sábado, 20 de agosto de 2011

Espaço aberto: Estamira, presente!
Escrito por César Fernandes   

Ontem a tarde (27 de julho de 2011) Estamira Gomes de Souza, mulher negra da classe trabalhadora, catadora de lixo no Aterro do Gramacho (Rio de Janeiro) nasceu ao contrário.Tinha 72 anos e morreu cansada, mal cuidada e principalmente: não ouvida (paradoxalmente tão escutada no mundo inteiro).

A protagonista do filme que leva seu nome, dirigido por Marcos Prado e lançado em 2004 agonizou por horas no Hospital Miguel Couto, na Gávea, desassistida pelo SUS e incapaz – como a imensa maioria dos trabalhadores – de comprar sua assistência em um hospital particular.

Estamira: http://paposepitacos.blogspot.com/2011/06/530-estamira.html
Os trocadilhos apontam que a razão de sua morte se chama 'septicemia', uma infecção generalizada. Poderiam dizer que por ter transtornos mentais, Estamira deveria ter sido assistida em um asilo, ou um hospital/hospício psiquiátrico para que de lá não saísse e morresse em paz, longe do lixo, das moscas, longe da família, longe daquele mar que lhe era tão importante.

Do outro lado, os que acreditam cegamente nos governos, acreditam que a construção da rede de atenção psicossocial substitutiva à lógica manicomial está consolidada, amplificada e atuante. Não desconsideramos os avanços da instalação da rede, determinada pela lei 10216/2001. Mas, como Estamira nos alertou: existe esperteza ao contrário, não inocência.

De toda forma, Estamira passou sua vida em pé, trabalhando, replicando sua existência dentro dum lixão, desatenta aos levantes manicomiais de empresários-da-saúde-mental que discorrem trocadilhos sobre técnicas arcaicas repaginadas, assistência integral, novos medicamentos, cuspindo cifras. Alheia aos professores de Psicologia que passam o filme nas aulas e todos saem das salas com mal estar, surpresos, com pena. No ano que vem, uma nova turma assistirá sua história. Tudo bem: esta arte nos permite a distância, a contemplação, o não envolver-se e o não implicar-se.

Escutamos Estamira e observamos mais uma que sofre numa massa de trabalhadores negros, homens e mulheres que apodrecem todos os dias. Estamira é apenas mais uma entre os milhares de loucos da classe trabalhadora que já não valem mais nada ao sistema do capital e que por isto – e só por isto – são jogados no lixo para se confundirem ao inútil e ao descuido nos aterros e favelas do país.
O cinismo deste sistema traveste seu discurso delirante, denunciativo, agressivo e violento em “poesia”, “uma forma atípica de expressão”, “obra de arte”. Esta forma de arte não nos importa. Não queremos lembrar de Estamira apenas quando seu filme recebe mais um prêmio internacional. Acreditamos que não basta lamentar sua morte em cento e quarenta caracteres, num pio. Reivindicamos a vida e obra produzida ao longo dos dias de vida de Estamira. Com todos os seus direitos humanos negados, todos os serviços de saúde de má qualidade, sua péssima condição de moradia, seu trabalho precarizado, a educação negada. Seus e de todos os trabalhadores.

Não nos interessa a mera constatação de que algo vai errado. Interessa a luta pela efetividade da atenção à saúde mental no Brasil. Interessa a consolidação de equipes multidisplinares, a efetivação da Reforma Psiquiátrica, a redução de danos, a porta aberta nos equipamentos, a defesa intransigente de uma vida digna e sem desigualdade social para todos os trabalhadores. Lutando, honramos Estamira e todos os seus irmãos e companheiros desconhecidos, que nunca estrelarão um filme mas que também querem visitar o mar.

Estamira! Mulher negra, resistente, trabalhadora!
Presente!

César Fernandes é psicólogo militante da luta contra os manicômios e pela construção do socialismo.
--Texto obtido no site do /sintest/RN.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Quem matou Norma ou porque o crime compensa

Vez por outra sofremos o que se poderia chamar de abalos de folhetim: a vida nacional é invadida por ocorrência ficcional de novela da Globo quando algum personagem polêmico é morto. Até hoje se fala na morte de Odete Roitman. Da mesma forma, muitas vezes o país é varrido por noticiário envolvendo escândalos e mortes.

O que há de proximidade entre a tragédia interpretada por atores e as tragédias reais, as tragédias políticas, os escândalos familiares quando filhos matam os pais ou pais são suspeitos de assassinar filhos? Primeiro, o hífen midiático que une os dois tipos de produção: jornalismo e novela são resultantes do mesmo processo de comunicação de massa. Outra coisa: em ambos os casos trata-se da enunciação de ocorrências de impacto, com acerto em cheio no emocional coletivo via TV.

O escândalo político, a  morte de alguém por familiar atingem, de forma poderosa, o senso comum e ativam o mecanismo sequencial entre novela e noticiário. Por exemplo, os irmãos Cravinhos e o casal que supostamente matou sua filha tiveram o noticiário sequencial, acompanhamento dia a dia, como se fosse uma novela. O caso do goleiro Bruno idem. 

Assim, quando numa novela alguém morre em circunstâncias misteriosas, o caso assume um certo paralelismo ao noticiário. Só que - e aí está a grande diferença - na novela há prazo para acabar e na vida não. Na novela o autor do crime será punido mesmo que tenha matado alguém terrível como La Roitman. Dura lex sed lex. Isso dá início ao processo de catarse; Há uma compensação, viabilizada pela novela em sua enunciação, da frustração social ao ver por exemplo a libertação de criminosos de colarinho brando poucos dias ou poucas horas depois de sua captura. A novela purga frustrações pessoais ou dramas sociais, purifica de sofrimentos íntimos o telespectador que num dado capítulo vê, para sua alegria, o mau, o criminoso, o usurpador, o traidor ser punido. 

Mas termina aí a proximidade entre novela e jornalismo: a primeira engana e encanta; o outro termina por mostrar que, no fim, o crime compensa. Pelo menos parece que.

Quem matou Norma em "Insensato Coração"? Veja cinco palpites

Folha de S. Paulo
DE SÃO PAULO
A morte misteriosa da personagem Norma deixou todo mundo com a pulga atrás da orelha.
A personagem de "Insensato Coração" (Globo) morreu depois de uma discussão com Léo (Gabriel Braga Nunes), na qual sacou uma arma. Após uma luta física, o revólver caiu longe dos dois e Léo fugiu pela janela.
Momentos depois, uma pessoa misteriosa entra na sala e aponta para Norma. Ela só tem tempo de dizer "não faça uma besteira dessas" antes de ser atingida.
Entre os suspeitos mostrados no capítulo estão Raul (Antônio Fagundes), Eunice (Deborah Evelyn), Ismael (Juliano Cazarré), Fabíola (Roberta Rodrigues) e Tia Neném (Ana Lúcia Torres).
Mas, afinal, quem teria motivos para assassinar a ex-auxiliar de enfermagem que ficou rica só para se vingar do homem que a humilhou?
O F5 perguntou a cinco pessoas que trabalham com televisão ou são noveleiros de plantão.
Leia os palpites:
*

João Miguel Junior/Divulgação/TV Globo
Wanda (Natalia do Vale)
Wanda (Natalia do Vale)

Norma foi assassinada por Wanda (Natália do Vale).
A mãe do Léo não enxerga os desmandos do vilão e faz de tudo por ele.
Matou Norma para que Léo não fosse prejudicado pela mulher.'
Alberto Pereira Jr., colunista do "Agora"
-

Reprodução
Jandira (Cristina Galvão)
Jandira (Cristina Galvão)

Quem matou a Norma foi a Jandira (Cristina Galvão) por amor, por ciúme do Léo.
Ela sempre foi completamente apaixonada pela Norma.
Keila Jimenez, colunista da Folha
-

Renato Rocha Miranda/Divulgação/TV Globo
Fabíola (Roberta Rodrigues)
Fabíola (Roberta Rodrigues)

A assassina é a Fabíola.
Ela matou a Norma porque descobriu que ela estava por trás da morte de Milton (José de Abreu).
Roberto de Oliveira, editor da sãopaulo
-

Marcio Nunes/Divulgação/TV Globo
Léo (Gabriel Braga Nunes)
Léo (Gabriel Braga Nunes)

Provavelmente é alguém que eles nem mostraram.
Aliás, adorei enfiarem a tia Neném no rol dos suspeitos... Que motivos ela teria?
Mas no fundo acho que foi mesmo o Léo. De raiva dela, e para não ir em cana. Bem óbvio.
Tony Goes, colunista do F5
-

Renato Rocha Miranda/Divulgação/TV Globo
Gilda (Helena Fernandes)
Gilda (Helena Fernandes)

Dá para descartar, pelas dicas que os autores já deram, algumas pessoas.
A tia Neném, por exemplo, morria na sinopse original, logo não poderia ser ela.
Outros personagens já tiveram seus finais divulgados, como a Eunice e o Raul.
Como os autores gostam de surpreender, aposto em alguém bem inesperado, como a Gilda (Helena Fernandes).
Vitor Moreno, repórter do F5

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Carta aberta à TIM - sobre Major Ezequiel/MG desconectado

Prezados Senhores,
Contrariando o slogan da operadora, vivenciei mais uma vez nessa minha viagem de férias a condição "TIM com fronteiras".
Somos uma família numerosa e nos reunimos com certa freqüência em nossa terra natal, Major Ezequiel, distrito de Alvinópolis-MG.
Nesse último encontro, em julho de 2011, nos reunimos, num período de três dias, um grupo de aproximadamente 60 pessoas. Dessas, algo em torno de 40 pessoas possuem celulares TIM.
Ficamos quase incomunicáveis nesses dias, uma situação inaceitável que chamei de "Major Ezequiel desconectado": lá, simplesmente, não existe opção de nenhuma operadora de telefonia celular.
Situação inaceitável pela própria condição hoje de mercado de trabalho.
Acho ótimo fazer um retiro e me desconectar, mas isso deveria ser a escolha de cada pessoa. Desligar e ligar o seu aparelho quando bem entender. Mas uma situação imposta pelo descaso das operadoras é uma condição inadmissível, principalmente para uma operadora cujo slogan brada a condição de "sem fronteiras", fronteira essa que distava 14 km de onde estávamos. Quem precisou fazer as suas ligações e não conseguiu um telefone público funcionando, rodou 28 km, considerando ida e volta, por mais de uma vez, para fazer parte do grupo "sem fronteiras".
Major Ezequiel é, principalmente para nós, majorenses ausentes, um lugar de aconchego, um lugar que nos lembra o colo da mãe, cujo slogan do nosso encontro, de afeto e carinho, diz que: “Major Ezequiel  é um lugar que venceu as mudanças e diz ao tempo que prefere ficar como está”.
Esse é um slogan de apego pela nossa terra natal e não significa que somos avessos à tecnologia e nem que precisamos ficar dependentes de uma única operadora de telefonia fixa e serviços insuficientes.
Major Ezequiel não precisa e não pode ficar na condição além fronteira.
Farei também a mesma reclamação para as outras operadoras, aquela que tiver mais visão de mercado, menos fronteiras e levar mais a sério o serviço pelo qual se propõe, atenderá aos nossos reclamos.
Aguardo retorno e espero que estejamos em breve dentro da “fronteira” da TIM.
Saudações,
Emanoel  Barreto
Jornalista e Professor da UFRN

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Carreira Docente: avanços ou entraves?





Editorial publicado na coluna da ADURN no Jornal Tribuna do Norte, dia 14/08/2011


As negociações sobre a Carreira Docente entram numa fase decisiva. No último dia 09 de agosto, o Governo, o PROIFES e o ANDES-SN se reuniram uma vez mais para negociar a nova carreira. Na mesa de negociação foram discutidas medidas emergenciais, cujo impacto orçamentário precisará ser previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA).

O ponto positivo é que o Governo sinaliza uma abertura para negociação mesmo após a definição de uma agenda prioritária que atenda o prazo final que o Governo tem para enviar sua proposta de LOA ao Congresso Nacional, que é de 31 de agosto. Segundo o Secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva, o debate continuará após essa data, de forma a contemplar a continuidade das discussões sobre carreira e salários.
Na mesa, o governo propôs às entidades dois passos para a reestruturação da carreira. O primeiro seria a correção das distorções do enquadramento ocorridas por ocasião da criação da classe de Professor Associado, quando os professores doutores só puderam progredir para Associado 1, independentemente do tempo em que estavam represados em Adjunto 4. O segundo passo seria a incorporação da Gratificação Específica do Magistério Superior (GEMAS) ao vencimento básico.
Contudo, as propostas, ainda que sejam reivindicações nossas, são muito pequenas e não atendem nossa categoria. O presidente do Proifes, Gil Vicente, lembrou que para que a entidade possa assinar qualquer acordo com o Governo, dois princípios básicos devem ser contemplados: o tratamento equânime às carreiras do MS e do EBTT, o que significaria, neste caso, que também a Gratificação Específica de Atividade Docente do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (GEDBT) deva ser incorporada, se a GEMAS o for; e, igualmente, ativos, aposentados e pensionistas têm que receber do Governo tratamento isonômico, o que significaria que os aposentados doutores, ao menos, deveriam também ser reenquadrados como Associados.
Mas, além da Carreira, é necessário um olhar sobre a nossa remuneração, pois a possibilidade real de não termos sequer a recomposição de perdas inflacionárias de 2010 pode iniciar um novo ciclo de perdas salariais já bem conhecidas por nossa categoria.
Há vários aspectos na nova carreira, que merecem um debate profundo, a fim de se evitar que o Governo, através de um discurso sobre a necessidade de pressa no envio de um Projeto de Lei, atropele os interesses da categoria. Para isso, o PROIFES convocou uma reunião extraordinária com todas as ADs e sindicatos recém constituídos para segunda, 15 de agosto, com o objetivo de discutir a conjuntura política, reafirmar os pontos mínimos para a possível assinatura de um acordo com o Governo Federal e elaborar as estratégias para a última reunião da rodada de negociações, que acontece às 19h. Na terça-feira, dia 16, as entidades voltam a se reunir com o Proifes para avaliar o resultado da mesa de negociação e deliberar sobre encaminhamentos.
Após a elaboração da proposta final na mesa de negociação, o ADURN-Sindicato debaterá a mesma com os docentes sindicalizados. Temos que convencer o governo que esta proposta não atende a categoria, e reafirmar a posição do VII Encontro do PROIFES, para que tenhamos uma proposta equilibrada para todos os professores. A categoria necessita de uma carreira que seja coerente com o esforço de cada um para a sua titulação, para o aprofundamento do processo de pesquisa e extensão.
É preciso manter a perspectiva da negociação, mas também a da firmeza dos interesses da categoria. É hora do Movimento Docente buscar unidade de ação para uma Carreira mais justa e que recupere o papel do professor universitário na sociedade brasileira.

Buracos-zumbis venusianos invadem ruas de Natal

Se você ler a matéria da Tribuna do Norte que reproduzo abaixo, a respeito de perigoso buraco que está começando a engolir uma árvore e dá indícios de que pode tragar um poste de alta tensão, saiba de uma coisa: o jornal não informa, mas esse temível buraco é na verdade um ser espacial, um legítimo buraco-zumbi venusiano. E buracos-zumbis venusianos são os piores, amigo, os piores, sabia? Você não tem notado que Natal tem buracos por toda parte? Se não notou, alarme-se: trata-se de uma invasão desses terríveis seres extraterretres, com espantosa capacidade de reprodução e ocupação de solo. Invasão criteriosamente estudada pelo Grão Mestre dos Buracos, que vive em alguma parte da zona sul de Natal. Leia a matéria e veja a ação desse temível buraco. Dizem que, à noite, emite rugidos e treme o chão, ameaçando terremotos e outros males. Estou com medo, especialmente porque na minha rua também apareceu misterioso buraco perto da minha casa. Deve ser um buraco-zumbi venusiano.

 Ainda sobre o buraco-zumbi, informo que a demora em seu enfrentamento, envolvendo a prefeitura e a Caern, é porque as duas entidades ainda não foram informadas do que se trata. Se o fosse, sem dúvida tomariam providências contra esse perigoso ser espacial. Chamariam, sem dúvida, Flash Gordon e sua pistolina de raio raser para eliminá-lo com um só disparo. 

PS: o jornal informa que hoje o problema será solucionado. 

Será? Esses zumbis venusianos são um perigo...

Cratera no bairro das Quintas surgiu há 60 dias


Roberto Lucena
Repórter

Um buraco com aproximadamente 6 metros de profundidade e 4 metros de largura está deixando moradores e comerciantes do bairro Quintas apreensivos. Segundo relato de populares, o buraco, localizado próximo ao cruzamento da avenida dos Paiatis com a rua Leão Veloso, surgiu há mais de dois meses. Sem obras de reparo emergencial e com a chuva que caiu durante o fim de semana, o buraco aumentou e  "engoliu" uma árvore na noite do último domingo. Se continuar expandindo, a cratera pode derrubar um poste de alta tensão que existe no local.
júnior santosSegundo população, Prefeitura do Natal e Caern não chegam a consenso de quem é responsabilidadeSegundo população, Prefeitura do Natal e Caern não chegam a consenso de quem é responsabilidade

De acordo com Marco Dantas, proprietário de uma cigarreira localizada na rua Leão Veloso, o buraco é um transtorno antigo. "Mais de dois meses que esse problema começou. A gente procurava a prefeitura e diziam que a Caern quem resolvia. Na Caern, diziam que a culpa era da prefeitura. Não feito nada e agora o resultado é esse", reclama.

O Corpo de Bombeiros foi acionado quando a árvore tombou na rua. A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) suspendeu o fornecimento de água na região e, na tarde de ontem, operadores do órgão realizavam os primeiros procedimentos no local. "Na verdade não podemos fazer muita coisa agora. Vamos religar o fornecimento de água para que a região não fique completamente desabastecida, porém, as obras de reparo só poderão ser executadas quando a prefeitura fizer a parte dela", disse João Alves, funcionário da Caern.

domingo, 14 de agosto de 2011

Vai começar a destruição do Machadão

Leio na Tribuna do Norte que nesta segunda começam os trabalhos de destruição do Machadão. É o início de uma intentona que tem por objetivo erguer um elefante branco para que sejam realizados aqui jogos de Copa do Mundo. Pior que isso é a revelação de que tipo de governantes temos: gente que relega a segundo prioridades como saúde, educação e segurança em favor de um projeto que somente servirá para enriquecer as construtoras. 


Assim construímos a realidade desse país, moldamos o seu futuro, cavamos o fosso profundo onde nossos pés se afundarão. 

O mundo está lutando para não entrar numa crise financeira terrível e nós festejamos não sei bem o quê; talvez a construção de um abismo de onde futuramente alguém haverá de dizer que, como é muito profundo, é melhor que fiquemos lá.