sábado, 22 de março de 2008

No Dia da Água, um mundo de lágrima

Caros Amigos,
No Dia Mundial da Água,
vemos um mundo feito de lama.

No Dia Mundial da Água,
temos uma vida cheia de drama.

No Dia Mundial da Água,
os líderes do mundo trabalham
para transformar o mundo
em lágrima.

No Dia Mundial da Água,
vamos olhar o mundo com olhos
irrigados de coragem viva;
e de vida para viver e fazer
dessa coragem uma grande alegria.
Emanoel Barreto

sexta-feira, 21 de março de 2008

Eles não sabem o que fazem

Caros Amigos,
Quando as crenças religiosas ou políticas levam o homem a atitudes de, no mínimo, insensatez, pode-se entender que, pelo menos para quem assim age, as finalidades espirituais foram encaminhadas ao cume do desequilíbrio. O mundo já tem violência demais, sofrimento demais, para que se use uma data especial para uma religião como forma e meio de se propiciar outros comportamentos de desequilíbrio.

A foto flagrou auto-flagelação no México, mas esta existe também nas Filipinas, onde, anualmente, na Sexta-feira Santa, pessoas são crucificadas, em atitude penitencial. O obscurantismo já fez muitas vítimas ao longo da história, como durante o período tenebroso da Inquisição. Fome e guerra dão à Terra mártires todos os dias, e não há razão para que mentes que adoecem em nome da fé se atirem a atos sacrificiais perversos e de barbaridade inaceitável. O fundamentalismo é irmão gêmeo da loucura.
Emanoel Barreto
Foto: Hrney Romero/Reuters

quarta-feira, 19 de março de 2008

Fundamentalismo e loucura

Caros Amigos,
Informam as coisas de jornal que o presidente do Egito, Hosni Mubarak, está concitando os mulçumanos a protestar contra a republicação, por jornais dinamarqueses, de charges do profeta Maomé. A Folha Online, por exemplo, detalha que Mubarak afirmou: "É necessário que os países muçulmanos unam suas vozes em nome de seus povos contra qualquer um que tente ferir o profeta e subestimar os sentimentos da nação islâmica e seus santuários sagrados". Este ano, os seguidores do islamismo comemoram aniversário do seu profeta, diz a Folha.

Uma das charges que satirizam Maomé está acima; de autoria do artista Kurt Westergaard.

Sinceramente, não sei o porquê de tantos ânimos acirrados, ameaças de morte e pessoas enlouquecidas correndo pelas ruas, pois é inegável que o Corão influencia grupos fundamentalistas e estes, a partir da interpretação ao pé da letra do que ali encontam, desencadeiam atos de terrorismo e insanidade coletiva. Vide os homens-bomba.

O maometismo valoriza o sacrifício, o martírio, a devoção completa e ilimitada à religião, o fatalismo, os Estados teocráticos. Há uma palavra árabe, "maktub", que significa "estava escrito", ou seja: o que lhe aconteceu somente assim se deu pois foi permitido por Alá. Ao fiel, cumpre curvar-se e aceitar.

Entretanto, é inegável, também, que o mesmo livro permite que pessoas sensatas sigam os seus ensinamentos e não se atirem a atitudes socialmente, digamos, descompensadas. Alá, com certeza, ilumina os justos.

A questão é que jornais têm por finalidade, dentre outros aspectos, exercer a crítica e, por vezes, com firmeza e agudez, agressividade mesmo. No caso da imprensa dinamarquesa, entendo que as charges demonstram o repúdio às atitudes insanas dos radicais islâmicos. Aos olhos ocidentais, é completamente inaceitável idéias como, por exemplo, a de guerra santa. Aonde está a santidade de uma guerra? Sinceramente, não vejo nenhuma.
Se é preciso denunciar, que se denuncie. Está escrito.
Emanoel Barreto

terça-feira, 18 de março de 2008

Ei! Parece que vem aí a Lei Tio Patinhas...

Caros Amigos,
As coisas de jornal informam que o Governo está pensando em incluir, na reforma tributária, imposto sobre as grandes fortunas. O único problema, de ordem técnico-jurídica, é dimensionar o fato gerador da cobrança do tributo, ou seja: designar a partir de quanto, tem-se uma grande fortuna, além de aspectos como obras de arte de alto valor, investimentos, essas coisas...

Mas, no Brasil, isso é facílimo saber: são pouquíssimos os grandes milionários e estes podem ser facilmente encontrados, suponho, num certo jornalismo conhecido como coluna social. Mesmo que, admitamos, muitos que ali aparecem estão mesmo cheios de dívidas junto aos cheques especiais.

O importante é o sentido da legislação, caso venha a ser aprovada. É inadmissível que poucos tenham tanto, enquanto tantos, milhões, tenham tão pouco, quase nada, ou nada mesmo. Seria uma ação dura e pertinente do Estado, exigir de alguém que pague para ser rico, uma vez que está implítico que aquela fortuna foi construída sobre o infortúnio de milhares, milhões de outros brasileiros.

A Lei Tio Patinhas é necessária e já vem tarde. Caso o Governo tenha coragem para lançar sua discussão em plenário, com certeza haverá dinheiro, bastante dinheiro, para atender a setores como o de casas populares, propósito que setores do PT já defendem como objeto da aplicação do dinheiro a ser arrecadado. E o povo, que sempre pagou o pato, pode ser que, agora, tenha alguma forma de reparação.
Emanoel Barreto

segunda-feira, 17 de março de 2008

Como ganhar dinheiro sem fazer força

Caros amigos,
Nos anos 1960 falava-se - eu nunca li -, num livro lendário: "Como ganhar dinheiro sem fazer força". Sempre tive curiosidade sobre esta obra que hoje, suponho, seja uma lenda urbana surgida naqueles anos tão ruidosos. Mas, essa questão de ganhar dinheiro tem, suponho, algum tipo de formulação. Estou querendo dizer o seguinte: ganhar dinheiro envolve sempre algum tipo de esforço, não raro sofrimento, empenho sempre e, não há como esquecer, qualificação. Quem reunir o máximo desses itens tem maior possibilidade de ganhar dinheiro. Isso, numa abordagem simples, de texto jornalístico. Resumindo: tem que fazer força para ganhar dinheiro.

Mas, o grande toque de midas é o seguinte: ganhar dinheiro sem trabalho, e mais: ganhá-lo em quantidade tal, para não se ter, nunca mais, que trabalhar. Daí, o suposto surgimento do livro que mencionei: agir de tal forma que, numa sociedade com má divisão de renda, alguém seja esperto o suficiente para que, num arranjo de malandragem, consiga usar as forças cruéis do mercado para se beneficiar. Agora, vejo na net o anúncio de um livro milagroso, que levará, inelutavelmente, à condição de multimilionário àqueles que o lerem.

O autor é um certo Bob Proctor, que prega Sete Lições para o aprendizado que levará qualquer um de nós ao paraíso do Tio Patinhas. Pelo que li no anúncio, parece que a sete lições são as seguintes: Como colocar um Gerador de Poder em seu interior; Os pensamentos viram coisas - compreenda a Lei da Atração; Controle do Pensamento - como direcionar o master-mind em seu processo do pensamento; Pensar Grande - como expandir sua visão para estar onde você quer; Velocidade de Manifestação - o Processo da Poderosa Manifestação da Abundância; As Fontes do Poder - Crença, Solicitação e Resposta; o Segredo para a Riqueza - Idéias Inspiradas e Ação Definitiva.
Sen-sa-ci-o-nal. Não percam, não percam.

Pronto. Lendo a respeito de tais artifícios, com certeza, ficaremos ricos. Todos ricos. Afinal, creio que tomou forma o fabuloso "Como ganhar dinheiro sem fazer força". É que as pessoas sabem, de alguma maneira, que o trabalho na maioria expressiva dos casos mal dá para pagar as contas, manter o filho numa boa escola, entrar para um cursinho, chegar a um curso de universidade federal. Isso, só para falar num dado da questão. E, assim, atiram-se à busca da sorte grande, para suprir, pelo bilhete premiado, os escassos caminhos de ascensão social.

E, então, chegam essas figuras mirabolantes, prometendo que tudo mudará, bastando que se leia um certo livro, que contém a receita mágica do Tio Patinhas. Mas, nessa busca incessante, as pessoas são como a criança da foto acima, terrível metáfora de mundo: ingênuos homens e mulheres que buscam um dinheiro que sempre foge, enquanto os tubarões se satisfazem com a luta vã.
Emanoel Barreto