terça-feira, 26 de outubro de 2010

Folha cobre corrupção tucana para afirmar isenção

Flagrada operação fraudulenta nas obras do metrô de São Paulo
Emanoel Barreto

Leio no jornal dos Frias:
A Folha soube seis meses antes da divulgação do resultado quem seriam os vencedores da licitação para concorrência dos lotes de 3 a 8 da linha 5 (Lilás) do metrô.
O resultado só foi divulgado na última quinta-feira, mas o jornal já havia registrado o nome dos ganhadores em vídeo e em cartório nos dias 20 e 23 de abril deste ano, respectivamente.
A licitação foi aberta em outubro de 2008, quando o governador de São Paulo era José Serra (PSDB) --ele deixou o cargo no início de abril deste ano para disputar a Presidência da República. Em seu lugar ficou seu vice, o tucano Alberto Goldman. 

O resultado da licitação foi conhecido previamente pela Folha apesar de o Metrô ter suspendido o processo em abril e mandado todas as empresas refazerem suas propostas. A suspensão do processo licitatório ocorreu três dias depois do registro dos vencedores em cartório.
O Metrô, estatal do governo paulista, afirma que vai investigar o caso. Os consórcios também negam irregularidades ou "acertos". 
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O jornalismo das grandes corporações de mídia, antes de tudo um negócio, precisa acautelar-se diante dos mares sempre nevegados por sua política editorial. Frente à possibilidade real de eleição de Dilma Rousseff o jornal dá uma guinada em sua cobertura no noticiário nacional e começa a salientar como a corrupção se acantonou no governo tucano paulista.
O resultado da licitação citada acima foi anunciado quinta-feira da semana passada, mas somente agora dá à luz a matéria documentando o desacerto. As empreiteiras são empresas dadas a esse tipo de procedimento. Encastoadas ao poder político, são entidades de enorme influência junto ao poder estatal e a este de alguma forma se agregam pois o Estado atrai seus serviços necessariamente, visto que tem a obrigação de construir obras públicas.

Em 2007, Serra governador de S. Paulo, houve monumental desastre em parte das obras do metrô. A Folha cobriu com parcimônia o acontecimento, de forma a apresentar o tucanato como isento em relação ao desastre que fez vítimas fatais. Perícia compruvou que as obras não eram feitas segundo as normas da boa engenharia. No mesmo ano caiu um avião da TAM em S. Paulo e, como a estrutura aeroportuária é ligada ao governo federal o presidente Lula chegou a ser chamado de "assassino".

A alegação estaria fundamentada no fato de a Infrero, responsável pela manutenção dos aeroportos de todo o país, ser federa. Logo, Lula seria o culpado. 

Agora, ante a débâcle de Serra, o jornal busca preservar sua imagem - a empresa se apresenta como apartidária - e dá destaque de primeira página à corrupção nas obras do metrô. O jornal busca assegurar sua hegemonia no mercado da informação e assim anuncia que houve manipulação na escolha da empreiteiras que tocam as obras do metrô.

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