbooking, que resultaria no mais completo caos durante o Natal e Ano Novo.

Ou seja: essa é a visão de um certo tipo de empresário que visa somente o lucro, deixando às favas o social.

Atentariam até mesmo contra o seu mercado e por um motivo simples: não haveria como mudar de uma empresa para outra, já que todas estariam atuando segundo o mesmo plano. Ao que parece, a intentona foi frustrada.

É um exemplo típico da desordem como ordem, a vivência de uma segunda natureza, com a habitualidade de comportamentos antissociais, sabidos antecipadamente como impuníveis pelo próprio fato de que nunca são punidos. Vejamos, vejamos no que vai dar...

Flagrante mostra criminosos na Vila Cruzeiro no Rio de Janeiro - RJTV. Movimentação de bandidos para impor terror aos cariocas.

Terrorismo sem terroristas
Emanoel Barreto

As ações de extrema violência de criminosos no Rio de Janeiro parecem indicar que os bandidos estão a perder espaço e assim partem para atos que começam a se assemelhar aos de terroristas. Só falta começarem a explodir bombas em supermercados.

É que os bandidos não lutam contra a ordem em seu plano ideológico, não a contestam em sua matriz essencial. Antes, e apenas isso, tentam preservar seu naco de mercado: garantia de que continuarão o tráfico e certeza de impunidade aos assaltos.

Ou seja: de alguma forma reproduzem a ordem, uma vez que agem movidos pelo mesmo espírito capitalista que rege o sistema. Por isso não são assemelhados juridicamente a terroristas e como tal combatidos.

De qualquer forma as autoridades, agora quando se inicia um aparente ciclo virtuoso de vitórias, precisam manter o cerco e amplir as ações sociais onde os criminosos detinham o mando.

É preciso manter um aparelho policial amplo e de ações intensas, garantindo ao cidadão o direito de ir e vir. Pelo menos isso. É preciso também retirar da corporação policial sua banda pobre, os corruptos, os algozes; de farda ou não,  fim de que esse serviço público cumpra com suas finalidades.
Foto: http://www.google.com/imgres?

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Bruna Surfistinha O filme - TRAILER

Um lamentável mal-entendido
Emanoel Barreto

"A democracia no Brasil sempre foi um lamentável mal-entendido". A assertiva é de Sérgio
Buarque de Holanda em seu Raízes do Brasil. E é. Se não, como explicar a formação do PMDB em guerra de movimento para apoderar-se de tudo o que "lhe fosse de direito" no butim da eleição de Dilma?


Ulysses Guimarães, nos páramos aonde esteja, deve estar em lágrimas. Chega a ser incrível, pior, lamentável, pior ainda, repulsivo, como um grupo se arroga o direito de dominar cargos e escalões a fim de lançar esse processo de empoderamento às alturas mais escusas. Por que tanta ânsia de poder? Para servir ao povo é que não é.

O Estado passa a ser tido como uma espécie de concha onde, a exemplo do caranguejo ermitão, o grupo se encastoa, toma posse e usa a seu bel prazer. Os grandes destinos nacionais, as questões históricas mais relevantes, são tratados como se fizessem parte de um conchavo, um mesquinho acerto de contas - e no fim é isso mesmo.

O blocão, como ficou chamado na imprensa o monólito peemedebista, foi uma orquestração visando garantir ao partido, outrora tão representativo, um largo e grosso naco de poder, com o intuito mesmo do poder. Às favas a democracia.

À falta um projeto historico-ideológico de assumir o poder, se busca uma solução fisiológica: garantir espaço, e espaço cômodo a pessoas, como se integrar um governo fosse praça de mercado onda bufarinheiros espertos buscam se aquinhoar.

Nossa cultura política está centrada nessa cordialidade, termo tão buarquiano, que confunde o público com o privado e priva o social de uma verdadeira democracia, já que resultante, tal situação, de um negócio, pior, uma chantagem: ou nos dá cargos ou providenciamos a ingovernabilidade.

Parece que o blocão não deu certo, foi implodido porque tinha face de escândalo. Parece que não deu certo. Parece... Nestas paragens brasílicas nunca se sabe...
Imagem:http://www.google.com/imgres?imgurl=http://4.bp.blogspot.com/_WpJy5x0xUSA/TECmMK01R

Paul McCartney - Something - São Paulo - Brasil 21/11/2010

Show Paul McCartney in São Paulo in Morumbi Brazil (21/11/10)

Show Paul McCartney in São Paulo in Morumbi Brazil (21/11/10) Get Back

Paul McCartney - Show em São paulo - All My Loving / My Love 21/11/10

Show Paul McCartney em São Paulo (21/11/10) Let It Be

domingo, 21 de novembro de 2010

Al Caparra, o gangster chic

Vão tirar Odair José do esquecimento
Emanoel Barreto

Um cantor chamado de brega é "reavaliado" pelos cantores "cultos", aqueles de estética, forma e conteúdo dito "primorosos".  

Ele mostrava a tragediazinha vulgar das empregadas domésticas, a vida das pessoas invisíveis, sua filosofia de boteco barato, mas - e aí é que afinal encontrou-se o detalhe importante - de alguma forma aludia também a angústia que atinge o mais refinado estilista ou o mais desgraçado estivador. A dor é o homem.

O problema é que os cultos sempre esquecem que muitas das manifestações culturais urbanas, das mais toscas às mais elaboradas, têm alguma simbolização da vida em suas manifestações de tragédia e espetáculo sem ensaio e sem fim. Vem assim o resgate do artista, assim como o mandato de deputado federal resgata a Tiririca o direito de o povo chão ser ouvido, engravatado e tudo o mais, no plenário da Câmara.

Uma coisa, entretanto, não está sendo levada em conta: a inserção impossível de Odair no espaço real dos compositores e cantores sérios. Quero dizer com isso que ele não tem vínculos intensos com tais espaços, que se referenciam por cantores como Zeca Baleiro. Pode ser até que  alguém compre o disco a ser lançado por Odair. Mas daí a supor que ele lotaria um teatro com fãs de Baleiro é outra história.

A arqueologia do trabalho de Odair permitirá um olhar "sociológico" a respeito de sua obra, quem sabe até se arrisque alguém a uma tese. Mas, só isso. De qualquer forma, até que enfim tiraram Odair do tal lugar. Um lugar chamado esquecimento.

Sobre o assunto, leia abaixo matéria da Folha.

Odair José, agora cult, grava inéditas


Produzido por Zeca Baleiro, novo álbum faz parte de tentativa do cantor de receber reconhecimento artístico.

Rotulada de "cafona" no passado, obra do compositor é valorizada agora por artistas da nova música brasileira.


MARCUS PRETO
DE SÃO PAULO

Não é de hoje que o valor da obra de Odair José, 61, vem sendo reavaliado.


Quando, em 2006, o compositor foi homenageado com o tributo "Eu Vou Tirar Você Desse Lugar", em que artistas pop como Pato Fu, Paulo Miklos, Mundo Livre S/A e Mombojó regravaram suas canções, algumas pedras foram arrancadas do muro que o separa dos compositores "sérios" da MPB.


Agora, o cantor prepara álbum de canções inéditas que pode contribuir com esse movimento agregador.


Previsto para chegar às lojas no primeiro trimestre de 2011, "Praça Tiradentes" está sendo produzido por Zeca Baleiro e vai contar com repertório composto especialmente para Odair por artistas como Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Chico César.


Baleiro conta que a lista de candidatos a emplacar uma música na voz de Odair era grande, mas a ideia é que o próprio compositor colocasse suas canções na roda.

Trata-se de Odair José, agora entronizado senão à condição de culto, mas elevado ao altar de "cult". De repente descobrem que o velho rapaz trazia em suas músicas um tipo de representação da existência humana que vale a pena ser percebido como digno de atenção.
Meu caminho e o barro
Emanoel Barreto

 Retiro do barro do meu caminho a estátua que de mim construirei.

E depois, como é de barro, minha estátua beberá de toda chuva.
E molhada se desfará abundantemente
E voltará a ser o barro por onde continuarei a caminhar.
E então reconstruirei uma nova estátua.

E assim será sempre. Dantes e depois.
E depois já não saberei quando sou dantes ou depois.
Não saberei se sou estátua, barro ou caminho.

E o caminho barrará os passos da sempre estátua.
Estarei ao mesmo tempo morto e imortal.
Pois o barro é a eternidade que se prende aos nossos pés.