quarta-feira, 9 de janeiro de 2013



A volta dos LPs
A partir de hoje vou voltar a ouvir meus velhos LPS. Acabou de chegar pelo Correio, após uma espera inexplicável, um toca-discos que me foi presenteado pela Minha Mulher. A estreia, claro, foi com disco dos Beatles. Uma coletânea de 1967, intitulada Oldies but Goldies. 

Andava meio sem prática e regulei a velocidade para 78 rotações, ficou com “voz de formiguinha”, como a gente dizia em 67; depois para 45 e as formiguinhas já eram compreensíveis, mas não era o desejável. Afinal, pronto: aceitei o passo e regulei o sistema para as queridas 33 rotações por minuto. Maravilha. As vozes chegaram tinindo, do jeito que é para ser.
http://tenhomaisdiscosqueamigos.virgula.uol.com.br/2012/11/18/the-beatles-live-project-coleta-imagens-de-shows-dos-fab-four-para-novo-documentario/

Queria começar, queria estrear o equipamento com She loves you, mas errei e pus a tocar Can’t buy me Love, lado B. Problema não. É quase a mesma coisa. O importante é que agora os Beatles estarão de volta em formato original. E muitos outros velhos amigos também serão convidados, quero dizer Rolling Stones.

É boa esta volta ao passado, a tempos que de tempos em tempos povoam o meu imaginário e me chamam ao regresso. Ok, voltei. E voltaram comigo os meus velhos LPs. Literalmente com uma pequena ajuda dos amigos Beatles.






“A batalha pela alma dos Beatles”

Diz-se que os Beatles marcaram época. Não exatamente: os Beatles marcaram o mundo. Sua obra tem e terá repercussões que se alongarão ao longo da história. É por isso que os mais legítimos representantes da geração anos 1960 ainda hoje são alvo de estudos, controvérsias, homenagens e, claro, saudade.

Representaram uma geração que começou ingênua, tornou-se pirracenta e, afinal, politicamente ativa. Estudar os Beatles, conhecer sua obra e carreira é de alguma forma mergulhar na história recente. Isso pode ser encontrado no livro "A Batalha pela Alma dos Beatles", de Peter Doggett, jornalista inglês.

Pelo que vi na Folha trata-se de documento imprescindível para a compreensão do fenômeno Beatles. Compartilho a matéria com você.

Processo de separação dos Beatles ganha retrato minucioso em livro de jornalista inglês


ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Os Beatles criaram a trilha sonora dos anos 1960 e representaram, mais que qualquer outro artista, a ingenuidade, a beleza e o otimismo daquela década.

    Para autor, Paul tentou "fazer as pazes" com John depois do livro

Mas a separação da banda, em 1970, foi marcada por ódio, vingança e processos judiciais. Um fim triste para o grupo que sonhou em mudar o mundo.

O jornalista inglês Peter Doggett escreveu o livro definitivo sobre o longo e doloroso processo de separação dos Beatles: "A Batalha pela Alma dos Beatles", que acaba de sair no Brasil pela editora Nossa Cultura.
           
Mesmo quem conhece a história dos Beatles vai se surpreender com o detalhamento do livro de Doggett. Ele revela todos os pequenos desentendimentos que acabaram virando abismos intransponíveis no relacionamento da banda.A história da Apple, a utópica e malsucedida gravadora da banda, é contada com minúcias, assim como as complicadíssimas batalhas judiciais pós-separação.

"Venho coletando material sobre os Beatles desde 1970, quando era apenas um fã da banda", diz Doggett à Folha. "Quando chegou a hora de escrever o livro, eu já havia entrevistado muitas pessoas num período de 20 anos."
Entre elas, Doggett destaca as de Yoko Ono e de Louise, irmã de George Harrison (1943-2001). "Foi fascinante falar com Louise e saber detalhes sobre como George recebeu a notícia da morte de John [Lennon]."

Mas a entrevista mais reveladora, segundo o autor, foi a de Derek Taylor (1932-1997), o assessor de imprensa dos Beatles. "Falei com ele pela primeira vez em 1988", conta.
"Taylor foi incrivelmente honesto sobre as qualidades e fraquezas dos Beatles como seres humanos e sobre os problemas que tiveram com a Apple."
Doggett afirma: "Os Beatles descobriram algumas grandes verdades: você não pode se envolver em negócios sem se tornar um negociante; você não pode entrar no mercado sem se tornar um capitalista; você não pode supor que, só porque você tem ideais fortes, o resto do mundo vai dividi-los com você".
            BRIGAS E SOCOS
O livro surpreende pelo teor raivoso das brigas, que só pioraram depois que John Lennon (1940-1980) começou a levar Yoko para o estúdio.

George Harrison não suportava Yoko e chegou a sair da banda depois de trocar socos com Lennon, que imediatamente sugeriu Eric Clapton para o lugar de Harrison.
Outro caso que mostra o grau de ódio entre eles aconteceu depois de um ensaio da música "Across the Universe", de Lennon, quando Paul McCartney teria dito: "Tem uma influência oriental que realmente não combina aí", deixando no ar se estava se referindo à música ou a Yoko. "Fiquei triste por eles", diz Doggett. "Eles cresceram confiando nas pessoas que estavam próximas. Depois de 1969, no entanto, se viram sem ninguém em quem pudessem confiar."

"O que mais me impressionou foi que eles continuaram
 a fazer música nos anos 1970, mesmo tendo reuniões diárias com advogados e quando todo mundo estava querendo processá-los e eles estavam processando uns aos outros", completa.
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A BATALHA PELA ALMA DOS BEATLES
AUTOR Peter Doggett
TRADUÇÃO Ivan Justen Santana
EDITORA Nossa Cultura
QUANTO R$ 69 (512 págs.)