sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Datafolha reconfirma tendêndia pró-Dilma
Emanoel Barreto

Eis o que dizem as coisas de jornal da Folha: Pesquisa Datafolha realizada ontem voltou a indicar estabilidade no quadro da corrida presidencial, com Dilma Rousseff (PT) mantendo liderança de 12 pontos sobre José Serra (PSDB).

A diferença agora é que o percentual de indecisos caiu de 8% para 4% em dois dias. Essa redução nesse grupo de eleitores indica que há cada vez menos espaço para mudanças na tendência de favoritismo da candidata do PT.

O levantamento do Datafolha, encomendado pela Folha, foi realizado ontem em 256 cidades e com 4.205 entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

A lei da gravidade política às vezes é tão poderosa quanto os mais sólidos princípios newtonianos. É o que vemos neste resto de reta final da disputa pela presidência da República. Mesmo a Folha, o jornal que mais decididamente apoia a candidatura
Serra, tem de admitir com a publicação de pesquisa feita pelo instituto da casa.

O jornal, mesmo assim, tenta resgatar o tema "aborto", principal argumento serrista para chegar à presidência, requentando a matéria com a manchete "Papa cobra ação de bispos do Brasil contra aborto". Não deu certo, não dará certo especialmente agora, com a decidida cristalização de votos pró-Dilma.

Ao que tudo indica, consultadas as urnas domingo próximo, o resultado estará configurado e a petista

Estimo que, com isso, pretende-se mostrar que a aliança PT-PMDB teria sido tão-somente uma reunião de intentos, um agrupamento cujo único intuito seria o apoderamento do Estado para fins políticos, beneficiando grupos ou estamentos.

O governo do PT tem, efetivamente, essa marca: a reunião de interesses divergentes em torno do presidente Lula. A seu lado assentam-se empresários do agronegócio e tendências mais à esquerda, trabalhadores e empresários, bem como segmentos dos mais diversos matizes ideológicos.

Essa composição, que é díspar, sei disso, terminou por assegurar ao país um período de equilíbrio econômico talvez nunca visto. Haverá disputas por cargos? Sim. Mas o mais importante será a predominância de um discurso voltado para o social. Vamos ver o que acontece. A prática política em sua dinâmica histórica e a participação da sociedade civil exigindo de Dilma que cumpra com o compromisso assumido de dar prioridade ao que vem do povo.

Nenhum comentário: