O lançamento do filme Homem Aranha III parece haver se tornado em matéria de alta relevância para alguns dos jornais nacionais de referência. Claro, o assunto não é manchete. Pudera. Mas, seja em papel ou em versão impressa, a aventura do jovem que tem supostos poderes aracnídeos e enfrenta vilões terríveis e absolutamente inacreditáveis, está atraindo a atenção de jornalistas, como se o mundo não tivesse mais no que pensar.
Campanha publicitária disfarçada de notícia ou não, o certo é que o Homem Aranha está atraindo as atenções e ajudando nos mecanismos escapistas do, aí sim, perigoso cotidiano.
Agora, o herói perde sua tradicional roupa com as cores da bandeira americana e de repente está vestido com um colant totalmente negro, torna-se arrogante e adorador de seu próprio ego.
Soturno em sua indumentária de trevas, o personagem como que busca expressar seu lado desconhecido - traz, para o contexto da narrativa, uma fugaz, superficialíssima questão existencial, o drama de ser, intimamente, algo híbrido, deformado: uma aranha, para nós, símbolo do perigo, silencioso e pérfido. Mas que, ao mesmo tempo, luta, maniqueisticamente, "ao lado do bem".
Vivemos um tempo de fabulações do horror, da simulação e da dissimulação. O cinema, que sempre viveu de codificar as ilusões, davaneios e, também, crítica do homem a respeito de sua condição existencial, está atualmente passando por um período de total falsificação de suas histórias, com o uso abusivo de efeitos especiais.
Infelizmente, na vida, não dá, para, num toque de teclado de computador, fazer as coisas virarem boas e, no fim, tudo dar certo. No mais, é lamentar que os jornais estejam perdendo tempo com esse tipo de coisa.
"Não é justo alguém ter o direito de ter uma empresa de aviação e outro não ter o direito de comer um pão." /////// JAMAIS IDE A UM LUGAR GRANDE DEMAIS. A UM LUGAR AONDE NÃO TENHAIS CORAGEM DA IMENSIDÃO - EMANOEL BARRETO - NATAL/RN
sexta-feira, 4 de maio de 2007
quinta-feira, 3 de maio de 2007
Viver bem
Quando a manhã surge,
com as suas mãos rosadas,
é sinal que a vida desperta num brilho de cristal,
o cristal do orvalho da noite que passou.
Assim deve ser a vida:
suave, delicado presente
que recebemos todos os dias.
Vamos viver bem esse presente.
Mesmo que depois ele mostre seus perigos.
Viver bem é responder
com o gesto do abraço
ao grito que nos ameaça;
é transformar em canção
o grito que muitas vezes
está ardendo dentro de você.
Viver bem é dizer sim
a quem só recebeu da vida
o desprezo e o não.
Viver bem é dar atenção
ao olhar inocente da criança.
É ajudar. É unir.
É seguir em frente,
mesmo quando tudo
diz que chegou a hora de desistir.
Viver bem é olhar para si mesmo
e sentir que um sorriso diz mais que mil palavras.
É saber que há pedras no caminho.
Mas, apesar das pedras,
o caminho chama e aí você diz: eu vou.
Viver bem é acreditar,
é descobrir o mar
e os barcos que nele habitam.
É estar de mãos dadas com a simplicidade.
Viver bem é um desafio,
um mistério, um encontro.
É caminhar no escuro,
mesmo sentindo o medo arranhar seus pés.
É acreditar no Maravilhoso
e entender a magia
dos momentos,
de todos os momentos,
desse grande momento que se chama Vida.
com as suas mãos rosadas,
é sinal que a vida desperta num brilho de cristal,
o cristal do orvalho da noite que passou.
Assim deve ser a vida:
suave, delicado presente
que recebemos todos os dias.
Vamos viver bem esse presente.
Mesmo que depois ele mostre seus perigos.
Viver bem é responder
com o gesto do abraço
ao grito que nos ameaça;
é transformar em canção
o grito que muitas vezes
está ardendo dentro de você.
Viver bem é dizer sim
a quem só recebeu da vida
o desprezo e o não.
Viver bem é dar atenção
ao olhar inocente da criança.
É ajudar. É unir.
É seguir em frente,
mesmo quando tudo
diz que chegou a hora de desistir.
Viver bem é olhar para si mesmo
e sentir que um sorriso diz mais que mil palavras.
É saber que há pedras no caminho.
Mas, apesar das pedras,
o caminho chama e aí você diz: eu vou.
Viver bem é acreditar,
é descobrir o mar
e os barcos que nele habitam.
É estar de mãos dadas com a simplicidade.
Viver bem é um desafio,
um mistério, um encontro.
É caminhar no escuro,
mesmo sentindo o medo arranhar seus pés.
É acreditar no Maravilhoso
e entender a magia
dos momentos,
de todos os momentos,
desse grande momento que se chama Vida.
quarta-feira, 2 de maio de 2007
Ontem, deu-se ao povo pão e circo
Ontem deu-se ao povo pão e circo; hoje, dá-se ao povo, nada. E cada um segue em meio ao caudal de problemas bem seus, porque de todos: a vontade de ver o filho numa boa escola; o aluguel que atemoriza o salário no fim do mês; o crime gritanto na boca de todas as manchetes; a mentira tatuada na boca do político.
A alegria do brasileiro vive, nas cores da TV, esse mundo paralelo onde tudo se resolve no capítulo final da telenovela. A tristeza desse povo se espalha como enchente nas calçadas e encharca de incertezas o dia de amanhã.
Os jornais estão cheios de medos e as notícias são como anúncios que vendem tragédias. O sofrimento inflacionou o mercado da dor e já não há mais lugar para tanta desolação.
É triste.
A alegria do brasileiro vive, nas cores da TV, esse mundo paralelo onde tudo se resolve no capítulo final da telenovela. A tristeza desse povo se espalha como enchente nas calçadas e encharca de incertezas o dia de amanhã.
Os jornais estão cheios de medos e as notícias são como anúncios que vendem tragédias. O sofrimento inflacionou o mercado da dor e já não há mais lugar para tanta desolação.
É triste.
terça-feira, 1 de maio de 2007
Trabalhador, hoje é teu dia. É mesmo?
Trabalhador, hoje é teu dia.
É mesmo?
Hoje, serás honrado, e teus esforços para contribuir para com o PIB serão celebrados.
Teu salário mínimo será minimizado, esquecido, encolhido, para dar lugar às laudações ao lucro que dás, com tua operosidade, aos cofres de quem te paga.
Trabalhador, hoje é teu dia.
É mesmo?
Hoje, tribunos esquecerão os tributos diretos ou indiretos que pagas, somente para dizer como és importante, mola mestra da economia e da produção. E não é mentira. Mas, mentirosas serão as homenagens, salamaleques e reverências.
Trabalhador, hoje é teu dia.
É mesmo?
Não, acho que não. Teu dia é o suor, o cansaço, o salário pouco, a desgraça do pé na lama, a fila do SUS, o filho doente, a dívida atrasada, o coração tropeçando, a manchete mostrando a vitória dos curruptos. Amanhã, trabalhador, sem festa, nem foguetes, aí sim, será teu dia.
É mesmo?
Hoje, serás honrado, e teus esforços para contribuir para com o PIB serão celebrados.
Teu salário mínimo será minimizado, esquecido, encolhido, para dar lugar às laudações ao lucro que dás, com tua operosidade, aos cofres de quem te paga.
Trabalhador, hoje é teu dia.
É mesmo?
Hoje, tribunos esquecerão os tributos diretos ou indiretos que pagas, somente para dizer como és importante, mola mestra da economia e da produção. E não é mentira. Mas, mentirosas serão as homenagens, salamaleques e reverências.
Trabalhador, hoje é teu dia.
É mesmo?
Não, acho que não. Teu dia é o suor, o cansaço, o salário pouco, a desgraça do pé na lama, a fila do SUS, o filho doente, a dívida atrasada, o coração tropeçando, a manchete mostrando a vitória dos curruptos. Amanhã, trabalhador, sem festa, nem foguetes, aí sim, será teu dia.
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