sábado, 15 de janeiro de 2011

Conselhos úteis para você entrar na banda podre

Para ter acesso à banda larga governos estão anunciando programas e projetos. Como é coisa de burocracia e de tais sabenças não entendo, mas tenho curiosidade de desvendar os mistérios de outra banda, a banda podre, entrevistei um corrupto aposentado, de férias em Natal. Não sabia? Pois saiba que tem corrupto aposentado, tem sim. Esse, vive no Tahiti e fica em Natal mais umas duas semanas. Pois bem: depois de puxar um fumaceiro enorme em seu cubano legítimo, ditou:

Para ingressar na banda pobre siga os seguintes passos:

1 - Pode começar como líder comunitário.
2 - Depois, filie-se a um partido. Qualquer partido.
3 - Candidate-se. Pode ser até mesmo a vereador.
3 - Eleja-se a qualquer preço. Literalmente.
4 - Tenha jogo de cintura e vá fazendo o jogo. Uma propina aqui, uns 20% ali e assim por diante.
5 - Aumente o patrimônio, ajude os amigos e os familiares. Faça mais negociatas.
6 - Na eleição seguinte deputado, depois deputado federal, senador, governador. Se der, presidente da República.
7 - Refaça o caminho se sofrer algum revés. 
8 - Acima de tudo não tenha vergonha de uma derrota política. Jamais tenha vergonha de recomeçar. Jamais tenha vergonha de nada. Vergonha é coisa que não existe em nosso vocabulário. 
9  - Se sofrer acusações, processos, até mesmo pena de prisão não tema: você jamais será pego. Jamais.
10 - Lembre-se que a Justiça é cega. Como tal, é deficiente visual o que não deixa de ser uma deficiência física. E todo deficiente deve ser protegido.
11 - Como legislador você criará leis que protejam a Justiça Cega e ela lhe ficará muito grata.
12 -  Torne-se o campeão dos deficientes e inclua tecnicamente, entre as deficiências, as deficiências morais. Assim terá blindado seus próprios comportamentos criminosos. 
13 - Então, quando vierem prendê-lo, alegue deficiência moral, lembrando que é ato de lesa humanidade explorar ou encarcerar um deficiente. Desta forma estará livre e jamais, jamais como eu disse, será pego.
14 - Foi procedendo neste caminho que progredi em toda a minha vida e afinal, cansado de tanto roubar, pois também sou um deficiente de preguiça, requeri aposentadoria especial com lucros de 200% sobre tudo o que já afanei da sociedade. A aposentadoria foi concedida imediatamente.

Hoje, encontro-me confortavelmente instalado no Tahiti, passo férias jamaicanas e, para descansar, vou sempre às ilhas Fiji, onde me finjo de um bom velhinho, amparado por algumas sobrinhas que contratei a peso de ouro. 

Se você tem talento, engenho e arte para a corrupção tem todo o meu apoio. Bem-vindo à banda podre.

PS: E nada mais me disse nem lhe foi perguntado.

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Bela Lugosi

...................................Preciosidades do Henfil................................

Felipe Dana - 15.jan.201/AP

Um dominó trágico desceu na noite de relâmpagos. E as águas do céu se abateram sobre a terra e o homem.

Uma avalancha se arremeteu ladeira abaixo com invasão e ímpeto de fúria elemental e houve choro e ranger de coisas que se despedaçavam. 

Era a engenharia reversa da natureza, matando. 

A queda estrondosa de rochas brutas abalou corações que dormiam - e de repente todos se viram mortos por pedras e montanhas que se despencavam com fragor. 

Um vesúvio frio e implacável dominou tudo. E dessa tormenta o que restou foram as manchetes.

.............................Preciosidades do Henfil------------------------

Vejo na Folha:

Varejo de "amostra grátis" quer se expandir no Nordeste

MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO
As chamadas "lojas de amostra grátis" ainda são novidade na capital paulista. Apesar disso, já têm planos de expansão pelo país.
As empresas, que têm cerca de seis meses em São Paulo e por volta de 70 mil associados, miram o Nordeste. O motivo: as indústrias que expõem nessas lojas querem cada vez mais saber como os consumidores da região avaliam os produtos. 

No modelo de negócio, o cliente visita a loja e escolhe o que quer levar para casa, com um limite preestabelecido. Há desde alimentos a cosméticos e vestuário.
Em troca, tem de responder a questionário com pontos que interessam à indústria, além de pagar taxa de anuidade (de R$ 25 a R$ 50). 

"É a opinião dos consumidores que interessa às empresas. Trata-se de uma pesquisa imparcial, em que o cliente escolhe o produto e se propõe a dar sua avaliação", diz Luiz Kajibata Gaeta, sócio-proprietário do Clube Amostra Grátis, que abriu uma loja na Vila Madalena em maio e conta com 17 mil associados.
Segundo ele, as empresas já demonstram interesse em colher informações de outros mercados, especialmente do Nordeste. "Diante dessa demanda, estamos nos organizando e já planejamos abrir uma unidade em Recife no primeiro semestre de 2011." 

A Sample Central -que inaugurou a sua primeira unidade em junho na região da avenida Paulista e tem 53 mil cadastros- também pretende abrir uma unidade na região no próximo ano.
A região Sul é vista como outra opção. "Estamos fazendo um levantamento com a indústria e sentimos o Nordeste como forte potencial", afirma João Pedro Borges, gerente-geral e sócio da loja.
Segundo o IBGE, o Nordeste é a região que mais aumentou sua participação no PIB (Produto Interno Bruto) entre 2004 e 2008. Além disso, ultrapassou pela primeira vez o Centro-Oeste no financiamento ao consumo, ficando atrás apenas do Sudeste e do Sul, de acordo com informações de setembro deste ano do Banco Central. 

FORMATO INOVADOR
A gerente de marketing da Sadia, Patrícia Cattaruzzi, vê o conceito da loja como um "formato inovador". A empresa já expôs dois lançamentos na Sample Central e, para a gerente, foi uma experiência positiva. 

"Com essa ferramenta, é possível ter um termômetro do que seria o lançamento, ao percebermos quantas pessoas o escolhem na loja, e ainda trabalhar questões específicas pelos questionários que os clientes respondem."
As lojas de amostra grátis têm a maior parte de seu faturamento justamente das pesquisas, que são pagas pela indústria.
O blog Noticiaemverso envia e publico o poema abaixo. Creio que o autor,cujo nome ainda não descobri, está inaugurando uma forma de literatura de cordel, o netcordel. Segue, abaixo:

A chuva ainda não deu trégua, o sol não raiou
As pessoas ainda juntam os cacos do que restou
É preciso força para retomar a vida, o mundo
Depois de se perder quase tudo num segundo

Tragédia natural não é exclusividade, é verdade...
Por que, então, sofremos mais com as tempestades?
Deus é brasileiro, não temos terremotos nem furacão
Mas pecamos no planejamento, vontade e organização

Portugal passou por suplício como o que se apresenta
Em falecimentos, só 10% daqui: pouco mais de quarenta
Na terra que zombamos ter pouca inteligência
Governos dão de goleada quando há urgência

A Austrália, do outro lado, foi ainda mais exemplar
Como mostrou, na TV, um brasileiro que lá foi morar
Eles monitoram o nível dos rios com grande precisão
Por carta, avisaram todos com 24 horas de antecipação

Mas aqui o relevo é outro, uns dirão
Por si só não justifica, não é explicação
Populismo, impregnado, responde por esse mal
Ah, se nossa inteligência fosse a de Portugal...

(http://noticiaemverso.blogspot.com)
Twitter: @noticiaemverso

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Isadora Duncan
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://blogview.files.wordpress.com/2007/10/isadora-duncan-head.

Tema de Golden Arm Man

Amy Winehouse - Back To Black - Aqui, uma grande intérprete

 Leio no Jornal da Tarde:

Astrônomo propõe mais um signo no zodíaco

A chegada de um novo signo do zodíaco é a tese defendida pelo astrônomo Parke Kunkle. Em entrevista à rede NBC, ele afirmou que a mudança no alinhamento da terra deveria incorporar ao calendário o signo Ophiuchus Serpentário. Com isso, teríamos 13 signos e não mais 12 como acontece atualmente.
De acordo com o astrônomo, Ophiuchus é um signo que já existe em algumas versões do zodíaco e que há uma constelação com esse nome.

Kinkle afirma ainda que a mudança não aconteceu da noite para o dia e que ela aconteceu por causa da movimentação da Terra e do Sol.

A astróloga Titi Vidal afirma “nada mudou” no calendário do zodíaco. “A atrologia que se usa no ocidente é feita com base na divisão do céu em 12 fatias iguais de 30 graus para determinar cada signo. Esta nova proposta é feita com base na constelação, método diferente para calcular o signo”, explica.
Segundo ela, as pessoas podem continuar seguindo o calendário atual, que tem mais de 5 mil anos. “Continua tudo igual”.

Confira abaixo os calendários
Tabela para quem nasceu antes de 2009
Aquário – 21/1 – 18/2
Peixes – 19/2 – 20/3
Áries – 21/3 – 20/4
Touro – 21/4 – 21/5
Gêmeos – 22/5 – 21/6
Câncer – 22/6 – 22/7
Leão – 23/7 – 23/8
Virgem – 24/8 – 22/9
Libra – 23/9 – 23/10
Escorpião – 24/10 – 22/11
Sagitário – 23/11 – 21/12
Capricórnio – 22/12 – 20/1
Nova tabela proposta para quem nasceu depois de 2009
Capricórnio: 20/01 – 16/02
Aquário: 16/02 - 16/03
Peixes: 11/03 – 15/04
Aries: 18/04 - 13/05
Touro: 13/05 – 21/06
Gêmeos: 21/06 – 20 /07
Câncer: 20/07 - 10/08
Leão: 10/08 - 16/09
Virgem: 16/09 - 30/10
Libra: 30/10 -  23/11
Escorpião: 23/11 - 29/11
Ophiucus/Serpentário: 29/11 – 17/12
Sagitário: de 17 de Dezembro a 20 de Janeiro

Amy Winehouse cantou bêbada e caiu durante seu show em Recife

 Recebo e divulgo o Livro Crônica dos Senhores do Castelo. Contatos: http://www.senhoresdecastelo.com.br/
 
Uma missão, dois Senhores de Castelo e incontáveis perigos. A batalha pelo Multiverso começa agora!
 
Em um passado longínquo, um conflito épico foi travado em todo o Multiverso. Para garantir o futuro e o equilíbrio de todos os reinos, um grupo de combate especial, chamado Senhores de Castelo, foi criado. Depois de anos de guerras devastadoras, os Senhores de Castelo conquistaram a vitória e por mais de três milênios zelaram pela harmonia e pela prosperidade nos quatro quadrantes do Multiverso.

 
Mas a paz fica ameaçada quando a princesa guerreira Laryssa e seu companheiro androide tentam reativar a magia ancestral do Globo Negro, um artefato de grande poder.

 
Em meio a perseguições por seres grotescos e por um temível feiticeiro, o caminho da princesa cruza com o de dois poderosos Senhores de Castelo – Thagir, um pistoleiro com braceletes mágicos, e Kullat, um cavaleiro que manipula energia. Tem início então uma eletrizante jornada, em que habilidades de guerra, magia e tecnologia decidirão o destino de todo um planeta.
O poder verdadeiro é o primeiro livro da saga dos Senhores de Castelo

----------------------Preciosidades do Henfil-----------------------------

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Brasil - Cazuza

Natureza em fúria: foi um rio que passou em muitas vidas

A tormenta, ou melhor, o tormento que desabou na região serrana do Rio não pode ser creditada à natureza. Pelo menos não unicamente. Centenas de anos de descaso político, o que inclui todos, eu disse todos os governos, terminaram no que vimos.

Foto: Marcos de Paula/AE

A lamentável classe política brasileira  - não é uma classe, claro, mas vamos chama-la assim - somente vê no povo um depósito de votos que de dois em dois anos é aberto para fortuna - no sentido maquiaveliano do termo - de alguns. Vejo no Estadão a matéria a seguir, onde especialista fala sobre, e deplora, esse acontecimento no Rio de Janeiro.

''Brasil não é Bangladesh. Não tem desculpa''



Marcos de Paula/AE

"O Brasil não é Bangladesh e não tem nenhuma desculpa para permitir, no século 21, que pessoas morram em deslizamentos de terras causados por chuva." O alerta foi feito pela consultora externa da ONU e diretora do Centro para a Pesquisa da Epidemiologia de Desastres, Debarati Guha-Sapir. Conhecida como uma das maiores especialistas no mundo em desastres naturais e estratégias para dar respostas a crises, Debarati falou ao Estado e lançou duras críticas ao Brasil. Para ela, só um fator mata depois da chuva: "descaso político."

Como a senhora avalia o drama vivido no Brasil?
Não sei se os brasileiros já fizeram a conta, mas o País já viveu 37 enchentes, em apenas dez anos. É um número enorme e mostra que os problemas das chuvas estão se tornando cada vez mais frequentes no País.

O que vemos com o alto número de mortos é um resultado direto de fenômenos naturais?
Não, de forma alguma. As chuvas são fenômenos naturais. Mas essas pessoas morreram, porque não têm peso político algum e não há vontade política para resolver seus dramas, que se repetem ano após ano.


Custa caro se preparar?
Não. O Brasil é um país que já sabe que tem esse problema de forma recorrente. Portanto, não há desculpa para não se preparar ou se dizer surpreendido pela chuva. Além disso, o Brasil é um país que tem dinheiro, pelo menos para o que quer.

E como se preparar então?
Enchentes ocorrem sempre nos mesmo lugares, portanto, não são surpresas. O problema é que, se nada é feito, elas aparentemente só ficam mais violentas. A segunda grande vantagem de um país que apenas enfrenta enchentes é que a tecnologia para lidar com isso e para preparar áreas é barata e está disponível. O Brasil praticamente só tem um problema natural e não consegue lidar com ele. Imagine se tivesse terremoto, vulcão, furacões...


Titãs- Vossa Excelencia - Entendo nessa composição um resumo da tragédia brasileira. Que grita no horrendo rio que passou na vida de muita gente, os mortos e aquelas que vão lembrar dos mortos

Faces, Faces, Faces, Faces, Faces, Faces, Faces, Faces, Faces

Abrahan Lincoln

Ó aí, ó: tem mulher boa no pedaço! Ou: veja as coxas das minhas empregadas

Newton Santos/Hype/Folhapress

O uso do corpo da mulher como produto, ou parte de um produto o que é bem pior, já que a pessoa, o indivíduo, passa a ser prótese da marca, uma peça descartável, levou o bar Hooters, em São Paulo, a expor graçonetes em trajes atrativos à clientela masculina, como leio em matéria da Folha, abaixo transcrita.

O master franqueado - nome boniiiito, né? -, Marcel Golmieh tem a desfaçatez de dizer, veja só, que as jovens são treinadas para transformar "galanteios - a velha e sórdida cantada - em vendas". Como se isso protegesse a dignidade dessas trabalhadoras. Ao invés, expõe o cerne maculoso e imoral da empreitada comercial. Leia a matéria, veja as fotos. Ah, uma pergunta: porque ele não levou suas filhas ou irmãs, tias ou a mãe para cumprir com esse papel?

Garçonetes de shortinhos ofuscam cardápio de novo bar


Rafael Balsemão
O Hooters, aberto em novembro passado na Vila Olímpia, se autodenomina um restaurante, com um cardápio que lembra casas como Outback e Applebee's. O grande diferencial do local, entretanto, são as garçonetes, mundialmente conhecidas como garotas Hooters. São elas que dão a cara de bar ao espaço, além dos 25 televisores de plasma de 42 polegadas espalhados pelos ambientes. 


Newton Santos/Hype/Folhapress
Bar Hooters, franquia de uma rede tradicional americana, chama a atenção pelas garçonetes de shortinhos
Bar Hooters, franquia de uma rede tradicional americana, chama a atenção pelas garçonetes de shortinhos

Impossível não notar as moçoilas, em seus minúsculos shortinhos laranjas que lembram os trajes de uma dançarina de axé. Para afastar as frequentes cantadas --e os velhos babões--, as meninas recebem "treinamento bastante rigoroso", como explica Marcel Golmieh, que tem o cargo de "máster franqueado" do Hooters no Brasil: "Elas têm que decorar uma cartilha confidencial com 12 passos." É no livreto que está o segredo para transformar os galanteios em vendas. 

Entre os pratos, além das famosas "chicken wings" (asas de frango, R$ 25, com dez unidades), as "onion rings" (anéis de cebola empanados, R$ 18) podem abrir a refeição, acompanhadas de chope Devassa (R$ 6,90, 355 ml). Vale ainda experimentar o "mushroom swiss burger" (R$ 25), com cogumelos salteados, e o "gourmet hot dog" (R$ 23), com molho de cheddar e pimenta.
A beleza está nos olhos de quem vê

Na Folha: esgoto com resíduo de fertilizante despejado em Geismar, no Estado de Louisiana (EUA). A imagem integra livro "The day after tomorrow: Images of our earth in crisis" (Foto: J. Henry Fair)

Linda imagem: enigmática, desafiante. Quem sabe, uma manifestação inovadora de natureza morta. Abaixo, veja o que é essa imagem.

É realmente natureza morta. Diz a Folha, na legenda da foto: lixo tóxico despejado em Convent, no Estado de Louisiana (EUA); material é o resíduo da produção de fertilizantes (Foto: J. Henry Fair)
Memórias póstumas de Sônia Braga ou essas recordações me matam

A atriz Sônia Braga declinou de papel que faria na minissérie "Lara com Z", na Globo. Li nas coisas de jornal que circulam na internet que o motivo fora a cobrança, por parte dela, de "cachê internacional". Explicando: a ex mulher-mais-sexy-do-Brasil teria tido a petulância de cobrar cachê alto demais para quem já não é mais tão bela. 

Ou seja: Sônia Braga não é mais "Sônia Braga", o padrão, o ser estético-erótico que encarnava quando no papel de "Gabriela". Lembra de Gabriela? Pois bem, a Globo comparou Sônia com Sônia-Gabriela e viu que o fantasma tem maior valor. Mas, como fantasmas não atuam em produções globais...

Sônia-Gabriela passou porque o tempo passa e o tempo não para. E o suporte material  da atriz, seu artefato corporal, ingressou em outras idades e vieram as naturais transformações do corpo-objeto.

Isso faz com que ela passe a ser comparada a si mesma e nessa luta Sônia sai perdendo. Tornada  pelo show business protagonista e antagonista ao mesmo tempo duas mulheres se digladiando num mesmo dispositivo, o corpo envelhecedor é enxotado frente ao corpo fêmeo belo, e o passado leva vantagem; já não se quer mais pagar ao corpo presente aquilo que se pagaria ao corpo passado. E a bela é transformada em fera decadente, assombrada pelo espectro de si mesma. Suas recordações são sua morte.

 Na matéria que li, ela faz alusão a algo como respeito próprio, atenção ao que é em si, competência dramática, algo assim, para não aceitar a contraproposta da emissora. Tem razão. O problema é que, quando jovem, imergiu, como muitas, na ilusória realidade de considerar-se como sendo jovem, quando apenas estava jovem.Vera Fischer, que não tem um milionésimo do talento de La Braga, que o diga. Há quanto tempo não a vê brilhando nas novelas da Globo? Nem verá mais, pessoa, nem verá mais. O sarcófago do show business é implavável.

Sônia Braga colou a si a imagem do mulherão, apenas o mulherão, corpo a ser vendido, visto e analisado apenas enquanto mulherão. Desumanizou-se e passou a fetiche de si mesma, objeto da indústria cultural. 

Agora, certamente reivindicando espaço pelo talento, talento que sem dúvida tem, faz-se a comparação da pessoa com o objeto. E como o objeto não está mais presente, torna-se a pessoa um zumbi à procura de vida própria - mas a vida já passou. Sem dúvida já habita a carcaça de outra beleza, que na sequência virá a ser desprezada. Sônia Braga tornou-se um exercício de memórias póstumas.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Coco Chanel
 Assange sob risco de pena de morte nos EUA

Informa o Estadão: LONDRES - Os advogados de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, disseram que seu cliente corre "sério risco" de ser condenado à morte ou de se tornar um prisioneiro em Guantánamo caso seja extraditado para a Suécia, onde é acusado de delitos sexuais, segundo reportagem do jornal britânico The Guardian.
Os representantes legais de Assange, apresentando um resumo de como defenderão o australiano no caso da extradição, argumentam que é provável que os EUA tentem sua extradição assim que ele for enviado à Suécia. Sob custódia dos americanos, Assange "correria sério risco de ser detido em Guantánamo ou algum outro lugar".

Assange, junto de seus advogados, dá entrevista após audiência em Londres

O temor pela extradição e possibilidade de execução de Assange nos EUA mostra o quanto naquele país se respeita a liberdade de expressão, constitucionalmente garantida.

As revelações do WikiLeaks a respeito de conversas de autoridades americanas sobre aliados, altamente pejorativas, causaram fúria nos ambientes diplomáticos do país do Norte, bem como junto ao governo Obama e segmentos extremistas do país.
A denúncia de como procede a diplomacia americana, ou seja, o trazer-se a público coisas que a alta hierarquia supunha secretas foi, em essência, o motivo para a perseguição a Assange. Ficou claro que não é impossível chegar-se, com competência jornalística, à obtenção de documentos que registram as declarações.

O que fica mais claro, todavia, é a questão da liberdade de expressão e de informação. Os Estados Unidos são um país de paradoxos: querem impedir que outros países detenham tecnologia que permita a fabricação de artefatos nucleares, quando são o país que mais os tem; dizem defender a democracia, no entanto patrocinaram golpes de Estado que abalaram, exatamente, a democracia em outros países; criticam os extremistas islâmicos e seus atos insanos como o atentado às Torrres Gêmeas, mas lançaram bombas atômicas sobre o Japão; se dizem defensores da igualdade racial mas tinham, à sua maneira, um apartheid contra o qual se insurgiu, e foi morto, Martin Luther King. 

Será preciso muito bom senso das autoridades europeias a quem o caso WikiLeaks está entregue a fim de que a farsa de defesa da democracia não redunde numa prisão injusta e, quem sabe, de consequências desastrosas, calando uma voz que apenas exercia o direito de informar.

 Da Folha:

Sem-teto locutor que virou fenômeno na web vai parar na delegacia de Hollywood 

DE SÃO PAULO
DA ASSOCIATED PRESS, EM LOS ANGELES
Um sem-teto que virou notícias após sua voz de veludo conquistar a internet e os EUA quase acabou entrando nas páginas policiais.
A polícia foi chamada quando Ted Williams e sua filha começaram uma discussão acalorada na noite de segunda-feira no hotel Renaissance Hollywood, disse a policial Catherine Massey.
 
Os dois foram mantido na delegacia de Hollywood por menos de uma hora, e não foram presos, explicou Massey, que não quis revelar o nome da filha.
"Não sei se falavam alto demais", mas a discussão por volta das 21h levou a um registro de perturbação, explicou Massey nesta terça-feira.
"Foi algo pequeno. Os dois estavam nervosos, mas não houve sinais de abuso visível", disse Massey. "Eles foram trazidos, acalmaram-se, falamos com eles e os liberamos."
Ela disse não saber o motivo da discussão. 

VIDA NOVA
O ano mal começou, e a vida de Ted Williams mudou completamente. Para melhor. Um dos primeiros hits na internet nos EUA em 2011 fez o sem-teto virar notícia em todo o mundo, receber diversas propostas de trabalho e, ainda por cima, reencontrar a mãe após 20 anos separados.

Doral Chenoweth III/AP/Columbus Dispatch
O sem-teto de voz de ouro, Ted Williams, 53, se reencontra com sua mãe, Julia, 90, após mais de 20 anos
O sem-teto de voz de ouro, Ted Williams, 53, se reencontra com sua mãe, Julia, 90, após mais de 20 anos 

Ted Williams,53, ex-locutor de rádio que foi morar na rua após uma luta contra as drogas e o álcool, atraiu milhões de visitantes no site YouTube após o jornal "The Columbus Dispatch" publicar um vídeo na segunda-feira. No vídeo, Williams aparece pedindo esmola em uma estrada de Columbus, em Ohio, usando suas habilidades vocais. 

Até quinta-feira passada (6), Williams já tinha aparecido em programas de TV, incluindo o "The Today Show", para falar sobre ofertas de trabalho para ser locutor do time de basquete Cleveland Cavaliers e da empresa de alimentos Kraft.
"Me sinto como Susan Boyle", disse Williams ao "Columbus Dispatch". "Ou Justin Bieber."
Boyle é a britânica que teve sua forte voz descoberta em um show de talentos na TV, e o canadense Bieber tornou-se uma das celebridades mais populares no mundo após começar publicando seus próprios vídeos no YouTube. 

Na TV, Williams lembrou de seus dias trabalhando como DJ nos rádios, nos anos 1980, antes da luta contra o álcool e as drogas. Em 1993, ele estava em abrigos para sem-tetos e chegou a passar algum tempo na prisão. 

No final da quinta-feira, um Williams emocionado se reuniu com sua mãe em Nova York, assediado por dezenas de equipes de jornalismo. O encontro chegou a ser adiado por causa de disputas entre as redes de TV, segundo o "Dispatch". 

Williams disse na TV que ficou conhecido entre motoristas em Columbus que passavam por ali apenas para ouvir sua "voz de ouro".
Agora com as ofertas de trabalho, ele diz que, em cinco anos, espera se tornar um diretor de programação de rádio e ajudar suas filhas e filhos em Columbus.
A lição que deu foi: "Não julgue um livro pela capa, todo mundo tem sua própria história."

Dengue, o tubarão vem aí

Vejo na Folha: Atualmente 16 Estados têm risco muito alto de ter surto de dengue, divulgou nesta terça-feira o Ministério da Saúde.
São eles Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins. São Paulo tem risco moderado.
O grau de risco foi calculado a partir de seis fatores, entre eles o número de casos em anos anteriores e a infestação do local por larvas do mosquito Aedes Aegypti, que transmite o vírus. 

A colocação do Rio Grande do Norte entre os Estados ameaçados pela dengue causa preocupação especialmente por um aspecto: a responsabilidade, ou falta desta, por parte das autoridades. Mas um aspecto não pode ser descurado: a participação social.

Campanhas locais e nacionais têm sido feitas de forma intensiva. E se as autoridades não apresentam um bom desempenho no combate à dengue, a população, facilmente, pode colaborar: basta tomar as medidas preventivas, fáceis, muito fáceis, que na TV, no rádio, jornais e panfletos ocupam espaço e tempo visando alertar a todos.

É muito comum as pessoas terem medo de tubarão. Que tal terem medo também da dengue, que mata muito mais que a fera dos mares?

Deve vir aí nova campanha. Compete a todos dar a sua contribuição.
O estudo da corrupção em suas origens mais remotas e de como é inútil o seu tratamento

Corria o ano de 1202 quando fui procurado, no escuro azulado mais profundo da floresta onde havia instalado minha tosca e rude choupana, por um velho dragão aposentado. Devo dizer que tratava-se, aquele nobre e distinto animal, de arquiduque de nomeada e homem de grandes intenções, o que me fez estranhar a visita sendo eu apenas um pobre a viver naquelas paragens, inculto e de pensamento tateante.

Apeando do unicórnio, apresentou-se-me e disse que precisava dos meus préstimos. Ora, a única coisa que sabia fazer era lenhar para preparar minhas frugais e básicas refeições. Mesmo assim, coloquei-me a seu dispor.
Enalteceu meu ignoto labor e sussurrou-me: Sei que fazeis aqui grandes experiências e supremos feitos em matéria de preparação de beberagens e outros produtos. Assim sendo, sois grande e  sapiente médico e assim deveremos levar ao mundo vossos saberes, a tirar a humanidade de suas dores e malefícios. Na verdade eu apenas preparava sopas grosseiras, mas, diante de tais elogios, convenci-me de que era médico e imediatamente ele me conferiu grau e diploma. Isto feito, aprestou-me a acompanha-lo às Índias e depois à Pérsia.

Lá chegando, fizemos farta distribuição de infusões e soluções, poções e tisanas tão eficazes que redundaram em efeitos prodigiosos. Todos se curavam do que quer que estivessem sentindo e fomos aclamados herois e benévolos. Quem tinha dores, estas as passavam, quem era louco se transformava em sábio e legislador e todos se curvavam ante nossas excelências.

Deixando Pérsia e Índias para trás rumamos a país distante chamado Brasil onde reinava grande mal. Era um mal tão terrível que nenhum tratado médico jamais o havia descrito, nem mesmo eu, o maior médico do mundo o conhecia e o sabia tratar: chamava-se a tal doença de corrupção. Esta era encontradiça em ambientes de alto coturno, onde os doentes enriqueciam tanto mais adoeciam.

Pusemo-nos a fazer preparados os mais insólitos, mas, quanto mais se os bebiam, pior ficavam os doentes e, consequentemente, mais ricos. Desesperados, fomos ao centro hospitalar onde esta peste mais se espalhara, conhecido como Congresso Nacional. Ali, homens e mulheres apresentavam os piores sinais de tão terrível mal: o indumento era caríssimo, pingando ouro e pedras preciosas, perfumes raros exalavam das ancas das mulheres conhecidas como deputadas ou senadoras que se utilizavam de carros invulgares. Seus pares, deputados ou senadores, também estavam untados de vestes noblíssimas e carregavam, em pastas de couro do mais alto labor, documentos secretos em pergaminho autêntico. E todos falavam uma única expressão: "Precisamos lucrar, precisamos lucrar, precisamos lucrar."

Instalamos ali nosso consultório. Percebemos que a corrupção era uma espécie de maligna loucura que dominava aquelas mentes monomaníacas. Uma espécie de derivativo crônico da ganância, da ambição. Entrando em contato com grande sábio do Oriente, ele nos incidou que tal doença não tem cura e, pior, é contagiosa, espalhando-se com vigor incomum até mesmo imbricando-se ao corpo e à mente de quem tenta combatê-la. 

Perseveramos em nosso desígnio, mas baldadas foram todas as tentativas. Afinal, quando notei que o arquiduque dragão começava a brilhar os olhos quando via um cheque, tomei sábia decisão: embarcamos na primeira nau que seguia de volta à minha distante floresta. Ali despedi-me do ilustre homem, que seguiu para o seu castelo, prometendo que iria fundar nova ciência, a alquimia. 

Para quê?, perguntei-lhe. E ele me respondeu: "Para criar a Pedra Filosofal, que torna tudo em ouro", e correu depressa a lidar com seus novos afazeres. Estava contaminado. E tanto é verdade que estava doente, que a corrupção nos tempos atuais é descrita nos tratados médicos como um dragão, que tem a cara do meu triste amigo.

Quanto a mim, somente restou abrir uma tipografia e hoje escrevo esta história, registro mui antigo do grande mal que, dizem, ainda hoje aflige aquela infeliz nação.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

Woody Allen
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Loucura e medo no povo dos EUA

A sociedade americana, que engendrou um poderoso sistema de pensamento centrado no poder individual, a chamada iniciativa privada como mola propulsora, permite e estimula a cada cidadão pensar somente em si próprio e, assim fazendo, promover escatologicamente o bem-comum. 

Ali, a prática está de alguma forma orientada pelo darwinismo social: os mais fortes predominam, dominam e se impõem aos mais fracos, exatamente aqueles a quem ajudaram a se enfraquecer. Essa ideologia tem sua manifestação mais perversa na garantia do direito à posse e porte de armas. O povo americano é o mais armado do mundo. 

A ideologia imperialista armamentista é capilarizada e reproduzida no microcosmo social: o que os Estados Unidos fazem aos demais povos seu próprio povo faz a si próprio. Daí o surgimento das columbines, o morticínio de amishs, o atentado a Ronald Reagan e agora os tiros contra uma deputada democrata. Só para ficar nos casos que me vieram à memória. Mentes deturpadas como a do jovem agressor da parlamentar, deturpadas pelo próprio sistema ao qual são orgânicas, sistema em si muito doente, partem para o ataque desenfreado atendendo a impulsos que, chocados, os americanos choram. 

Mas, como podem chorar se é a sociedade mesma que assim se forma e se retroalimenta? Se o país tem um Clube Nacional do Rifle dirigido pela mais estreita direita do país? Se o país tem a Ku Klux Klan? O povo americano lamentou, com razão, a estupidez islâmica de Osama no ataque às torrres gêmeas, mas gloriou-se do morticínio de Hiroxima e Nagasáqui. Atacados, foram os terrroristas; e o que foram as monumentais bombas Fat Man e Little Boy sobre o povo japonês, que ao final da Guerra poderia ser levado à derrota com um simples bloqueio econômico?

Há algo de louco, poderosa e dolorosamente louco, no cerne da cultura daquele país.


Em salões de beleza mulheres recebem estranhas mensagens de seres extraterrestres

Foto: Paul Fievez/Getty Images, 1968

Quando menino, ao passar em frente a um salão de beleza via as mulheres usando estes estranhos aparelhos na cabeça. Então, temia que elas estivessem recebendo mensagens de seres extra-terrestres, muito sérias e compenetradas, pensando ou lendo livros importantíssimos e secretos. Eu havia visto filmes como O dia em que a Terra parou e Guerra dos mundos e já sabia como agem os alienígenas atraindo e aliciando pessoas - sabia que eles tinham, e têm, espiões em nosso planeta, e todos esses espiões são muito ativos. Hoje, já não tenho mais dúvidas, tal a proliferação de salões de beleza e seus estranhos artefatos. A foto acima comprova o que digo: até mesmo um perigoso alienígena foi flagrado e está entre elas, também recebendo instruções. Portanto, muita cautela ao passar perto de um salão de beleza. Você poderá ser abduzido e sabe-se lá o que lhe será feito. Na foto lateral uma senhora, já ocupante de estágio elevadíssimo entre os ETs, está ligada a máquina de última geração que a capacita, a um simples olhar, colocar por terra todas as defesas do mundo. Repasso estas informações para que todos, se preciso, possam fugir e se esconder a tempo. Se é que ainda há tempo. 


 Transcrevo do Estadão.

Vem aí o filme dos pracinhas

Acompanhamos os ensaios do nacional A Montanha, de Vicente Ferraz, que será todo rodado na Itália

Flavia Guerra - O Estado de S.Paulo
O Brasil foi o único país da América Latina a enviar tropas à Europa durante a 2.ª Guerra Mundial. Cerca de 25.324 soldados de várias regiões brasileiras combateram na Itália. Destes, 2.762 foram feridos e 465, mortos no conflito que mudou os rumos da História. Há pouco mais de uma semana, cerca de 20 homens de uniforme reproduziam em uma fazenda de Pindamonhangaba cenas que fizeram parte do dia a dia desses soldados, como sobreviver em condições precárias, resistir à fadiga e à fome, caminhar em um campo minado.
Joana Mariani/Divulgação
Joana Mariani/Divulgação

Entre os 20 oficiais, cinco eram atores. A tarefa de Daniel de Oliveira, Júlio Andrade, Togun, Francisco Gaspar e Ivo Canelas não era se preparar para desarmar campos minados, mas sim viver na pele o que os oficiais da lendária FEB (Força Expedicionária Brasileira) passaram durante a guerra. O treinamento fazia parte da preparação para rodar, em fevereiro, o longa A Montanha

Com direção de Vicente Ferraz, que há quatro anos vem preparando o filme, A Montanha retrata, justamente, a ação de quatro pracinhas em Monte Castello, na Itália, quando, após um ataque surpresa, sofrem pânico e acabam se perdendo do grupo. Quando se dão conta, estão perdidos entre as linhas alemãs e aliadas. Sem saber se devem voltar para a posição da noite anterior ou para a linha da FEB, sob o risco de serem acusados de deserção, eles acabam por vagar a esmo enfrentando frio, neve, até que encontram uma aldeia abandonada onde passam a noite. No dia seguinte, um correspondente de guerra se junta ao grupo. É ele quem, sem querer, acaba dando aos pracinhas a ideia perfeita para "serem perdoados" do crime de deserção: cumprir uma tarefa até então considerada impossível, que é a de desarmar o campo minado mais temido da Itália. No caminho, o grupo acaba encontrando outros "desertores": um partigiano (como eram chamados os heróis da Resistência italiana) e um oficial alemão cansado.      
In loco. Para que a veracidade adquirida com o treinamento com os oficiais da 12.ª Companhia de Engenharia de Combate Aeromóvel seja ainda mais real, todo o filme será rodado na Itália, em montes nevados do nordeste italiano, em cenário que reproduz fielmente as condições enfrentadas pelos brasileiros quando combateram na Europa. "Imagine que, somado a tudo isso que você viu hoje aqui, nós ainda vamos ter de encarar a neve e o frio. Imagine que os pracinhas não tinham nem preparo nem equipamento para sobreviver neste ambiente de aridez branca. Foi terrível. Por isso, desde o começo, eu queria filmar no próprio local em que as ações reais se passaram, na Toscana, mas, por questões de orçamento, transferimos tudo para a região de Friuli-Venezia Giulia", contou Ferraz, que dirige seu primeiro longa de ficção brasileiro. Antes, Ferraz ganhou público e crítica com o documentário Soy Cuba - O Mamute Siberiano e rodou também O Último Comandante, filmado na Costa Rica. "Quando, há alguns anos, com a formação que eu tenho, diria que filmaria uma história sobre o Exército brasileiro? Fiz escola de cinema em Cuba e cresci durante a ditadura. Isso é sinal de que o País mudou muito."

O comentário do diretor se refere à maneira como os oficiais da 12.ª Companhia receberam diretor e equipe para o treinamento expresso que realizaram durante três dias. "Foi incrível a recepção que tivemos. Além deles condensarem para nós um curso que levaria em geral nove semanas para ser feito, deram total apoio e entenderam muito bem a nossa ideia", comentou Ferraz.
Na hora de aprender como se explode um quilo de TNT, Daniel de Oliveira foi quem deu o disparo. E o que se viu e sentiu foi a sensação "quase" real de um campo de guerra. "Não há como negar que isso seja emocionante. Imagine os soldados vivendo sob o frio, com medo do inimigo, com fome, sem saber o que seria o dia seguinte, tendo de caminhar por campos minados e desarmá-los. Um ataque de pânico não é de se estranhar", comentou Daniel, que havia saído direto do Projac (onde gravava cenas da novela Passione) para Pinda. "Não peguei os primeiros dias de treinamento, mas só o que vi e aprendi hoje já mudou minha percepção de uma guerra. Esta experiência fará toda diferença quando estivermos filmando na Itália."
As filmagens, em fevereiro e março, devem durar seis semanas. Ao grupo de brasileiros, irá se juntar o italiano Sergio Rubini e o alemão Richard Sammel, de Bastardos Inglórios. O papel do jornalista de guerra, ainda que seja um jornalista brasileiro, será do ator português Ivo Canelas. O elenco internacional se justifica diante de uma realidade que está se tornando comum no cinema brasileiro: a coprodução. Orçado em R$ 9 milhões, A Montanha será coproduzido por Matias Mariani e Isabel Martinez (respectivamente das brasileiras Primo Filmes e Três Mundos Produções), o italiano Daniele M Azzocca (da Verdeoro) e o português Leonel Vieria (da Stopline).

PARA ENTENDER
Como o Brasil foi parar na 2ª Guerra
Em um mundo dividido entre o Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e os Aliados (Estados Unidos, Inglaterra e França), o cenário geopolítico da 2.ª Guerra era mais que complexo. Até o final dos anos 30, ainda que simpatizasse com as diretrizes políticas nazifascistas, o Brasil de Getúlio Vargas tentou permanecer neutro. 

Mas os Aliados, sobretudo os EUA, que haviam feito empréstimos ao Brasil e que estavam interessados em construir bases no estratégico Nordeste brasileiro, acabaram convencendo o País a declarar guerra ao Eixo. E assim, em 1943, o Brasil enviava as primeiras tropas para combater, principalmente, na Campanha da Itália. Além do combate, o País enviou pilotos da Força Aérea, patrulhou o Atlântico com navios da Marinha e forneceu matéria-prima (sobretudo borracha).

domingo, 9 de janeiro de 2011

Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces Faces

 Oriana Fallaci
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Impossible guitar

Da Folha:

The Last of the Mohicans - The Gael (Acoustic Guitar Version) Magnífica interpretação por um só músico

Recebo do blog Notícia em Verso o poema que abaixo de segue. Grato pela colaboração. Aguardo novos textos (EB)

Sem muito intervalo entre uma e outra ação
Nos EUA tem sempre um louco fazendo execução
Normalmente, gente inocente na multidão
Sofre as consequências de insana decisão

Escolas e faculdades já foram cenário em vários estados
Desta vez o maníaco escolheu um supermercado
Durante mais um ato de democracia do país continente
Gabrielle Giffords foi atingida em meio a tanta gente

Deputada democrata, partidária de Obama
Baleada na cidade onde Nasceu: Tucson, Arizona
Com cérebro perfurado, corre risco de morte
Outros seis faleceram: tiveram ainda pior sorte

É fácil saber como lá se atira em quem bem entender
Armamento e munição até Conveniência pode vender
Como Michael Moore já explicou em Tiros em Columbine
Lucro é o que vale, sem que a violência se recrimine

Contando vítimas: assim segue o grande capitalista
Pelo menos até que a lei de lá possa ser revista
Quem sabe o plenário já tem algo planejado
Antes que seja articulado mais um atentado

(noticiaemverso.blogspot.com)

Os miseráveis do Big Brother Brasil

Os miseráveis do Big Brother Brasil 

Na matéria logo abaixo desta ("O homem-bomba do BBB") excerta da revista Veja, mostro que tipo de inteligência - e de caráter - dirige o Big Brother Brasil - que tipo de programa... Trata-se de um perfil de José Bonifácio de Oliveira, Boninho. Autoritário, trocista, atroz, perpetrador de atos que desnorteiam os participantes, utiliza-se de voz onipresente em altofalantes para xingá-los, um deus ex machina naquele pequeno mundo confinado e esquizofrênico. Ali, pessoas movidas pelos mais baixos valores da condição humana largam de lado o que possa ser chamado de confiabilidade, honradez, decência, respeito mútuo e até respeito próprio para ganhar um milhão.

O Big Brother é um show midiático criado a partir da novela 1984, de George Orwell, onde um ser incorpóreo conhecido exatamente como O Grande Irmão a todos vigiava, até mesmo em suas casas onde as teletelas, neuróticos televisores transmitiam sem parar notícias do Partido do Grande Irmão ao mesmo tempo que vigiavam os moradores. Daí a ideia doentia do Big Brother televisivo, que aqui virou Big Brother Brasil.

O BBB é metáfora não-intencional da condição humana agregando a si dois aspectos: a questão existencial em si, o medo que o mundo nos infunde de neles estar, a insegurança do dia seguinte, a necessidade de nos prevenir  - monetariamente - para o que virá e o anseio de obtenção dessa segurança, manifesto pelo desejo cúpido do dinheiro. Os participantes são norteados inconscientemente pela convicção de que numa sociedade capitalista, com suas regras injustas e cruéis, jamais ganhariam aquela soma apenas com o trabalho. Essa a pedra de toque do BBB. Açular em suas vítimas o medo de continuarem a ser pobres, o medo de continuar a sofrer no mundo.

Assim criou-se um microcosmo onde a torpeza, a esperteza amoral e o epílogo da decência são valores máximos. Em continuidade, no combate entre os participantes os herois dessa débâcle infame são, além disso, levados aos seus limites físicos e psicológicos. Por exemplo, provas degradantes os obrigam a ficar de pé horas inteiras, até que o penúltimo sucumba, cabendo ao vencedor as batatas bichadas de tão lutuoso certame. Logo a seguir virão novas inquietações e padecimentos.

Como num circo romano, o país todo transformado em patuleia pela TV Globo, urros e guinchos se dividem pró ou contra alguém que exercite seu heroismo tracanho. Eliminado, o expulso sai da Casa do BBB e surge um substituto: the show must goes on e isso é feito a toda a pressa, pois é preciso manter a multitude midiática de dentes afiados para o próximo e torpe desafio.

Nesse microcosmo de injustiça, vilania e delírio que raia a insanidade, tal o clima que ali se instaura de desconfiança, temor, delação e manifestação de egoísmo ritual - egoísmo que exaltará o paciente a patamar mais alto caso se utilize da falta de escrúpulos como força maquinal a destuir o outro - ressalta-se aspecto quase patológico: a única regra é ganhar e ganhar a qualquer preço: o preço da mentira, do engodo, da exposição do outro ao ridículo e à humilhação. O BBB é um brutal exercício de poder. Reúne em casa luxuosa magote de desvairados pela ideia fixa do milhão a ser abocanhado. Temos a simbolização do poder do capital sobre as pessoas que na Casa representam o social por inteiro, e o poder de uns sobre os outros, que expõe as misérias da condição humana.

Sob aquele sol de desesperados todos sabem que o deus ex machina Boninho os vê a todos a todo instante, assim o queira. E os punirá como no mundo entidade superior nos observa e castiga, adões e evas do paraíso insólito em que vivemos, onde nada é permanente - apenas o pecado de ser homem. Desta forma, os participantes se atiram ao BBB na busca de fugir deste mundo, em busca do milhão, esse milagre que lhes retirará o pecado de não serem ricos.

Esse número, um milhão, quando representa dinheiro, assume condição sígnica de quantia invejável, desejável e inalcançável pela maioria dos mortais. A ideia de alguém milionário traz subjacente a visão paradisíaca de homem ou mulher que tem o mundo a seus pés e, portanto, está livre dos esforços do trabalho, da prestação de contas a um gerente, chefe ou patrão. Alguém que simplesmente-não-precisa-mais-trabalhar. Portanto, está livre dos horrores do cotidiano, dos ônibus superlotados, do dinheiro contado para chegar o fim de mês, da humilhação de pedir um adiantamento. Tudo isso é substituído, na casa do BBB, pela esperança da compra de um carrão e de um apartamento, vida à tripa forra: champanhe, farra e praia o resto da vida. O BBB é o Paraíso redivivo.

Sintetizando: o vencedor do BBB será alguém que, sob a couraça do milhão, estará livre do grilhão do capitalismo e poderá flutuar num éden provisório, uma bolha de sabão hedonística, mesmo todos os participantes intuitivamente saibam que logo será desfita em delicada explosão como ocorre no inocente jogo infantil, o menino e seu canudo. Um milionário, qualquer milionário sabe que o milhão em e em si é algo parco se não tem possibilidade de se reproduzir capitalisticamente. E os vencedores do BBB, parece-me, só sabem gastar.

O BBB é uma reunião de reclusos, um pequeno bando de efêmeros patifes, leva de desocupados que se deixa explorar pensando estar explorando os outros, entre si. Já se informou que agora serão deixados se embriagar e trocar tapas, a fim de que o espetáculo ganhe mais realidade. Esse diminuto exército de infames é trupe de desgraçados retirados do social; são, portanto, excerto exato de que tipo de sociedade está em construção, de que tipo de tragédia está e vem o homem perpetrando na face da Terra.