sábado, 7 de julho de 2012

Buracos de Natal, uma tradição que se renova. Matéria produzida por estudantes da disciplina Reportagem, Pesquisa e Entrevista em 2011; parece que, até hoje, nada mudou

Crimes de Imprensa no RN: Depoimento do Professor Emanoel Barreto -- Entrevista realizada em maio de 2012 para compor apresentação de seminário na disciplina Legislação Jornalística do curso de comunicação social/UFRN.

Obra de (des)mobilidade urbana - a evolução de um absurdo

Um buraco no meio do caminho

Quase fazendo aniversário de um ano, existe um buraco na rua Industrial João Motta, em frente à minha casa, proximidades do Condomínio Liberdade, Capim Macio. Clique aqui e aqui.  A distância que une o descaso da Prefeitura e o Governo do Estado é de aproximadamente dois metros, a mesma distância entre a galeria e a boca de lobo.

Como se poderá notar, o buraco vem crescendo e se desenvolvendo. Chego mesmo a supor que seja uma espécie de obra da mobilidade urbana às avessas; engenharia reversa, entende?, desconstrução preparatória à intentona da Copa do Mundo . 

A cratera oferece perigo real ao tráfego e, a depender das chuvas, poderá mesmo danificar a calçada. Espero que pare por aí. Já pensou se o buraco resolve englobar a calçada e depois da calçada as casas? Veja as fotos e a evolução quadro a quadro.



quarta-feira, 4 de julho de 2012

Recebo e repasso

O lingüista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.
Fonte: http://www.institutojoaogoulart.org Via: ongCEA

terça-feira, 3 de julho de 2012

Entre a alucinação e o delírio sempre cabe o pesadelo

Tenho acompanhado com crescente preocupação a propaganda do governo do estado. Na TV vivemos em situação de éden ou quase isso. Minha preocupação deve-se ao fato de que, pelo otimismo televisivo, sou levado a supor que alguém no governo esteja oscilado entre a alucinação e o delírio, o que é muito perigoso uma vez que trata-se de alguém com poder. Tanto que decidiu e pôs a público o processo de propaganda.

Detalhando: alucinação é quando você pensa que está vendo algo pomposo, grandioso, fora do comum para o bem ou para o mal e está plenamente convicto de que tem razão; delírio se dá quando o sujeito ingressa no território da fabulação, pensa adiante e vê diante de si um futuro glorioso, doce: um futuro rosado, delicioso. Em se tratando de um governo, insisto, é algo perigoso.

Sou tomado de suspeição exatamente em função do quadro de descalabro instalado, por exemplo, no Hospital Walfredo Gurgel, plenamente contrastante com os anúncios megalomaníacos. 


Minha preocupação aumenta, e muito, quando sou tomado por outro temor: se a situação, que já é ruim, é vista pelo governo como maravilhosa, o que será de nós se de repente as cabeças pensantes entrarem em processo de pesadelo, transferirem o pesadelo para a prática e quiserem que seu pesadelo seja a nossa realidade?


Se isso ocorrer é melhor chamar os holandeses de volta, pedir falência, instalar a recolonização batava e pedir a Deus que algum dia Natal volte a ser Nova Amsterdã. Caso contrário, é esperar o agravamento do quadro, até que o delírio e a alucinação se transformem em pesadelo. Depois, prepare-se: virá, tenho certeza, a Santa Inquisição.