sábado, 24 de setembro de 2011

Rock In Rio 2011 Milton Nascimento + Tony Bellotto - Love Of My Life

Milton Nascimento, irreconhecível, balbucia "Love of my life" no Rock in Rio. Um momento lamentável na carreira do mestre. A voz sem força, o inglês de segundanista, um arranjo ralo. Triste, muito triste.


Cesária Évora - Saudade



Doença põe fim à carreira da cabo-verdiana Cesaria Evora

DE SÃO PAULO

A cantora cabo-verdiana Cesaria Evora vai abandonar a carreira musical. Aos 70 anos, a "diva descalça" -como era conhecida por não gostar de usar sapatos- se afasta dos palcos por conta de uma doença não revelada.
O anúncio foi feito ontem por sua gravadora, a Lusafrica. O comunicado informou que a decisão foi tomada após seu estado debilitado tê-la impedido de levar adiante uma série de shows na França.
"Lamento, mas preciso descansar. Não tenho energias", disse a cantora ao jornal francês "Le Monde". Em maio, ela foi operada após sofrer um ataque cardíaco.
Evora se tornou embaixadora da música de Cabo Verde pelo mundo, especialmente da morna, gênero parecido com o fado português.
Ela tinha um trânsito forte com o Brasil e chegou a cantar com Caetano Veloso, Marisa Monte e Gal Costa. Seu último show aqui foi em 2008, na Virada Cultural.(Folha de S. Paulo)
Adicionar legenda


O menino que virou anão de duas corcundas
O menino passeava pela Rua dos Mágicos, quando foi abordado por um deles. -Parabéns - disse o mágico. - Você acaba de pisar na pedra de calçamento de número 2.000.0000.1000.7000.777.999.000.888.7.98764.667879.0099/0988-9876 e assim ganhou o direito a ter um trilhão de bilhões de pedidos. Qual o primeiro?

- Pode ser para quando eu crescer?- quis saber a interessante criatura.
- Claro - garantiu o mágico. - O quer ser quando crescer?
- Quero ser - pediu o menino - um anão. Anão pode? Anão gigante?
- Obviamente, tudo o que quiser - aquiesceu o mago sorridente.

Então o menino cresceu e se tornou um magnífico anão de dois metros de altura. Era, portanto, enorme e anão ao mesmo tempo.

- Posso pedir mais?
- Você ainda tem muitos pedidos. O que quer ser mais?

- Um aleijado.
- Ótima escolha. Um anão gigantesco e ainda por cima aleijado é uma grande escolha. Terá aleijão em uma perna.

http://www.google.com.br/imgres?q=porco&hl=pt-BR&safe=off&client
E o menino tornou-se ao mesmo tempo anão e aleijado de uma perna.
- E o que mais. Quer mais algo? - acrescentou o mágico.
- Quero uma corcunda. Mas bem grande.

E veio-lhe a preciosa corcunda.
- Agora, quero um espelho para me ver.
E apareceu o espelho. Disse o menino: - Estou ótimo. Posso ter duas corcundas?

- Tudo o que você pedir.

E ele ganhou uma corcunda em cima da outra corcunda.

Então o mágico indagou: - E emprego? Não quer um bom emprego?
- Quero, quero quero. Quero o meu emprego já.
- O que deseja?
- Trabalhar num banco. Um banco internacional. Melhor, transnacional. Banco transnacional pode?

- Pode sim. Qual emprego deseja no banco: diretor, presidente, caixa, officeboy, ASG, devedor inadimplente, passador de cheques sem fundos, empresário falido mas rico, lobista, especulador da bolsa, corrupto, falsificador de dinheiro, desviador de dinheiro de fundos de velhinhas viúvas, vendedor de informações privilegiadas, manipulador de mercados, fraudador de documentos? São muitas as escolhas e todas elas muito futurosas, creia.

Disse então a alegre e virtuosa criatura: - Não, nada disso. Num banco, o melhor emprego é o de assaltante. Portanto, quero ser assaltante de banco.

- Excelente escolha - comentou o mágico. Mostra que é empreendedor e arrojado. Serás assaltante de bancos.

E o menino tornou-se o maior assaltante de bancos do mundo. Era recebido por todos os donos de bancos com champanhe e canapés de caviar. Assaltava e reinvestia o dinheiro no mercado de capitais. Com isso, todos saíam ganhando.

- E o que mais? O que mais quer ser?- quis saber o mágico.

- Ahaaaa! Agora quero algo muito importante.
- Diga.
- Quero ser uma bisteca suína.

E virou uma bisteca suína. Suculenta e muito cara. Feita de porco especial.
O mágico afinal perguntou: - Mais alguma coisa? Ainda tem bilhões de pedidos.

- Não estou gostando de ser uma bisteca. Estou me sentindo, digamos assim, incompleto. Transforme-me num porco. Assim estarei completo. Mas, um detalhe: o porco deverá ser um porco anão de dois metros de altura, ser torto e ter duas corcundas.Corcundas são importantíssimas.

E logo ele estava transformado na hedionda criatura que pedira.
- E então: satisfeito? 
- Não.
- O que mais?
- Libero você de todos os pedidos restantes se você agora me garantir que, além de porco anão com dois metros de altura, aleijado e com duas corcundas, serei senador. Quero ser tudo isso e mais quero ser político. Isso, e nada mais quero da vida.

E o mágico gritou Alakazan!
O menino porco anão com dois metros de altura, aleijado e com duas corcundas virou então um político. Fora eleito com mais de dez milhões de votos. A consequência de tudo isso você  sente na pele.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Vejo na Folha matéria a respeito da ampliação do prazo de aviso prévio para até 90 dias. A Fiesp diz que isso seria "prejudicial" aos trabalhadores. 

Trata-se evidentemente de apropriação indébita de discurso, que se transforma em falso discurso e passa à condição de ameaça, ou seja: o patrão fala como se estivesse "muito preocupado" com a situação do trabalhador, quando na verdade o pronunciamento insinua que se a medida for aprovada haverá redução da empregabilidade.

O empregador imporá dificuldades a uma nova contratação. É preciso estar atento às coisas que esse povo diz. O que eles dizem não se escreve.


Aviso prévio prejudica emprego, diz Fiesp

Para trabalhadores, porém, normas aprovadas no Congresso Nacional inibem rotatividade e dão mais segurança

CIRILO JUNIOR
TONI SCIARRETTA

DE SÃO PAULO

Trabalhadores e empresas ficaram em lados opostos quanto ao projeto aprovado na Câmara que estende o prazo do aviso prévio para até 90 dias, proporcional ao tempo de trabalho. Atualmente, o aviso prévio é de 30 dias.

Enquanto sindicatos defendem que a extensão irá inibir a rotatividade, entidades patronais e advogados do trabalho contabilizam o aumento abrupto do passivo trabalhista das empresas.
A Firjan (Federação das Indústrias do Rio) estima que o pagamento de aviso prévio terá um custo adicional calculado em R$ 1,9 bilhão por ano, levando em conta dados referentes a 2010.
Para a entidade, a regra desestimulará a geração de empregos formais e reduzirá a competitividade brasileira. O presidente da Fiesp (federação industrial de SP), Paulo Skaf, disse que a extensão do aviso prévio pode prejudicar trabalhadores que pretendem mudar de emprego -o que é contestado por advogados trabalhistas.

"O profissional pode ser obrigado a cumprir um longo aviso prévio e perder a nova oportunidade ou ter de pagar valor maior à empresa."
Segundo advogados consultados pela Folha, contudo, a legislação já reconhece a dispensa do aviso prévio no caso de o demissionário já ter outro trabalho em vista.

PROPOSTA 'ACEITÁVEL'
A CNI (Confederação Nacional da Indústria) considerou que a proposta aprovada não é a melhor, mas é "aceitável", afirma o gerente jurídico da entidade, Cássio Borges. O projeto ideal, segundo ele, previa o acréscimo de um dia por ano trabalhado.
Borges citou a construção civil como um setor que não será muito impactado pela nova regra, pela alta rotatividade dos trabalhadores. Já o setor financeiro, ressaltou, tem panorama inverso, com perspectivas de custos trabalhistas mais elevados.
A Força Sindical avalia que a extensão do aviso prévio vai inibir a rotatividade no emprego. Embora tenha considerado a aprovação positiva, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) reclamou que o projeto foi pouco debatido.

O presidente da entidade, Artur Henrique, disse considerar que a proposta terá pouca influência para reduzir o número de demissões. Para o sindicato dos metalúrgicos de São Paulo, a medida dará mais condições para que o trabalhador demitido sem justa causa tenha mais tempo e relativa estabilidade para se preparar para concorrer a uma outra vaga.
Segundo Solon Cunha, advogado trabalhista do escritório Machado Meyer, as empresas inevitavelmente terão de se adaptar ao aumento do aviso prévio proporcional, o que terá impacto em sua gestão de recursos humanos.

"É como se fosse a Lei de Responsabilidade Fiscal aplicada à gestão de recursos humanos das empresas. Ganharão as companhias com a melhor gestão de pessoal."

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Veja só que texto encontrei na Folha. Abaixo, comento.

Fina Estampa" vai ter um assassinato a cada mês



João Fernando (interino)

Para movimentar ainda mais a trama da nove, Aguinaldo Silva vai matar um personagem a cada mês. De acordo com integrantes do elenco, o autor já tinha avisado aos atores de que haveria uma morte a cada 30 capítulos. A primeira vítima foi Zilá (Rosa Marya Collyn), que no sábado passado teve o corpo encontrado misteriosamente na mata. 
.........

Senador é tudo, menos zumbi

Ao ler a respeito da ficção quase delirante do gênio de Aguinaldo Silva, uma das mentes mais criativas e ácidas da -  vá lá -, teledramaturgia, veio-me à cabeça o seguinte: já pensou se alguém, um misterioso assassino agisse sorrateiramente no Congresso,  passando a eliminar senadores e deputados e transformando aquela Casa em palco de horror-show de grande impacto, um reality show exato e na essência da palavra?

Já pensou? Primeiro, apareceria um senador jogado sobre a bancada da presidência, o corpo exangue e muito branco. O corpo seria encontrado de manhã, o que levaria a supor que a eliminação fora feita durante a longa e escura noite do Congresso, templo sombrio de negócios e de lsis, local onde  acontece de tudo.

Já pensou a manchetaça da Folha, a circunspecta chamada do Estadão? E a coisa continuaria assim: senadores e senadoras, deputados e deputadas aparecendo mortos das mais diversas maneiras: pendurados no teto do congresso, boiando nos espelhos d'água de Brasilia, atirados sobre o teto dos palácios, espichados nos enormes leitos das mansões, jogados ao chão de alguma boate cara e reluzente. E tudo isso, sem  dúvida, dentro de prazos que faria estupefata a equipe de Criminal Minds: a cada semana um mandatário morto.

Brasília entraria em polvorosa: quem estaria matando aquelas nobres e candentes pessoas, todas dedicadas ao serviço público e ao bem-comum, à temperança dos costumes sóbrios e à prestação de relevantes serviços à pátria e a história. Quem? Mistério...

Enquanto isso, mais e mais vítimas iriam se acumulando até que um dia, como que por encanto, todos os mortos reapareceriam lampeiros e mais sôfregos que nunca: os jornais enlouqueceriam, os repórteres estariam à beira de um colapso, tal a profusão de pessoas - e pessoas ilustres - ressuscitadas. Uma revolução. Até na comprovação de vida após a morte.

Os ressuscitados, então, convocariam uma grande coletiva. Imprensa nacional e internacional. O mais velho deles, o presidente do Congresso então falaria, dizendo: tudo aquilo fora uma encenação com bons propósitos. Todos haviam participado de um grande show da Rede Globo como parte da campanha da campanha Seu Talão Vale um Milhão. Perdão, errei: tinham participado da campanha Criança Esperança, era o que queria dizer.

Todos haviam participado de graça, de graça, note, cedendo direitos de imagem a grande novela global a ser lançada sob o título: "Quem matou Carmélia?", sendo Carmélia uma pobre senadora que vendia ovos de páscoa para ajudar a seu lamentável irmão, semi-analfabeto e vereador mal remunerado em cidadezinha dos pampas. O dinheiro da novela iria para o Criança Esperança, entendeu leitor?

A trama era assim: Carmélia, desesperada por ser senadora, e pior que isso, pobre, pois seus pares não compravam os ovos de páscoa, fizera conjura com um caseiro que mataria congressistas a serviço de um feiticeiro do Haiti, muito necessitado de corpos para suas experiências na criação de neo-zumbis. Os corpos seriam entregues ao tal feiticeiro, que trabalhava para a CIA e pagava em dólar. Carmélia ficaria rica, igual a seus colegas.

Mas afinal o caseiro voltava-se contra Carmélia e seria ela também morta, apoderando-se o caseiro do pagamento milionário feito pelo feiticeiro a Carmélia. E a novela transcorreria sob a indagação: "Quem  matou Carmélia?". Ela reapareceria no último capítulo. Transformada em zumbi e fazendo justiça ao maléfico caseiro. Muito justo.

Quanto à presença dos congressistas na novela o presidente da Casa disse que, como a participação dos deputados e senadores havia terminado, todos haviam resolvido retornar ao trabalho, a fim de continuar prestando grandes serviços à nação, no que foi muito aplaudido.

Nisso, aconteceu o imprevisto: a atriz que havia feito o papel de Carmélia descobriu que havia participado de sessões do congresso ao entrar por acaso em plenário, e até havia votado a favor da destruição de dez por cento da floresta amazônica. Assim, queria porque queria receber o salário de senadora, cumulado de jeton e propinas de até 20 por cento conforme reza a Constituição.

Os senadores, é claro, repudiaram ato tão vil, pois propina é coisa séria. A ser negociada em restaurante de luxo e gabinetes fechados a sete chaves. Então, entraram em confronto com a atriz que foi surrada a golpes de látego e fugiu para junto de seu irmão semi-analfabeto, homiziando-se nos longínquos pampas. Dia seguinte, diante do acontecido, a Folha abriu manchetaço de três linhas, seis colunas: 

Acaba mistério dos senadores-zumbis;
sem jeton não dá pra ser feliz.
Senador é tudo, menos otário

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Vejo no Observatório da Imprensa e compartilho.

O Estadão vai à guerra

Por Luciano Martins Costa em 21/09/2011 na edição 66
Comentário para o programa radiofônico do OI, 21/9/2011
Sob um silêncio constrangedor de seus pares, o Estadão prossegue em rota de colisão com o Judiciário. Depois de duas reportagens claramente indignadas contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça que anulou provas obtidas através de telefonemas gravados, no processo que envolve o empresário Fernando Sarney, o jornal paulista volta, sozinho, ao campo de batalha para expor o que pode ser um esquema de tráfico de influência na Justiça.

Nesta quarta-feira, 21, reportagem que ocupa a manchete do jornal informa que, para anular as provas contra o filho do senador José Sarney, a 6ª Turma do STJ bateu recordes de eficiência e celeridade.

O ponto central da reportagem leva a conclusões perigosas. Ao observar que, ao contrário de outros processos, o STF funcionou como uma instituição extremamente rápida e eficiente, o Estadão está afirmando, sem meias palavras, que os desembargadores demonstraram um empenho muito maior em livrar Fernando Sarney do que é o comum de sua rotina.
No caso Satiagraha, a anulação de provas levou um ano e oito meses e o relator estudou o processo por dois meses antes de apresentar seu parecer. No processo gerado pela chamada Operação Castelo de Areia, a anulação das provas demorou 2 anos e a relatoria demorou oito meses. Para chegar à conclusão de que as provas contra o filho de Sarney não são válidas, a Justiça levou apenas nove meses, o processo foi relatado em seis dias e dois juizes foram convocados para completar o quórum.

A reportagem informa ainda que um dos juizes convocados para completar a votação teve sua aprovação no Senado Federal acelerada pelo próprio presidente da Casa, José Sarney. Fontes consultadas pelo jornal indicam que o procedimento do STF não é comum.

Além disso, o Estadão afirma que a decisão de anular as provas contra Fernando Sarney foi tomada sem levar em conta um parecer do Ministério Público Federal e decisões de juizes de primeira instância, que haviam aceitado como prova o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) – que viu indícios de crime em três movimentações financeiras, no total de R$ 2 milhões, feitas pelo empresário e sua mulher.

O Estadão decidiu, claramente, abrir guerra contra certos setores do Judiciário. Os outros jornais fingem que não aconteceu nada.
***
Jornalistas mobilizados a favor do diploma

Os jornalistas voltamos a nos mobilizar na campanha em defesa da exigência do diploma para o exercício profissional. A violação a esse direito significa a abertura de reserva de mercado desqualificada que somente interesss aos donos de jornais e emissoras de rádio e TV. A campanha ganha força e precisamos manter a mobilização. 
Segue comunicado que recebi.

Companheiros(as), 
 
A Executiva da FENAJ e o GT Coordenação Nacional da Campanha decidiram antecipar para dia 5 de outubro a nossa mobilização no Congresso Nacional, em Brasília, para o ato de reinstalação da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Diploma e também para pressão sobre os parlamentares pela imediata aprovação das PECs. 

http://www.google.com.br/search?q=jornalismo
A reinstalação da Frente no dia 5 de outubro já está sendo preparada pelo gabinete da deputada Rebecca Garcia, autora da proposta, sob o acompanhamento da FENAJ. 

Conseguimos obter as 198 assinaturas necessárias à recomposição da Frente com a forte mobilização que Sindicatos e Federação promoveram nas últimas semanas. Agora, precisamos dar seguimento à intensificação do nosso movimento.  É importante que cada Sindicato envie pelo menos um representante para Brasília no próximo dia 5 de outubro.

Por favor, confirmem suas participações com mensagens para fenaj@fenaj.org.br, aos cuidados da nossa secretária Meire, com cópia para valci@fenaj.org.br  

Também relembramos que é necessário ampliar ou renovar os contatos com os parlamentares dos seus estados para que: 

1) assinem o pedido de imediata entrada na pauta de votação da Câmara. O deputado Paulo Pimenta é quem está recolhendo as assinaturas. Ele já protocolou uma solicitação e quer reforçar com este pedido assinado pela maioria dos deputados. 

      2)obter a tendência de voto de cada deputado, para divulgação no placar na página da FENAJ. Em anexo, novamente encaminhamos a lista de todos os deputados e seus contatos;

      Saudações sindicais,

      Celso Schröder
      Presidente da FENAJ  

      Valci Zuculoto
      pelo GT Coordenação Nacional Campanha do Diploma
O salário do pecado

A operação Pecado Capital, desenvolvida pela Polícia Civil, traçou, no plano local, em detalhes, o perfil da corrupção à brasileira. O que acontece no macro foi flagrado no micro. Senão vejamos: nela encontramos grupo acusado de formação de quadrilha e ao largo, fundeado nas águas remansosas do poder inalcançável, a figura de um deputado. No caso, Gilson Moura, que se move com o silêncio de uma sombra em meio aos miasmas do escândalo: até hoje não houve jornalista que o alcançasse para dar declarações a respeito.
http://www.google.com.br/imgres?q=pecado


Creio que já vimos todos esse filme, em cores e preto e branco. A mesma produção, apenas com mudança de atores. Ao centro da cena a velha cupidez acusada pelo Ministério Público, a ganância pelo dinheiro  que chega tão pouco aos funcionários, aos professores, ao barnabé embasbacado com o  noticiário.

O mesmo dinheiro que se torna enxame peculatário, abelhas de mel escuro que sujam as mãos dos que o tocam. Mesmo assim muitos o querem. Pela certeza de que é fácil, pela convicção de que no final do processo não serão condenados: basta ser parte dos magotes de apaniguados que se reúnem em bandos para a locupletação, o esbulho, o negócio feito às esconsas. Fede, mas é feito; fede, mas tem quem dê valor.

Diz a Bíblia que o salário do pecado é a morte. O problema é que, no Brasil, quem se mete com o dinheiro público parece não ter medo de morrer...
Rogério Cadengue vive
Ana Paula Cadengue

 
Escrever sobre alguém que se ama, principalmente quando essa pessoa não está mais entre nós é sempre difícil, traz todas as emoções de volta e torna maior a saudade. E assim, meio sem saber como iniciar, já que nesta hora a jornalista cede lugar à filha, resolvi começar pelo fim. Ao transcrever a nota do SINDJORN e reler todas as notícias sobre a morte de meu pai, Rogério Cadengue, me ocorreu que sua morte não representou um ponto final. Treze anos depois, são incontáveis as manifestações de carinho que recolho no encontro com pessoas das mais diversas categorias profissionais e, principalmente, dos jornalistas que - seja como aluno ou colega – tiveram a oportunidade de conviver com Cadengue.
Pernambucano do Recife, nascido em 5 de maio de 1945, Rogério Cadengue começou trabalhar cedo, aos 13 anos, auxiliando seu pai, Eurico Cadengue, a vender medicamentos. Apesar de ter feito tudo muito cedo, casou aos 19, foi pai aos 21, só depois de ter constituído família e a despeito de ter uma vida confortável, resolveu ir atrás de seu sonho de ser jornalista. Enquanto deu, conciliou laboratórios farmacêuticos com a então Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza. Depois, teve que se virar para sustentar a prole. Chegou a dar aula em Cursinhos, mas o envolvimento com o curso, a política estudantil – foi presidente do diretório e criou o “Xeque Mate”, programa de entrevistas em recinto fechado que ganhou relevância nos anos de Ditadura – e o relacionamento com os veteranos logo o levou à redação do jornal A República, onde ingressou em 1973.
Na sequência, Cadengue integrou a Assessoria de Comunicação do Governo do Estado, na gestão de Cortez Pereira, trabalhou na Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte – FIERN e Dumbo Publicidade e Propaganda. Depois, foi para a Rádio Poti, onde atuou como chefe de programação no Departamento de Esportes e para o jornal Diário de Natal.
Em seguida, trabalhou no jornal Tribuna do Norte, sendo chefe da sucursal em Mossoró, Rádio Difusora de Mossoró e jornal Gazeta do Oeste. Voltando a Natal, foi correspondente do Diário de Pernambuco, chefe de reportagem e diretor de jornalismo da TV Universitária, onde dirigiu e apresentou programas.
Aprovado em concurso na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN como professor colaborador, em março de 1978, lecionou a disciplina de Radiojornalismo. Selecionado para mestrado no Instituto Metodista de Ensino Superior, seguiu para São Bernardo do Campo, onde cursou todas as disciplinas do curso e foi aprovado no exame de qualificação. Ainda em São Paulo, lecionou na própria Metodista e nas Universidades de Ribeirão Preto e Organização Santamarense de Ensino e Cultura – OSEC, além de ter exercido a função de repórter no Diário do Grande ABC, em Santo André. Foi secretário-geral da Associação Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom.
De volta a Natal, foi novamente diretor de jornalismo da TV Universitária, editor especial do Diário de Natal e diretor de jornalismo da Rádio Poti.
Em 1986, recebeu convite para ser repórter especial da Empresa Brasileira de Notícias – EBN na cobertura da Assembleia Nacional Constituinte. Além disso, em Brasília, foi repórter especial no Palácio do Planalto para o Jornal de Brasília e editor do Correio do Brasil. Tamém lecionou na Universidade de Brasília – UnB.
Na Prefeitura do Natal, foi assessor de Relações Públicas na primeira administração de Wilma de Faria e Secretário de Comunicação na gestão Aldo Tinôco. Quando faleceu, integrava o Conselho Editorial de O Jornal e lecionava a disciplina de Assessoria de Comunicação na UFRN, onde era chefe do Departamento de Comunicação pela segunda vez.
Rogério Cadengue era um apaixonado pelo jornalismo e sempre fez questão de atuar em todas as suas frentes: na redação, na sala de aula e no movimento sindical. Envolvido desde cedo com as lutas da categoria, fez parte da histórica greve dos jornalistas de 1979, em São Paulo, e comandou diversas reivindicações por melhorias salariais e de trabalho, além de ter sido presidente do Sindicato dos Jornalistas do RN, do qual era fundador e o sócio número 01. Também integrou diretorias da Fenaj.
No batente, era respeitado por todos e considerado um colega valoroso, pelo vigor com o qual exercia a profissão. Como professor, se entregava de corpo e alma, e até hoje é considerado o grande incentivador de muitos que militam no jornalismo. Foi ainda o idealizador do curso de jornalismo da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN.
Envolvente, animado e animador, Cadengue é exemplo de profissional ético e dedicado. Um homem que nunca deixou de sonhar com uma sociedade mais justa e sempre lutou por isso. Um jornalista na verdadeira acepção da palavra, um professor que soube inspirar seus alunos.
Termino com um pequeno excerto do próprio Cadengue, num texto escrito para seus alunos um pouco antes de morrer: “Vamos em frente,  vamos conquistar os nossos sonhos. O sonho de sermos a correia de transmissão da sociedade e de transformarmos as nossas máquinas de escrever (desculpem a falha do tempo e da idade), os nossos computadores, microfones, câmeras, arquivos, jornais, rádios, televisões, em instrumentos da consolidação da nossa profissão, da nossa luta. Instrumentos da técnica e, principalmente, da ética”. 
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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Muito doido, bicho; muito doido

Leio na Folha:
 
Rapaz furta ônibus, roda 23 km e bate em 18 carros

Universitário aparentava ter bebido e usado drogas; um motorista se feriu
Estudante cruzou sinais vermelhos e só parou quando PM o alcançou; na delegacia, disse ter apanhado de policiais

LUIZA SOUTO
DO RIO

Após sair de uma festa a fantasia, um estudante de direito de 24 anos furtou um ônibus na manhã de ontem, percorreu cerca de 23 quilômetros em alta velocidade da Barra da Tijuca (zona oeste) à zona sul do Rio, avançou sinais e bateu em ao menos 18 carros até ser parado pela PM. 

"Foi uma coisa de doido", disse o vendedor José Alves Pereira, que teve o seu Peugeot atingido pelo ônibus pouco antes do fim da perseguição, na rua Voluntários da Pátria, em Botafogo.

"O trânsito estava lento, quando ele chegou forçando passagem pelo meu lado direito e me jogou para cima de um táxi", contou. Já Antônio Manoel Orta Maia, 67, sofreu várias fraturas após seu carro ser atingido pelo ônibus.
À polícia, o estudante Pedro Henrique Garcia Correa dos Santos, que usava uma roupa semelhante à usada por policiais do Bope, contou que saiu da festa e viu o ônibus no Terminal
Alvorada, com a chave na ignição. Decidiu então pegá-lo para voltar para casa, em Botafogo.
DROGAS
Segundo policiais, o rapaz aparentava ter bebido e usado drogas. "Ele não dizia coisa com coisa. Chegou a falar que era protegido da [presidente] Dilma", afirmou o delegado Bruno Gilaberte.

Santos disse ter sido agredido pelos policiais. Sua boca sangrava e tinha marcas no pescoço. "Sei que estou errado, mas olha o que fizeram comigo", disse na delegacia.
O delegado disse que ele resistiu à prisão e teve que ser tirado à força do ônibus.
Um advogado foi à delegacia ontem, mas não quis dar declarações. Ele afirmou à polícia que o rapaz está sob tratamento psiquiátrico.

Pedro Henrique Santos tem, segundo o delegado, quatro passagens pela polícia por injúria, danos morais, violação de domicílio e porte de drogas. Ele ficará preso na Polinter e responderá por furto, dano doloso e possivelmente lesão corporal de natureza grave.
Seja corrupto, seja um dos nossos

A Universidade Nacional de Corrupção, empresa com larga tradição no mercado nacional do ensino superior - você passa até sem fazer vestibular - abre vagas para o primeiro curso de pós-graduação em corrupção e assemelhados (doutorado e pós-doutorado) Aulas ministradas por senadores, deputados federais e estaduais, vereadores, governadores, altos funcionários públicos e empresários de grande renome no ramo da corrupção ativa e passiva, roubalheira, concussão, peculato e, se preciso, assalto a mão armada.

http://www.google.com.br/imgres?q=dicion%C3%A1rio+corruptos&hl
Todos os professores já foram processados no mínimo umas cem vezes, envolveram-se em escândalos e outras patifarias, mas nada ficou provado, o que assegura a sua competência e largos conhecimentos para treinar os futuros corruptos. Todos os ministrantes de aulas têm reconhecimento docente das mais elevadas instuições internacionais que se dedicam à proteção de banqueiros e outros maus elementos.

Como se sabe, a corrupção tornou-se um ramo do conhecimento, exigindo-se de seus praticantes níveis elevadíssimos de préstimos intelectuais com o fito de fraudar, defraudar, enganar, espoliar, falsificar e trabalhar com o sofisticado mercado financeiro de paraísos fiscais.

As aulas incluem conhecimentos a respeito de imoral e incívica, contabilidade fraudulenta e métodos e técnicas para organização de bando ou quadrilha, lobismo e preparação de laranjas para pagar o pato. Mas os laranjas, se tiverem talento, poderão se capacitar também chegando ao altíssimo posto de corrupto, com especialização em corruptor, outra futurosa tendência no mercado.

http://www.google.com.br/imgres?q=dicion%C3%A1rio+corruptos
Não perca esta oportunidade. Os mais preparados corruptos do país estarão reunidos para lhe prestar as mais sigilosas informações setoriais. Torne-se um corrupto, aprenda a ganhar a vida sem fazer força.Comece como corrupto jr., passe a corruptor e chegue ao topo, tornando-se um corrupto sênior. 

Você poderá nos pagar mediante acerto e participação nossa em fraudes e desvios de dinheiro, propinas e operações desavergonhadas. Aceitamos participações a partir de 20%. Não passamos recibo para sua própria segurança.

Siga os bons exemplos que saem nos jornais todos os dias. Você já viu algum corrupto ser preso?, condenado?, puxar cadeia? Jamais! Jamais verá: um bom corrupto sempre escapa. E os nossos corruptos já saem da pós-graduação respondendo a processo, com teste final.  Até hoje nenhum deles foi preso. Consulte os jornais todos os dias: todos os corrptos, especialmente os mais famosos, foram diplomados em nosso colendo a confiável curso.

Universidade Nacional de Corrupção, 
seu caminho para a fraude e o sucesso

domingo, 18 de setembro de 2011

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Meus conselhos a um pequeno monstro

Como vai, pequeno monstro?
Tem planos para o futuro, pelo menos para a próxima meia hora? Eu mesmo tenho planos para os próximos 200 mil anos, o que inclui alguns anos-luz fora da Terra, que é azul e linda, como dizia Gagárin. E você, o que pretende fazer, pequeno monstro? Ao que soube, tem planos para se digirir a casas habitadas por velhos enfermos, dali subtraindo preciosidades e dinheiro, o que houver. E, tentando suas pobres vítimas escapar a seus golpes de guante, porrete e maça, terão final triste e lamentável.
http://www.google.com.br/imgres?q=monstros

Soube também que pretende invadir conventos de freiras, altas horas da noite, tocar corneta e bumbo, atirando-se depois a violações de seus corpos, não importanto a idade. Nisso será seguido por magote de trapeceiros, desocupados, bufarinheiros e outros quejandos e, aos apupos, irá denegrir autoridades,deslustrar as togas, ameaçar os bons e levar o desespero e o medo aos lares e aos convívios. Lamentável, pequeno monstro.


Ontem, ontem mesmo, fui informado de que terá acesso a processos e outros atos sigilosos e deles fará publicação, com o único fito e real intento de desestabilizar personalidades e outros elementos de grande valia, trazedo assim à luz atos que devem ser mantidos em segredo, essencial à preservação da boa ordem e preclaros procedimentos. 

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Também é notório que pretende invectivar o direito consuetudinário, as altas empresas e os grandes projetos nacionais, explodir pontes, derrobar aeronaves e pôr a pique navios e vapores com todas as sua cargas de máxima serventia. 

Pequeno monstro, eis o que mais sei a seu respeito e íntima disposição: tem por planos de altíssima conjura reunir a seu redor enorme e fervilhante grupo de sequazes, atirando-se a empreendimentos vis, tais como pregar nos púlpitos mais sagrados e nas mais solenes tribunas, alardeando que o mundo terá fim, dragões sairão das mais profundas caves, a terra tremerá e vulcões explodirão a torto e a direito.

Enfim, pequeno monstro, tenho a você conselho: melhor seria dirigir-se a locais ermos e santos, ali permanecedo em oração e comungo de urzes e ervas amargas que decerto pacificariam sua alma energrecida e entisnada. Destarte, ao fim e ao cabo de mil anos poderia voltar ao humano convívio, passando então a pregar a paz, a perseverança, a concórdia e os bons exemplos.

O mundo, pequeno monstro, é composto por pessoas sãs demais, boas demais para suportar suas investidas e péssimos própositos. Pelo menos é o que tenho visto e nisso muito acredito. O mundo é bom, as pessoas são retas e tudo o que fazem presta e tem valor. Afaste-se de seus escuros intentos e vá às ágoras onde se assentam os mais retos e justos homens - que fizeram a Terra ser tão boa como hoje é.