Caros Amigos,
Uma alfaiataria em Santiago do Chile está vendendo ternos que pertenceram ao ditador Augusto Pinochet. As peças, que ele usava nos anos 80, somente são oferecidas, em caráter reservado, àqueles que sabidamente eram simpatizantes do regime que torturou e matou centenas de milhares de chilenos.
A alfaiataria, um literal brechó da morte, faz assim a louvação de um dos carrascos da humanidade no século passado. Mas é uma louvação envergonhada, cabisbaixa, bisonha. Tanto, que os ternos ficam bem guardados e somente são oferecidos a homens iguais a Pinochet.
Por que não ficam expostos em vitrines chamativas, não são levados a um leilão como os óculos de Lennon? Por quê? Porque são o símbolo da desgraça e do sofrimento do povo chileno e, por que não, e até mesmo da consciência humana. Porque são a marca de uma mente que voltou-se para trucidar e esganar a todos aqueles que defendiam as liberdades e uma vida mais justa. Porque são peças de um museu cruel, onde a principal lembrança são brutalidades infernais regidas por um psicopata armado com a espada da desgraça.
Bom fim de semana.
Emanoel Barreto
"Não é justo alguém ter o direito de ter uma empresa de aviação e outro não ter o direito de comer um pão." /////// JAMAIS IDE A UM LUGAR GRANDE DEMAIS. A UM LUGAR AONDE NÃO TENHAIS CORAGEM DA IMENSIDÃO - EMANOEL BARRETO - NATAL/RN
sábado, 11 de agosto de 2007
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Somos todos idiotas?
Caros Amigos,
Coisas de jornal que circulam na internet informam que no Japão está à venda uma gravata com ventilador. Serve para o homem usar conectada à saída USB do computador. Estamos, verdadeiramente, vivendo a idade da simulação de um certo tipo de vida social, com imposição de modismos que variam entre o ridículo, o grotesto e o criminal.
Ridículo e grotesto para quem usa. Criminal para a empresa que consegue atrair clientes e dinheiro com necessidades forjadas e inúteis. Vi há alguns dias, num shopping, um jovem beócio sendo puxado, numa coleirinha, por uma jovem tão fátua quanto ele. O casalzinho se exibia com um jeito que tentava se fazer passar por blasé, caminhando lentamente: ela à frente, ele seguindo-a, como a pedir, com tal comportanto, às pessoas que passavam: "Olhem como sou tolo. Eu sou um imbecil. Vocês não percebem?"
A imposição de falsas necessidades tornou-se alvo preferencial do marketing. Em qualquer canal a cabo há aqueles anúncios que propalam eletrodomésticos e outras traquitanas que irão mudar a sua vida e fazer de você uma pessoa feliz: quer emagrecer? Use aparelho tal. Quem ficar mais jovem? Compre uns elásticos que são colocados sob o cabelo a partir das orelhas. Eles vão esticar a pele e você ficará lindíssima. Deseja um bom suco? Compre a máquina não-sei-o-que-lá, que ela vai fazer maravilhas. Quer isso, quer aquilo, quer aquilo outro? Faça assim, coisa e tal e tudo bem, viu?
Agora, eu pergunto: quer ficar em paz? Desligue a TV quando esses comerciais estiverem no ar. Sua integridade mental estará, seguramente, protegida.
Emanoel Barreto
Coisas de jornal que circulam na internet informam que no Japão está à venda uma gravata com ventilador. Serve para o homem usar conectada à saída USB do computador. Estamos, verdadeiramente, vivendo a idade da simulação de um certo tipo de vida social, com imposição de modismos que variam entre o ridículo, o grotesto e o criminal.
Ridículo e grotesto para quem usa. Criminal para a empresa que consegue atrair clientes e dinheiro com necessidades forjadas e inúteis. Vi há alguns dias, num shopping, um jovem beócio sendo puxado, numa coleirinha, por uma jovem tão fátua quanto ele. O casalzinho se exibia com um jeito que tentava se fazer passar por blasé, caminhando lentamente: ela à frente, ele seguindo-a, como a pedir, com tal comportanto, às pessoas que passavam: "Olhem como sou tolo. Eu sou um imbecil. Vocês não percebem?"
A imposição de falsas necessidades tornou-se alvo preferencial do marketing. Em qualquer canal a cabo há aqueles anúncios que propalam eletrodomésticos e outras traquitanas que irão mudar a sua vida e fazer de você uma pessoa feliz: quer emagrecer? Use aparelho tal. Quem ficar mais jovem? Compre uns elásticos que são colocados sob o cabelo a partir das orelhas. Eles vão esticar a pele e você ficará lindíssima. Deseja um bom suco? Compre a máquina não-sei-o-que-lá, que ela vai fazer maravilhas. Quer isso, quer aquilo, quer aquilo outro? Faça assim, coisa e tal e tudo bem, viu?
Agora, eu pergunto: quer ficar em paz? Desligue a TV quando esses comerciais estiverem no ar. Sua integridade mental estará, seguramente, protegida.
Emanoel Barreto
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Um protesto fora de hora
Caros Amigos,
Está em andamento um protesto intitulado de "Cansei", numa alusão ao governo Lula e suas escaramuças, equívocos e atos falhos, vide "Relaxe e goze" de Marta Suplicy, nas antevésperas da tragédia da TAM.
O problema é que não há clima de opinião pública propício a tal iniciativa, não há qualquer mobilização anti-Lula, enfim, nenhum processo de repúdio ao sistema ora no poder, para que esse Cansei viesse a ser ativado.
Ademais, seus líderes não têm biografia para se lançar a essa empreitada, melhor diria intentona, de tentar desestabilizar Lula. Se nem mesmo há mobilização contra a presença de Calheiros na calhas do Senado, imagine contra Lula e seus epígonos, entre eles o próprio Renan.
Há um certo Dória e um advogado, d'Urso, presidente da seção da OAB de São Paulo, mas, frente à Nação, literalmente ilustres desconhecidos e sem qualquer participação histórica que os qualifique a tomar o timão do tal Cansei.
Ao que parece-me, trata-se de de atitude tática buscando lançar amarras anti-Lula para a próxima eleição presidencial, quando o presidente lançará candidato à sua sucessão. Ao que entendi, seriam prejudicados Lula em seu futuro político, e aquele que receber o seu apoio. É uma operação-desgaste, que já nasceu falida.
O Cansei não tem apelo popular, não brotou de bases legítimas e não vai dar certo. Afinal, seria lamentavelmente mais uma farsa a se impor ao País.
Emanoel Barreto
Está em andamento um protesto intitulado de "Cansei", numa alusão ao governo Lula e suas escaramuças, equívocos e atos falhos, vide "Relaxe e goze" de Marta Suplicy, nas antevésperas da tragédia da TAM.
O problema é que não há clima de opinião pública propício a tal iniciativa, não há qualquer mobilização anti-Lula, enfim, nenhum processo de repúdio ao sistema ora no poder, para que esse Cansei viesse a ser ativado.
Ademais, seus líderes não têm biografia para se lançar a essa empreitada, melhor diria intentona, de tentar desestabilizar Lula. Se nem mesmo há mobilização contra a presença de Calheiros na calhas do Senado, imagine contra Lula e seus epígonos, entre eles o próprio Renan.
Há um certo Dória e um advogado, d'Urso, presidente da seção da OAB de São Paulo, mas, frente à Nação, literalmente ilustres desconhecidos e sem qualquer participação histórica que os qualifique a tomar o timão do tal Cansei.
Ao que parece-me, trata-se de de atitude tática buscando lançar amarras anti-Lula para a próxima eleição presidencial, quando o presidente lançará candidato à sua sucessão. Ao que entendi, seriam prejudicados Lula em seu futuro político, e aquele que receber o seu apoio. É uma operação-desgaste, que já nasceu falida.
O Cansei não tem apelo popular, não brotou de bases legítimas e não vai dar certo. Afinal, seria lamentavelmente mais uma farsa a se impor ao País.
Emanoel Barreto
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Os ratos, a explosão e o indivíduo que berra
Caros Amigos,
A agenda das coisas de jornal tem dois assuntos em pauta: o caso Renan Calheiros e a tragédia da TAM. São os que mais estão ocupando espaços nobres nos noticiários. A questão da TAM entra agora no terreno jurídico: viscoso, escorregadio, entremeado de luz e sombra, desvãos e chicanas de advogados. Até uma autoridade da Aeronáutica, em depoimento a parlamentares, permaneceu praticamente muda, alegando "assunto sigiloso".
Acho que sigilo, sigilo mesmo, está ocorrendo com os familiares das vítimas, que sofrem em silêncio a perda de pessoas queridas e vão entrar no empura-empurra dos envolvidos, cada um querendo se safar, possivelmente passar a culpa aos pilotos. É como em história de literatura policial: sempre o mordono é o culpado e todo mordomo chama-se Jarbas. Os pilotos, ao que temo, talvez venham a ser apontados como os jarbas do holocausto da TAM.
Quando ao indivíduo Renan Calheiros, reforçam-se os indícios de que terá seu patrimônio político levado à hasta pública do plenário, cassado e guilhotinado politicamente. O butim deverá ficar com o PMDB. É o que dizem as coisas de jornal, alertando que até o Planalto já teme que a demora com que se arrasta a luta do citado elemento, que se insiste em ser bom, digno, reto e bom cristão, venha a respingar no Governo.
E quando políticos começam a temer por seu futuro, esteja certo, esteja certa: deixa o navio e toma o primeiro salva-vidas que esteja passando por perto. Pena que o povo não possa tomar um salva-vidas e deixar, no navio que afunda, todos os ratos que habitam desde o seu porão até a ponte de comando.
Emanoel Barreto
A agenda das coisas de jornal tem dois assuntos em pauta: o caso Renan Calheiros e a tragédia da TAM. São os que mais estão ocupando espaços nobres nos noticiários. A questão da TAM entra agora no terreno jurídico: viscoso, escorregadio, entremeado de luz e sombra, desvãos e chicanas de advogados. Até uma autoridade da Aeronáutica, em depoimento a parlamentares, permaneceu praticamente muda, alegando "assunto sigiloso".
Acho que sigilo, sigilo mesmo, está ocorrendo com os familiares das vítimas, que sofrem em silêncio a perda de pessoas queridas e vão entrar no empura-empurra dos envolvidos, cada um querendo se safar, possivelmente passar a culpa aos pilotos. É como em história de literatura policial: sempre o mordono é o culpado e todo mordomo chama-se Jarbas. Os pilotos, ao que temo, talvez venham a ser apontados como os jarbas do holocausto da TAM.
Quando ao indivíduo Renan Calheiros, reforçam-se os indícios de que terá seu patrimônio político levado à hasta pública do plenário, cassado e guilhotinado politicamente. O butim deverá ficar com o PMDB. É o que dizem as coisas de jornal, alertando que até o Planalto já teme que a demora com que se arrasta a luta do citado elemento, que se insiste em ser bom, digno, reto e bom cristão, venha a respingar no Governo.
E quando políticos começam a temer por seu futuro, esteja certo, esteja certa: deixa o navio e toma o primeiro salva-vidas que esteja passando por perto. Pena que o povo não possa tomar um salva-vidas e deixar, no navio que afunda, todos os ratos que habitam desde o seu porão até a ponte de comando.
Emanoel Barreto
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
O risco-país e o país riscado
Caros Amigos,
As coisas de jornal da Folha Online trazem ao leitor o que seja o risco-país. É o seguinte: "O risco-país é visto como um "termômetro" informal da confiança dos investidores globais em país de economia emergente. Se o indicador sobe muito, por exemplo, é um sinal de que os investidores globais desconfiam cada vez mais que um país não vai saldar os pagamentos regulares de sua dívida externa. Essa percepção pode ser afetada por algum evento global --a piora da economia mundial-- ou algum evento local --o país acumula dívidas cada vez maiores, mas não poupa em ritmo suficiente para pagá-las. Em 1995, a desvalorização do peso mexicano detonou uma onda generalizada de descrença sobre as economias emergentes. O Brasil sofreu as conseqüências: o risco-país bateu em 1.689 pontos em março daquele mesmo ano."
Não fala, entretanto, das origens, das causa sócio-históricas de um país e de o quanto aquele país já foi explorado pelos mesmos tipos que criaram o tal risco-país.
Para mim, risco-país é menino morrendo de fome e de doença e os paises não terem dinheiro para atendimento médico e remédios; é mulher se prostituindo; é o cidadão desesperado porque perdeu o emprego e não teve qualificação escolar para buscar uma melhor colocação; é traficante literalmente dominando uma cidade como o Rio de Janeiro; é político desonesto escapando impune, apesar de infame; é avião caindo por falta de manutenção e pista de má qualidade; é prato vazio na hora do almoço, café e jantar; é tristeza entrando por baixo da porta da casa do povo e dizendo: cheguei para ficar. Risco-país é o país em risco. É o país riscado do mapa da dignidade.
Emanoel Barreto
As coisas de jornal da Folha Online trazem ao leitor o que seja o risco-país. É o seguinte: "O risco-país é visto como um "termômetro" informal da confiança dos investidores globais em país de economia emergente. Se o indicador sobe muito, por exemplo, é um sinal de que os investidores globais desconfiam cada vez mais que um país não vai saldar os pagamentos regulares de sua dívida externa. Essa percepção pode ser afetada por algum evento global --a piora da economia mundial-- ou algum evento local --o país acumula dívidas cada vez maiores, mas não poupa em ritmo suficiente para pagá-las. Em 1995, a desvalorização do peso mexicano detonou uma onda generalizada de descrença sobre as economias emergentes. O Brasil sofreu as conseqüências: o risco-país bateu em 1.689 pontos em março daquele mesmo ano."
Não fala, entretanto, das origens, das causa sócio-históricas de um país e de o quanto aquele país já foi explorado pelos mesmos tipos que criaram o tal risco-país.
Para mim, risco-país é menino morrendo de fome e de doença e os paises não terem dinheiro para atendimento médico e remédios; é mulher se prostituindo; é o cidadão desesperado porque perdeu o emprego e não teve qualificação escolar para buscar uma melhor colocação; é traficante literalmente dominando uma cidade como o Rio de Janeiro; é político desonesto escapando impune, apesar de infame; é avião caindo por falta de manutenção e pista de má qualidade; é prato vazio na hora do almoço, café e jantar; é tristeza entrando por baixo da porta da casa do povo e dizendo: cheguei para ficar. Risco-país é o país em risco. É o país riscado do mapa da dignidade.
Emanoel Barreto
domingo, 5 de agosto de 2007
A moça vai ficar nua
Caros Amigos,
Do mesmo modo que Cebolinha tem um problema de relacionamento com a Mônica e seu coelhinho, o senador Renan Calheiros tem também turbulências pessoais com sua ex-amante Mônica Veloso, que agora vai ser coelhinha da Playboy.
Dizem as coisas de jornal que a moça já fechou um contrato de 400 mil reais para posar nua e manter aceso o incêndio do escândalo que devasta o território político do senador das Alagoas. E mais: fala-se na descoberta de novos negócios transversos, com sua participação ilícita e oculta em emissoras de rádio.
Somente no país como o nosso um homem assim se sustenta no Poder, apesar de todos os tsunamis e fucarões que o têm acossado. Entretanto, ancorado firmemente no cais que acolhe a corrupção e todos os que são portadores de elasticidades morais, ele tem amarras fortes com o grupo de políticos que o apóia incondicionalmente, e até com o presidente Lula.
Como se vê, o coelhinho da Mônica e a Mônica Coelhinha são terríveis e podem atenazar até mesmo a vida do mais duro lobo mau.
Emanoel Barreto
Do mesmo modo que Cebolinha tem um problema de relacionamento com a Mônica e seu coelhinho, o senador Renan Calheiros tem também turbulências pessoais com sua ex-amante Mônica Veloso, que agora vai ser coelhinha da Playboy.
Dizem as coisas de jornal que a moça já fechou um contrato de 400 mil reais para posar nua e manter aceso o incêndio do escândalo que devasta o território político do senador das Alagoas. E mais: fala-se na descoberta de novos negócios transversos, com sua participação ilícita e oculta em emissoras de rádio.
Somente no país como o nosso um homem assim se sustenta no Poder, apesar de todos os tsunamis e fucarões que o têm acossado. Entretanto, ancorado firmemente no cais que acolhe a corrupção e todos os que são portadores de elasticidades morais, ele tem amarras fortes com o grupo de políticos que o apóia incondicionalmente, e até com o presidente Lula.
Como se vê, o coelhinho da Mônica e a Mônica Coelhinha são terríveis e podem atenazar até mesmo a vida do mais duro lobo mau.
Emanoel Barreto
Assinar:
Postagens (Atom)