quarta-feira, 11 de maio de 2016

OK, rapaziada: vai ter pra todo mundo



Agora sim, vamos ter o que temer
Atravancado de compromissos com o PSDB, emaranhado em arranjos com o PMDB, engessado pelas pressões da Fiesp, acorrentado pela alcateia de pequenos partidos que desejam participar do butim a qualquer preço, o vice Michel Temer – ele sempre será um vice, não se engane – assumirá o lugar de Dilma Rousseff num arremedo de mandato. 
Foto: Lula Marques

Assume sem qualquer aclamação, festejo ou alegria. Sabe que não é líder, mestre, dirigente ou guia: trata-se apenas de um tipo que os descaminhos do destino histórico puseram no topo de um abismo. O mamulengo, compreendamos, jamais comandará a mão que o rege. Será um títere; e como todo títere estará sob o jugo dos seus maiores. Que, com relação a ele, são muitos. 

Buscará agradar o mercado – esse ser voraz, volátil e sem face, sequioso por lucros – da mesma forma como tentará satisfazer aos que buscam acomodar-se na liteira do poder. À sociedade, da qual apenas oito por cento o acatam de alguma forma, até aqui não disse nada. 

E de nada adiantará qualquer discurso, pois dele nada se espera, a não ser o cumprimento de um manquejante período como presidente. O que poderá prometer? A quem vai prometer? Ao mercado, que de alguma forma o respaldou, ou à sociedade, vale dizer ao povo, esse grande coletivo que sofre a sina de ser exatamente povo no seu sentido mais perceptível de pobreza e sofrimento? Creio que a resposta seja fácil.

Mas vem aí a era Temer, a era do temor. Isso porque, até no nome, o homem é de meter medo.