sábado, 11 de agosto de 2012

Leio no UOL e compartilho

11/08/201216h22

Caminho para o ouro no vôlei teve cortes traumáticos e dias sem sono em Londres
 

Ezra Shaw/Getty Images
  • Jogadoras do Brasil comemoram após vencerem o segundo set contra os EUA na final do vôlei Jogadoras do Brasil comemoram após vencerem o segundo set contra os EUA na final do vôlei

A seleção feminina de vôlei, bicampeã olímpica neste sábado, teve de classificar-se para os Jogos no Pré-Olímpico continental, trocou a levantadora a menos de dois meses da competição e viveu um momento de forte instabilidade por conta dos polêmicos cortes feitos por José Roberto Guimarães.

Em Londres, o time perdeu, passou dias sem dormir direito por conta da crise e teve de torcer para um de seus rivais para poder ir às quartas, quando encontraria seu maior fantasma recente, a Rússia. Por último, quando livrou-se de um tabu incômodo, deparou-se com as grandes favoritas ao título. E venceu, não só a final, mas todos os obstáculos anteriores.
Contra quase todos os prognósticos, a seleção feminina de vôlei é bicampeã olímpica, defendendo de maneira inédita para o país a conquista de quatro anos atrás. O caminho para o ouro, no entanto, foi duro.

Desde 2008, a seleção passou por um processo lento de renovação, em que promessas como Natália, Fernanda Garay, Adenízia e Camila Brait não conseguiram, por diferentes motivos, chegar a Londres como titulares, enquanto Paula Pequeno, Jaqueline, Fabi e Fabiana não mostravam a mesma forma. A lacuna deixada por Fofão parecia que seria ocupada por Fabíola, mas os resultados medianos em 2011 ligaram o sinal de alerta.

A revolução na equipe aconteceu a semanas dos Jogos. Zé Roberto convocou Fernandinha, até então quase desconhecida atuando no Azerbaijão, para concorrer como levantadora. A veterana venceu a disputa e viu o técnico cortar Fabíola, querida pelo time, na volta do Grand Prix, de maneira um pouco traumática.
 

Brasil x EUA - final do vôlei feminino

Foto 15 de 21 - Thaísa e Sheilla tentam bloqueio no ataque da norte-americana Logan Tom no jogo deste sábado (11/08) Mais AFP PHOTO / KIRILL KUDRYAVTSEV
 
Dias depois, foi Mari quem caiu, e fazendo barulho. Ela reclamou publicamente da opção e abalou o clima dentro da seleção. Thaisa, antes de embarcar para Londres, chegou a admitir que o corte tinha abalado as jogadoras. A preparação seguiu com Zé Roberto em dúvidas. Ele esperou até o último instante para contar com Natália, e começou os Jogos apostando em Paula Pequeno e Fabiana em detrimento de Fernanda Garay e Adenízia.

Em quadra, o time não respondeu bem. As derrotas contra Estados Unidos e Coreia do Sul na primeira fase quase eliminaram a equipe e fizeram o desânimo tomar conta. O técnico definiu os dias que antecederam a classificação às quartas como “uns dos mais difíceis da carreira”, enquanto as jogadoras tentavam resolver o problema.

Foram diversas reuniões em que foram debatidos os problemas da equipe. Todas concordavam no desejo pelo título e na irritação com as críticas que elas julgavam exageradas. A solução encontrada por elas foi uma trégua interna, “mais confiança uma na outra”, segundo o discurso repetido à exaustão após as partidas.

A apreensão que tomou conta das jogadoras quando Coreia do Sul e China jogaram pelo resultado que lhes interessava virou alegria quando os Estados Unidos fizeram sua parte e eliminaram a Turquia. O Brasil foi às quartas contra a Rússia, asa negra recente de dois Mundiais e uma edição dos Jogos Olímpicos.

“Olha que coisa bonita é a história da vida. Ela nos deu uma oportunidade quase idêntica àquela de 2004”, disse José Roberto Guimarães, lembrando da semifinal olímpica em que o Brasil tinha 24 a 19 para fechar o jogo, perdeu e ganhou o “amarelão”. Em Londres, foram seis match points para as russas em um jogo eletrizante que revelou uma Sheilla decisiva como nunca.

O caminho para o bi, no entanto, ainda teria o maior time do planeta como obstáculo. Os Estados Unidos, algozes recentes da equipe verde-amarela, jogavam com todo o favoritismo. Só que com paciência e experiência olímpicas, o Brasil avançou de novo. Com o ouro, consagrou a geração de Thaisa, Sheilla, Fabi, Fabiana, Jaqueline e Paula Pequeno como a mais vitoriosa da história do vôlei feminino do país, e mostrou, mais uma vez, o brio de um time tão acostumado às duras críticas ao longo dos anos.

Elegância e destreza na Olimpíada

 
A ucraniana Alina Maksymenkom em performance com fita durante a qualificação individual geral - Foto: Mike Blake/Reuters
De como fazer a destruição para termos um grande futuro

Fui procurado hoje em minha tipografia por excelente pessoa, que pelos modos gentis e gestos refinados logo vi tratar-se de um sapo. Homem viajado, elegante e de pensamentos elevados, disse-me que buscava um editor para grande obra intitulada De Mundis Terrificus e Preclarus. Pedi informações a respeito e informou-me que trata-se de livro magnífico onde se explicará a importância do uso correto das pedras redondas, aliadas às exposições discretas do finis concertus para o bem da huanidade.

Percebi imediatamente que é missão de alta relevância e coloquei-me à disposição. Isto posto, o sapo pediu permissão para convidar à tipografia dois outros grandes sábios. Atendi imediatamente e pouco depois desciam de um tílburi um jovem orogangotango e um velho e digno papagaio, cavalheiros de estirpe e condições.

Informaram que o livro, cujos originais da peça introdutória me foram entregues, é uma larga e profunda reflexão sobre a condição humana. Conversamos longamente e eles se retiraram. Eis o que diz o texto que me foi entregue:

A questão humana é de alta relevância. Assim, torna-se imperioso aprofundarmo-nos em seu estudo, uma vez que, historicamente, está comprovado que temos incrível tendência ao conflito e à nunca solução do conflito e aí está mesmo a essência da nossa condição.
Sendo assim, é preciso dar condições à humanidade para que procure a sua própria destruição.

Para tanto, devemos nos atilar a desenvolver processos autodestrutivos, aliando a isso as intempéries naturais.Acontecidas estas, devemos mobilizar máquinas extraordinárias, enormes, ciclópicas, a fim de ampliar os resultados da força dos elementos.

No texto está também explicado que, por exemplo, devemos aproveitar a destruição da orla de Ponta Negra, promovendo, a partir dali, a construção de grandes buracos em todas as ruas, avenidas e vielas, a fim de que isso se torne obra d'arte grandiosa e apreciada.

Percebi que há nisso grande saber e poderosa filosofia. Construídos os buracos, será preciso criar imediatamente uma empresa que refaça tudo, ou seja: os buracos sejam tapados e depois de tapados sejam novamente refeitos e assim indefinidamente, já que é para isso que os governos foram criados. Claro, notei que tal filosofia é de grande valia.

Em caso de ação de elementos perigosos, como assaltantes e outros do mesmo tipo, será preciso criar linhas de financiamento de armas, a fim de que os malfazejos possam executar com perícia e mestria suas grandes artes de roubar e matar. Mais: os hospitais públicos devem ser fechados ou tornados ainda piores em seu funcionamento, a fim de desestimular as pessoas a não adoecerem. A culpa das doenças são os hospitais, está dito no texto. E assim, eliminando-se a causa, será extinta sua consequência, a doença e os doentes.

O documento fala em muitas e muitas outras cousas extraordinárias, como estimular o analfabetismo e os programas sociais de casas populares, levando-se as pessoas a procurar cavernas e tendas, que são mais baratas. E, sem saber ler e escrever, as pessoas não terão intentos danosos de formular ideias malsinadas, que só trazem o desespero e a desagregação social.

Como vê o leitor, trata-se de obra de grande valia que, disseram-me o sapo, o orogangotango e o papagaio, irá orientar o natalense no sentido de um grande passo para o seu futuro. As bases estão construídas. Agora, resta-nos trabalhar em seu aperfeiçoamento.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

É pra valer

O jornalismo brasileiro, a democracia e a sociedade obtiveram expressiva vitória no Senado, que reinstituiu a exigência do diploma para o exercício da profissão. Segue abaixo nota da Federação Nacional dos Jornalistas, comemorando a vitória. 

Nota Oficial 07/08/2012 | 23:21
Senado toma decisão histórica em defesa do Jornalismo
 
A FENAJ e seus 31 sindicatos filiados vêm a público agradecer aos 60 senadores brasileiros que, no início da noite de hoje, aprovaram em 2º turno a PEC 33/09, que restabelece a exigência do diploma de curso superior em Jornalismo como condição para o exercício profissional. O Senado, absolutamente sintonizado com a opinião pública e com a categoria dos jornalistas, deu um passo fundamental para a correção de uma decisão obscurantista do STF, que eliminou a exigência do diploma para acesso à profissão. Os jornalistas e a sociedade brasileira agradecem este ato em defesa do Jornalismo.


A FENAJ agradece especialmente ao senador Antônio Carlos Valadares, autor da PEC 33, ao senador Inácio Arruda, que fez a relatoria da matéria, e à senadora Lídice da Mata, que cobrou daqueles que buscavam protelar a apreciação da proposta o compromisso público, assumido há meses, de votá-la. Eles foram incansáveis na defesa da PEC, demonstrando uma compreensão singular da importância do Jornalismo nas sociedades democráticas e do papel do profissional jornalista. Igualmente, agradecemos ao presidente da sessão desta terça-feira, senador Casildo Maldaner, e aos líderes partidários que colocaram a votação da PEC33 entre as prioridades da casa. Também agradecemos a todos os senadores que apoiaram a proposta e que se empenharam pela sua aprovação.

A exigência da formação superior em Jornalismo é uma conquista histórica dos jornalistas e da sociedade. Depois de 1969, quando foi instituída, esta exigência contribuiu decisivamente para modificar a qualidade do Jornalismo brasileiro, representando uma das garantias ao direito à informação independente e plural, condição indispensável para a verdadeira democracia.

O diploma de jornalista foi derrubado da nossa legislação profissional por decisão do STF em 17 de junho de 2009 que permitiu que qualquer cidadão, sem qualquer formação, possa exercer esta profissão de grande responsabilidade social. A decisão da maior corte de Justiça representou um retrocesso não somente para a categoria dos jornalistas, mas para toda a sociedade brasileira, que perde com a desqualificação do Jornalismo.

O Congresso Nacional respondeu de pronto a este processo de judicialização da vida nacional, de caráter nitidamente conservador. No mesmo ano de 2009, foram apresentadas duas PECs restabelecendo a exigência do diploma para o exercício profissional.

Hoje, após a aprovação da PEC 33 no Senado, a categoria e a sociedade voltam suas atenções para a Câmara dos Deputados, que terá de apreciar a PEC 33 em conjunto com a PEC 386, de autoria do deputado Paulo Pimenta e relatoria do deputado Maurício Rands. Ambas têm o mesmo propósito: resgatar a dignidade dos jornalistas brasileiros e contribuir para a garantia do jornalismo de qualidade.

O momento é de comemoração da grande vitória, mas a mobilização dos jornalistas brasileiros, organizada pela FENAJ e pelos Sindicatos de Jornalistas de todo o país, apoiada por entidades do campo do Jornalismo como o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) e a Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), e respalda pela energia contagiante de estudantes de Jornalismo que engajaram-se em manifestações desde a fatídica decisão do STF em 2009 até a vigília no Senado nesta sexta-feira, vai continuar para que a PEC seja aprovada em tempo recorde na Câmara dos Deputados.

A vitória é nossa e a fazem os que lutam!

Diretoria da FENAJ e Sindicatos de Jornalistas do Brasil.

Brasília, 7 de agosto de 2012.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Segue a íntegra da Resolução que institui punição ao trote na UFRN

 

RESOLUÇÃO No 166/2012-CONSEPE, de 31 de julho de 2012.



                                                                      Proíbe o trote entre estudantes da UFRN nos termos estabelecidos nesta Resolução.


                 A REITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE faz saber que o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE, usando das atribuições que lhe confere o Artigo 17, Inciso XIII do Estatuto da UFRN,

                 CONSIDERANDO que é obrigação da Instituição assegurar a preservação da integridade física, moral e psicológica dos estudantes da UFRN, bem como o nome desta Instituição, por ocasião da realização de atividades de recepção de novos ingressos,

                 CONSIDERANDO   que é papel da UFRN enquanto Instituição de ensino difundir na comunidade universitária a observância dos princípios da civilidade, do respeito e do decoro universitário dentro e fora de seus espaços físicos acadêmicos e/ou de reação e convivência,

                 CONSIDERANDO que a promoção da integração e do congraçamento entre os estudantes veteranos e os alunos ingressantes, com base em ações direcionadas para práticas educativas e nos valores acadêmicos, contribui para formação e prática da cidadania,

                 CONSIDERANDO o que consta no processo no 23077.033444/2012-85,


RESOLVE:

Art. 1o Fica proibido o trote entre estudantes da UFRN, cujas atividades possam implicar constrangimento, humilhação, zombaria, violência ou agressão física, moral ou psicológica, dentro ou fora do âmbito da Instituição e que não se enquadrem nas condições previstas no Artigo 3o.

§ 1o A prática das atividades das quais dispõe o caput deste artigo será considerada infração grave, caracterizada como ato incompatível com o decoro ou a dignidade da vida universitária, nos termos do Art. 214, Inciso VII, do Regimento Geral da UFRN, e sujeitará os infratores à suspensão de 01 (um) até 120 (cento e vinte) dias ou à exclusão, de conformidade com o que dispõe o § 3o do referido dispositivo legal.

§ 2o São considerados infratores os estudantes que, independentemente da concordância,  participem, de qualquer forma, do trote a que se refere esta Resolução.

§ 3o A concordância da parte dos alunos envolvidos não isenta os infratores das sanções disciplinares das quais dispõe o § 1o deste artigo.

§ 4o A aplicação das sanções disciplinares será atribuição do Diretor da respectiva Unidade Acadêmica e do Reitor, na forma do Art. 215 do Regimento Geral da UFRN.

§ 5o As sanções disciplinares serão aplicadas após a apuração dos fatos através de Sindicância e/ou Processo Administrativo Disciplinar, instaurado pelo Diretor da respectiva Unidade Acadêmica, a partir de denúncia ou de notícia do fato, na forma do Art. 216 do Regimento Geral da UFRN.

§ 6o Qualquer pessoa poderá representar contra estudante reputado faltoso nos termos desta Resolução, mediante apresentação de elementos comprobatórios, podendo a representação ser dirigida ao gestor da Coordenação de Curso, da Chefia do Departamento, da Direção do Centro Acadêmico, da Direção da Unidade Acadêmica Especializada ou à Ouvidoria da UFRN.

Art. 2o Ações de trote que infringirem o Art. 214, Inciso III, do Regimento Geral da UFRN, que trata de danos materiais ao patrimônio da instituição, serão passíveis das penas previstas no Art. 213 do referido regimento.

Art. 3o No início de cada período letivo, poderão ser organizadas atividades de recepção e integração dos novos estudantes da UFRN.

§ 1o As atividades previstas no caput deste artigo serão propostas pelas Coordenações de Curso e/ou pelo Diretório Central dos Estudantes e Centros Acadêmicos Estudantis, com o apoio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, da Pró-Reitoria de Graduação, dos Centros Acadêmicos e das Unidades Acadêmicas Especializadas.

§ 2o Caberá à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, à Pró-Reitoria de Graduação, às Unidades Acadêmicas e às Coordenações de Curso a ampla divulgação desta Resolução no início de cada período letivo.

Art. 4o Esta Resolução entra em vigor a partir da data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

                                                                 Reitoria, em Natal, 31 de julho de 2012.


                 Ângela Maria Paiva Cruz
          REITORA

 UFRN punirá trote violento; infratores poderão ser expulsos

A UFRN anuncia que punirá o trote abusivo, podendo os infradores até mesmo ser expulsos. Excelente e tardia decisão. Segue o comunicado que recebi.

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) aprovou, em reunião extraordinária realizada na manhã desta terça-feira, 31 (de julho) uma Resolução que proíbe o trote entre estudantes, cujas atividades possam implicar em constrangimento, humilhação, zombaria, violência ou agressão física, moral ou psicológica, dentro ou fora da instituição.

De acordo com a resolução, em seu Art. 1º, § 1º, a prática dessas atividades será considerada infração grave, "caracterizada como ato incompatível com o decoro ou a dignidade da vida universitária", conforme prevê o Art. 214, inciso VII do Regimento Geral da UFRN. Os infratores ficarão sujeitos à suspensão de um e até 120 dias ou à exclusão.

São considerados infratores os estudantes que, independente da concordância, participem do trote. As sanções serão aplicadas pelo diretor da respectiva Unidade Acadêmica e pelo reitor, após a apuração dos fatos, que será feita através de Sindicância e/ou Processo Administrativo Disciplinar.

Qualquer pessoa poderá representar contra o estudante que infringir o que está disposto nessa Resolução, desde que apresente elementos comprobatórios. Essa representação poderá ser dirigida ao gestor da coordenação do Curso, da chefia do Departamento, da direção do Centro Acadêmico, da direção da Unidade Acadêmica Especializada ou à Ouvidoria da UFRN.

Essa mesma Resolução, em seu Art. 3º, dispõe que, no início de cada período letivo poderão ser organizadas atividades de recepção e integração dos novos alunos da UFRN, que deverão ser propostas pelas coordenações dos cursos e/ou pelo Diretório Central dos Estudantes, com apoio das pró-reitorias de Assuntos Estudantis e de Graduação, além dos Centros Acadêmicos e das Unidades Acadêmicas Especializadas.

Segundo a relatora do processo, professora Maria das Graças Soares, essa Resolução "responde a uma demanda da comunidade acadêmica e comunidade externa, porque a cada semestre esses trotes vêm se intensificando e provocando constrangimento aos novos alunos".

A resolução pode ser acessada em:
http://www.sigrh.ufrn.br/sigrh/downloadArquivo?idArquivo=1116466&key=c3423388867cd0c9bc704a7b9bd2baf7

domingo, 5 de agosto de 2012

Veja só que coincidência

Jo Soares no Supremo: de cara, a grande piada

Se você é medianamente informado sabe de antemão que o mensalão, ou melhor, o processo do mensalão acabará em pizza ou quase isso. A observação do noticiário sinaliza claramente nesse sentido. 

http://columbianews2008.blogspot.com.br
Uma coisa além de tudo estimulou minha visão de repórter: você já notou como o procurador Roberto Gurgel é parecido com Jo Soares? Isso não lhe sugere nada? Não é literalmente engraçada a coincidência? Jo trabalha num palco e o Supremo de certa forma é um espetáculo, convenhamos. A teatralidade da Justiça é patente. As togas, a linguagem empolada, incompreensível à maioria dos mortais, etc..., etc..., etc....

O procurador, claro, já deu demonstrações de que é homem sério e digno. Não há dúvida. O que estou tentando dizer é que sua parecença com o humorista é pista para mim suficiente para elucidar de que forma o processo irá correr.

Será engraçado, muito engraçado, ver os advogadíssimos dos acusados louvando-os, enaltecendo suas virtudes cívicas e, acima de tudo, dizendo que ali houve grande injustiça, uma vez que nada fizeram para estar sob o peso de acusações tão lamentáveis e infamantes, a despeito das provas. Provas? Provas não valem nada, não é mesmo?
http://oglobo.globo.com/politica/roberto-gurgel

O que quero dizer é que na pantomima que se ensaia  - já li que se alguns deles forem condenados a pena mínima nada lhes acontecerá porque o crime já prescreveu - tudo parece mostrar que sairá comprovado a não culpa dos réus.

 Ou seja: o arcabouço jurídico é farsesco, mambembe. Cambaleia em suas filigranas. Assim, a imagem do procurador e do humorista são icônicas do processo em sua essência: uma brincadeira, um talk show; melhor, um reality show onde é verdade que todos estão ali falando mentiras, mas o fazem com grande convicção.
O procurador quer levar a sério; o processo diz que não. 

Digo mais: falando em processo esse do mensalão é o inverso de O Processo, aquele do livro de Kafka. Na ficção, um inocente, acusado não se sabe bem do quê, é metido num tribunal, defende-se como pode mas acaba fuzilado. 

No plano real os processados entram culpados perante o olhar da sociedade, mas sairão inocentes. Essa é, de cara, a grande piada. Essa é, de cara, a grande tragédia.