segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Olhai os políticos dos campos...

http://joseernestoponsb.over-blog.es/article-que-se-ve-y-como-hacer-116029420.html
O povo e o tormento político

"Cada povo tem o governo que merece." O ditado é cínico e reducionista, mas em alguma coisa nele encontro razão. Ou seja: os políticos não vêm de outro planeta; não são, portanto, alienígenas: nem no sentido dos filmes de seres do espaço ou na acepção de pessoa de outro país. Nada disso: os políticos brotam do mesmo solo social que o restante da sociedade a quem eles normalmente, costumeiramente, atormentam.

Mas, veja só: não somos o povo do jeitinho, do funcionário que aceita propina para dar andamento no processo, do sujeito que toma lugar de cadeirante no estacionamento, que suborna policial de trânsito? Somos. 


Então, essa cultura, esse estado de coisas, migra, é naturalizado e chega aos escaninhos do Poder, aos gabinetes, aos escritórios das grandes companhias. E daí isso salta para leis que prejudicam, agrega-se às grandes negociatas, torna-se prática abominável, mas tida como demonstração de esperteza, "sabedoria de malandro".

Tal situação somente se modificará com uma ação persistente, firme, constante, consistente. É preciso punir o grandão, o tubarão como também é preciso punir o funcionariozinho que ganha a gorjeta. Da mesma forma é preciso reagir  aos pequenos trambiques, ao desrespeito cotidiano daquele que toma vaga de velhinho em fila, tranca o outro no trânsito. 

Caso continuemos valorizando a esperteza, permanecerá a ordem da perversidade. E os políticos continuarão os mesmos, porque mesmo será o povo que os elegeu e de alguma forma avaliza seus péssimos procedimentos. 


E mesmos serão aqueles que, na oposição, se apresentam como salvadores, bondosos, sábios, magníficos...