Já falei aqui a respeito disso: da necessidade de obtenção dessa espécie de troféu, que chega temporão e, a meu ver, tristonho como um entardecer de inverno.
Na verdade o jogador, se chegar a fazer o milésimo gol, não estará comemorando, mas, tão-somente, cumprindo uma espécie de capricho de última hora - que não chega no apogeu da carreira, do prestígio, da glória.
Caso não consiga o, digamos, feito, vai esperar uma nova partida, para tentar novamente. O que seria consagração passa a ser ansiedade, angústia, terror, necessidade de alcançar algo que deveria ter sido atingido há já muito tempo e no tempo certo.
Se demorar mais, será patético. De qualquer forma, há algo de algo de bisonho e rasteiro: a busca do tempo perdido, da glória que não volta mais.