sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

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Grace Kelly
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Medos grandes, medos nossos, elegantes e sinceramente medos
Emanoel Barreto

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As festas de fim de ano no fundo são uma espécie de cerimônia de adeus, adeus aos aos nossos medos; uma tentativa feita de champanhe para vê-los entrar em sua nave louca e saír sem rumo, talvez aproando um horizonte invisível, quem sabe aportando alguma praia que não existe e ali, encantados com alguma atlântida tão feroz e possessiva quanto eles, se perdendo para sempre - deixando-nos libertos e abrindo espaços em nossa alma para que dela, e nela, se aconcheguem sentimentos delicados, coisas amáveis, momentos - como já não se usa mais dizer - fagueiros.

E então gritamos: aos nossos medos, adeus. Adeus àqueles mais reais, íntimos, intocáveis, secretos e sutis - belos medos, elegantemente guardados em escrínio de prata; medos aqueles que terminam por ser profundos companheiros nossos tão regularmente nos acompanham, tão propriedade insana e ferina fizeram de nossas vidas.

Daí porque os votos de felicidades; não felicidade, felicidades. Felicidades, esse espelho partido em mil milhões de fragmentos, pedacinhos do grande fetiche vida. E por que desejamos felicidades? Porque no imenso e fragoroso território que somos e que habitamos sabemos que os medos vão e voltam. Porque o alicerce do medo é a incerteza. E eles voltam logo depois de caído o pano do teatro festivo e ficamos anualmente sabendo que continua tudo igual. As piores ameaças são aquelas a quem mais dedicamos carinho, pois são coisa de propriedade nossa.

Bom,  é isso, é somente isso: felicidades, muitas felicidades.., repita comigo...: felicidades, muitas felicidades...

 Deu no Estadão:

Morre Geraldine Doyle, modelo de pôster pop da 2ª Guerra Mundial

Trabalhadora serviu de inspiração para o cartaz 'We can do it', um dos grandes ícones feministas da época


Efe
WASHINGTON - Morreu em Michigan, aos 84 anos, Geraldine Doyle, a mulher que emprestou o rosto a "Rosie, a rebitadora" no famoso pôster da Segunda Guerra Mundial que posteriormente se transformou em um ícone da revolução feminista. Geraldine, que ficara viúva neste ano, morreu no último domingo, informou o asilo em que vivia. 

No pôster "We Can Do It" ("Nós podemos fazer isso", em tradução livre), Geraldine aparece com o cabelo preso em um lenço e o bíceps à mostra para demonstrar que as mulheres também podiam colaborar na guerra.

Geraldine, então com 17 anos, serviu de inspiração para J. Howard Miller, autor do cartaz que posteriormente se tornou um dos grandes ícones da época. A fotografia que inspirou Miller foi tirada no período de duas semanas em que Geraldine trabalhou na metalúrgica de Ann Harbor, em Michigan.

Segundo o jornal The New York Times, a mulher desconhecia a existência do pôster até 1982, quando se reconheceu na imagem publicada em uma revista.
"Rosie, a rebitadora" teve cinco filhos, 18 netos e 25 bisnetos, e seu funeral será na próxima terça-feira.




quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

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Mary Pickford
 Meu encontro com Yasser Arafat; e as mulheres que choravam a seus pés

Ao ler hoje no Estadão que o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, estará presente à posse de Dilma, lembrei-me do dia em que estive frente a frente com o lendário Yasser Arafat, então lider da Organização para a Libertação da Palestina-OLP, hoje ANP. O ano era 1995; dia e mês não lembro. O presidente era Fernando Henrique Cardoso e Arafat estava em Brasília para com ele conferenciar. 
http://electronicintifada.net/v2/article3288.shtml

Pois bem: eu era secretário de Imprensa do prefeito Aldo Tinoco e fora com ele a Brasília. Aldo ia tratar de liberar recursos para o seu bem sucedido projeto de saneamento e drenagem de boa parte da cidade, obra que a história, pelo menos até hoje, jamais fez justiça.

Estávamos no mesmo hotel em que se encontrava o empresário Sami Elali. Então, num desses acasos da vida, nos encontramos com ele no restaurante do hotel e Sami nos convidou para, dia seguinte, comparecermos a um café-da-manhã a ser oferecido a Arafat num outro hotel, homenagem da comunidade árabe.

No outro dia tomamos um taxi e nos dirigimos ao encontro de Sami. Eram mais ou menos sete horas. Percorremos o esplendor monumental de Brasília e quinze minutos depois estávamos hotel onde se daria a homenagem. Ao descer do taxi notamos que faltava algo essencial: um convite, um papel, um bilhete de recomendação, qualquer coisa escrita que garantisse à segurança que éramos bem-vindos. Fôramos convidados pela proverbial elegância e cavalheirismo de Sami, mas disso a segurança de Arafat não sabia. E o ex-guerrilheiro era um dos homens mais bem protegidos do mundo, como é fácil de imaginar.

E agora?, dissemos um para o outro. Olhamos para os lados, nada de Sami. Olhamos mais uma vez, o canto mais limpo: Sami, simplesmente não estava ao alcance da vista. Falha nossa: nem eu nem Aldo havíamos marcado um lugar próximo ao hotel, onde pudéssemos nos encontrar.

A solução foi a seguinte, caminhamos reto em direção ao grande edifício. E sempre que passávamos por alguém eu dizia "salaam aleikum", (a paz esteja convosco), fazíamos uma ligeira reverência e andávamos, passo firme e certo. Havia homens empaletozados por toda parte, nós também, e aqueles que eram grandalhões logo deixavam perceber: eram os seguranças de Arafat. 

A pequena aventura durou no máximo uns cinco minutos, mas parecia que transitávamos pelo mais longo dos dias. Afinal, se houvesse uma abordagem, se fôssemos tidos como suspeitos, se fôssemos revistados e dadas as devidas explicações,  até que Sami fosse localizado... sei não... Bem, afinal chegamos ao hotel. E quem vemos logo no saguão? Sami. Ele já se preparava para nos procurar e manifestou seu alívio com um sorriso deste tamanho.

Pouco depois subimos ao restaurante. Café-da-manhã é expressão pouca para descrever a cena: Gigantesca mesa, recoberta pelas mais finas iguarias da cozinha árabe, esperava os convidados. A decoração mourisca era um espetáculo à parte. A meu lado um empresário árabe convidou-me a experimentar um manjar. Falava português fluentemente.

A conversa seguiu animada; amenidades, diga-se de passagem, pois não seria politicamente conveniente, pelo menos da parte dele, tratar da questão palestina. Em meio aos convivas, largos como as portas de uma imponente mesquita, uns sujeitos trafegavam como sombras monumentais. Então, fez-se silêncio: uma grande fila formou-se a partir da entrada do restaurante: lado a lado, viamos a chegada da lendária figura.

Eu esperava dar de cara com um homenzarrão, alto, parrudo. Qual não foi a minha surpresa quando me deparei com alguém de estatura digamos, comum. E lá vinha Arafat com seu keffiyeh, olhinhos pretos brilhantes, a barba grisalha bem aparada e um sorriso que era como um abraço. A cada um foi apertando a mão ao mesmo tempo em que curvava elegantemente a cabeça. 

Pensava que iria tocar a mão calejada como a de um beduíno, mas ao cumprimentá-lo mais parecia estar trocando respeitos com um fidalgo. Foi um contato mínimo, mas deu para notar a força interna daquele homem ao mesmo tempo em que percebia o fascínio que provocava em seus compatriotas, o respeito, a fidelidade irrestrita que lhe era manifesta.

À época, o atual ministro da Defesa, Nelson Jobim, era ministro da Justiça da FHC e chegara pouco antes de Arafat. Encerrados os cumrimentos, o líder palestino seguiu até o fundo do salão, onde foi recepcionado pelo ministro que lhe deu as boas vindas. Em seguida, Arafat, em árabe agradeceu. Então, sem que ninguém esperasse, irrompeu no salão um momento de dor, uma espécie de pequena, mas intensa e pungente solenidade de angústia, um pedido de socorro e amparo: aos gritos, em árabe, três mulheres, vestidas de xador, percorreram o salão e atiraram-se aos pés daquele pequeno gigante.

Formou-se pequeno tumulto, os seguranças se retesaram, mas não as impediram de falar e tocar a figura icônica do líder. Cabeças baixas, quase tocando os sapatos de Arafat, elas imploravam pela vida de uma jovem, Samia, presa em Israel. Eram, suponho, a mãe e duas irmãs da prisioneira. Mãe, com certeza, uma delas era. Arafat, benévolo, curvou-se e tocou-lhes as mãos. Dava para ouvir a rápida e ininteligível conversa. Pouco depois o pequeno grupo retirou-se em meio a pesado silêncio.

A questão era o seguinte: as mulheres tinham ascendência árabe, mas eram brasileiras; e Samia, a moça aprisionada, mantivera romance com um militante da causa palestina. Adepto de ações violentas ele havia explodido uma Kombi, matando soldados israelenses. Samia acabou sendo envolvida no atentato e passou a ser tida como terrorista. Assim, as mulheres, aproveitando a oportunidade, vinham implorar para que Arafat, em sua conferência com FHC, pedisse pela libertação da jovem.

Que eu me lembre, tempos depois foram atendidas. Mas, voltando ao banquete: quando todos começaram a se servir Aldo virou-se para mim e disse: "Barreto, olhe a cara do ministro". Sim, era preciso ver o semblante quase apavorado de Jobim, por se encontrar ali, naquele imenso salão. Como um raio veio-me a ideia: o ministro deve estar temendo algum atentado a Arafat ou algo assim. Afinal, se nós havíamos passado tão facilmente pela segurança, imagine alguém com intenções, digamos, beligerantes e capacitado a atos de guerra, o que não poderia fazer.

Entendi rapidamente o que ele queria dizer, acabei de tomar o meu café, disse salaam aleikum ao empresário, que ainda estava a meu lado, e saímos de lá mais que depressa...

À tarde, conversando sobre o episódio com um jornalista, correspondente em Brasília, ele contou-me o seguinte: "Barreto, fizeram bem em sair. Sabe porquê? O pessoal da segurança, aqui, aqui anda meio apavorado com essa história de atentado: imagine você que de manhã fui acordado por um barulho estranho do lado de fora do meu apartamento. Um barulho de motor. Quando puxei a cortina da janela do meu quarto no hotel, um helicóptero de guerra estava lá, pairando, e os caras, de metralhadora em punho, olhando para mim..."

Deputado ogro defende uso de cama de motel só pra pegar um soninho

O futuro ministro do Turismo, Pedro Novais, que também me parece ser um ogro, igual ao deputado do Castelo - aquele, que queria que a Câmara pagassse sua estada em um motel -, saiu-se com essa, segundo a Folha: "Dormir em motel nem sempre significa que estão fazendo amor."
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://lh3.ggpht.com

Ao ler isso estou convicto: sim, sim, é um ogro; trata-se, efetivamente, de um ogro incurável. E pior: hipócrita.

Leia a matéria:

Dormir em motel não é fazer amor, diz deputado

Fala foi sobre uso de cota por novo ministro

DE BRASÍLIA


Ao comentar o uso de cota parlamentar pelo futuro ministro do Turismo, Pedro Novais (PMDB-MA), para pagar despesas de um motel, o novo ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio (PT-RJ), disse, em entrevista ao portal iG, que "dormir num motel nem sempre significa que estão fazendo amor".


Questionado pela Folha, Luiz Sérgio explicou que a afirmação foi feita em tom de brincadeira, ao contar que, em muitos motéis na região de Volta Redonda (RJ) o grande movimento é de vendedores e caminhoneiros.


Ele classificou ainda o episódio de superado e disse que a comissão da Câmara que analisa as notas fiscais apresentadas pelos deputados precisa ter mais cuidado.
"Ele [Pedro Novais] reconheceu que houve um erro e o reparou, devolvendo o dinheiro", disse.


Na sua prestação de contas de junho, Novais apresentou nota de R$ 2.156 para pagar despesas de um motel em São Luís, no Maranhão. As notas já foram retiradas do site da Câmara.


O deputado informou que a nota foi incluída na prestação de contas por "erro" de sua assessoria.


"É mentira, nunca estive no estabelecimento. A acusação leviana tenta atingir minha moral e a firmeza de minha vida familiar", disse.


PS: o que o ogro não explica é como essa conta foi parar em meio às suas despesas. Pode ir a motel? Pode; o que não dá é pagar com o dinheiro do contribuinte.

Réveillon Insônia Bar 2010/2011: venha abrir o Ano Novo conosco

Reservas de mesa: 9609-9201/9990-9451
 
Cardápio de mesa para 4 pessoas - R$ 120,00

Pães e antepastos
1 Tábua de Frios
1 Tábua de Rosbife
1 Camarão Aperitivo
2 Filet Aperitivo
Caldo
1 vinho tinto
8 latas de cerveja Skol
1 Champagne para o momento da virada

Cardápio de mesa para 6 pessoas - R$ 160,00

Pães e antepastos
1 Tábua de Frios
1 Tábua de Rosbife
2 Camarões Aperitivo
3 Filet Aperitivo
Caldo
1 vinho tinto
12 latas de cerveja Skol
2 Champagnes para o momento da virada
 
Para mesas com crianças há possibilidade 
de servir hotdog e refrigerantes 
mediante substituição de produtos 
do pacote, com acerto prévio.
O ogro de volta ao castelo ou no Congresso há sempre lugar para um arroto

Está na Folha: O governador reeleito Antonio Anastasia (PSDB-MG) colocará à frente das 22 secretarias do governo de Minas 14 pessoas com vinculações partidárias. Entre elas estão dez deputados estaduais e federais, o que abriu vaga para o deputado do castelo, Edmar Moreira (PR), seguir no Congresso.

(Foto: Leonardo Costa/D.A Press/Agência O Globo)


O que muitas vezes é chamado de jogo político no Brasil transformou-se, perversa e enraizadamente, em jogatina praticada no saloon do Congresso. O deputado do castelo é uma dessas figuras expressivas,cabais, execráveis; pessoa icônica do que seja corrupção à brasileira. Aqui, mandatos são como cartas na manga: os olhos frios do blefador em gesto sem pudor, atirando à mesa do bacará político seu ás malfazejo. Mandatos usados no momento preciso, quando os atos de indecência exigem mestria de compositor minimalista e precisão de corte cirúrgico, manobra de corredor de racha e arrojo de bandido que faz arrastão em condomínio de luxo sem temer que a polícia chegue a qualquer momento.

No caso, a garantia de poleiro ao deputado do castelo é manifestação prática, grosseira e mal-intencionada do governador reeleito de Minas; pois somente alguém mal-intencionado dá cobertura e sombra a um corrupto. O corrupto é o pior dos bandidos. Há sangue e dor nas suas mãos; mãos que se apossaram dos dinheiros públicos para uso privado, privando de verbas aquele posto de saúde que não funciona, o hospital que deixa de fazer a cirurgia porque inexiste material, a viatura policial que não pôde acorrer em defesa da vítima por falta de gasolina.

Alguém acha que o deputado do castelo irá praticar agora atos civis dignos de monta, estará penitenciado de seus procedimentos escuros porque fora há meses denunciado na imprensa? Por que a Câmara não o cassou, quando seus comportamentos escusos foram denunciados? Respostas: não, ele não está penitenciado ou regenerado e apto ao convívio político; não foi cassado porque os deputados refugam tanto quanto podem a expulsão de seus pares como um cavalo xucro empaca diante do rio que teme atravessar. Forma-se o conluio e assim se protegem. Para os corruptos não existem rubicões.

E lá vai o deputado do castelo de volta ao cenáculo público, sujo como poleiro de galinha. O ogro volta a seu castelo. E lá dentro nem Deus sabe o que fará nas alcovas fartas - onde se espojará. Nesse Congresso sempre há lugar para um arroto.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Al Caparra, o gangster chic
O Poço
Pablo Neruda

Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,
em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.

Meu amor, o que encontras
em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?

Não acharás, amor,
no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.

Não me temas, não caias
de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.
Radiosa me sorri
se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.

Dá-me amor, me sorri
e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.

Forbidden Images (higher resolution)

Xuxa vaiada no Chile em fevereiro de 2000. Público trocou o refrão ô-ô-ô, da composição Ilariê, por expressão chula. Encontrei o vídeo e compartilho

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Twiggy
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://unitmagazine.com/blog/wp-content/uploads/2009/11
Do Jornal da Tarde:

Silvio Santos aprova novela que fala na ditadura de 64: "Amor e revolução"

Aline Nunes

O autor Tiago Santiago enviou um e-mail a a Silvio Santos explicando que gostaria de levar ao ar ‘Amor e Revolução’, uma trama ambientada na época da Ditadura do Brasil (1964 a 1985). Dez dias depois, Silvio respondeu com um ‘sim.’ Desde então, há 7 meses, Tiago tem estudado o tema. Até agora, já leu 30 livros e escreveu 22 capítulos. A novela, orçada em 30 milhões, terá 180 capítulos e estreia em março. 
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http:  

Mas não é só Tiago Santiago que irá se aprofundar no assunto Ditadura Militar do Brasil. O elenco, nos dias 3 e 4 de janeiro, irá fazer um workshop, nos estúdios do SBT, com convidados como Luiz Carlos Prestes Filho, Fernando Gabeira, Antonio Carlos Fon e Rose Nogueira – que sobreviveram aos anos de chumbo. O novelista e o diretor Reynaldo Boury também participará da discussão. 

E ao contrário das novelas anteriores do SBT, que entravam no ar totalmente gravadas, ‘Amor e Revolução’ será feita gradualmente. Além dos estúdios do SBT, a produção terá externas na Rua Maria Antônia, para mostrar o duelo entre as universidades Mackenzie e USP na época, e cenas na Pinacoteca
e no antigo prédio do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).

Uma marca que deu certo num país que vem dando certo


As armas da República (ao lado) são o símbolo oficial do Brasil, representam seu estatuto de Estado e definem, segundo as normas da heráldica, a personalidade visual do ente nação, sugerindo, a partir daí, a entidade pátria, sentido de pertença, liame cultural fincado na evocação de passado arcaico e heroico, território que alumbra e enternece; lendas, sonhos e grandeza.

Todavia, a simbologia heráldica, sisuda, nada tem do poder atrativo e sedutor de símbolos e ícones encontrados nas peças publicitário-propagandísticas, formuladas segundo estritos cânones comunicacionais de poderoso apelo emotivo. 

As armas da República são institucionais e pétreas; representam o país e a pátria como poder. Sua mensagem é reverencial, quase castrense. Inisinua, portanto, situação assimétrica  entre o estatuído e a cidadania que se rege segundo leis. Resumindo, Estado, país, pátria, nação ali representados devem ser respeitados. 

Por sua vez, a publicidade visual é apelo com charme, magnetismo e cordialidade social que supostamente desarticula a assimetria entre povo e Poder. As armas republicanas são um conjunto sígnico que tem como dado essencial a ordem, o establishment civil, enquanto a publicidade se encaminha à condição de marca e aí contém mensagem de convencimento agregador superpondo-se à noção de Poder contido na formulação heráldica.


O governo Lula foi, possivelmente, o que melhor produziu uma marca. Suficientemente sólida e massificada, legitimou-se como verdadeiro símbolo nacional. Sua formulação é tão perfeita que sugere um grafitti pintado às pressas num muro, um certo traço ingênuo mas produto de estudos de formas e cores que remetem ao imaginário nacional, o que lhe confere credibilidade como se fora autêntica.


Sem querer buscar argumentações teóricas mais aprofundadas, que não seriam cabíveis num texto jornalístico, valho-me de uma citação da Wikipedia a respeito do grafitti para esclarecer minhas observações: Grafite ou grafito (do italiano graffiti, plural de graffito) é o nome dado às inscrições feitas em paredes, desde o Império Romano. Considera-se grafite uma inscrição caligrafada ou um desenho pintado ou gravado sobre um suporte que não é normalmente previsto para esta finalidade.Por muito tempo visto como um assunto irrelevante ou mera contravenção, atualmente o grafite já é considerado como forma de expressão incluída no âmbito das artes visuais, [1] mais especificamente, da street art ou arte urbana - em que o artista aproveita os espaços públicos, criando uma linguagem intencional para interferir na cidade.

Foi isso mesmo o pretendido com a criação da marca do governo Lula: dar a impressão de coisa criada pelo povo com o intuito de, representando o Brasil, ser também ele, povo, igualmente representado. Isso cria um processo de empatia com o olhar brasileiro, tal a competência com que foi criada a marca.

Observe a escritura das letras, suas cores, a formulação ingênua da bandeira nacional na letra "A", idêntica a qualquer uma encontrada em paredes ou muros de qualquer parte do Brasil profundo. Esta é uma marca que deu certo. Se o marketing de Dilma for esperto, deverá conservá-la. Afinal, é marca também de um país que, nos últimos oito anos, vem dando certo. 

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Não sei porquê, mas esses jornais japoneses me parecem meio confusos...
Vamos passear no Bosque?

Ao caminhar hoje à tarde no Bosque dos Namorados quase fui atropelado por carro dirigido por funcionária que lá trabalha. Tomado de surpresa não anotei a placa, mas comuniquei o fato a um soldado que se postava ao lado do grande portão por onde saiu a criatura em seu veículo. Isso ocorreu cerca de 16h40. 

Perguntei e o soldado confirmou que o carro era de funcionária do parque. Dois homens que conversavam com o militar, integrante do batalhão que cuida da preservação do local, ouvindo meu relato disseram: "A gente tava agora mesmo conversando sobre isso", o perigo de atropelamento de pessoas em área que é frequentada por público que vai de crianças a idosos.

A questão é que ali existe estacionamento para carros de servidores do parque, o que propicia, com essa circulação, a possibilidade de acidentes.

Tudo se passou assim: caminhando sem pressa ouvi, inesperadamente e já bem próximo a mim, o ruído de um motor. A mulher que dirigia o automóvel não buzinou nem fez qualquer outra tentativa de chamar a minha atenção.  Os "cuidados" da dita, em área tão frequentada, foram os seguintes: manter o carro a baixa velocidade, seguindo decididamente adiante, com os piscadores ligados. Como não costumo andar com retrovisores, não pude notar a sua presença. Quando percebi, o automóvel estava perigosamente próximo e fui obrigado a dar pequeno salto a fim de não ser atingido. 

Ela sequer olhou para mim e continuou. Alguma autoridade precisa proibir que os funcionários, incluindo os policiais, entrem ali com seus automóveis. Seria aceitável, no máximo, a circulação cuidadosa das viaturas do batalhão.

Do contrário, vai ser sempre perigoso passear no Bosque. Seu Lobo pode vir a qualquer momento.

SHINING scene at the bar - Cena antológica.

o iluminado stephen kind dublado 1980 -

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Pablo Picasso
Imagem: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://static.blogo.it/travelblog/picasso
Secretos e veneráveis estudos sobre o Homus Corruptus

Um amigo, alquimista, filósofo e metafísico, envia-me rascunho de obra que escreve há pelo menos dez anos, onde estuda uma espécie humana que habita o nosso meio há centenas de milhares de anos, nada tem de diverso fisicamente do comum dos mortais, mas cujo comportamento configura sim, garante-me, seu estatuto de espécie,merecedora portanto de estudos pertinazes, pertinentes e acurados. Eis o que se lê:


Caro amigo,
Solene par,

Freakingnews.com
É do vosso conhecimento que há muit'anos tenho destinado meu tempo e minha vida a ingentes esforços voltados ao estudo de espécie humana que a nosso meio habita e cujos procedimentos somente mal têm causado, sem que seja possível expungi-la do social; seja por extermínio puro e simples, o que configuraria genocídio, seja pelo peso da mão do Estado, uma vez que tais seres encontram-se àquele adstritos e sabem como ninguém manipular leis e tratados, juízos e sentenças.
Dedico-me, meu caro, ao estudo do Homus Corruptus, essa perigosa e furtiva espécie humana, trânsfuga da honradez, serva do que seja hediondo, filha primaz da exploração e do escárnio. Assomam o poder e fazem dos demais seus servos e sofredores como se animais de coleira fossem.
Para o desenvolvimento dos meus enérgicos estudos assumi atitude de anacoreta, pois que do mundo preciso me afastar a fim de que não se me perturbem os pensamentos científicos ou sejam afetadas as minhas faculdades que, caso contrário, poderiam acorrer ao chamamento da noite e suas refregas de delícias.

Para tanto, adquri vetusto castelo em paragens distantes desta Terra Brasilis e nele acomodei meu interesse, meu tirocínio e minha decisão de analisar tal criatura. Cerrei as portas de minha cidadela, enchi de água profunda o fosso protetor da fortaleza, assuvi a ponte levadiça e estudo à luz de velas apostas em candelabros que têm algo de monumentalidade, tal o seu tamanho e capacidade lucente. E assim, retirado e preso à mais austera sobriedade, dou-me a meus estudos. O ambiente severo me acicata o trabalho penoso de pensar em tais barbaridades manifestas em humana forma.

Devo dizer que o Homus Corruptus é criatura antiga, surgida em tempos que a escuridão do passado de há muito esconde. Tomei como marco zero, como como figura preliminar e primeva, a pessoa lamentável de Caim, que corrompeu a fraternidade em ganância, aproveitou-se do irmão e o matou. Começou aí, creio eu, mas ainda sem certeza, que meus escrutínios ainda desvenderão, a existência do Homus Corruptos. 
Seus exemplos, os de Caim, foram e são seguidos; a evolução fez espalhar-se em todas as atividades humanas tão impróprios proceimentos. Detalho que tais atos malissimos podem ser encontrados, em especial, nos serviços do Estado desde suas mais essenciais e básicas formulações. Destarte, após Caim, cito outro ser corrupto, esse já então integrado à corrupção na forma como hoje a conhecemos. 
Refiro a indivíduo, coletor de impostos na Roma dos Césares, que se assinava Lucius Rufus Publius Plinius Apius. Para facilitar suas ações e não perder tempo com a assinatura dessse quase quilométrico onomástico, tantos eram seus atos abomináveis na manipulação do dinheiro so Estado passou a firmar-se Larapius, cuja latinidade deu origem ao tão conhecido larápio.

 Hoje, o Homus Corruptus, a exemplo de Larapius, veste-se bem, tem em sua maioria elegância nos gestos e falar fácil. Têm, não se engane, inteligência prodigiosa para tudo o que seja fraudar, descaminhar, falsificar, lesar e lidibriar; bem como espoliar e despir do que seja digno ou belo o convívio humano, além de todas e quaisquer formas de ações e práticas que resultem em dano social maldoso.

 Fisicamente em nada se distinguem dos outros seres humanos. Mas, é na intiidade das alcovas do Poder, onde se apresentam em forma plena, identitária e total: é pelos gestos de conúbio argentário que se conhece o Homus Corruptus.  


Assim, é preciso salientar que o Homus Corruptos é facilmente encontrável em plenários que deveriam ser respeitáveis, nas empresas que cumpririam funções excelsas de labor proveitoso. bem como orgânicos aos tribunais, até mesmo os mais ilustres em aparência. 


Meu grande problema agora é conseguir exemplares para experiência em laboratório; tal se faz necessário uma vez que tal método, o estudo em biotério de tais seres, é parte da mente científica na busca de deslindar como funcionam seu cérebro e sua mente. 

 Minha pergunta básica é: se são homens que já têm de tudo, se são pessoas cujas posses fazem inveja à mais expressiva maioria dos mortais, por que se dedicam com tal afinco a afanar do social o que lhe é de direito? 

A partir de tal questionamento formulei a seguinte hipótese, que atualmente está a me exaurir até altas horas, quando a noite viceja cansaço e as aves noturnas flutuam no escuro do éter: tais indivíduos são talvez aquela parcela da humanidade que sobreviverá à hacatombe que já perpetram, assim como o Homo Sapiens sobrelevou-se ao Neanderthal.


Assim, temo que em mais alguns séculos, o que para a História nada significa, somente esta espécie habitará a Terra, o que muito me apavora. Eis o meu drama de alquimista e minha dura perquirição; angústia, medo e certeza: somente os réprobos sobreviverão.


Espero em breve voltar a este espaço a dizer que estava enganado. Mas temo que me engano ao esperar que esteja enganado.


Saudações,
Augustus Livius Perestrelo


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Toccata & Fugue in d minor (BACH, J.S.)

Caso encerrado

Não, não. É impróprio, é impróprio ser justo ou digno ou bom.
É impróprio, é pecado, é feio. É impróprio... é impróprio... é impróprio...

É impróprio; merece prisão, galé e todo o sofrimento previsto em lei.

Caso encerrado.
Próximo caso.

Diana Krall, Elvis Costello & Willie Nelson - Crazy (Live)

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Elis Regina
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://killbill.blog.uol.com.br/images/elis_regina_

Na noite de Natal, um milagre terrível 

Em notícia da Folha, que transcrevo abaixo, é relato que oscila entre um conto de Edgar Allan Poe e a crua realidade, o que indica que a realidade é o grande e terrífico conto da vida mesma: aterrorizada, desesperada por estar grávida, mulher atira filho recém-nascido de altura de mais de dois metros. Contra todas as possibilidades o menino escapa do horrendo sacrifício. Isso ocorreu em Belém, Pará. Era noite de Natal e uma maria desgraçada, abandonada por algum josé malandro, se livra do filho em meio a sangue e dor de parto numa noite suja. É o que se poderia chamar de um milagre terrível: terrível porque, agora, o menino vai enfrentar no mundo as coisas do mundo; para as quais, de alguma forma, é preciso ter dom e gana para escapar com vida.

Recém-nascido é abandonado pela mãe e sobrevive a queda de 2 metros em Belém

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DE BELÉM
Na noite de Natal, um recém-nascido sobreviveu em Belém (PA) após ser colocado num saco plástico e arremessado de uma altura de quase dois metros pela mãe, que acabara de parir.
 
A mãe, de 20 anos, e o filho estão internados na Santa Casa de Misericórdia de Belém (PA) e não correm risco de morrer.

Segundo a versão da mãe, a criança nasceu por volta das 20h do dia 24. Ela mesma cortou o cordão umbilical, colocou o recém-nascido no saco e o jogou, por cima do muro de quase dois metros, na casa vizinha.

O motivo alegado foi o medo de ser descoberta por sua família, que é do Maranhão e não queria que ela engravidasse, e pelos patrões em Belém, que a contrataram para ser babá e de quem escondia a gravidez, disse a Polícia Civil.

Um inquérito foi aberto para investigar o caso. Ela pode ser indiciada até por tentativa de homicídio. 

O bebê foi encontrado algumas horas depois pelos vizinhos, que ouviram o choro da criança. O recém-nascido foi levado pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) à Santa Casa. Ele tinha apenas ferimentos leves e está em observação.
Uma boa matéria essa da Folha:
A vingança de Billy the Kid


Perdão ao lendário caubói, quase 130 anos após sua morte, está nas mãos do governador do Novo México


GABRIELA MANZINI
DE SÃO PAULO

O lendário caubói americano conhecido no mundo todo, e há várias gerações, como Billy the Kid poderá receber nesta semana o perdão do Estado do Novo México, onde viveu. O pedido está nas mãos do governador Bill Richardson, que promete analisá-lo antes de deixar o cargo, no dia 31.


Quase 130 anos depois de sua morte, o maior mito do Velho Oeste gera polêmica porque continua dividido entre a fama de impiedoso matador e a de uma espécie de Robin Hood americano.


De um lado estão, principalmente, os distantes descendentes do xerife que Billy teria assassinado em 1878, William Brady, e do xerife que o assassinou, dois anos mais tarde, Pat Garrett.


De outro estão pesquisadores como o criminalista Joel Jacobsen, autor de "Such Men as Billy the Kid" (algo como "Homens Como Billy the Kid").


Segundo ele, há evidências "fortes, mesmo irrefutáveis" de que, em 1879, o então governador Lew Wallace concordou em perdoar o caubói, que estava preso, em troca de seu testemunho em outro caso.


Os registros mostram que Billy serviu de testemunha, cumprindo a sua parte do acordo, mas o governador, não. "O fora-da-lei foi mais honrado", diz Jacobsen.


Billy aguardava julgamento pela morte do xerife Brady, a quem ele e seus amigos acusavam de corrupção por ter soltado capangas que mataram seu chefe a mando da elite da região.


Os mais ricos, acostumados a acossar pequenos produtores e comerciantes, teriam visto no chefe -e amigo- de Billy uma ameaça a seu monopólio.


O caubói foi solto mesmo sem o perdão formal, mas, dois anos depois, se viu à mercê da perseguição do xerife Garrett.


Preso, ele escreveu ao menos quatro cartas ao governador, pedindo que ele fizesse valer o acordo, mas de nada adiantou. Foi condenado à forca.


Transferido de volta a Lincoln, onde iniciara carreira, ele conseguiu se livrar das algemas nas mãos e pés e fugir, matando dois policiais. Para Jacobsen, a fuga mostra que Billy contava com grande apoio entre a população.


"E os assassinatos ocorreram depois que o governador quebrou sua promessa. Se ele a tivesse mantido, esses dois policiais não teriam sido mortos", completa a advogada Randi McGinn, 55, que cresceu perto de Lincoln e é a autora do pedido de perdão.


"Ouvi a história de Billy a vida toda e nunca soube do acordo. Normalmente, são descendentes que movem pedidos de perdão póstumos, mas Billy não possui herdeiros legítimos. Daí, me voluntariei", ela explica.


"Quando o governador promete retirar acusações em troca de você arriscar sua vida para testemunhar, ele precisa manter a palavra."


VILÃO


Mas o neto do xerife Garrett, JP Garrett, diz que o personagem não passa de um "ladrão, mentiroso, aterrorizador de pessoas comuns e matador de policiais".


"O Kid era um notório fora-da-lei. Eu acho que Lew Wallace fez o que planejou, que era fazê-lo testemunhar e, daí, enforcá-lo", disse recentemente em entrevista ao britânico "Telegraph".


Para William Wallace, tataraneto do governador, a concessão do perdão equivaleria a tachar de "um mentiroso desonrado" o seu célebre ancestral, que serviu como general na Guerra Civil.


"O que houve foi que os poderosos ganharam. E foram eles que escreveram a história de Billy the Kid, deixando-o muito mais perigoso do que ele realmente era", argumenta McGinn.


"Muito do que se sabe sobre ele não é verdade. O número de assassinatos que ele cometeu, por exemplo, é cerca de metade do que se diz na internet."


De acordo com a advogada, das 20 a 21 mortes de que ele costuma ser culpado, só quatro foram comprovadas, incluindo as dos policiais.


Há outras cinco, reações à morte do chefe, que podem ter sido cometidas por aliados de Billy e atribuídas a ele por engano. McGinn destaca que, mesmo que Billy seja o autor dessas mortes, elas somariam, no máximo, nove.


"Claro que ainda é muito para alguém com 20 anos, mas eram tempos diferentes", justifica.