sexta-feira, 4 de maio de 2012

Recebo e divulgo

Diretoria do FNPJ divulga Carta de Uberlândia

ENPJ | Sexta-feira, 04 de Maio de 2012 - 11h27 | Autor: Da Redação

A diretoria do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ) divulgou nesta sexta, 4 de maio o documento final do 14º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo (ENPJ), realizado entre os dias 27 e 29 de abril na Universidade Federal de Uberlândia. A Carta de Uberlândia é um documento que sistematiza as políticas e discussões dos professores de jornalismo reunidos no 14º ENPJ. O texto sinaliza as diretrizes defendidas pelos professores de jornalismo, jornalistas e pesquisadores em jornalismo no que diz respeito ao envolvimento de jornalistas nos esquemas de corrupção, ainda a importância da implementação democratização dos meios de comunicação no país e que o governo brasileiro garanta, de fato, a segurança da atividade jornalística, tendo em vista os vários assassinatos de jornalistas ocorridos nos últimos meses.

O documento também reafirma a necessidade de o Congresso Nacional dar continuidade ao processo de votação da Proposta de Emenda Constitucional 33, conhecida como a PEC dos Jornalistas e agilidade na aprovação das novas Diretrizes Curriculares pelo Conselho Nacional de Educação.

Confira na íntegra a Carta de Uberlândia:

CARTA DE UBERLÂNDIA


Os docentes reunidos no 14º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo, realizado em Uberlândia, Minas Gerais, no período de 27 a 29 de abril de 2012, manifestam preocupação com as denúncias de envolvimento de jornalistas e de empresas de comunicação no esquema de corrupção montado pelo contraventor conhecido por Carlinhos Cachoeira.

Se comprovadas, as denúncias significam que os valores humanos, democráticos e jornalísticos mais elementares estão deixando de ser respeitados por este pequeno grupo de profissionais e de empresas. No caso específico do exercício do Jornalismo, fica gravemente prejudicada a postura de impessoalidade e independência no tratamento da informação jornalística, que se constitui em serviço e bem público necessário ao exercício da cidadania e à constituição de uma esfera pública democrática.

Os professores de Jornalismo alertam para o fato de que esse comportamento é avesso aos valores debatidos nos cursos com os futuros profissionais e para o fato de, apesar de restrito a pequenos grupos de jornalistas, revelar uma forma nova de operação do crime. As notícias até agora divulgadas sobre a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, revelam que jornalistas e empresas são assediados para integrar diretamente uma organização criminosa, e passam a fazê-lo como uma de suas células, com o propósito não só de distorcer a realidade, mas de viabilizar práticas absolutamente ilícitas.

Isso exige de todos os atores sociais envolvidos com o Jornalismo uma postura de revalorização dos princípios éticos e deontológicos da profissão, ações no sentido de blindar a atividade jornalística contra o assédio promovido pelo crime, cassar o registro dos maus profissionais e exigir das autoridades públicas profunda investigação dos fatos e punição aos corruptos e corruptores.

Para os participantes do Encontro, esses fatos sinalizam mais uma vez para a necessidade da democratização da comunicação no Brasil, o que passa pelo estabelecimento de um marco regulatório claro, que assegure, ao mesmo tempo, a liberdade de imprensa e a participação da sociedade no estabelecimento de políticas para o setor, por intermédio de um Conselho de Comunicação independente e com poderes de regulação, como ocorre em boa parte do mundo democrático, conforme proposta aprovada na Primeira Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em dezembro de 2009.

No caso específico do Jornalismo, passa também pela criação, negada pelo Congresso Nacional, de um Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Jornalistas, como autarquia legítima para zelar adequadamente pelo bom exercício profissional do Jornalismo, cassando, se necessário e em benefício da sociedade, o registro dos profissionais cuja conduta antiética seja comprovada.

Também é preocupante o aumento da violência contra jornalistas no Brasil, com seis assassinatos ocorridos nos últimos cinco meses. O último da triste estatística foi Décio Sá, de 42 anos, morto com seis tiros, em São Luiz do Maranhão, no dia 23 abril de 2012. Sá era jornalista do Estado do Maranhão e dono de um blog conhecido pelas denúncias e críticas contra o poder público e políticos, o que o tornou uma das páginas mais acessadas da região. Tais fatos denunciam a intolerância de certos setores da sociedade com a crítica pública e com os valores democráticos e requerem das autoridades policiais e judiciais ações contundentes no sentido de punir os responsáveis e garantir a segurança necessária ao exercício profissional do Jornalismo, um serviço fundamental à cidadania e à democracia.

Os participantes do 14º ENPJ também reafirmam a necessidade de o Congresso Nacional dar continuidade ao processo de votação da Proposta de Emenda Constitucional 33 (conhecida como a PEC dos Jornalistas), aprovada em primeiro turno no Senado da República, que restitui a obrigatoriedade da graduação em Jornalismo para o exercício da profissão de jornalista. Essa exigência, equivocadamente eliminada pelo STF da legislação que regulamenta a profissão, é condição fundamental para qualificar a atividade, colocá-la em sintonia com as aspirações sociais, devolver minimamente ao Estado a capacidade de regulação da atividade e restabelecer o papel central da instituição universitária na determinação do perfil profissional e, portanto, do perfil de jornalismo que a sociedade brasileira terá.

No que diz respeito à educação superior, os docentes de Jornalismo também manifestam preocupação com a demora na apreciação da proposta de novas Diretrizes Curriculares Nacionais de Jornalismo pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), onde tramita há mais de dois anos. Tal fato gera insegurança, atrasa a atualização dos projetos pedagógicos e da estrutura curricular desencadeada por diversos cursos de Jornalismo em todo o Brasil e posterga mais ainda o processo nacional desencadeado pelo próprio MEC de reconhecimento e de afirmação da identidade e especificidade do Jornalismo e dos seus princípios democráticos e republicanos.

Os participantes do encontro reivindicam, ainda, das autoridades competentes, o fortalecimento das políticas de extensão, para que essa prática se efetive como componente fundamental da presença das instituições universitárias na vida das sociedades nas quais estão inseridas. Por fim, os participantes do 14º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo denunciam a precarização do trabalho docente, as demissões arbitrárias e a substituição de professores qualificados por outros de menor capacitação, medidas que visam a potencialização do lucro e evidenciam a mercantilização da Educação.

APROVADA NA ASSEMBLEIA-GERAL-ORDINÁRIA DO FNPJ REALIZADA DENTRO DO 14º ENCONTRO NACIONAL DE PROFESSORES DE JORNALISMO

Uberlândia (MG), 29 de abril de 2012
Umas palavras sobre Assis Chateaubriand

http://www.google.com.br/imgres?q=assis
Viajo amanhã a Montevidéu a fim de participar da 11ª edição do Congresso da Asociación Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación-Alaic.

Estou inscrito no grupo História da Comunicação e meu trabalho aborda "O protagonismo hegemônico de Assis Chateaubriand", cujo pioneirismo o levou a constituir a rede dos Diários e Emissoras Associados.

Abordarei seu pensamento político, seu empreendedorismo, as peculiaridades de pessoa que o levavam de grande capitão arrojado a arrivista, como fez em relação a Getúlio Vargas, a quem cumulou de elogios e abandonou em 1945, quando de sua derrocada.

Abordarei também sua germanofilia, manifesta em artigos em que elogiava abertamente o Fuhrer e o nazismo, chegando a defender a existência no Brasil de um partido único, a exemplo dos partidos Nazista e Fascista.

Enfim, é isso. Estou em preparativos e amanhã viajo. Volto em uma semana.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Pois é: afinal, estamos na Globo. Vergonha.
Ou melhor: sem-vergonha.

Pois é: afinal, estamos na Globo. Vergonha.
Ou melhor: sem-vergonha.

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Leia matéria abaixo, da Tribuna do Norte: a situação caótica do Walfredo Gurgel. E o governo do estado, com tudo isso, torra dinheiro com Copa do Mundo.

Hospital W. Gurgel tem estrutura comprometida


O Hospital Walfredo Gurgel, referência no tratamento de pacientes politraumatizados no Rio Grande do Norte, corriqueiramente, além da superlotação, passa por problemas estruturais, que podem comprometer o atendimento dos enfermos. Atualmente, dois dos quatro elevadores que servem aquela unidade estão quebrados e, por isso, o maqueiro que estiver transportando um cadáver não tem acesso internamente ao necrotério, aonde só pode chegar saindo do prédio.
Júnior SantosLixo comum e orgânico está acumulado junto à unidade há pelos menos duas semanasLixo comum e orgânico está acumulado junto à unidade há pelos menos duas semanas

A TRIBUNA DO NORTE flagrou dois instantes em que isso ocorreu. Às 16h11, um maqueiro saiu com o corpo de um homem, que acabara de falecer. Às 16h29 passou o cadáver de uma mulher, em decorrência de politraumatismo.

Outro problema na unidade é o lixo orgânico e comum,  acumulado há pelo menos duas semanas, no fundo e ao lado do terceiro prédio que compõe aquele complexo hospitalar.  Um auxiliar de manutenção disse que "nunca tinha acontecido isso nos 25 anos que trabalho aqui".

O mesmo funcionário do WHG, que não quis se identificar para evitar problemas, disse que vinha ocorrendo atraso no pagamento à empresa responsável pela coleta de lixo, enquanto o chamado lixo hospitalar "estava sendo recolhido regularmente".

Já o secretário estadual de Saúde Pública, Domício Arruda, confirmou que havia um contrato precário com a empresa Limp Express, mas disse que ela "estava usando a imprensa para fazer cobrança" das dívidas que a Sesap tinha pela prestação do serviço de coleta do lixo comum.

Domício Arruda disse que a Sesap já pagou o que devia à empresa pela coleta de lixo de 2011 e uma parcela relativa a janeiro deste ano. Ele acrescentou que faltam pagar dois meses, um valor de R$ 40 mil que será quitado a título de indenização, porque um novo contrato de 12 meses já foi assinado e que  começou a vigorar em março, com uma despesa mensal prevista de R$ 22 mil.

Por intermédio de sua assessoria de imprensa, a TRIBUNA DO NORTE obteve a informação de que a coletado lixo comum e orgânico, que fica num dispensário ao lado de um quarto exclusivo para receber o lixo hospitalar, seria regularizado pela Limp Express até amanhã.

Quanto aos elevadores que estavam quebrados, a informação do HWG é de que a empresa  Elevadores Masters havia feito a manutenção dos equipamentos e estes tinham voltado a funcionar entre o fim da tarde e o começo da noite de ontem.

Um médico que não quis se identificar, também disse que os técnicos do Hospital Walfredo Gurgel só estão se alimentando porque se servem da mesma comida destinada aos pacientes. Para os médicos, que ali trabalham, a alimentação foi cortada "por falta de pagamento ao fornecedor".

O médico disse que faltam muitos itens no hospital e que, essa situação, deverá ser oficializada junto à governadora Rosalba Ciarlini com uma "carta aberta", elaborada pelos médicos lotados naquela unidade hospitalar, que há pelo menos dois meses está sem diretor geral, pois o médico Mozar Dias de Almeida saiu de férias e pediu para deixar o cargo.

O secretário Domício Arruda explicou que, numa reunião com o quadro de médicos do HWG, pediu-se que fosse elaborada uma lista a critérios dos seus profissionais, para que dali saísse a nomeação do novo diretor geral. Mas, o que decidiram foi a formação de uma comissão para gerir a unidade, o que vai de encontro à orientação do governo.

Por enquanto, segundo Arruda, uma médica vem respondendo pelo expediente da direção geral por questão legal, enquanto continuam lá o diretor técnico João Rabelo e o diretor administrativo-financeiro, Josenildo Barbosa.

Júnior SantosCorpos levados por maqueiros para o necrotério pelo lado de fora do Walfredo GurgelCorpos levados por maqueiros para o necrotério pelo lado de fora do Walfredo Gurgel
Promotora visita o Clóvis Sarinho


Os funcionários do Hospital Walfredo Gurgel estão em greve há 30 dias e, ontem à tarde, convidaram a promotora de Defesa da Saúde, Iara Pinheiro, para visitar o pronto-socorro Clóvis Sarinho, que passa por uma crise de desabastecimento.

Iara Pinheiro não quis antecipar nada para os jornalistas,  nem antes e nem depois de sua chegada, mas afirmou que aquela "era uma visita de rotina".

O diretor do Sindicato dos Servidores da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sindsaúde-RN), Marcelo Melo, disse que amanhã deverá ser entregue um relatório à promotora sobre as condições de trabalho dos funcionários e de atendimento aos pacientes do HWG, que inclui o pronto-socorro Clóvis Sarinho: "Na quinta ou sexta-feira ela também ficou de apresentar um relatório de sua visita".

Marcelo Melo disse que o mínimo de 30% dos servidores estão garantidos e não inviabiliza o funcionamento do hospital e nem houve redução da demanda e nem paralisação do atendimento da UTI. "A única redução que há é a falta de medicamentos e material para tratamento dos pacientes, no sentido de logística e não de falta de servidores na UTI".

O sindicalista Paulo Martins,disse que tudo o que a promotora viu, "são coisas que ela já está acostumada a ver". Segundo ele, a promotora sabe muito bem da realidade do HWG, os corredores superlotados, falta de profissionais e, inclusive, "ela requereu na Justiça a contratação de mais servidores, mas isso foi negado, porque o Estado sempre recorre dessa situação".

Alberto LeandroHenrique Alves foi ao hospital ver de perto a situação críticaHenrique Alves foi ao hospital ver de perto a situação crítica
Deputado cobra repasses para Varela Santiago


A crise gerada pela falta de recursos no Hospital Infantil Varela Santiago chegou a um ponto ainda mais crítico. O déficit financeiro da entidade é histórico e os pedidos "de socorro" dos diretores do maior complexo hospitalar infantil do Estado são feitos "há muito tempo". Na semana passada, diante de mais uma crise, o diretor Paulo Xavier pediu afastamento afirmando que não irá reduzir o número de funcionários ou a qualidade dos serviços para diminuir o custeio do complexo.

 Ontem pela manhã, o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB) conversou com a diretora técnica da instituição, Águeda Trindade, e com o gerente administrativo, Régis Neto. Eles explicaram ao parlamentar que o Hospital tem para receber cerca de R$ 1,6 milhão em repasses federais (através da Prefeitura de Natal) e estaduais, mas nenhum dos entes governamentais informam quando os valores serão disponibilizados.

 "Fiquei muito preocupado com as declarações do dr. Paulo Xavier. Vim saber o que estava acontecendo. Lamentavelmente, as decisões não estão se tornando reais. Há uma burocracia ou dificuldade da Prefeitura de Natal em repassar os recursos", comentou o deputado. Por telefone, Henrique Alves falou com a governadora Rosalba Ciarlini. Da Bahia, ela comentou que iria verificar os motivos pelos quais os repasses do programa Cidadão Nota 10 e do convênio com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap), ainda não haviam ocorrido. Ela se dispôs a analisar a situação e contribuir com o hospital.

 O Governo do Estado acumula um dívida para com o hospital estimada em R$ 865 mil - sendo R$ 500 mil do convênio e R$ 365 mil de repasses do programa de doação de notas fiscais. Dos recursos oriundos do programa de incentivo fiscal Cidadão Nota 10, restam aproximadamente R$ 245 mil que deixaram de ser pagos ao complexo hospitalar pelo governo Wilma de Faria/Iberê Ferreira de Souza e que ainda não foram quitados pelo atual Governo.

 Já a Prefeitura de Natal, responsável por receber os valores oriundos do Ministério da Saúde e repassá-los ao Varela Santiago, ainda não depositou R$ 450 mil referentes ao mês de abril e mais R$ 332 mil para pagamentos de serviços e plantões dos médicos. A origem da monta não é municipal e sim federal. A Prefeitura de Natal apenas realiza o repasse pois o Hospital Infantil, por ser uma entidade beneficente, não pode receber os valores diretamente da União.

"Já existe, inclusive, um desgaste com a Prefeitura. Nós não sabemos o motivo do atraso pois o dinheiro nem é municipal", comentou o gerente administrativo, Régis Neto. De acordo com ele, o custo mensal do hospital gira em torno de R$ 1,1 milhão. Deste total, cerca de R$ 600 mil são gastos com a folha de pagamento de 400 funcionários. Há pelo menos sete meses, o déficit médio mensal do complexo é de R$ 200 mil. O deputado federal Henrique Alves definiu os atrasos como "absurdos".

 Foi justamente essa diferença entre despesa e receita e a impossibilidade de sanar a problemática de uma vez por todas, que levou o diretor Paulo Xavier a se afastar. "Nós temos uma fragilidade econômica muito antiga. Nós só trabalhamos para o SUS e não temos como manter o hospital. Nosso principal problema é com a folha de pagamento. Eu estive na direção há doze anos e chegou a hora de entregar o cargo para outra pessoa. Torço para que o Hospital Infantil não se torne apenas mais um da rede estadual", afirmou Paulo Xavier.

 Ele disse, ainda, que o diferencial do Varela Santiago é o atendimento de qualidade e o acesso à Saúde para quem não tem condições de financiar uma consulta ou tratamento. "Não queria ver o Hospital Infantil enterrado numa vala comum", lamentou Paulo Xavier. O deputado Henrique Alves garantiu que até o próximo dia 15 de maio, um repasse de R$ 1 milhão através de uma emenda constitucional já empenhada, deverá ser depositado na conta do hospital. Os recursos financiarão a compra de novos equipamentos para a unidade.

Suspeita de dengue lota unidades

Nos próximos dias, a secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) vai divulgar um novo boletim epidemiológico com os números da dengue. O último estudo apontava 6.864 casos notificados, dos quais 1.164 foram confirmados. O mais recente boletim da secretaria Municipal de Saúde (SMS) mostra uma curva ascendente no número de casos da doença e infestação predial. Somente na capital, as notificações beiravam os três mil casos até meados de abril. Nos postos de saúde e hospitais da cidade é fácil constatar que a doença é motivo de preocupação para população.
Aldair DantasNo Sandra Celeste movimento de pacientes tem sido intensoNo Sandra Celeste movimento de pacientes tem sido intenso

Na tarde de ontem, a recepção do Pronto-Socorro Infantil Sandra Celeste estava lotada. Pais segurando os filhos no colo, outros sentados na escada e alguns, por falta de espaço e acomodação adequada, aguardavam o atendimento médico do lado de fora do prédio. A equipe de reportagem conversou com algumas dessas pessoas e constatou que a maioria queixava-se de sintomas da dengue.

O casal formado pelo porteiro Luiz Sales e a dona de casa Maria José aguardava que o filho, Marcelo Santos, 6 anos, fosse atendido. Eles chegaram ao Pronto-Socorro antes do meio dia e o tempo de espera já passava de três horas. O motivo da ida ao posto médico era a febre do garoto. "Faz uns dias que ele está com febre e uma moleza no corpo. Eu acho que é dengue", disse a mãe. A família mora em Nova Natal e não sabia que horas voltaria para casa. "Do jeito que está lotado, devemos chegar só à noite", disse Luiz.

Na unidade médica, três médicos plantonistas atendiam os pacientes. Além de bairros distantes de Candelária, onde a unidade está localizada, os pacientes vinham de outras cidades como São Gonçalo e Parnamirim. De acordo com a enfermeira Juliana Santos, o movimento no local cresceu nas últimas semanas. "Os casos de suspeita de dengue realmente têm crescido nos últimos dias", afirmou. Os pacientes com a suspeita têm que retornar ao Pronto-Socorro dois dias após o primeiro atendimento para confirmar ou descartas a suspeita. "Por isso estamos com tanta gente aguardando atendimento", explicou.

De acordo com os últimos boletins epidemiológicos da SMS, os bairros do Bom Pastor, Quintas, Dix-Sept-Rosado, Lagoa Seca, Barro Vermelho, Alecrim, Cidade Alta, Petrópolis e Rocas são os que apresentam a maior incidência de dengue em Natal. Além disso, segundo o Programa Estadual de Controle da Dengue (PECD), da Sesap, 84 municípios potiguares apresentam baixa incidência da doença, enquanto 23 encontram-se com média, 19 registram alta e 41 estão com incidência silenciosa. O próximo boletim epidemiológico deve ser publicado ainda nessa semana.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Depois do gol vamos chorar

Tenho manifestado aqui minha indignação quanto à construção da Arena das Dunas, essa intentona. Meus motivos estão centrados no fato de que, só para ficar nesse exemplo, o Hospital Walfredo Gurgel mereceria muito mais atenção, dada a clara urgência que a saúde pública deveria receber. 
http://www.naocurto.com/as-10-regras-do-futebol-de-rua
 Aprofundo o raciocínio: sabe qual a renda do ABC/América em Goianinha? Fui informado de que ficou em torno de 80 mil reais. Mesmo que tivesse sido em Natal, mesmo que fosse no Arena das Dunas, mesmo que chegasse a 100 mil reais, essa arrecadação não daria para remunerar os clubes e pagar o aluguel do estádio. Assim, não se justifica a construção desse monumento.

Além disso o ABC tem seu próprio estádio e o América vai construir o seu. Aí aumenta a perplexidade: três estádios em Natal, para quê? Nosso futebol é assim tão dinâmico, tão pulsante, tão catalisador das torcidas que exija, que precise de tamanha oferta de estádios? Creio que não. Sei que não. Mas, regidos pela lei do pão e circo, nossos governantes, a partir de Brasília, enchem os olhos de cupidez populista e nos levam a financiar para a Fifa uma Copa do Mundo milionária, como se fôssemos o país mais rico do mundo.

Essa Copa não tem qualquer importância social num país como o nosso, marcado por disparidades tão profundas, carências na saúde, na segurança, na qualidade de vida. Lembrando: ainda temos analfabetos, percebe o drama? E aí veio Lula e chamou ao Brasil essa Copa. Não satisfeito, chamou também a Olimpíada... E toda a, como é chamada, classe política aderiu ao convescote.

Sobre o analfabetismo, registre-se:
"A taxa de analfabetismo entre pessoas com mais de 15 anos caiu, entre 2000 e 2010, em ritmo menor do que entre pessoas de 10 a 14 anos, mostram dados detalhados do Censo 2010 divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É preciso ressaltar, porém, que o contingente de analfabetos acima de 15 anos é muito maior do que entre 10 e 14 anos. No fim de abril, o instituto divulgou dados gerais sobre o analfabetismo e apontou que o país tem 14,61 milhões de analfabetos com mais de 10 anos, o que representa 9% da população na faixa etária."

Os dados acima podem ser encontrados em  http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/11/ibge-indica-que-analfabetismo-cai-menos-entre-maiores-de-15-anos.html, conforme divulgação de O Globo, de 16 de novembro de 2011. São mais de 14 milhões de analfabetos. Não é pouca coisa. A aí, em cima desse alicerce de insanidade, se constroem campos de futebol como se isso fosse a coisa mais importante, a urgência mais premente. 

Tudo bem, que venha a Copa. Então, depois dos gritos de gol, uma pergunta: vamos chorar? Sim, porque, para chorar, ninguém precisa aprender a ler.
 


domingo, 29 de abril de 2012

Recebo e divulgo

História do Jornalismo – José Marques de Melo
 (São Paulo, Paulus, 2012, 447 p.)



Prefácio

Disciplina integrante do currículo dos cursos de jornalismo, no mundo inteiro, a História do Jornalismo procura situar os futuros praticantes do ofício diante dos acontecimentos que marcaram o desenvolvimento das rotinas de produção, estimulando as novas gerações a registrar com fidedignidade os fatos de interesse público, contextualizando-os no tempo e no espaço.
Para subsidiar o trabalho didático dos mestres e o aprendizado dos estudantes, foi sendo constituído um acervo historiográfico que se tornou referência internacional, influindo no modo de compreensão dos fenômenos jornalísticos. Como adverte claramente Georges Weill em seu clássico ensaio Le Journal: origines, évolution et role de la presse periodique (1934), essa ótica dominante atrela o conhecimento histórico do jornalismo a quatro nações – Alemanha, Estados Unidos, França e Inglaterra -  que desfrutam de hegemonia cognitiva nesse e em outros campos do saber. Tanto assim que ao providenciar sua tradução para a língua espanhola  (1941), a editora mexicana Fondo de Cultura Económica viu-se na contingência de acrescentar um apêndice sobre “Jornalismo e Jornalistas da América Espanhola”. Numa perspectiva pedagógica, o referido autor anota também que é “complexa e difícil” a tarefa dos seus historiadores,  pois o jornalismo “não pode isolar-se da história geral da civilização”.
Compreende-se, portanto, o cuidado dos narradores dos episódios e das circunstâncias que configuram o desenvolvimento do jornalismo, limitando sua abrangência ao panorama nacional. Essa orientação nacionalista turva a compreensão dos fatos históricos pelos futuros jornalistas, exigindo prontidão intelectual dos professores da matéria para interpretar os relatos procedentes da bibliografia forânea. Obras consagradas como as de Pierre Albert e Fernand Terrou (França), Harold Herd (Inglaterra), Giuliano Gaeta (Itália) ou Edwin Emery (Estados Unidos) devem ser lidas com muita atenção e acurácia redobrada para evitar transposições literais das narrativas ao contexto doméstico.
Existem naturalmente incursões historiográficas  bem sucedidas, buscando construir narrativas holísticas ou panoramas comparativos, como as que foram empreendidas precocemente na América Latina por historiadores do calibre do brasileiro Carlos Rizzini (1946), do cubano Octavio de la Suarée (1948) e do boliviano Gustavo Adolfo Otero (1959). Elas se antecipam às exigências  dos tempos presentes, correspondendo às obras preparadas pelo inglês Anthony Smith (1979), pelo italiano Giovanni Giovanini (1984), pelo norte-americano Mitchell Stephens (1988) ou pelo espanhol Alejandro Pizzaro Quintero (1994).
Lamentavelmente, o cenário brasileiro mostrou-se desalentador, na última década do século passado, com a indigência dos estudos históricos nos cursos superiores de jornalismo. Trata-se de um tipo de conhecimento que foi praticamente minimizado e em alguns casos suprimido da formação curricular dos futuros jornalistas. Não só o estudo histórico da civilização, mas até mesmo a valorização da história profissional. Em boa hora, a cruzada empreendida pela Rede Alfredo de Carvalho logrou incluir a História da Imprensa na agenda das celebrações do bicentenário de 2008 (quando o Brasil supera o estatuto colonial e se converte em Reino Unido a Portugal, episódio que conduziu à independência nacional em 1822).
Os efeitos dessa ofensiva já se fazem sentir claramente. O relatório da pesquisa posdoutoral de Aline Strelow (2011) comprova que o interesse pela História do Jornalismo não apenas retornou ao campus, mas vem crescendo significativamente. Sua análise do conteúdo de uma amostra de periódicos da área de Comunicação Social, no período 2000 a 2010, demonstra que a História do Jornalismo ocupa o primeiro lugar na lista dos “campos teóricos”  referidos e o terceiro lugar na lista dos “temas”  estudados.
Tais evidências motivaram a publicação do livro História do Jornalismo  de José Marques de Melo(São Paulo, Paulus, 2012, 447 p.), que reúne três conjuntos de análises críticas do Jornalismo: os processos, as conjunturas e os narradores. Sem pretender reduzir a historicidade dos fenômenos jornalísticos ao panorama nacional, foi inevitável tomar o espaço brasileiro como ponto de referência. Tenho a convicção, como já adverti em obras anteriores, de que, apesar de sua vocação universal, o jornalismo, tal qual praticado no presente, ainda permanece ancorado nas realidades nacionais que lhe dão sentido e das quais se nutre cotidianamente.
O autor não tem a pretensão de contrapor-se às obras analíticas que conquistaram reconhecimento nacional, nem tampouco substituir os manuais didáticos recém lançados, almejando servir como fonte de apoio para a interpretação comparativa e o aprofundamento dos registros didáticos ou investigativos.
Modestamente, sua aspiração é estimular a pesquisa histórica do jornalismo, tanto nos cursos de graduação quanto nos programas de pós-graduação, restabelecendo a indispensável articulação com as demandas sociais.
Tal paradoxo está explicado com clareza e sensibilidade nas conclusões do estudo de Aline Strelow:
  As rotinas produtivas em jornalismo constituem a base de um número representativo de trabalhos, em uma tentativa de fazer dialogar academia e mercado, de produzir ciência olhando para a realidade.”
Mas o arremate da jovem pesquisadora é contundente e convincente:
 “Embora tenha crescido o interesse pelo estudo das rotinas produtivas, a pesquisa em jornalismo no Brasil segue com escassa relação com o mercado de trabalho. Intensificar essa relação para fazer valer a prática científica é um dos principais desafios os quais precisamos nos impor”.
Coisas potencialmente perigosas

Assoberbado por aulas e trabalhos com estudantes na UFRN, estou sem tempo de escrever diariamente. Mas hoje, quando me sobraram alguns minutos - porque hoje é sábado - o computador, essa máquina envaidecida, arrogante e louca, me diz que não.

Qualquer site é "potencialmente perigoso". Assim, para chegar até aqui, tive que inventar mil dribles para que a irritante máquina abrisse a página de nova postagem, até então incluída nos entes potencialmente perigosos.

Páginas de jornais também estão no índex, Twitter idem e agora torço para pelo menos publicar este texto, que já foi redigido e perdido várias vezes. 

Cansei. 

Vou parar, senão temo também ser considerado potencialmente perigoso.