sábado, 12 de janeiro de 2008

Eu e você

Caros Amigos,
Hoje, ficamos com Vinícius de Moraes. Segue:

Eu sei e você sabe
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe
Que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste

Por isso meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham a você.

Assim como o Oceano, só é belo com o luar
Assim como a Canção, só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem, só acontece se chover
Assim como o poeta, só é bem grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor, não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Shame on you, Bush

Caros Amigos,
Vivendo já o final do seu obtuso período à frente do governo norte-americano, George Walker Bush chega ao Oriente Médio. Na verdade, no máximo apenas uma visita para conferir os sinistros resultados para os quais sua sombria administração deu essencial contributo; nada mais que isso. Afinal, Bush está com o prestígio em baixa junto aos americanos, politicamente não terá mais tempo para intervir para um processo de paz na região e, inferno astral para ele, poderá até mesmo ser dispensado de intervir na campanha do futuro candidato republicano, caso seu prestígio despenque ainda mais. Nem seus iguais o querem mais por perto.

Ao longo de dois períodos medíocres à frente da Casa Branca, Bush começa a sair de cena, deixando atrás de si um rastro sangrento e um triste legado: não deu qualquer passo para a melhoria das condições de vida no planeta e apenas contribuiu para alongar no tempo as tragédias que, dia a dia, se desenrolam no Oriente Médio.

Inculto, medíocre, simplório, dotado de uma visão de mundo que privilegiou o imediatismo em detrimento do histórico; a força em secundarização da inteligência; o capital sobrepujando a humanidade, vai se retirar de cena após dar ao mundo uma substanciosa contribuição a toda uma carga de malefícios e indignidades que perseguem os nossos dias. Shame on you, Bush. Shame on you.
Emanoel Barreto

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

BBB: bacante, banal, besteira

Caros Amigos,
A Globo nos chega com mais uma edição do BBB. Apresentado como um reality show, ou seja, um espetáculo real, uma transmissão da vida, com os contrastes de personalidades, interação humana conflitual e competitiva, o programa é, em verdade, a vida roteirizada, estudadamente programada para provocar rumor social.

Os participantes, assim, são personagens: cumprem papéis pré-determinados, numa produção no mínimo questionável, seja do ponto de vista ético, seja quanto à sua proposta de "show".

O horário do programa tem sido criticado por educadores, especialmente quando tratam da questão público infantil. Os especialistas dizem que a criança entra em contato com uma realidade de mídia altamente erotizada, acrescendo-se a isso o fato de que os participantes trabalham valores deploráveis, como a cobiça e a competitividade despida de respeito ao outro. Valem o jogo sujo e a esperteza.

O pior é que, com seu poderio midiático, a Globo faz passar à sociedade brasileira que está exibindo algo importante, algo que deve e precisa mobilizar opiniões, chamar a atenção e provocar uma forma de consenso a favor da validade daquela produção.

Os meios de comunicação, a TV em especial, estão valorizando e valorando esse tipo de programa, disseminando a idéia de que fatuidades são algo essencial. Enfatiza-se o hedonismo, a conversa vazia, o fortalecimento do senso comum na discussão de comportamentos emitidos por pessoas que representam à perfeição esse mesmo senso comum.

É deplorável. Mas é um sucesso, rende dinheiro e vai, de alguma forma, mobilizar esse país em torno de mais um atentado à inteligência.
Emanoel Barreto

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Tudo volta a ser cinzento

Caros Amigos,
De forma inglória, Glória Maria foi afastada do Fantástico, sendo substituída pela beleza - e competência -, da jornalista Patrícia Poeta. Cid Moreira e Sérgio Chapelin, quando deixaram suas posições de destaque, também haviam sido jogados para fora do Jornal Nacional após muitos anos de trabalho e excelente desempenho.

Para eles, a explicação foi a de que a tendência internacional mandava que telejornais fossem apresentados por jornalistas; não mais por locutores, que não têm qualquer participação na feitura do noticiário, limitando-se a vocalizar material preparado por outros. Isso daria maior credibilidade e vigor ao noticiário.

A Globo anunciou que Glória afasta-se do programa, por dois anos, a fim de dedicar-se a projetos pessoais; leia-se: escrever um livro, tomar aulas de canto e fazer viagens. Isso é o que foi dito.

Quanto a Patrícia Poeta, é uma jovem e talentosa repórter, além de bonita. Mas, se a isso não se juntar uma ação jornalística forte, com material de notório intresse, retirando o programa das platitudes a que se dedica, de nada adiantará um rostinho bonito. O programa continuará com baixa pontuação e alvo de bocejos.

Lembrai-vos de que o Fantástico, em priscas eras, tinha o slogan de "O show da vida". E, como sempre o show tem que continuar, sai Glória, esquecida e pálida, para que uma nova estrela surja no horizonte artificial da mídia da Globo. É isso. E, na verdade, só há coisas fantásticas no Fantástico. A vida não é um show e na segunda-feira tudo volta a ser cinzento.
Emanoel Barreto