sábado, 13 de julho de 2013

Questão de saúde



Aflição e morte nos hospitais
--- Walter Medeiros

            A vida da população brasileira que tenta cuidar da sua saúde através de terapia alternativa que tem mais de cem anos de eficácia comprovada - a Auto-hemoterapia - em muitas ocasiões finda sendo aflitiva. A terapia está proibida de forma esdrúxula desde 2007 e sua proibição tem explicações: por um lado, pelo fato de não gerar lucros para as empresas da área de saúde nem maiores impostos para o governo; por outro, resolveria muitos problemas de saúde, o que acarretaria a diminuição das vendas de medicamentos e sofisticados equipamentos médicos.


            A citada aflição ocorre em situações como a que vive, por exemplo, uma internauta que postou mensagem no Facebook com o seguinte conteúdo: “Amigos me ajudem, a irmã do meu melhor amigo está com câncer na coluna e fígado, internada no INCA (Instituto do Câncer) e segundo ele os médicos já desenganaram. Falei muito da AHT (Auto-hemoterapia), ele até conhece, por ser também enfermeiro, mas disse que os médicos nunca aceitariam, e como ela esta internada eles jamais permitiriam fazer. Ela faz radioterapia, vocês acham que a AHT funcionaria nesse caso? Ela está muito mal mesmo!”.


            Esta mensagem leva diretamente a uma reflexão: desenganado pode morrer, mas não pode usar AHT. Aí, só podemos concluir que o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) fazem mal a saúde. Pois a doente está desenganada, poderia usar AHT, mas aqueles órgãos de saúde preferem que morra. Por causa desses órgãos, os médicos não admitem que tente sobreviver com auto-hemoterapia.  A ordem médica decorre de obediência a um Parecer precário do CFM e uma Nota Técnica autoritária da Anvisa. Assim, na prática o que ocorre é que o doente pode morrer, mas não pode usar auto-hemoterapia.


Mais grave ainda é que a pessoa doente tem 20 anos e convive com o câncer desde os 13, e está com metástase.  Muitas pessoas comentaram a mensagem da internauta, sugerindo o uso da auto-hemoterapia e uma delas afirma que “se fosse parente meu, nessa situação, eu daria o jeito que fosse, mas tentaria!”. Outro diz que “Se os médicos dizem que já não podem fazer mais nada, eles não podem nem achar ruim a tentativa. Eu tentaria”. Só que não se trata do primeiro caso desse tipo. Enquanto estiver no hospital, o doente morre, mas não permitem, porque aquela ordem desumana e injusta prevalece.


            Um dos participantes da discussão informa que conhece um caso de uma pessoa que fez auto-hemoterapia e curou câncer de medula, o que fez o seu médico ficar abismado ao constatar que não tinha nada depois de um mês. Por outro lado, uma internauta defende que já que eles a desenganaram, poderia trazê-la para casa, ai sim começar a fazer a AHT e “esperar a vontade de Deus”.


Participei da conversa opinando que “Aí está uma situação na qual o enfermo tem direito de escolher inclusive a auto-hemoterapia. Tem médicos (Uma parte da categoria) que prefere ver os paciente morrerem a deixar testar a AHT, pois com certeza terão grandes surpresas na melhora do quadro do doente”. Eu mesmo ofereci informações sobre a técnica para uma amiga que preferiu atender à proibição do médico, não usou a técnica alternativa, definhou e faz uns três anos que está no cemitério.

sexta-feira, 12 de julho de 2013


FACES  FACES FACES FACES FACES


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Angela Davis

OS CRIMES DO PADRE HEUSZ



Ele diz : “O salário do pecado é a morte”; e pune os pecadores com hóstias envenenadas

“Os crimes do Padre Heusz” é o título do romance que o jornalista Emanoel Barreto publicou junto à Editora Sebo Vermelho, lançado em Natal/RN em 24/07/2013. “Os crimes...” conta a história do Padre Heusz que toma ao pé da letra a assertiva bíblica “o salário do pecado é a morte” e pune os pecadores com hóstias envenenadas.

As hóstias, no entanto, não recebem poção bruta ou grosseira; ao contrário, a  fórmula do veneno leva o pecador, pouco antes de morrer, a estado de beatificação, sensação de estar em paz, gozo místico.  Padre Heusz não quer que os pecadores sofram fisicamente,  sintam angústia ou sequer percebam que estão morrendo, mas partam em completa sensação de paz. Isso porque não se  sente um assassino; acredita-se em missão, pois em sonho que um anjo lhe aparecera convocando-o a punir os pecadores. Então, pede a um químico que produza o delicado veneno.

O prefácio é do escritor François Silvestre. O livro é dedicado aos repórteres policiais Pepe dos Santos, Genésio Pitanga e Ubiratan Camilo (in memoriam).

O relato da história é feito por meio de cartas que o Padre Heusz envia ao editor de um jornal que aos poucos vai se envolvendo na trama até o confronto final, quando o sacerdote tenta matá-lo em uma caverna profunda que havia sido transformada em catedral.

A obra trata, em meio ao suspense em que foi construída, da questão da condição humana, da queda, das incertezas e questionamentos entre os conceitos do Bem e do Mal. Como exemplo pode-se citar o personagem que é sósia do Padre Heusz e vai à sua procura.

É um homem rico, cruel, invejoso e sem limites morais. É essa inveja que o leva a capturar e martirizar Padre Heusz, a quem acredita um santo. E como entende que todo santo deve ser martirizado, confia estar dando a Padre Heusz aquilo que todo santo deseja. E o prende a uma roda medieval de tortura, usada pela Santa Inquisição. O sequestrador considerando-se um  “piedoso inquisidor”.

Supõe que, morto o padre, poderia assumir sua personalidade e assim tornar-se um digno sacerdote. Padre Heusz escapa no último instante.

Há situações que foram tiradas da vida profissional do autor no exercício do jornalismo. Foram usadas para dar maior verossimilhança à narrativa. Como exemplo, a invasão da redação onde trabalha o personagem que é editor do jornal. De repente chega ao local um homem perseguido por multidão que queria o seu linchamento.

O fato foi transposto ao livro. Barreto realmente enfrentou tal situação na Tribuna do Norte, quando um homem que havia surrado o pai foi perseguido e refugiou-se na redação.

Quando a turba foi expulsa o arruaceiro explicou o motivo de haver corrido até o jornal: como a Tribuna pertencia a Aluizio Alves e este era tido como o protetor do povo, o fugitivo fora ao jornal para ser “protegido por Aluizio”.

O romance é uma sucessão de acontecimentos bizarros e terríveis situações, com os personagens levados ao limite da condição humana. Tudo se passando em meio a momentos de terror e um final absolutamente inesperado.


Sobre o autor

BARRETO é jornalista há 38 anos. Doutor em Ciências Sociais. Começou no Diário de Natal como repórter de polícia recebendo as primeiras letras de Alexis Fernandes Gurgel, louco sublime.

Ingressou no jornalismo após ser submetido a teste de datilografia e conhecimentos gerais por Luis Maria Alves, O Coroa, lendário superintendente dos Associados no RN. Depois trabalhou na Tribuna do Norte, A República, semanário Dois Pontos, TV Ponta Negra. Foi correspondente da revista Visão. Atualmente é professor do curso de Jornalismo da UFRN onde ministra Jornalismo Impresso, Oficina de Texto III e Reportagem, Pesquisa e Entrevista. Apresenta e dirige o programa de entrevistas Grandes Temas, na TV Universitária. Na mesma TV criou e apresentou por dois anos o programa Xeque-Mate, de entrevistas. Publicou Crônicas para Natal e Memória do Comércio do Rio Grande Norte, livro-reportagem. Mantém o blog Coisas de Jornal. Tem artigos sobre jornalismo e comunicação publicados em revistas acadêmicas nacionais e internacionais. Faria tudo outra vez.