sábado, 14 de janeiro de 2012

Ratos atacam no Senado: é a espécie senatus ratorum brasiliorum perigosorum

 Leio na Folha: "Senado suspende trabalhos para se livrar de ratos". Temos aí missão impossível. O Senado está infestado há aníssimos, muitos aníssimos, por ratos terríveis que ali entraram em processo de evolução e criaram uma nova espécie: o senatus ratorum brasiliorum perigorosum. São animais notívagos, podendo também atuar de dia, mas sempre à meia-luz. 

A espécie foi descoberta por cientista que, por precaução, escondeu-se no anonimato. Passou a temer pela própria vida quando um ratorum brasiliorum deixou em sua cama a cabeça de sua sogra, imitação perfeita do que fez o God Father de Mário Puzo, lembra? O cientista, além de anônimo, passou a viver com mania de perseguição e hoje esconde-se numa ilhota dos mares do sul.

Mas, voltemos ao ratorum brasiliorum: trata-se de animal esperto. Chegou ao ponto de transformar seus guinchos em fala, a fala em pronunciamento parlamentar e hoje domina todo o Senado. Se vir um deles precate-se: deve ser considerado armado e perigoso.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Leio na Folha e compartilho

Itaú deixa folha semelhante a de maconha em campanha publicitária


DE SÃO PAULO
O Itaú Unibanco aproveitou um vídeo com mais de 35 milhões de visitas na internet para uma campanha publicitária de sustentabilidade que visa diminuir o uso de papel.
O banco fez adaptações na peça original, mas esqueceu de apagar a imagem semelhante a uma folha de maconha estampada em uma almofada ao fundo da imagem.

O deslize repercutiu na internet. Usuários deixaram comentários no Youtube e no Twitter indicando a almofada com a imagem no cenário. O filme original com o título em inglês já teve mais de 35 milhões de visitas. A versão do Itaú que está no site da campanha já foi vista por mais de 370 mil pessoas.
No comercial que passa na TV a folha de maconha não aparece.

O filme mostra um bebê dando risadas cada vez que uma folha de papel é rasgada em sua frente. Ao fundo, um narrador convida os clientes a escolher a opção de extrato digital para evitar o desperdício de papel. "Use o papel para o que realmente vale a pena", diz a peça.

Na adaptação, o banco reforçou a roupa do bebê com o laranja da logomarca e modificou uma tolha que aparece ao fundo de verde para azul. Já a almofada estampada com a imagem da folha de maconha permaneceu.
Procurado, o Itaú ainda não se manifestou sobre o assunto.
Confira o vídeo do Itaú na internet:

CAT STEVENS - LADY D'ARBANVILLE


Fala que eu te escuto

A genial charge de Alan Sieber, na Folha. O consumismo faz você chegar ao ponto de comprar veneno só porque está na promoção. Há uns anos um amigo meu viu uma fila no shopping. Era para comprar celular. Ele entrou na fila e logo depois era o feliz comprador de um celular. Pouco depois lembrou-se de que já tinha um. Ficou com os dois e eu o orientei: agora você jamais ficará sozinho; quanto estiver carente ligue a si mesmo e diga : "Fala que eu te escuto."
PS: não é piada.






quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Vídeo mostra soldados americanos supostamente urinando sobre corpos de soldados afegãos. A barbárie da guerra, a estupidez como método.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Pablo Neruda
http://www.google.com.br/imgres?q=neruda&hl=pt-BR&safe=off&client=firefox-a&hs
A Rede Bandeirantes promove o reality show Mulheres Ricas. Uma afronta, um escárnio a quem trabalha com dignidade. Claro, o programa foi feito para causar impacto. De tal forma que, ao criticá-lo, você acaba fazendo a divulgação. Metacomunicação à parte, não se pode ficar calado. É preciso manifestar indignação. 

A exposição das socialites é um discurso cujo centro é: veja como elas são e sinta só como você vive: em filas, esperando uma vaga no SUS, temendo ser assaltado, sendo assaltado, explorado, humilhado. 

A par disso fica a sugestão de que esse deveria ser o modo de vida, o padrão social,  a circunstância existencial, preferencial de estar no mundo, o sentir-se bem à custa de uma vida fútil, frívola, leviana. No fundo diz-se também o seguinte: você está errado em ser pobre, você é pobre porque merece ser pobre; já elas... são ricas porque merecem ser ricas...

Segue o texto da Band a respeito do programa.

A socialite Narcisa Tamborindeguy, a empresária Val Marchiori, a arquiteta Brunete Fraccaroli, a piloto Débora Rodrigues e a joalheira Lydia Sayeg expõem o dia a dia profissional e familiar. Elas são protagonistas de "Mulheres Ricas", o novo programa da Band, produzido pela Eyeworks/Cuatro Cabezas.
Um reality show em formato documental traz para a TV o cotidiano de cinco mulheres poderosas e ricas do eixo São Paulo/Rio de Janeiro. Luxo, carros importados, joias caríssimas, viagens internacionais e muito, mas muito mesmo, champanhe. Acostumadas com tudo do bom e do melhor e, mesmo assim, ainda não estão satisfeitas.
Um dia de ira

Michel Goldfarb Costa, de 33 anos, empresário, é o homem que em dia de ira saiu louco pelas ruas de S. Paulo disparando uma pistola que manejava com habilidade, segundo leio na net. A matéria é da Folha e segue após este texto. A narrativa do jornal paulista não é das melhores: é um texto tipo telegrama, que não dá ao leitor a sensação humana, o drama pungente que se passou. Coisas da Folha e seu Manual de Redação, que permitiu, por exemplo, a ocultação do nome do acusado, que somente identifiquei no Estadão. 

O jornal dos Frias desenvolveu ao longo do tempo esse tipo de texto: malfeito, chocho, uma espécie de bricolagem onde você vai juntando pedaços de um mesmo fato e suas conexões. É como se o redator ficasse saltando de uma frase a outra, fazendo uma montagem, tudo em nome da "objetividade", esse pretenso distanciamento do repórter perante aquilo que narra ou descreve. Ao fim da leitura fica a sensação de que houve na verdade foi incapacidade de contar a história, dadas as idas e vindas do texto. Uma lástima.Veja e confirme o que digo.

Polícia identifica suspeito de fuga alucinada em São Paulo

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO


Ele saiu de casa com um pistola automática e munições nas mãos. Deixou a namorada dormindo e foi embora. Roubou carros e bateu mais de uma vez, atirou aleatoriamente nas pessoas e nos veículos que trafegavam pela zona sul de São Paulo e sumiu, deixando para trás dois baleados, automóveis destruídos e paulistanos em pânico.

Começa assim o roteiro da investigação da polícia sobre o suspeito de protagonizar a fuga alucinada num percurso de 40 quilômetros entremeada por tentativas de assassinato, na madrugada desta segunda-feira. Ele é um administrador de empresas.A família do suspeito pediu para que ele não fosse identificado. Diz ter certeza de que foi sequestrado e que se seu nome for revelado ele pode correr risco de morte.
Transtornado e aos gritos, segundo as vítimas, ele atirou a esmo em plena avenida Tancredo Neves, no Sacomã, após bater um táxi roubado contra outro automóvel.

A saga começou às 5h20, na avenida dos Bandeirantes, no sentido da rodovia Anchieta. Ali, quase em frente à pista do aeroporto de Congonhas, o administrador abandonou seu Corolla blindado, segundo a versão da polícia.
Com a arma em punho, foi até o semáforo fechado e mandou o taxista Elias da Silva, 37, e uma passageira descerem do carro, um Meriva. 

Antes de qualquer reação, ele atirou várias vezes no lado da passageira. "Ele estava alucinado e queria fugir dali", disse Elias, que saiu do carro, ajudou a passageira a sair e viu o atirador partir.
Em alta velocidade, o atirador chegou com o Meriva na avenida Tancredo Neves. 

No cruzamento com a avenida Nossa Senhora das Mercês, ele bateu o táxi em um Fiat Brava, dirigido pelo instalador de TV a cabo David Neves, 29, que estava com a mulher, Hérika, e o filho Thalles, de dois meses. O carro foi lançado 50 metros adiante. 

"Meu filho ficou prensado contra o banco do motorista. A cadeirinha o salvou. Foi um horror", desabafou Neves.
Testemunhas dizem que o atirador desceu do carro e voltou a disparar. Manuseava a pistola com técnica, afirmam as pessoas ouvidas pela polícia.
A vítima seguinte foi o eletricista Emiliano Borges, 50, que estava dentro de sua Ecosport, acompanhado de sua mãe. Ele foi atingido na barriga. "Ele gritou 'sai que eu tô em fuga, filho da puta', e atirou contra a porta várias vezes", contou Borges a familiares no hospital, ontem. 

Mas o atirador não conseguiu ligar a Ecosport e partiu em direção a outras vítimas. No meio da Tancredo Neves, atirava contra tudo e todos. Atravessou a via e correu em direção ao Logan do engenheiro Ademir Guerreta, 61, que seguia no sentido marginal. "Ele chegou e atirou. Tive tempo de desviar a cabeça e pôr a mão. O tiro pegou de raspão", contou ele, mostrando o ferimento. 

Depois de abordar o Logan, o atirador prosseguiu. Foi até o Polo da professora Ivete Cruz e atirou várias vezes, atingindo a coluna lateral do carro. "Eu pedi calma e ele foi me arrancando de dentro do carro", lembra a professora. 

O atirador assumiu o controle do Polo e saiu em alta velocidade. Andou 600 metros e bateu contra um ônibus sem passageiros e descarregou a arma.
Mas a saga não terminou aí. Após a batida, o atirador então abordou o motorista de um Ford Ka e fugiu.
A série de colisões continuou. Na avenida do Estado, região central da cidade, o atirador bateu o Ford Ka, tomou um Celta de outro motorista e bateu novamente, agora na marginal Tietê, na altura na ponte da Casa Verde (zona norte). 

Depois disso, o atirador sumiu. Não foi visto por mais ninguém.
Segundo policiais, ainda pela manhã, uma pessoa que se identificou como namorada do atirador foi à delegacia e disse que ele saiu de casa, em Cotia (Grande SP), quando ela estava dormindo. 

Duas vítimas reconheceram o suspeito por foto no 26º DP, no Sacomã. O delegado Marcos Manfrim recebeu a informação de que o atirador teve um surto psicótico.
"Nasci de novo", foi a frase mais vezes repetida por vítimas hoje na delegacia.
Colaborou LAURA CAPRIGLIONE

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Recebo e divulgo

Hospital procura familiares de paciente internado

O Setor de Serviço Social do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG) procura parentes ou amigos do paciente, Heleno Teodósio da Silva, 65 anos, vítima de um acidente na BR 101, próximo a localidade de São José do Mipibú. Ele é natural de Macaíba e permanece em estado grave desde o dia 29.12.2011, data em que foi admitido no Walfredo Gurgel. Qualquer informação, que possa levar à identificação de familiares ou conhecidos, deve ser repassada ao Serviço Social através do número 3232-7533. O Serviço Social funciona 24h.

Para outras informações: Assessoria de Imprensa do Hospital Walfredo Gurgel, fone 3232-7619


O tango e o raio laser

Hoje de manhã precisei fazer pequena intervenção cirúrgica no olho direito. Raio laser para retirar uns grânulos que tornavam opaca a visão, corrigida em 2009 por lentes intraoculares nos dois olhos. Creio que o olho esquerdo também será submetido a idêntico tratamento proximamente. Nada preocupante, antes exultante porque, para quem usa óculos desde os dez anos, e sem eles via o mundo como um estranho conjunto disperso de manchas coloridas e totalmente distorcidas, voltar a ver as coisas como são é algo grandioso, inimaginável. 

Costumo dizer que antes das lentes encastoadas eu via a vida como numa pintura impressionista. Mas nada da beleza da arte de Monet, antes como um vendaval de borrões irritantes, desnorteadores, horríveis, deprimentes. Sem o uso de óculos eu sequer conseguia voltar sozinho para casa. Dá para imaginar? Não, não dá, se você nunca foi míope em alto grau não dá.

Mas voltemos ao tema de abertura deste relato: logo ao entrar no consultório uma surpresa agradável. Um aparelho tocava música instrumental suave. Envolto pelo clima relaxante encaixei a cabeça no aparelho que faria as descargas de laser no olho; o médico aplicou-me um colírio anestésico e fixou meu rosto entre duas hastes de metal com uma espécie de fita. Em seguida, mandou que começasse a respirar lentamente, concentrando-me no ir e vir do ar. Isso, disse, ajudaria a relaxar. A cabeça não pode, não deve se mexer.

http://www.google.com.br/imgres?q=tango&hl=pt-BR&safe
Concentrei-me naquele exercício respiratório, mas era difícil desligar-me dos procedimentos do médico. Explico: para que o olho fique aberto e a operação não se transforme num desastre - é raio laser, lembra? - é preciso outro gesto técnico: afixar ao olho um aparelhinho rígido, que impede as pálpebras de se fecharem. Em ato reflexo eu tentava fechar o olho, que se derramava num dilúvio lacrimal.  Mas a música continuava. Voltei minha atenção para os acordes e o aparelhinho foi afinal afixado. 

A máquina de laser foi ligada e vi uma intensa, intensamente suave chuva de pontinhos vermelhos. Essa, digo, não é a minha cor favorita. Bem pouco reconfortante, concorda? Mas, era o vermelho ou nada de visão nova. Enfim, passado esse pequeno ritual, o médico começou a fazer o que vou chamar de "disparos". Eram ruídos bem baixinhos, delicados, pianíssimos ruídos que me alegravam a ansiedade de voltar a ver o mundo como ele é.

Faziam assim, esses ruídos: pá!, pá!, pá!, certeiros, firmes, diretos. Cada um, creio eu, atacando , aqueles grânulos que insistiam em me reduzir a visão
- como faria Flash Gordon, esse meu grande amigo de infância, lembrança que eu julgava desbotada. Já pensou, uma batalha interplanetária em seu olho? Incrível, não? 

Mas é possível sim, ter um mundo no olhar. E isso eu tenho: meu olho, veja só, era um mundo disputado pela luz e pela sombra. E defendido por Flash Gordon, imbatível camarada meu, parceiro de muitas aventuras. 

E Flash Gordon venceu. Agora, quando redijo este coranto luminoso, o olho e o olhar já se sentem bem melhor.

Para encerrar, a música continuava ao fundo. Agora era um tango, a cadência amada de Gardel. O CD tocava "Tango para Tereza". Se você conhece, sabe do que estou falando. A síncope, a melodia, a força desse tango são enlevantes. Enfim: para completar minha exultação, estava ali, bem ao lado, uma Tereza, a minha Terezinha, Minha Mulher, minha Tereza, que esperava docemente o resultado daquela batalha vitoriosa. Que bom. E, não tenho dúvida: foi esse o nosso tango mais belo.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Recebo e divulgo

Alcoolismo

Neste 8 de janeiro compartilho a informação de que há 22 anos, nesta data, eu começava a escrever "Abelardo, o alcoólatra", livro que está disponibilizado na rede e que pode ser lido e/ou transferido através do link http://www.rnsites.com.br/abelardo.pdf . O livro teve uma edição impressa em 1990, que está esgotada e teve lançamento em 17.07.1990.
Sds.

Walter Medeiros