sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Conselhos a um pequeno monstro

Como vai, pequeno monstro?
Tem planos para o futuro, pelo menos para a próxima meia hora? Eu mesmo tenho planos para os próximos 200 mil anos, o que inclui alguns anos-luz fora da Terra, que é azul e linda, como dizia Gagárin. E você, o que pretende fazer, pequeno monstro? Ao que soube, tem planos para se digirir a casas habitadas por velhos enfermos, dali subtraindo preciosidades e dinheiro, o que houver. E, tentando suas pobres vítimas escapar de seus golpes de guante, porrete e maça, terão final triste e lamentável.
Soube também que pretende invadir conventos de freiras altas horas da noite, tocar corneta e bumbo, atirando-se depois a violações de seus corpos, não importanto a idade. Nisso será seguido por magote de trapeceiros, desocupados, bufarinheiros e outros quejandos e, aos apupos, irá denegrir autoridades,deslustrar as togas, ameaçar os bons e levar o desespero e o medo aos lares e aos convívios. Lamentável, pequeno monstro.

Pequeno monstro, ontem, ontem mesmo, fui informado de que terá acesso a processos e outros atos sigilosos e deles fará publicação, com o único fito e real intento de desestabilizar personalidades e outros elementos de grande valia, trazedo assim à luz atos que devem ser mantidos em segredo, essencial à preservação da boa ordem e preclaros procedimentos. 

Também é notório que pretende invectivar o direito consuetudinário, as altas empresas e os grandes projetos nacionais, explodir pontes, derrobar aeronaves e pôr a pique navios e vapores com todas as sua cargas de máxima serventia. 

Pequeno monstro, eis o que mais sei a seu respeito e íntima disposição: tem por planos de altíssima conjura reunir a seu redor enorme e fervilhante grupo de sequazes, atirando-se a empreendimentos vis, tais como pregar nos púlpitos mais sagrados e nas mais solenes tribunas, alardeando que o mundo terá fim, dragões sairão das mais profundas caves, a terra tremerá e vulcões explodirão a torto e a direito.

Enfim, pequeno monstro, tenho a você conselho: melhor seria dirigir-se a locais ermos e santos, ali permanecedo em oração e comungo de urzes e ervas amargas que decerto pacificariam sua alma energrecida e entisnada. Destarte, ao fim e ao cabo de mil anos poderia voltar ao humano convívio, passando então a pregar a paz, a perseverança, a concórdia e os bons exemplos.

O mundo, pequeno monstro, é composto por pessoas sãs demais, boas demais para suportar suas investidas e péssimos própositos. Pelo menos é o que tenho visto e nisso muito acredito. O mundo é bom, as pessoas são retas e tudo o que fazem presta e tem valor. Afaste-se de seus escuros intentos e vá às ágoras onde se assentam os mais retos e justos homens - que fizeram a Terra ser tão boa como hoje é.


Compre rapaz, compre...

Li esse texto no Estadão. Logo abaixo, comento:

Enquanto a indústria da tecnologia de ponta lamenta a morte de Steve Jobs, os executivos da Apple enfrentam o desafio de descobrir como dar sequência ao histórico de produtos de sucesso inventados por ele, evitando ao mesmo tempo os problemas que afetaram outras empresas que perderam seus amados fundadores.
Os investidores reagiram com relativa tranquilidade à morte de Jobs. As ações da empresa fecharam ontem com queda de somente 0,23% na bolsa eletrônica Nasdaq, cotadas a US$ 377,37.

[...] Vansi Gadey, 30 anos, um designer que trabalha para uma grande empresa de tecnologia, estava visitando a loja da Apple perto de Union Square, em San Francisco, para recarregar seu celular. Ele disse: "Venho da Índia. Durante a infância, minha inspiração foi Gandhi. Depois disso, meu mentor passou a ser Steve Jobs."
 ...........
http://www.google.com.br/imgres?q=steve+jobs&hl=pt-BR&client=firefox-
 A morte de Steve Jobs causou um pandemônio nos meios que têm nas quinquilharias eletrônicas que ele inventou uma espécie de fixação, uma alucinação rebrilhante, esplendorosa mágica das telinhas que até parecem ser vivas, mas que resultaram da capacidade de criar necessidades e docilizar mentes.

 A morte de alguém que revolucionou seu campo, todavia, nos dá uma pista do tipo de sociedade que começa a se cristalizar, centrada nessa humanismo às avessas, nessa crise de sentido que o mundo inaugura: o meio tornando-se efetivamente a mensagem. 

Quando MacLuhan fez essa afirmativa a mim soava como apenas uma tirada inteligente. Eu era estudante de jornalismo e não a levava muito a sério, embora a entendesse como um belo jogo de palavras. Agora não: o meio tornou-se mesmo a mensagem.

É preciso viver iPads e iPhones, tocá-los, usá-los. Não pelo valor de uso, mas pelo uso mesmo. O valor de uso pressupõe as consequências, o sentido daquilo que se usa. O uso pelo uso é isso mesmo: está centrado em si e isso basta. E a cada renovação do produto é preciso comprar essa nova versão. A versão que se tem passa a ser a que se tinha; deve necessariamente migrar, ser atirada ao passado, deve ser esquecida como se fosse vergonha não ter a nova plataforma, que grita para ser comprada, escraviza o comprador e lhe diz que seu papel sociel se esgota na condição de comprador-consumidor. Compre, rapaz, compre...


Tristes tempos, em que Steve Jobs e seus circuitos são comparados a Gandhi e seu humanismo.
Recebi este texto. Leia de cima para baixo e de baixo para cima.

ANTES DA POSSE
O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar os nossos ideais
Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo da nossa ação.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
os recursos econômicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.


DEPOIS DA POSSE
Basta ler o mesmo texto acima, DE BAIXO PARA CIMA, linha a linha
 

Cientista quer recriar tiranossauro a partir de galinha


DE SÃO PAULO

Reprodução
Cientista estuda esqueleto de uma galinha
Cientista estuda esqueleto de uma galinha

O que uma galinha e um tiranossauro têm em comum? Segundo alguns paleontologistas (que estudam fósseis), há várias evidências de que alguns pássaros atuais sejam descendentes de dinossauros: o jeito de colocar os ovos nos ninhos é parecido, assim como a anatomia (aparência) dos ossos. 


Em busca de mais evidências, o paleontólogo Jack Horner quer recriar um tiranossauro a partir do DNA de uma galinha. A ideia é voltar no tempo, quer dizer, trazer traços genéticos do passado para os animais modernos.

Segundo Horner, os cientistas já descobriram pistas curiosas que mostram que algumas características de dinossauros podem ser reativadas. Sua ideia é fazer isso em laboratório, até que a galinha se pareça ao dino!

Imagine um ovo de galinha chocando um dinossauro bebê? Por enquanto, é apenas uma teoria. 


Uma curiosidade: Horner foi um dos consultores do filme "Jurassic Park", de Steven Spielberg, e ajudou os criadores para que não dessem muita bola fora nesse assunto.

Da revista Wired (www.wired.com)


(Da Folha de S. Paulo)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

SP libera recursos para obra cuja utilidade ninguém sabe

Atendendo a deputado, governo paga galpão para 'fabriquinha' ou 'academia'

Parlamentar destinou emenda para cidade em que não teve voto; prefeito diz que local terá projeto de renda


Rodrigo Vizeu/Folhapress

Operários trabalham em obras do barracão em Lourdes

RODRIGO VIZEU
ENVIADO ESPECIAL A LOURDES (SP)

A pedido de um deputado estadual, o governo Alckmin (SP) liberou recursos para a construção de um barracão que os envolvidos na viabilização do dinheiro e na execução da obra não sabem dizer que utilidade terá.
Por meio de uma emenda do deputado Dilmo dos Santos (PV) ao Orçamento, o governo liberou R$ 150 mil para o barracão, em fase inicial de obras, na cidade de Lourdes, no noroeste paulista.
Santos, que tem base eleitoral em Piracicaba (a cerca de 400 km do local da obra), não teve nenhum voto em Lourdes na eleição passada.
O deputado Roque Barbiere (PTB) deflagrou uma crise na Assembleia de São Paulo ao denunciar um suposto esquema de venda de emendas por seus colegas.
Barbieri declarou que a indicação de recursos para locais onde os deputados não têm base eleitoral é um dos indícios do comércio ilegal.
Na indicação que fez ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), o deputado apontou a latitude e a longitude de Lourdes, mas foi genérico ao descrever a obra proposta.
"A construção desse centro de múltiplo uso em muito ajudará a cidade, pois proporcionará melhor qualidade de vida", escreveu.
Em Lourdes, nem os operários da obra nem moradores vizinhos souberam dizer para que ela servirá.
O prefeito da cidade, Franklin Querino da Silva Neto (DEM), afirmou que o barracão será de "múltiplo uso". "Pode ser várias coisas."
Ele disse esperar que o local sirva para "geração de renda". "Se eu conseguir uma fábrica, alguma coisinha pequena aqui dentro da comunidade, vou priorizar", disse.
Aliado do prefeito, o presidente da Câmara Municipal, João Ranucci (DEM), disse que "não tem definição": "Pode ser qualquer fim, uma fabriquinha que gere emprego para 10, 15 pessoas."
Na prefeitura, a encarregada das licitações, Carla Ferreira, cogitou outra destinação: "A gente já tem um barracão que serve de academia, não sei se esse também vai ser para isso".
O engenheiro da prefeitura Edevaldo Contel também disse não saber que trabalho será feito no local. Uma das possibilidades, disse, é instalar máquinas de costuras.
"Tem que ver a aptidão das pessoas. Você não pode forçar uma atividade. Tem que ver qual vai ser o despertar de cada um", afirmou.
A assessoria do deputado disse que ele apenas atendeu a um ofício do prefeito, que pediu um centro para "geração de empregos".
A assessoria de Santos disse que "o papel dele é indicar" e que "os detalhes, o emprego, fogem à alçada dele".
Sobre ter indicado recursos para uma cidade em que não teve votos, Santos disse que é deputado do Estado e não escolhe regiões.
Com pouco mais de 2.000 habitantes, Lourdes é predominantemente rural.
O morador Nivaldo Silva disse achar "complicado" o gasto com um barracão de uso incerto quando, contou, a cidade precisa de mais médicos pediatras.
O governo também liberou emenda do deputado para a cidade de Nova Castilho, onde ele também não teve votos, para outro barracão.

Colaborou SILVIO NAVARRO, de São Paulo (Folha de S. Paulo)
O bêbado e o pé do muro

No texto que fala da política como vocação, Max Weber também alude àqueles que se apegam ao Poder pelo poder, gananciosos de sua própria ganância, famintos e ávidos pelo poder e seus periféricos e a este ligados pelas sinapses da corrupção. É o que temos neste país, onde políticos e quejandos nos levaram à situação em que corruptos e corruptores se naturalizaram como atores do processo administrativo e o integram de maneira orgânica. Administração sem corrupção é quase como falar em pulmão onde não exista o ar.
http://www.google.com.br/imgres?q=b~ebado&hl=pt-BR&client=firefox

Política aqui é coisa de brincadeira; sempre se ajeita uma situação, ninguém é punido, e acima de tudo criam-se sempre caminhos que levam à roma da corrupção. 

O próprio ato de escolha dos políticos se transforma numa jogada, num drible de corpo à decência, à moral, até mesmo ao bom senso. Exemplo claro é essa lei que permitirá, pior,obrigará o natalense a eleger não mais 21 vereadores, mas 29.

Qual a justificativa, qual o motivo? Precisamos de mais gente para dar atendimento a alguma demanda social que esteja exigindo esforço de Hércules aos vereadores para legislar ininterruptamente, de forma que os atuais mandatários estejam sem tempo de redigir leis e precisem ao adjutório de novos e mais colegas? Estamos diante de alguma situação kafkiana em que se exija que todos os comportamentos municipais sejam disciplinados, até mesmo a micção de um bêbado ao pé de um muro ou o  chute numa lata de cerveja?

http://www.google.com.br/imgres?q=b~ebado&hl=pt-BR&safe

Não creio. Creio e creio firmemente, que isso é resultado do caldo de cultura política que rege os nossos destinos públicos como uma festa, mais que isso uma farra delirante, um apocalipse primoroso e desejável, justificado pela urgência de termos a nosso dispor um colegiado de sábios de ocasião, extremamente preocupados com a discussão de qual a cor do cavalo de Napoleão ou se Cleópatra era mesmo a mulher ideal para César.

Natal não precisa de mais vereadores, mas, do jeito que as coisas estão, e chegando os novos vereadores, suspeito que até mesmo os bêbados passem a pagar multa...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Câmaras de 22 municípios do RN confirmam aumento nas vagas de vereadores





Júlio Pinheiro - repórter

Os 5.565 municípios do Brasil terão mais vereadores em 2013. Depois da aprovação proposta de emenda à Constituição (PEC), o número de parlamentares pode chegar a 59.764 na próxima legislatura, contra 51.419 eleitos em 2008. As alterações nas câmaras municipais podem ser aprovadas através de mudança nas lei orgânicas dos municípios até junho de 2012. No Rio Grande do Norte, algumas cidades já aprovaram a alteração no número de parlamentares, inclusive Natal.

Em 2009, quando Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresentou resolução estabelecendo os limites máximos do número de parlamentares por município, dependendo da população, várias casas legislativas correram para aprovar a alteração. Contudo, a mudança aprovada em lei prevê também a diminuição nos repasses do Executivo ao Legislativo das cidades, o que implicará em menos recursos para acomodar funcionários e os novos vereadores. Esse é um dos motivos que levaram os parlamentares a ponderar se realmente seria viável o aumento nas vagas.

A Confederação Nacional dos Municípios, em pesquisa realizada entre os dias 21 e 28 de setembro, consultou todas as câmaras municipais que podem proceder o aumento no número de vereadores. Em todo o Brasil, 2.153 câmaras foram consultadas e 1.857 responderam ao questionário. No estado, 30 câmaras foram consultadas e apenas cinco não responderam. Natal foi uma das que não respondeu.

De acordo com a relação entre habitantes e número de vagas, Natal pode chegar passar dos 21 vereadores para 29. Os vereadores já têm aprovada a mudança na lei orgânica que prevê o aumento em oito vagas. Porém, os parlamentares podem mudar o texto até o dia 30 de junho do ano que vem. Quanto ao aumento nas vagas em outros municípios, o maior salto será em São Gonçalo do Amarante.

Na pesquisa da CNM, o Legislativo do município da Grande Natal confirmou que já fez a alteração e, na próxima eleição, estarão em jogo 17 vagas, e não mais 10. Mossoró, que tinha apenas 13 vereadores, passará a ter 21 em 2013, enquanto Parnamirim passará dos 12 vereadores para 18, Assu ganhará mais cinco cadeiras e terá 15 parlamentares, e Caraúbas, Currais Novos e Monte Alegre passarão dos 9 vereadores para 11.

Dos municípios que responderam que não alteraram a lei, mas que vão aumentar o número de vereadores estão Caicó, Ceará-Mirim, Canguaretama, Extremoz, Jucurutu, Macaíba, Macau, Nísia Floresta, Parelhas, Pau dos Ferros, Santa Cruz, São José de Mipibu e São Miguel. Nesses municípios ainda não há a confirmação sobre quantas novas vagas serão criadas, mas deverão respeitar o limite estabelecido pela lei. Apenas os municípios de Baraúna, Touros e São Paulo do Potengi garantiram que não vão alterar o número de parlamentares.

A PEC dos Vereadores foi promulgada pelo Congresso Nacional em 2009, depois de imbróglio envolvendo Câmara e Senado. Foram definidos os aumentos nas vagas, novos repasses e que vigência da nova norma seria apenas para as eleições de 2012, não havendo aplicação retroativa, que poderia resultar em mudanças no coeficiente eleitoral de parlamentares já eleitos. A decisão foi avalizada pelo TSE. (Tribuna do Norte).
UFRN - 97ª no Ranking da América Latina

Saiu a classificação do QS World University Rankings,do Reino Unido, onde a Universidade Federal do Rio Grande do Norte está entre as 100 melhores universidades da América Latina, no 97º lugar, com 32,4 pontos.

Veja o ranking das 200 melhores na América Latina
De  volta aos bárbaros

Filme a que nunca assisti, mas cujo título ficou na memória foi o assunto que motivou o leitor Manoel Vilaça a me enviar email: O ocaso dos bárbaros. Ele assistiu e, lendo este coranto, encontrou crônica que escrevi, falando a respeito. Animou-se e enviou o email: também a fita foi marcante em suas lembranças.

Tinha eu uns 14 anos quando passava em frente ao Rex e ali vi as fotos no mostruário do cinema que para mim era um território de aventuras: em preto em branco, as imagens mostravam a figuração clássica de Hollywood do que para seus diretores eram os bárbaros: homenzarrões brutais, cobertos de peles de animais, capacetes com chifres de boi. 

Parei e fiquei olhando cada fotografia, imaginando-me parte daquelas tropelias, lutas e glórias. Lembro-me de foto em que um sujeito, munido de colossal estrutura física, ensinava uma linda mulher a usar um arco. Mas fiquei por aí: não vi o filme, o que de alguma forma foi compensador. Passei, dias seguintes, horas e horas revendo um filme que jamais assistira. Nos meus caminhos de menino enfrentei os inimigos dos bárbaros, galopei suas pradarias, enfrentei suas nevascas. 

O filme me impressionou até no nome. Não sabia o que era "ocaso". Minha Mãe me explicou. Assim, no mínimo aprendi uma palavra nova. Mas, muito mais que isso, ganhei, durante um tempo na minha infância, amigos desconhecidos ao lado de quem participei de grandes batalhas. 

Abaixo, a carta de Manoel Vilaça, a quem mando um grande abraço. Quando quiser escrever, escreva e conte as novidades, rapaz. (EB)

Sr. Emanuel, bom dia.
Sobre o filme "O Ocaso Dos Bárbaros" eu o assisti no cine Rex
em 1965 ou 66 ("puraí" assim), tinha mais ou menos 15 anos, lembro-me bem; assisti uma vez só no seu último dia de exibição. Porém este filme ficou gravado na minha mente até os dias de hoje. O que me fascinou neste filme foi o título "O Ocaso" e por ser o 1º filme de bárbaro que assisti; fiquei fascinado pela história. 

Desde Então nunca mais o vi nem o assisti, nem comentário algum em revista do gênero ou jornal, a não ser o "seu", depois de procurar insistentemente sobre "O Ocaso Dos Bárbaros". Jamais filme algum da minha adolecência guardo tão forte memória e lembranças. Por acaso o sr. me dá notícias dele, ja que há mais de trinta e cinco anos o busco no eixo São Paulo-Rio e nunca o encontrei?h
Protesto contra Wall Street chega a mais cidades americanas
Manifestações em solidariedade a grupo de ativistas que está acampado em Nova York já atingem outros Estados

Atos têm o objetivo de "fazer barulho" para chamar a atenção para crimes financeiros e pedir por mais emprego

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

"Estamos atrasados para a festa, mas estamos aqui agora", dizia um cartaz em frente à Prefeitura de Los Angeles, na tarde ontem. Cerca de 80 pessoas acampavam no local, pelo terceiro dia seguido, em adesão ao movimento iniciado há mais de duas semanas contra grandes corporações de Wall Street, em Nova York.
Os protestos se espalham pelo país. Em Chicago, cerca de 30 manifestantes ocupavam o lado de fora do prédio do Federal Reserve (banco central americano), enquanto em Boston foi feita uma passeata pelo centro.

Washington, Denver e Seattle registraram manifestações semelhantes, assim como outras cidades menores dos EUA tentavam organizar protestos para esta semana.
"Estamos incentivando outras cidades do país e do mundo. É um problema global, temos que fazer barulho", disse Tony Rodriguez, 25, deitado numa tenda em frente à prefeitura de Los Angeles. No sábado, 4.000 pessoas, segundo os organizadores, participaram de uma caminhada até o local, com cartazes que pediam mais emprego e justiça para os crimes financeiros de Wall Street.

Parte dos manifestantes montou acampamento num grande gramado em frente à prefeitura, além de instalar um centro de mídia com seis computadores, câmeras com transmissão ao vivo na internet e geradores elétricos.
"A polícia tem sido extremamente prestativa, ajudou-nos com a passeata e, até agora, não nos tirou daqui. Vamos ver até quando isto dura", disse o produtor de cinema Travis Shivers, 34.
Em Nova York, os manifestantes registraram com câmeras abuso de autoridade por parte de policiais, que prenderam 700 pessoas no sábado durante uma marcha pela ponte do Brooklyn.
"Na costa leste a situação está mais agressiva, mas aqui somos mais pacíficos, tranquilos", afirmou Shivers, de chapéu de caubói, acampado desde sábado.

Ao lado da prefeitura, no centro da cidade, está o tribunal onde o médico de Michael Jackson é julgado pela morte do astro. Os fãs que faziam vigília do lado de fora receberam pela manhã os manifestantes, que aproveitaram a exposição das câmeras de TV.

Em Nova York, origem dos protestos, que começaram com um pequeno grupo e sob o lema "Ocupe Wall Street", centenas de pessoas estavam ontem acampadas no parque Zuccotti, perto do centro financeiro de Wall Street.

Durante a tarde, muitas se fantasiaram de "zumbis corporativos", levando punhados de dinheiro falso e sangue nas mãos. (Da Folha de S. Paulo)

domingo, 2 de outubro de 2011

Em berço esplêndido

O Estadão diz que "ninguém acertou as seis dezenas do concurso 1.324 da Mega-Sena, realizado na noite de ontem, na cidade de São Jerônimo (RS). Com isso, o prêmio acumulou e pode atingir R$ 26 milhões no próximo sorteio, na quarta-feira. Os números sorteados ontem foram: 18, 29, 31, 44, 51 e 57. Segundo a Caixa Econômica Federal, 86 apostadores acertaram a Quina e levarão R$ 23,1 mil cada. Outros 5.421 apostadores acertaram a Quadra e receberão R$ 524 cada".

A notícia, em sua formulação clássica de clareza, concisão e objetividade, nada mais é do que relato. Todavia, no subtexto encontramos todo um discurso exultante, uma espécie de júbilo prévio de grande apelo ao imaginário nacional: a possibilidade mágica de, por efeito de um simples sorteio, alguém sair da situação de trabalhador para o patamar de alguém que, literalmente, não precisará mais trabalhar, submeter-se a horários, cumprir metas, enfrentar cobranças de produção. E tudo isso para, na grande maioria dos casos, receber salário mínimo no fim do mês.

Está aí o toque feiticeiro, o gesto sedutor que inverte, mais que isso subverte, valores e padrões consagrados: não será mais preciso o sofrimento para sobreviver, mas tão-somente um injustificado porque irracional momento: acertar seis números e tornar-se milionário de uma hora para outra. E tal se dá sem que se exijam conhecimentos maiores, competências técnicas, títulos ou diplomas, mas o simples marcar de um bilhete lotérico. A álea fará o resto.

Isso, de alguma forma, nos encaminha a uma situação kafkiana, absurda: se é possível viver assim, como se justificam o trabalho, a dedicação, o estudo o esforço. O absurdo da vida ganha formas intensas no imaginário nacional. Marcado pelas angústias socializadas, pelas incertezas cotidianas, pela conta quase impossível de pagar. 

E a loteria surge como toque de midas, como expressão cínica a nos dizer que esse tipo de esperteza tornada jurídica é o caminho a seguir, uma vez que numa sociedade como a nossa é realmente muito difícil, pelo trabalho, chegar-se a patamar do qual se vislumbre um momento presente de tranquilidade diária, seguida de garantia de um futuro pacífico e bondoso. 

Assim, desde a velha Loteria Federal à Mega Sena e demais jogos mantidos pelo Governo, temos a bandeira e o farol para quem navega nos mares do salário mínimo, nas filas que são dadas ao povo: marcar uns números e, acertando, deitar-se eternamente em berço esplêndido.