sábado, 10 de janeiro de 2009

A faixa de gaze
Emanoel Barreto
Os gritos e o sengue derramado - O sofrimento, a dor, o corpo ferido; a morte como perigosa companhia. Um povo preso na Faixa de Gaza, que a bala enlouquecida transformou em gaze a envolver os cadáveres e o pavor dos que ficaram. O furor, a hecatombe, o grito, o desespero. O sentido de humanidade é morto sempre e quando um inocente tomba. E seus corpos estarão sempre insepultos.

ZOORÓSCOPO

MARIMBONDO - Pessoas intratáveis, dão muito valor ao que lhes pertence. Por exemplo: você já conseguiu por a mão numa casa de marimbondos? Pois assim é como os desse zoosigno. Têm a seu favor, porém, algo muito importante: são trabalhadores, exigentes consigo mesmo. Perfeccionistas, cobram também de seus auxiliares o mesmo desempenho. São honestos. Mas, dotados de temperamento explosivo, usam de excessiva agressividasde e até violência quando se sentem ou se supõem atacados.
......

MASSACRE DE GAZA É TEMA DE PALESTRA NA OAB
Walter Medeiros

O Comitê Potiguar de Solidariedade ao Povo Palestino promove nessa terça-feira (13.01.2009), às 18h00, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção do Rio Grande do Norte, uma palestra sobre a questão palestina, com o Professor Hanna Safieh, palestino radicado no Brasil. A palestra faz parte da programação de protesto contra o massacre que Israel vem promovendo na Faixa de Gaza, onde o exército e a aviação israelenses vêm bombardeando e matando a população civil, o que é considerado crime de genocídio.

Na sexta-feira o Comitê realizou um Ato Público de Solidariedade ao Povo Palestino no calçadão da Av. João Pessoa, em Natal-RN, no qual foram exibidas faixas com fotos de crianças, mulheres e idosos trucidados pelas tropas de Israel na Faixa de Gaza e cartazes e faixas pedindo o fim do genocídio do povo palestino. Durante o ato foi queimada uma bandeira de Israel diante dos mais de cem militantes de partidos políticos, sindicados, outras entidades e cidadãos.

Na ocasião Hanna Safieh criticou a forma como o massacre vem sendo tratado pelas autoridades, mostrando que as Nações Unidas levaram catorze dias para encontrar um texto muito fraco para abordar o assunto. O representante do povo palestino afirma que “não podemos criar uma filosofia de ódio”, defendendo que “temos de combater essa tendência, porque ideologia de ódio só traz mais ódio”.

Nota distribuída pelo PSTU afirma que “Os judeus foram o povo que mais sofreu os horrores da Segunda Guerra Mundial, com a política de limpeza étnica e de assassinatos em massa desferidos pelo Estado nazista alemão, com a qual milhões de judeus morreram nos campos de concentração, vítimas dos horrores da guerra.”
Por outro lado, diz que “ao mesmo tempo em que é necessário reafirmar o repúdio aos crimes de guerra praticados pelo nazismo contra o povo judeu, é preciso também reconhecer que atualmente o que está sendo praticado pelo Estado de Israel contra o povo palestino se assemelha em muito ao método de eliminação física e limpeza étnica utilizado pelos nazistas na segunda guerra.”
Uma nota do Comitê Potiguar de Solidariedade ao Povo Palestino afirma que “Esses ataques de Israel ao Povo Palestino são parte integrante da política imperialista comandada pelos Estados Unidos da América no controle da região estratégica do Oriente Médio” e defende “uma tomada de posição clara do Conselho de Segurança da ONU condenando o genocídio e determinando que Israel cesse imediatamente a agressão”.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O mundo parou. Ou foi o disco rígido?
Emanoel Barreto

Computador, esse estranho - O computador, esse ser de alma virtual, enigmático em seus mecanismos impalpáveis, impediu-me de atualizar o blog nos últimos dias. Enquanto isso, as coisas de jornal informam que Israel continua matando sem compaixão ou limites; no Brasil, uma professora cortou o dedo de uma aluna; na Índia, outra cegou uma pequena estudante por ter errado a resposta de uma pergunta e as montadoras de automóveis reduziram a produção. É a crise, dizem.

Estranho mundo, estranhos computadores. Entre a enormidade de um e a complexa pequenez de outro, um liame forte: ambos manifestam a face do homem; esse sim, esquisito, excêntrico, implacável. E, nas coisas que faz, produz ou pensa, encontra sempre um meio de mostrar o quanto pode ser mau.

ZOORÓSCOPO

LIBÉLULA -Saltitantes, vazios e elegantes, voejam de lado a lado, sem rumo, destino ou pensar. No amor, jamais serão sinceros. No dinheiro, jamais pensam como resultado do trabalho, mas como coisa a ser esbanjada. Formam um péssimo par com Abelha.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O silêncio, o silêncio belo


O silêncio, o silêncio belo
*
Emanoel Barreto

Silêncio.

Uma criança linda
dorme atrás da porta.
Ali, o tranquilo berço enche de amores um sonho inocente.
Ali, o olhar tão meigo da mamãe-menina amamenta
a Vida que a ela chegou.
* Palavras de um Avô ao Neto que ainda vai nascer.

ZOORÓSCOPO

BICHO-PREGUIÇA - Quando alguém é lerdo, pesadão, compreende as coisas com dificuldade e comemora com um sorriso amolecido o fato de ter entendido por que dois mais dois são quatro, vôce está à frente de alguém nascido sob tal zoosigno. São pessoas absolutamente imprestáveis, não por serem más; apenas, por sua absoluta incapacidade de prestar-se a alguma coisa que não seja dormir e bocejar. São de boa índole, ingênuos e parvos. Ocasionalmente, podem ser utilizados pelos nascidos em cobra para fazer o mal, sem saber que estão prejudicando outra pessoa. Mas, se encontrar alguém assim, ajude: ele lhe retribuirá com um sorriso tão toscamente enternecido, que lhe valerá como um belo por de sol.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009


Se o jornalismo não mostra, a ficção nos traz o medo
Emanoel Barreto

Esse novo noticiário - Pouco depois das 11 da noite de hoje, a Record estreia a série "A lei e o crime". A produção pode ser tida como apenas mais um investimento da emissora na sua teledramaturgia, inspirada no sucesso do filme Tropa de elite. Todavia, pode-se lançar um olhar também jornalístico, uma visão mais aprofundada a respeito de uma realidade que o jornalismo mesmo não enquadra em sua cotidianidade televisiva.

A série, provavelmente, não tem intenção de questionar a realidade dos morros, sua miséria - moral e material - mas há uma possibilidade de ampliação do olhar sobre essa parcela da vida brasileira, das "comunidades" como hoje são chamadas suas populações. Mas, esse efeito não pretendido será inevitável, caso se tenha um olhar que vá além dos propósitos meramente comerciais e melodramáticos da emissora.

A extinta TV Manchete chegou a realizar programas jornalísticos em que o policiais, com microfones presos ao corpo, eram seguidos pelas equipes de jornalismo, obtendo-se assim um efeito de realidade. O telespectador sentia-se como que transportado, em presença do que ocorria. Os soldados ofegantes, cansados, tensos, falavam aos tropeços, enquanto davam andamento a suas missões.

Mesmo admitindo-se o sensacionalismo, percebia-se ali o ser humano em momentos pungentes, em perigo, em medo. Agora, com a investida da Record no filão aberto por Tropa de elite, será possível entrevivermos como se dá a vida no crime com uma profundidade algo maior que a do noticiário.

De alguma forma isso é jornalismo, pois é inevitável a comparação, tal a proximidade que há entre o noticiário e a ficção, unidos pelo hifen social da brutalidade. O discurso visual dos enquadramentos das câmeras é assemelhado, com o detalhe de que o panorama da favela será mostrado em detalhes pelo olho do cinegrafista cinematográfico.

Sintetizando: é preciso que uma obra de ficção venha a público para, de alguma forma, suprir algo deixado ao lado pelo jornalismo. A questão dos morros do Rio é um dado da realidade que as TVs não aprofundam, perdendo-se num noticiário episódico e superficial.

ZOORÓSCOPO

MOSCA - São os aproveitadores. Vivem de pequenos expedientes, contentam-se com pouco, mas infernizam a vida de quem trabalha. São inúteis, fúteis e inconsequentes. Festeiros que só eles, esquecem que sempre há um dia seguinte. E que, depois da festa, vem sempre a ressaca.

---------

ISRAEL BOMBARDEIA A HUMANIDADE
Walter Medeiroswalterm.nat@terra.com.br

Uma noite de horror, maior que o horror que Israel vem espalhando há décadas, se abate sobre a Faixa de Gaza. Um horror decorrente de uma reação furiosa, desmedida, covarde e vil. Uma invasão que chamam de guerra, quando de um lado estão os tanques, aviões, foguetes e bombas, lançados indiscriminadamente sobre uma população inteira, atingindo crianças, mulheres e idosos indefesos, que vão morrendo às centenas.

Já houve quem dissesse que Israel tem uma ânsia de destruição, uma sede de sangue, e uma torpe vontade de cometer assassinato em massa. Que dilacera a carne de um povo espoliado e massacrado na terra-mãe milenar. Mas a liberdade de um povo, assim como a sua poesia, dilacerada e bela – diz o poeta - ressurge e escapa da destruição, empunhando um fuzil ou um poema, armas de guerra.

Essa verdadeira tragédia não é apenas uma questão regional. É uma tragédia para o mundo inteiro, porque se trata da pratica de uma injustiça. E essa injustiça é considerada uma ameaça para a paz mundial.

O juiz federal Ali Mazloum e o promotor de justiça Nadim Mazloum definem muito bem juridicamente a situação ao afirmarem em artigo publicado na revista Consultor Jurídico que “Um pretexto é o emprego de uma razão fictícia para dissimular a verdadeira intenção. ‘Nós perseguimos os terroristas do Hamas, que se escondem intencionalmente no seio da população’, disse Ehud Barak, ministro da Defesa de Israel, para justificar a recente (atual) matança...’”
Lembram que “Essa crueldade ocorre no momento em que o mundo comemora os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos proclamada em 1948 pelas Nações Unidas (ONU).


Pouco depois, esse mesmo intrigante organismo internacional veio a promulgar a Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio. Para a ONU, secundando a definição cunhada pelo judeu polaco Raphael Lemkin, genocídio é o assassinato deliberado de pessoas motivado por diferenças étnicas, nacionais, raciais, religiosas e políticas. Pode referir-se igualmente a ações deliberadas com o objetivo da eliminação física de um grupo humano segundo as aludidas categorias.”

Explicam mais que “Pelas Convenções de Genebra e pelo Estatuto de Roma, a utilização de força aérea contra a população civil é crime de guerra. O genocídio é crime contra a humanidade.” E indagam a seguir: “Por que o mundo está indiferente ao assassinato em massa na Palestina? Onde estão os promotores do Tribunal Penal Internacional – TPI – que não promovem os devidos indiciamentos de autoridades israelenses?”.

O mundo precisa perceber que cada bomba lançada por Israel solta estilhaços em toda a humanidade. Da mesma forma que a invasão ilegal do Iraque custou caro a esta mesma humanidade, principalmente àquela nação, que já sofreu cerca de 100.000 baixas, enquanto mais de 4.000 americanos também perderam a vida, segundo dados oficiais. É preciso que cidadãos de todas as nações digam “basta”, para que – no dizer daqueles juristas – “não roubem das crianças palestinas o direito à vida”.

domingo, 4 de janeiro de 2009


Em Gaza, a morte temporária
Emanoel Barreto

Nuvem de chumbo sobre Gaza - A morte vem do céu nas asas de uma bomba. De lado a lado ira, raiva, medo, decisão de chegar à solução final. Mas, enquanto essa solução não chega, enquanto um lado não consegue que o outro se transforme em cinzas e morra para sempre, eles vão morrendo temporariamente e renascem a cada nova bomba que garante, do outro, a morte temporária.

ZOORÓSCOPO

Pomba da Paz - São poucos, muito poucos, os que são desse zoosigno. É mais fácil ser falcão. São temidos, são temíveis, enquanto os de Pomba da Paz perdem-se em apelos e buscas incessantes para que este velho mundo encontre afinal um ramo de oliveira.