sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A história de uma beleza imensa



Meu primeiro amor se chamava Hélbia

Era esguia como um gesto de bailarina. E se chamava Hélbia. Era finíssima, elegante, delicadamente bela. Quando a vi pela primeira vez encantaram-se-me os olhos e caiu-me o olhar em sua beleza imensa. Hélbia. Quando a toquei senti o que era amar. E se chamava Hélbia. 

Mas, lamento, ela não era para mim. Estava irremediavelmente presa, comprometida com meu primo. A ele ela pertencia; como um pertence, um prêmio que ele soubera e tivera a sorte de, antes de mim, conhecer e possuir. Hélbia.

Eu a conheci numa viagem de férias, visita a esse primo; ele, um moço bom, que de repente e sem querer era meu rival. Era rival e nem sabia, pois nunca lhe disse.

Passei uma semana em casa dele; Hélbia sempre por perto. Ficou comigo poucas vezes, estranha e fugidia beleza. Companheira de poucos momentos. Até que fui embora e nunca mais a vi. 

Hoje lembrei-me de Hélbia, minha primeira paixão. Fiquei por uns instantes com saudades de Hélbia. Mas não era uma moça. Hélbia era a marca da bicicleta do meu primo, a mais incrível bicicleta que já pedalei. 


domingo, 23 de agosto de 2015

Uma foto belíssima e terrível




Uma luta estranha, 
brutal e louca

A foto tem algo de framing de ficção, lembra aqueles filmes de O exterminador do futuro. Mas, não; é realíssima e captura o instante exato, o momento preciso em que o jovem cisjordaniano reage à presença da máquina pilotada por Israel. 

O flagrante, e sua estética belíssima e terrível, empalma em metáfora a luta enlouquecida que reúne os dois lados. A força de um ante a desgraçada reação de quem quase não pode reagir.