quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2: agora o Capitão Nascimento bate em político ladrão
Emanoel Barreto

O senso comum aplaude e vibra com as ações violentas do Capitão Nascimento contra bandidos e quejandos. Os "quejandos" aqui serão os políticos corruptos a serem por ele atacados nas telas do Brasil inteiro, em Tropa de Elite 2. O personagem é um ente simbólico autênticamente brasileiro, superando em muito seus similares estrangeiros.

Isso prova que é possível fazer bons filmes nacionais, especialmente se focados na nossa realidade. Mas o que abordo não é a questão da nossa produção no setor, mas o Capitão Nascimento como uma espécie de avatar do que sente o brasileiro em relação aos criminosos. Ele personifica a indignação frente à ação desenvolta dos bandidos, a crueldade destes, a agressão às pessoas indefesas, o crime como meio de vida.

O segundo filme está também baseado no princípio de ação/reação. Ação dos criminosos, reação da polícia. Então, vem aí a catarse, o soco no ar, a alegria rude despertada nas salas de cinema a cada gesto e ato do personagem em sua luta contra o crime.

Abaixo, um texto que li na Folha e compartilho:

Corajoso, "Tropa de Elite 2" traz tudo aquilo e mais um pouco



IVAN FINOTTI
EM PAULÍNIA


Um filme corajoso, com uma história mais violenta e mais complexa. Eis um possível resumo de "Tropa de Elite 2", a continuação da luta do Capitão Nascimento por um Rio de Janeiro livre do tráfico de drogas.

A pré-estreia aconteceu nesta terça-feira à noite, em Paulínia, cidade vizinha a Campinas, para uma plateia formada pela equipe e elenco do filme, distribuidores, patrocinadores, políticos locais, gente do cinema em geral, jornalistas e críticos vindos de todo o Brasil.

Aplaudido várias vezes durante a exibição -- especialmente quando o Capitão Nascimento surra sem dó nem piedade um deputado safado --, "Tropa de Elite 2" é corajoso por não repetir a fórmula do filme anterior.

Em vez disso, o diretor José Padilha foi além. Estão lá as pancadarias, os tapas na cara, o saco de plástico para sufocar o traficante. Estão lá o Capitão "Rambo" Nascimento, as traições, a corrupção. Mas tudo corta mais fundo nesta continuação: políticos se unem aos policiais corruptos numa constante luta para se dar bem.

Em um prólogo que se passa quatro anos antes de agora (mas, mesmo assim, depois do filme original), acompanhamos a saída de Nascimento da chefia do Bope.

Chegamos então aos dias de agora, quando o herói é subsecretário de segurança pública do Rio de Janeiro. Está separado da mulher e seu filho é um adolescente. Entre seus adversários, está um deputado do bem, defensor dos direitos humanos, mas que não entende a linguagem da violência das ruas.

Na secretaria, Nascimento parece ganhar a guerra contra as drogas, mas não percebe que policiais do mal tomam o lugar dos traficantes nas favelas e passam a controlar os locais, aterrorizando os moradores. São as milícias, e essa é a nova luta do ex-capitão.


Será que ele vai vencer mais essa? Isso você não vai saber aqui, mas sim a partir desta sexta-feira nos cinemas.



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