sábado, 12 de março de 2011

Beatles - Help!

Samba Pa Ti - Santana (Live in Mexico)

Cruel e de péssimo gosto a charge editorial da Folha

No Japão, Hiroxima revisitada

12.mar.2011/Reuters/Kyodo
Depois do horror humano da Rosa de Hiroxima, após a onda louca do Japão bombardeado, na cínica vitória do Grande Irmão Sam, chega outra vez o destino, truculento ser que manda nos homens e em suas vidas sem rumo, e traz a segunda onda de gritos pavorosos. A desgraça como legado que veio do céu e, agora, da terra. E o átomo, esse vadio de espírito de bomba, diz novamente ao Japão que dele tome cuidado.

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Rosa Luxemburgo
Deu no Observatório da Imprensa e reproduzo.
Os esquecidos dos esquecidos
Por Rogério Christofoletti em 8/3/2011 
Reproduzido do objETHOS, 7/3/2011
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://veja.abril.com
Os estrondosos protestos na Tunísia, Egito, Barein e Líbia têm atraído a atenção de muita gente cujo horizonte de preocupação não era o mundo árabe. Para o senso comum afastado dessa realidade, ainda persistem muitos preconceitos e ideias equivocadas dos hábitos e costumes dos povos islâmicos, de suas crenças e de sua maneira de organização. Por conta da cobertura jornalística dessa "nova onda islâmica", cada vez mais temos voltado nossas cabeças para nações que só ocupavam lugar em nosso imaginário fantasioso. Isso é bastante positivo para fazer erodir algumas pilastras do senso comum, o que ajuda a ampliar a noção de mundo de muita gente e contribui para difundir uma preocupação mais global da correlação de forças políticas atuais.

Por vício das redações, por interesses políticos, altos custos ou por descaso mesmo, os meios de comunicação brasileiros não oferece grandes coberturas internacionais. Ao menos na maioria das vezes. Negligenciamos até mesmo os vizinhos da América do Sul. Quanto mais países que pouco pesam em nossas balanças comerciais ou que quase nenhuma influência exercem nas decisões do governo brasileiro. De maneira geral, é mesmo muito raro encontrar nas páginas de jornais ou segmentos de telejornais notícias de certos cantos do mundo. Ouve-se falar pouco da Oceania, mas a Austrália acaba "salvando" o continente dessa invisibilidade. Já a África é um caso clássico desse esquecimento midiático; um conjunto de cinquenta nações parece simplesmente inexistir em nossa mídia. É uma "mágica" geográfica que "aumenta" o Atlântico e liga a América à Europa e ao Oriente Médio, quase sem nenhuma interrupção.

Ações efetivas
A cobertura da "nova onda islâmica" colocou uma parte da África novamente no mapa, muito por conta dos países dominados por ditadores. Voltamos a falar de Kadhafi e Mubarak, por exemplo. Alguns dos veículos de comunicação brasileiros mandaram seus correspondentes atravessar o Mediterrâneo para cobrir os conflitos no norte africano. Ótimo! Mas na mesma ocasião em que isso acontece, outros tantos confrontos ocorrem no mesmo continente, e insistimos em ignorá-los.

Na semana que passou, por exemplo, mais de duzentas mil pessoas deixaram suas casas na capital da Costa do Marfim por conta de conflitos que devem provocar em breve uma guerra civil. No Congo, a temperatura está subindo também. No Sudão, a ONU faz a intermediação entre governo e o Movimento Igualdade e Justiça para a libertação de prisioneiros políticos. Em outros países, não apenas os conflitos armados e as disputas tribais, mas também a escalada da Aids, doenças endêmicas, fome e miséria, corrupção e regimes truculentos fazem da África um cenário a ser observado por todos que têm um pingo de sensibilidade humana.

O fato é que mesmo no continente esquecido, há mais e mais esquecidos. Parece haver uma perversa hierarquia que escolhe entre cobrir os protestos no Egito a ignorar as matanças em Angola.
Onde entra o jornalismo nisso tudo? Justamente numa de suas funções, numa das tarefas que o público lhe delegou: a de denunciar situações que merecem a nossa atenção. Se tivermos mais repórteres na África, teremos mais notícias e informações sobre os seus países. Se tivermos mais conhecimento do que se passa por lá, poderemos nos organizar melhor para pensar soluções, poderemos exigir ações mais efetivas. Pode parecer utópico ou irreal, mas o que podemos fazer: esperar passivamente que aconteça como no genocídio de Ruanda, de 1994, quando mais de meio milhão de pessoas foram mortas de maneira selvagem e cruel?
Al Caparra, o gangster chic

O terremoto da história

Deu na Folha:
O terremoto de 8,9 graus de magnitude na escala Richter que atingiu o Japão nesta sexta-feira pode ter deslocado em quase 10 centímetros o eixo de rotação da Terra, segundo um estudo preliminar do INGV (Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia) da Itália. 
...

Temo que a ocorrência venha a ter resultados sobre o clima na Terra, juntando-se à devastadora ação que a humanidade leva, com critério homicida, às últimas consequências. 

O planeta, e isso nós esquecemos, segue sua, digamos assim, história geológica e isso implica as manifestações sísmicas e demais manifestações das forças elementais manifestas em tufões, furacões, tornados.

Tudo isso reunido à presença predatória do que chamamos humanidade, resulta um cadinho de efeitos que repercutem na vida histórica. E como a insanidade, guiada pela noção do lucro a qualquer preço, domina as ações dos países, o planeta caminha a passos largos em direção a futuro que a mim parece aterrador. 

Os desequilíbrios climáticos, com suas irrefreáveis consequências sociais, aqui em sentido amplo englobando a economia, a geopolítica, a vida mesma das pessoas em seu cotidiano, são como o ponto de fulgor para uma humanidade que parece não temer acender o fósforo na sala cheia de gás.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Maria Bonita
(Na última quarta-feira teria feito 100 anos)

A queda da beleza no meio da rua

Diego Padgurschi/Folhapress
 Ana Hickmann caiu, mas o povo é que sofreu escoriações generalizadas 

O poder contagiante e a representatividade do carnaval na cultura brasileira são inegáveis. O desfile de escolas de samba, especialmente as do Rio, é um fenômeno que traz em si um mosaico do imaginário nacional, uma espécie de ópera que caminha e dança e canta e faz a catarse da grande dor chamada Brasil. O desfile na avenida, assim como o futebol, é acontecimento pluri e meta, fênix anual. É algo ao mesmo tempo pungente e doido de alegria.

No desfile do Rio de Janeiro acontecimento que poderia ser tomado em sua essência eventual como algo só exatamente isso, eventual, tomou, todavia, destaque em função da personalidade nele envolvida: a belíssima, a riquíssima Ana Hickmann escorregou em rodopio e caiu em baque sólido, chapado e bruto em meio àquela gente tão modesta. Que fingia, em suas fantasias, ser tão galharda e triunfante quanto a beldade estatelada. Ledo engano.

Acho que o fato traz, em sua singeleza, algo a ser pensado: não festejo o sofrimento da pessoa. Mas vejo, no fato da suprema ilusão, no simulacro da alegria obrigatória do carnaval, toda a tragédia do povo que se reinventa por alguns dias e explode de si na vitória da escola de samba favorita. E os humildes batuqueiros ficam felizes tendo a seu lado a beleza portentosa de mulher intensa e linda.

O que  não se percebe é que a deusa falsa, que dançava em meio à alegórica diversão fantasiosa, era apenas isso: mulher bela e vaidosa, por alguns momentos similar aos que a cercavam. E mesmo assim caiu. Diante disso o que pensar da queda diária do povo nas filas e no salário mínimo, na escola de bairro que não funciona e na ambulância de pneu furado. 

Ana Hickmann caiu, mas está bem. O povo é que sofreu escoriações generalizadas.

quarta-feira, 9 de março de 2011

FENAJ convoca caravana a Brasília
Em comunicado enviado nesta quinta-feira, 3, aos Sindicatos, diretores da FENAJ, Comissão Nacional de Ética e coordenadores nacionais e estaduais da Campanha em Defesa do Diploma, a Executiva da FENAJ convocou uma caravana a Brasília nos dias 23 a 25 de março, para ampliar o movimento de sensibilização junto a parlamentares e entidades da sociedade civil pela aprovação das PECs do Diploma. No dia 26, também no Distrito Federal, haverá reunião do Conselho de Representantes da FENAJ.
 
A agenda de mobilizações pelas PECs do Diploma em Brasília inclui visitas a deputados e senadores no dia 23 de março, a entidades, instituições e personalidades nos dias 24 e 25 para consolidação do movimento e a reunião do Conselho de Representantes – com delegados dos 31 Sindicatos de Jornalistas – no dia 26. Na reunião do Conselho, além da prestação de contas da FENAJ relativa a 2010, também serão apreciados o plano de lutas para 2011 e o encaminhamento de resoluções do 34º Congresso Nacional dos Jornalistas, realizado em Porto Alegre, em agosto passado.
 
Conforme orientações anteriores, a Executiva e o GT Coordenação Nacional da Campanha pelo Diploma também lembram que em todos estados deve-se dar continuidade à busca e confirmação do apoio dos parlamentares às PECs do Diploma, bem como repassar à FENAJ dados relativos à tendência de voto dos senadores e deputados para atualização do “placar” que consta no site da Federação.
 
A movimentação deve ser fortalecida, ainda, com a busca de apoio junto a universidades, professores, estudantes e outros segmentos, entidades, instituições nos diversos estados e regiões. O objetivo é, além de ampliar pela base a sensibilização de parlamentares, preparar uma grande movimentação nacional em defesa do diploma já marcada para 7 de abril, Dia do Jornalista.
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Comentário de Rachel Sheherazade sobre o Carnaval

Na foto de Jorge Araújo/Folhapress a visão do carnaval do bloco Os Cão, que há 45 anos anima o carnaval da Redinha. Aqui, o carnaval como revisão trágico-grotesca da vida, da alegria que brota da alma popular e seu imaginário, que de alguma maneira sabe que, na vida, tem alguma coisa que está errada, muito errada e torta.