sábado, 29 de outubro de 2016

Leia aqui o que mudou na vida do trabalhador



Lei de reforma da Previdência

Art. 1° Todo trabalhador brasileiro terá direito a aposentadoria.

Art. 2º A aposentadoria, entretanto, somente será concedida a quem tenha pelo menos cem anos de idade e duzentos de contribuição e manifeste sincera intenção de morrer o mais breve possível.

Art. 3º Se a sincera intenção de morrer não for percebida pelos peritos quando do pedido de aposentadoria o requerente será punido com mais quarenta anos de atividade laboral.

Art. 4° Após esse período o trabalhador será aposentado compulsoriamente.
             Parágrafo único: Ser-lhe-á, todavia, nomeado tutor que o eliminará tão logo perceba intenções de continuar a viver por muitos anos, visando desfrutar de sua grande aposentadoria.

Art. 5° Trabalhadores com menos de cem anos de idade poderão aposentar-se em caráter excepcional, desde que e se cumprirem os seguintes requisitos, todos ao mesmo tempo: estar cego; encontrar-se paralítico; tenha perda completa de voz; apresente total ausência de audição e esteja respirando com a ajuda de aparelhos.

Art. 6º Caso o trabalhador tenha milagrosa recuperação de qualquer um dos males que o afligem deverá voltar imediatamente à ativa.

Art. 6º Voltando à ativa o trabalhador deverá devolver todo o dinheiro que ganhou indevidamente quando do período de inatividade.

Art. 7º O trabalhador ao aposentar-se e manifestar a supramencionada sincera intenção de morrer o mais breve possível terá direito de comprar um revólver calibre 38 com financiamento a juros baixos, a fim de suicidar-se.

Art. 8º Caso não tenha condições de adquirir uma arma o Estado providenciará financiamento a juros baixos. Após sua morte a família ficará encarregada de pagar a conta da arma adquirida.

Art. 8º Caso o trabalhador comprove judicialmente que não tem quaisquer condições para compra da arma poderá dirigir-se ao Setor Nacional de Providência de Armas onde lhe será facultado o uso de revólver calibre 38 a fim de que se suicide. 

Art. 9º O aposentado terá as seguintes regalias:
A)  Poderá respirar cem vezes por dia;
B)  Poderá caminhar o quanto quiser desde que esteja dentro de casa;
C)  Se estiver na rua somente poderá dar duzentos passos;
D) Terá direito a uma refeição por dia;
E)  Poderá beber até dois copos de água diariamente;
F)  Poderá ler esta lei quantas vezes quiser.

Art. 10 Aquele que não quiser aposentar-se será severamente punido – até mesmo com pena de morte – pois a aposentadoria é uma conquista e um direito de todo trabalhador brasileiro. 

Art. 11 Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogando-se todas as disposições em contrário.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A desonestidade como valor ou a ética da esperteza

Os crimes de quem 
tem poder

O jornalista norte-americano James Reston traz em seu currículo a publicação do livro Artilharia da Imprensa. O título é suficientemente elucidativo e indica exatamente o potencial do jornalismo em agir como elemento de impacto, funcionando seu noticiário como petardos simbólicos. 
Imagem: http://blogdojuca.uol.com.br/2014/01/cartolagembandidagem/

Pois é exatamente esse canhoneio que está fazendo surgir o agendamento de que este país não tem jeito. Ou seja: o construto da convicção de que nossos líderes são todos uma massa de corruptos, uma malta de facínoras que tem por único objetivo o uso patrimonialista do Estado, a manipulação desse ser coletivo chamado de povo, e, claro, o enriquecimento de si e de seus apaniguados. 

Não devemos assumir a roupagem do pessimismo como coisa absoluta, como o "não tem jeito", mas também é necessário que a imprensa mantenha a vigilância.

Mas a ação jornalística – que tem lá seus interesses em expor a corrupção de forma hiperbólica, acusando mais a uns que a outros – tem razão ao anunciar que vivemos uma grave crise moral. E que, sim, nossos líderes devem ser no mínimo bastante vigiados pela sociedade civil, evitando-se ao mesmo tempo a consolidação da ideia de que somos um país sem solução.

 Na verdade, os usos e costumes dos bandidos encastoados no poder – qualquer que seja essa manifestação de poder, estatal ou iniciativa privada – sempre foram, desde os inícios desta nação, algo bastante enraizado, forte, firme, essencializado. 

A corrupção, a esperteza, o lucro fácil, a vantagem tirada do cargo público, tudo isso tem-se imbricado a uma certa escala de valores, chegando-se ao ponto de haver o elogio à malandragem, a louvação da safadeza, as clarinadas que louvam o descaramento.

Eu, você, todos conhecemos tipos de se utilizam da corrupção em qualquer nível: desvio de material da repartição, uso de viaturas oficiais nos fins de semana, matreirices que vão desde o mais anônimo contínuo ao mais graduado empreiteiro ou diretor de repartição

Os líderes políticos são diariamente expostos pelos jornais como literalmente maus elementos, o que contraria seus discursos de salvadores da pátria, homens dignos e justos. Suas ações esvaem os discursos de campanha.

Valho-me de Ruy Barbosa quando alardeava que chegaria o tempo em que o homem teria vergonha de ser honesto tal o consenso existente a favor da ladroagem. E esse tempo já houvera chegado. Tanto que o tribuno já o recriminava no século 19. 

As raízes desse mal se aprofundaram, e hoje as temos alastradas e sofisticadas. São grandes as forças dos criminosos do poder. Espero que a sociedade, pela sua parcela que defende a dignidade, se organize e os saiba punir. 

Mas, sinceramente, não sei, não sei, não sei...

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

A história do Pobre que virou zumbi



Ele só queria um atestado de óbito; mas acabou na cadeia


Era uma vez Pobre. Pobre era um sem-teto, sem-tudo, sem-nada; sem lenço e principalmente sem documento. E, esse, foi seu grande erro: não ter documentos. Mas, também, pra quê? Ninguém sabia mesmo quem ele era...


E assim foi que certa noite, deitado ao lado de amigos, sentindo o cheiro forte da cachaça de Marimba, velho companheiro de dias de fome, noites de frio, relento e abandono, Pobre morreu. Simplesmente, morreu. Esquecido e anônimo, Pobre foi recolhido como indigente e despejado numa vala. Sem nome, sem choro, nem vela.
Chegando ao Outro Mundo encaminhou-se ao Departamento de Recepção onde uma simpática velhinha o recebeu. 

Ela deu-lhe boas-vindas, garantiu que ali finalmente ele seria feliz e disse para se encaminhar ao Setor de Cadastro. Pobre obedeceu, cabisbaixo e calado como sempre. Lá chegando o funcionário, um tipo grandão, olhar de desagrado, pediu:"Documento." O problema é que pobre, lembra?, não tinha documento.

O homem insistiu:"Documento."
Pobre então respondeu: "Tenho não. Que documento o senhor quer?"

O outro disse: "Certidão de óbito. Sem isso, nem vem que não entra."

Pobre quis saber se poderia conseguir algo, um registro provisório, alguma coisa assim. A resposta foi "não. Aqui é a eternidade, sabia? Aqui é tudo para sempre ou nunca mais. Não tem meio termo, nada é provisório."

Pobre perguntou então o que deveria fazer. Era muito simples, disse o homem: "Você volta e, lá no mundo, você consegue o atestado de óbito. Vá logo, que a eternidade não espera por ninguém."

Pobre fez um esforço enorme para sair da cova rasa e, quando conseguiu chegar à superfície, estava em meio a um temporal. Calado, acostumado a privações, sofrido e abatido, encaminhou-se a uma rua deserta e ali passou a noite, deitado sob uma marquise. Dia seguinte saiu perambulando pela cidade, à procura de uma certidão de óbito.

Foi primeiro a uma repartição pública onde eram atendidos mendigos e explicou sua situação. Disse que tinha morrido, estava com pressa para ir para o Outro Mundo, mas os funcionários disseram que, mesmo entendendo sua situação, nada podiam fazer. 

Não dava para atender quem já tinha morrido. Gente morta era com o pessoal da Intendência, que cuidava de enterrar desvalidos. Sentiam muito. Pobre foi até um Departamento qualquer da Intendência, e nada; também ali não atendiam os mortos. Pobre saiu caminhando, caminhando, até chegar a outra repartição. Ali, causou sensação. 

Uma funcionária, toda apressadinha, anunciou aos colegas que ali estava um morto legítimo, já pensou? Juntou gente, formou-se confusão. Um vereador que ia passando manifestou-se sensibilizado e disse que faria um pronunciamento na Câmara, em favor dos mortos sem documento. O pessoal de uma ONG se propôs a fazer uma manifestação de protesto, pois os mortos também têm direitos e não podem ficar por aí, largados. O alarido era enorme, até que uma radiopatrulha que passava, parou. 

Os soldados queriam saber o que se passava e logo chegaram até Pobre, que já estava desesperado e queria fugir, pois o vereador já conclamava a multidão a uma passeata reivindicatória e gritava: "Os mortos/Unidos/Jamais serão vencidos!" Pobre entrou em pânico e dizia: "Eu só quero meu atestado de óbito." Mas, de nada adiantava. As pessoas só queriam saber "como era o Outro Mundo e como ele havia voltado." 

O sargento que comandava a radiopatrulha, vendo que se tratava de um morto e, pior, de um morto desordeiro, resolveu prendê-lo. Mas foi advertido pelo pessoal da ONG de que Pobre não estava promovendo o tumulto, era vítima dele. Assim, não poderia ser preso. Se fosse em cana, tome protesto. Nisso, o sargento teve uma ideia, a solução para prender Pobre e acabar com a confusão. E disse: "O senhor está preso."Mas como?, quis saber o vereador. Este morto não fez nada. Morrer é crime?" 

O sargento insistiu: "Morrer, pode. Morrer não é crime. Morrer no Brasil é até um direito. Todo pobre tem o direito de morrer o mais rápido possível. Mas zumbi no Brasil é proibido de acordo com a lei número 9989-00000.9987655--876534444. Zumbi só é permitido no Haiti. O senhor é um zumbi, está dando alteração, está fora da lei. Portanto, está preso."
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Foto: https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTJ20AkcDffPNHZYDE9T3GD0NBqNc14d3IHhWfwaUM1ch0R2TmPig


terça-feira, 25 de outubro de 2016

Voltarei a escrever nesta quarta.
                                Emanoel Barreto

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Milícia, bandidos e políticos bebem da mesma sopa



Tá dominado, tá tudo dominado
Acabo de ler no UOL matéria sob o título Milícias SA – Em permanente mutação, milicianos estendem seus negócios do narcotráfico até as eleições. A matéria pode ser encontrada no endereço http://tab.uol.com.br/milicias/#tematico-1 .

Além de ser jornalismo denso - seja pela qualidade seja quantidade de informações -, o texto de Rodrigo Bertolotto é também um ato de coragem. Creio que o profissional assumiu literalmente o risco de ser alvo de algum tipo de atentado. 

Trata-se de poderosa denúncia sob o formato de reportagem. E apresenta de maneira clara e firme como o crime organizado no Rio chegou ao ponto de reunir na mesma cumbuca bandidos e policiais corruptos. E políticos, é obvio. 

Mostra também como tais atividades estão se espalhando pelo país. 

O texto chega a mencionar o ex-deputado Eduardo Cunha como claramente beneficiário eleitoral de milicianos quando de sua última eleição. 

Recomendo a leitura. Ao longo da matéria você vai penetrando no mundo cediço, cruel e safado do crime organizado e tem uma sensação do quanto é corrupta e lamentável a classe política brasileira. É tudo muito sujo.

O assunto – creio que você se lembra –, é abordado na segunda parte do filme Tropa de Elite, quando o personagem capitão Nascimento descobre a podridão da política enviesada com a milícia. 

Devemos ter consciência do quanto nosso país padece com a corrupção. Precisamos também estar atentos, lamentar e repudiar o quanto a corrupção, em suas diversas formas, manifesta-se no nosso cotidiano. 

Tudo começa com as nossas licenças: tornou-se comum, até mesmo natural, o rapagão de dezoito anos estacionar carro em vaga de idoso, funcionário público se apoderar de resmas de papel para uso pessoal, servidor de posto de saúde pegar remédios para si ou até mesmo para vender. Só para dar alguns exemplos. 

Desses exemplos chegamos aos plenários legislativos, aos conchavos de elaição, aos gabinetes de grandes empresas. Sem que vejamos perspectivas de real mudança. 

O texto de Bertolotto diz: “Os traficantes erguem os fuzis e lançam ameaça em vídeo do YouTube: ‘Olha como nóis tá pesadão. Pode subir o escadão que não passa nada’. A resposta veio só em áudio: ‘O bagulho é nosso, seus comédias. Aqui é tudo milícia’. O confronto no Morro do Jordão, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, durou um ano de tiros e mortes. Terminou após um acordo de anexação: a milícia vendeu seu território ao CV, o Comando Vermelho, por R$ 3 milhões. Passou-se o ponto.”

Na política há muitos anos os pontos são passados: seja do papai para o filhote que ganha mandato na próxima eleição, seja na nomeação de apaniguados para cargos de largos salários. Tudo tem troco, tem comissão, tem ajuste e ajuda mútua. 

O Brasil dá medo. Desde o bandido que pode assaltar no ponto do ônibus até o bandido que está sentado no conforto do Congresso. Tá dominado, tá tudo dominado. 
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Foto encontrada no endereço:  https://www.google.com.br/search?q=bandido+armado+rio&client=firefox-b&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwiente_zfPPAhXEkpAKHffiB64Q_AUICCgB&biw=1920&bih=922#imgdii=oP27gannmDgroM%3A%3BoP27gannmDgroM%3A%3BiQjZEbKb1600LM%3A&imgrc=oP27gannmDgroM%3A

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ZOORÓSCOPO  
CARRAPATOquem nasce nessa casa zooastral tem incontrolável tendência a explorar os demais, ganhar tudo na manha, meter-se em qualquer coisa que dê dinheiro ou lucro. Para os próximos tempos tem garantida previsão de bons ventos e céu de brigadeiro para altos voos. Casando com nascidos em Jararaca formará casal imbatível. Tais espécimes são facilmente encontráveis em Brasília. Se você nasceu em burro tenha certeza que vai trabalhar até morrer para quem for de carrapato. Não se meta com carrapatianos. São profissionais.