sábado, 9 de janeiro de 2016

Calamidade: hospital Walfredo Gurgel virou caso de polícia




200 morrem todo mês no Walfredo Gurgel

Sofrimento no corredor do Walfredo Gurgel (Ass. de Imprensa)
“Todos os meses 200 pessoas morrem no Complexo Hospitalar Monsenhor Walfredo Gurgel. O maior hospital público do estado do Rio Grande do Norte, localizado em Natal, recebe mensalmente sete mil pacientes. Deste número, dois mil são encaminhados para internação, como a unidade só conta com 284 leitos, uma média de 70 doentes são tratados diariamente em macas nos corredores. Os dados são da própria diretora, a médica Maria de Fátima Pereira Pinheiro.” 
Falta de política de saúde: quadro histórico no RN

A informação é do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte-Sinmed que enviou representantes ao Walfredo a fim de inteirar-se da situação. 

 Após receber o release que me foi enviado pelo sindicato entrei em contato com o presidente da entidade, médico Geraldo Ferreira, que a confirmou integralmente. 

Um cálculo básico apontou-me: o índice de 200 mortos mensalmente perfaz o total de 2.400 óbitos anuais. 

Diz ainda o texto enviado pelo sindicato: Terça-feira (05), em vistoria técnica realizada por representantes do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN), a situação estava ainda pior. 80 macas lotavam as passagens, muitas delas improvisadas em colchões no chão. Nesta situação, 39 estavam acometidos de fratura de fêmur e sete com ruptura da bacia.”
 
Hospital: pacientes recebem atendimento de má qualidade
O Sinmed informou que continuará com as visitas a unidades hospitalares em Natal e interior do estado a fim de apurar as e condições de trabalho dos médicos e o atendimento prestado aos pacientes. O objetivo é preparar relatório à Secretaria de Saúde. 

Médicos visitam hospital, discutem problemas e querem solução
Acrescenta o Sinmed: “Como se não bastasse, outros seis internos também podem vir a óbito a qualquer momento por falta de diálise. Tratamento imprescindível para quem possui disfunções renais e não consegue eliminar água ou produtos de excreção do sangue. O problema se deve também a estorvos entre a empresa terceirizada responsável pelo procedimento e a Sesap/RN.”

Vergonha ou falta disso – O governo do Rio Grande do Norte precisa tomar providências urgentes. Trata-se, a situação do Walfredo Gurgel, de realidade que se estende ao longo dos anos, sai governo, entra governo. A inexistência de uma política de saúde institucionalizada traz à tona um quadro terrível. E reflete a presença de governantes que se regem por repetitivos comportamentos de insensibilidade e desprezo pelos cidadãos, pela condição humana e pela vida. Começo a supor que a situação do Walfredo deva ser denunciada a alguma instituição internacional de defesa dos direitos humanos.

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OK, vamos multar
Só com firmeza o trânsito será disciplinado

A ocorrência de fatos criminais de forma socialmente reincidente leva-nos a uma conclusão: essa sociedade de alguma forma criou condições históricas para que isso aconteça. 

Tomo como referência os acontecimentos de trânsito, quando pessoas bêbadas provocam acidentes muitas vezes fatais. Ou o caso de quem estaciona em local proibido. 

Poderia abordar o fenômeno da corrupção, que tem situação paralela, mas vou ficar no trânsito. Proximamente irei a esse assunto.  

Mas, voltando ao tema inicial: a ineficiência do estado, a reiterada ausência estatal coercitiva resultou em impunidade que de alguma forma cristalizou-se no cotidiano, naturalizou-se e passou a ser “normal” alguém beber e dirigir. Até mesmo prova de perícia e arrojo. 

Abordando o assunto no plano local temos que, quando do surgimento da figura do capitão Stevenson Valentim, percebeu-se um certo mal-estar, um desacordo, um pra-que-esse-cara-aqui?” 

Todavia, somente com intervenções firmes, decididas como a daquele policial, poderemos começar a desenvolver, aliando-se isso a campanhas educativas, uma cultura de trânsito desejável e civilizada.

Da mesma forma os chamados amarelinhos são figuras desejáveis e importantes. Eles estão multando pessoas que estacionam carros em locais proibidos, especialmente nas vagas destinadas a deficientes físicos e idosos. 

É preciso acabar com o jeitinho brasileiro, com as facilitações aparentemente inocentes, a matreirice criminosa mas disfarçada de esperteza aceitável, a safadeza como norma. Tudo isso resulta, pelo fato mesmo de ser aceito, em inominável impunidade.