segunda-feira, 16 de maio de 2016

Novos estudos brasilianos fazem grandes revelações



Nova História do Brasil -- 
Baseada em fatos reais -- (PARTE 1)

Caros Amigos, 
http://www.irdeb.ba.gov.br/multicultura/?p=10821
Era uma vez uma terra que um dia viria a ser chamada de Brasil. Os índios viviam lá mas como não sabiam que ali seria o Brasil, nada de mal acontecia. As florestas eram enormes, eles nem desconfiavam o que era poluição, não havia deputado, senador, presidente. Nem ao menos um vereadorzinho existia. E nada de mal acontecia.

Não havia fábricas fumacentas, salário mínimo, escolas sem funcionar, traficantes, assaltantes, empresários corruptos, juízes mancomunados com bandidos ou funcionários públicos bocejantes e safados. E, claro, nada de mal acontecia.

Não havia televisão berrando o dia todo que é preciso comprar celular, que celular é a coisa mais importante do mundo; não havia devastação das florestas, nem água com nitrato, nem meninas se prostituindo no calçadão.

Não havia sequestros, desvios de verbas públicas, operações espetaculares da polícia federal, caixa-dois, campanhas políticas, partidos, ONGs criminosas, sabidões sempre à espreita. E nada de mal acontecia.

Quando foi um dia, chegaram uns portugueses e disseram aos índios: "Índios, aqui é o Brasil."

Os índios ficaram assim, e disseram: "Não aqui não é Brasil. Aqui não é nada. É só terra da gente."

Os portugueses consultaram suas cartas náuticas, conferenciaram entre si e, após dias e dias de confabulações, chegaram à conclusão: aquilo era mesmo o Brasil, a única coisa que estava errada eram os índios. Os índios estavam errados porque não entendiam o sentido histórico de "Brasil".

"Vamos mudar esses índios", pensaram. "Mudando-se os índios, seja de seu lugar de morada, seja mudando suas cabeças, aí sim, começa o Brasil. O Brasil é um estado de espírito, entenderam?", disse o chefe dos portugueses, Pedro Álvares Cabral, com um sorrisinho infame e torcendo as mãos enquanto maquinava.

Cabral mandou contratou um terrorista chamado Diogo Álvares Corrreia, o Caramuru, para intimidar os índios. Caramuru percebeu que eles não tinham armas de fogo e disse: "Mim ser grande diabo. Mim saber dominar trovão. Mim ser dono do trovão. Mim ser diabo do fogo."

Os índios disseram: "Não, nós não acredita." Caramuru, então, bateu mão de um trabuco e atirou. A explosão apavorou os índios e eles foram dominados facilmente. Os selvagens correram, esconderam-se nas matas e Cabral começou a destruir florestas e a plantar cidades.

Ele parecia um louco. Onde seus grandes bulldozers chegavam já sabia: começava uma cidade; os índios fugiam, as índias se prostituíam, os meninos pegavam gripe. Morriam que era uma beleza. Sim, e os índios ainda aprendiam a beber cachaça. Até cair pra trás.

E assim, ao longo do tempo as coisas se passaram, até que um dia Cabral virou-se para o que restou de índios e disse: "Índios, isso agora é o Brasil, entenderam? Entenderam o que quer dizer Brasil? Vejam só a maravilha que é o Rio de Janeiro..., vejam o que é Brasília; nosso senado, a câmara dos deputados, o grande exemplo dos nossos políticos..."

Cabral insistia: E agora, já sabem o que Brasil?" Os poucos índios que sobraram responderam que sim, que agora sabiam o que era o Brasil. Estavam conscientizados e até já tinham formado quadrilha. E da pesada: assalto, tráfico e sequestro, mantinham contatos com autoridades corruptas e todo o mais. E aí um deles, virando-se para Cabral e portando um AK-47, disse: "Seguintche: vai levar o pó, ou não, ó Mané?" 

Cabral chorou de emoção: e viu que sua obra estava completa. E levou o pó.