sábado, 9 de agosto de 2008

A Beleza, esse instante

Caras Amigas,
Caros Amigos,
A Beleza, instante forte e intenso,
é a prova de que somos
algo mais.

Ser humano é ser, a cada dia,
o tenso esforço de tentar.

Energia, músculos, cérebro,
tudo isso nos vai encaminhar
à poesia da força disciplinada
e atenta a algo bem maior.

A estética do ato vigoroso
é a ética de sermos sempre humanos.
E quanto mais assim o somos,
somos mais e assim o somos.
Emanoel Barreto

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A Liberdade, a Olimpíada e o Medo

Caras Amigas,
Caros Amigos,
A imponente abertura da Olimpíada de Pequim foi um espetáculo de dramaturgia cujos fascínio, beleza, força poética, dramaticidade e esplendor coletivo representavam o que, entendo, seja a essência do ser humano em sua aventura histórica e existencial.

Sob esse aspecto, não há como não aplaudir e até mesmo reverenciar a genialidade de sua concepção, organização e realização. Foi efetivamente a sagração da criatividade, uma espécie de ópera universal; qualquer ser humano poderia sentir-se ali representado, tal o impressionante vigor retórico dos gestos e feitos coletivos ali realizados.

Todavia, é preciso levar em conta outro lado: oculto, estava ali presente todo o poder do Estado chinês, que se utilizou do grandioso espetáculo para dar uma demonstração política de sua capacidade de reunir, mobilizar, adestrar e levar a efeito tudo o que se viu. Os mandarins do poder estatal diziam, em meio à multidão de artistas e demais participantes do espetáculo que, se fez aquilo, poderá fazer muito mais; entenda-se, na produção de bens, na capacidade de controlar multidões, discipliná-las e, quando necessário, loançá-las à guerra.

Sutilmente, ficou entredito que a China pode ser uma ameaça, tão grande quanto os Estados Unidos e seus aliados, a toda a humanidade. No fundo, os mandarins de todo o mundo sabem, desde os romanos, como se utilizar de grandes mobilizações para, através da beleza, exibir seu potencial maléfico.

Hoje, uma equipe do SBT, informam as coisas de jornal, foi "visitada" pela polícia chinesa, por baixar na internet as fotos que estão aqui, ou seja: eles espionam tudo, sabem o que você está fazendo e podem intervir quando bem aprouver.

As fotos são divulgadas pela Anistia Internacional, e com a mesma força retórica da abertura dos Jogos, denunciam o aviltamento, na China, dos direitos do homem. São metáforas desse desrespeito e deploram o totalitarismo. Vamos, de alguma forma, acompanhar as competições, mas sem esquecer que por trás de tudo a mão pesada do Estado está pronta para esmigalhar quem venha a se manifestar ou falar naquela grande amiga do Homem, a Liberdade.
Emanoel Barreto




quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Beba muito, faça e aconteça

Caras Amigas,
Caros Amigos,
Entendida em sentido amplo, a corrupção é um ato pelo qual alguém burla o direito de outro ou outros, engana, surrupia, dribla a lei ou a ética em seu favor. Em outras palavras, é o famoso "jeitinho" brasileiro para tirar vantagem, numa atitude que já foi conhecida como "lei de Gérson".

Agora, com a chamada lei seca, circulam na net maneiras de enganar a fiscalização, mesmo que o motorista tenha bebido. Trata-se de um lamentável dado da cultura brasileira, expresso em atitude que, além de conter um aspecto de flagrante ilegalidade, busca colocar o infrator na condição de esperto, sabido, ágil no enfrentamento de uma situação que entende como punitiva do seu "direito" de se embriagar e sair ameaçando a vida de terceiros.

Todavia, quando se fala em corrupção, vozes sociais se levantam contra os corruptos e lamentam que, sempre, tais indivíduos permaneçam na impunidade. Acontece que, o que se passa no macro-social, também se reflete no micro, seja nos plenários ou nas casas de governo.

É que muitos dos auto-proclamados representantes da sociedade também estão, e muito, impregnados da cultura do jeitinho e buscam com gênio assombroso ganhar o seu, mesmo em detrimento dos interesses sociais que anunciam ser também os seus.

O resultado é a formação de um caldo histórico de cultura da corrupção que se espalha e penetra e se derrama por todas as camadas. No fim, quem engana a lei é o vencedor; quem tira mais para si se torna exemplo. A honradez torna-se sinônimo de tolice e honestidade é apenas uma palavra que será esquecida no dicionário.
Emanoel Barreto

terça-feira, 5 de agosto de 2008

De volta

Caras Amigas,
Caros Amigos,

Voltarei a atualizar Coisas de Jornal a partir da próxima quinta-feira.
Emanoel Barreto