sábado, 1 de março de 2008

Caros Amigos,
Tempos bons, antigos,
Tempos já passados,
Desbotados tempos,
Instantes esquecidos.

Na estrada da vida
Rolando eles vão,
Bela bicicleta,
Amiga, boa, amável,
Ela é pedalada,
Passos sem pisar.

Isso foi na França
Dá pra adivinhar.
O velho e o neto,
O chão por testemunha,
Vivem seus instantes
D'alegria calma.

Bom fim de semana,
Emanoel Barreto
Foto: não consegui identificar autoria

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Ele não é o Pequeno Príncipe


Caros Amigos,
Bilhetíssimo a vocês. Quando descobriu-se que o príncipe Harry estava combatendo contra os talibãs, o Estado inglês resolveu trazer de volta, são e salvo, o pimpolho guerreiro de volta à sua homeland. Acabou-se a brincadeira. Agora, em vez de atirar em religiosos amalucados do terceiro mundo, Harry deverá voltar ao seu quartel e cumprir, suponho, seu período militar em bases menos perigosas.
O que acho deplorável pode ser definido de maneira bem objetiva: é mandar-se um jovem, com licença para matar, como ele fosse encaminhado a algum tipo de jogo ou brincadeira, pelo fato de ele ter (será mesmo?) sangue azul. God save the Queen.
Emanoel Barreto

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Quantos o Príncipe já matou?

Caros Amigos,
O príncipe Harry, terceiro na sucessão do trono da Inglaterra, está há quase três meses combatendo os talibãs, no Afeganistão. Creio que deve fazer parte dos afazeres de um monarca o aprendizado da morte. Então, é assim que se formam os futuros dirigentes do mundo? As elites, sempre, têm desculpas e explicações para as suas atitudes, especialmente aquelas que dizem respeito ao exercícios do poder via brutalidade.

O discurso oficial, certamente, busca salientar que o príncipe está sendo tratado como qualquer outro jovem em idade de serviço militar. Seria, digamos assim, sua inserção na democracia pelos caminhos das armas. Sem dúvida, é bastante democrática a distribuição de balas contra os afegãos.

Não se trata, aqui, de uma defesa do regime dos talibãs, pela sua própria natureza cruel, desumano e opressor, uma vez que cimentado num fundamentalismo religioso bárbaro e implacável.

A questão volta-se para o fato de que um presuntivo futuro rei inglês seja chamado às armas como parte de sua educação. Segundo o Estadão Online "Harry está em solo afegão desde dezembro. O envio do príncipe não foi informado antes por causa de um acordo entre o Ministério da Defesa e organizações de mídia, entre elas a Associated Press."

E a mídia, para completar, entra em conluio, nesse processo de ocultação. Por que isso? Por que esconder que o Príncipe está na linha defrente e, segundo o jornal, tem-se saído muito bem e corrido os mesmos riscos que seus companheiros de combate? Quem furou o segredo foram uma revista australiana e um jornal alemão.

Detalhe, a foto acima e outras que podem ser vistas no Estadão, na net, não demonstram nada de ação militar. O flagrante é, claramente, posado.

Outro detalhe: Só não foi revelado quantos o Príncipe já matou.
Emanoel Barreto
Foto AP

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Ela não é Flowers que se cheire

Caros Amigos,
As coisas de jornal anunciam que uma cantora da cabaré, Gennifer Flowers, está levando a, digamos, leilão, fitas com gravações de conversas com o ex-presidente Bill Clinton, dos tempos em que ele era seu amante. À época, ele era governador do Arkansas. As fitas foram gravadas secretamente e em 1990 um colecionador japonês, dizem ainda as coisas de jornal, chegou a oferecer cinco milhões de dólares pelo material.

Trata-se, obviamente, de uma trapaça política das mais sujas, praticada exatamente quando a mulher de Bill, Hillary Clinton, enfrenta o senador Barack Obama, na busca de sua indicação como candidata à presidência dos EUA como representante dos democratas. Hillary, por sua vez, também pega pesado com Obama, que a acusa de ter divulgado fotos suas vestidos com trajes típicos da Somália, onde o senador tem suas origens, com raízes muçulmanas.

Como se vê, o ofidiário está cheio. Mas, o caso com Flowers é provavelmente o que expõe a indignidade humana em sua forma mais deplorável. Uma mulher, envolvida com um homem que ocupa posição de destaque na política, trama o uso futuro dessa relação como meio de ganhar dinheiro, muito dinheiro.

Sabe-se que faz parte das hipocrisias norte-americanas, que é tabu, a infidelidade conjugal. Ou seja: desde que fiquem ocultas, podem ocorrer. Gennifer, que não é Flowers que se cheire, esperou esses anos todos, até agora, quando trouxe à tona as gravações. O escândalo político, certamente espera, fará aquecer a temperatura eleitoral, dando preço ao seu produto.

Trata-se, a venda das fitas, de um discurso complicado, esquizofrênico. Vejam só: Flowers põe as fitas ao mercado, esperando que algum sujeito doentio as compre, só para ouvir conversas entre dois amantes; com isso, ela quer dizer que Bill Clinton não presta, pois traiu a mulher; e a traiu com uma cantora de cabaré - e quem era a cantora da cabaré? Ela mesma, Flowers; ou seja: um governador desrespeita seu cargo e sua família com uma mulher de cabaré; afinal, essa mesma cantora vem a público e expõe à respeitável família americana a rosa rubra da indignidade, como que num processo de redenção às avessas: ele era o governador, eu fazia o meu papel. Ele deveria se respeitar, não eu, que era uma mulher de cabaré.

Ela mesma é invadida pelo discurso do establishment e agora o usa para ganhar dinheiro. Encerrando: diz-me com quem andas, que dir-te-ei quem és. E Hillary, que já havia suportado o furacão Lewinski, agora está às voltas com uma Flowers que não se cheira.
Emanoel Barreto
Fonte da foto: Reuters/ Arquivo

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

A Eva do Ibama

Caros Amigos,
O Ibama de Goiás instalou comissão de sindicância para apurar o desvio de 23 mil reais, desde 2005, por uma funcionária que, ao longo desse período, gastou todo esse dinheiro com tratamento de beleza. A beldade, cujo nome, claro, não foi revelado, aplicou o dinheiro em rejuvenescimento facial e corporal.

Suponho que deve haver uma justificativa. É óbvio que, lidando com questões ecológicas, lutando pela preservação e manutenção da natureza em estado de plenitude e beleza, ela deve ter chegado à conclusão que o ser humano é também natureza. E sendo ela mulher, portanto ser humano, é também naturreza e deveria ser preservada. E, nada mais justo, que usar das verbas do Ibama, já que este tem por finalidade defender a natureza. Isso é claro como água que não foi poluída.

Assim sendo, a moça partiu para a luta: deve estar muy bela, guapa y gentil señorita. E agora, com o corpo escultural, poderá caminhar pela selva como a Eva do Ibama e, encontrando-se com a Mãe d'Água, dizer-lhe que não acredite em corrupção no Brasil. Como a Mãe d'Água, corrupção, aqui, também é uma lenda...
Emanoel Barreto