sexta-feira, 22 de março de 2013



De cousas altas e grandemente indomáveis
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Ontem estiveram em minha tipografia e me convidaram a participar de cousas altas e grandemente indomáveis. Quis saber o que são cousas altas e grandemente indomáveis, mas me disseram que não sabiam. Por isso mesmo, insistiram, era necessário a minha participação, pois, sendo ignorantes eu e eles, as cousas seriam como deveriam ser: altas e grandemente indomáveis, somente realizáveis por pessoas que não sabem para o que trabalham nem o que estão fazendo. 

Partimos imediatamente em um bergantim, que, como todo bergantim, era embarcação esguia, tinha dois mastros e velas latinas, ou seja: triangulares. Embarcação rápida e forte.

Após dias e dias de mar aberto, tempestades, calmarias e um início de motim controlado à custa de rum para acalmar os espíritos, chegamos a Isla Mar. Lá aportando, fomos contratados como derrubadores de muros. Trabalho em ação contrária à dos construtores de muros. 

Toda uma nação, destarte, era empregada em tais serviços: uns desfaziam o que os outros erguiam, perfuravam, cavavam ou desenvolviam. Afinal, após anos e anos de trabalho intenso, toda a Isla Mar estava destruída, tal a eficácia dos construtores e destruidores. 

Isto posto, os governantes reuniram-se em monumental conciliábulo e decidiram: o país havia sido destruído pelo povo e assim todo o povo seria levado a países remotos  e pouco recomendáveis, considerando-se aquilo ato de salvação nacional dada a incompetência do povo ao qual havíamos, eu e meus loucos comparsas, sido anexados. 

Assim sendo, e como parte integrante do povo, fomos mandados, como punição, a um país ignoto. Quis a sorte que voltássemos à nossa terra. Aqui chegando deparamo-nos com governantes que, a exemplo de Isla Mar, também estão a desenvolver cousas altas e grandemente indomáveis. 

Dizem que tudo chegará a bom termo e já me chamam a integrar o batalhão de derrubadores de árvores e outros vegetais. Devo sair bem depressa, pois a turma da demolição de casas já está destruindo as paredes da minha morada, enquanto outros, ato contínuo, cavam em seu lugar um grande buraco. 

O objetivo, se afirma, é chegar ao centro da Terra onde esperam encontrar grandes tesouros.


quinta-feira, 21 de março de 2013



Meu amigo, o louco das ruas

Vejo sempre na Roberto Freire a figura do louco. Alto, pele escura, cabelo rapado, usa apenas um calção sujíssimo, certamente sua única roupa. Uma vida humílima e livre. Solto. Como os pardais e os cães ditos vadios.

 Às vezes está no canteiro central cavando com as mãos um buraco junto aos arbustos. Ali se mete, enrodilhado, e dorme.

Outras vezes está naquilo que certamente entende como sendo a sua casa: uma escada de ferro do lado de fora de uma farmácia. O detalhe – sublime absurdo – , é que a escada em vez de levar a uma porta, encaminhará quem a subir a uma parede e pronto. Quem subir vai dar de cara com a maciça parede. A escada que leva a lugar nenhum é a grande saída do louco. Alis, sob a escada, ele arrumou umas caixas e nelas se mete à noite, protegido pelo seu pobre e lindo teto de papelão.

Nada mais poético, patético e terrível: a condição humana exposta a quem tiver olhos para ouvir, ouvir aquela história de vida. Sim porque aquela é uma vida que não pode ser contada, mas compreendida com o ouvido do olhar. Se aqui aparentemente eu a esteja contando em palavras, na verdade eu a conto com as palavras do olhar perplexo menos que com as palavras do texto.

Incrível e maravilhoso louco; necessário e precioso maluco. Ele é meu amigo, mesmo que não saiba que lhe quero bem.





terça-feira, 19 de março de 2013

Matéria recebida para divulgação de interesse público



Sinsp-RN apresenta pauta de reivindicações junto ao Governo do Estado

O Sinsp-RN (Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público da Administração Direta do Estado do Rio Grande do Norte) protocolou, nesta terça-feira (19), junto à Casa Civil do Estado, à Secretaria Estadual de Administração e à Secretaria Estadual de Educação pauta de reivindicações aprovada em assembleia da categoria, realizada na última quinta-feira (14).

Os trabalhadores reivindicam política de valorização do salário básico, que garanta reajuste real acima da reposição inflacionária e aplicado anualmente por ocasião da data base.  Dessa forma, assegurando que o valor do salário básico se mantenha, no mínimo, equivalente ao valor do salário mínimo nacional. Nessa linha, a categoria pede reposição salarial de 32,94%. O índice se justifica em virtude do reajuste do salário mínimo nos anos de 2011 (6,86%), 2012 (14,13%) e em 2013 (9,00%).

Ainda na pauta, a categoria reivindica imediata realização de concurso público, sendo este o único meio de ingresso no serviço público, em todos os níveis da administração direta do Estado.  O sindicato pede também o fim do assédio moral e político contra servidores e empregados públicos no estado do Rio Grande do Norte, com a implantação das políticas de combate ao assédio moral.


Informações à imprensa:
Juarez Barroso Pinto – Presidente do Sinsp-RN: (84) 9111-8553
Anna Paula Freire – Assessora de Comunicação: (84)8819-5643
Sinsp-RN: (84) 3201 4130 – (84) 88401607
Site oficial: www.sinsprn.org.br