Emanoel Barreto
Os jornalistas estão em campanha salarial, tentando reverter situação histórica que nos coloca como o mais baixo piso salarial do país: 900 reais. Os empresários do setor propõem aumento de 31 reais.
É isso mesmo: 31 reais. Somos uma categoria representativa, o jornalismo está entre as profissões estruturantes de uma sociedade, como a saúde, o direito, a educação e as engenharias.
O que se pretende é um salto de qualidade. O respeito a trabalhadores que sempre foram aviltados em sua condição. Abaixo, mensagens de colegas solidários à nossa categoria.
Prezados e prezadas colegas,
Nesta quarta-feira (10), na Delegacia Regional do Trabalho, às 10 horas da manhã, acontece um Ato Público pela valorização dos jornalistas do RN. Como sabemos, nosso colegas recebem um piso de R$ 900,00, o menor do Brasil. É lamentável formarmos, todos os anos, um número expressivo de jornalistas e assistirmos ao descaso e à maneira pouco digna que são tratados no mercado de trabalho. A proposta, que os empresários do RN colocaram em pauta, eleva o salário, em termos práticos, em apenas R$ 31,00. Ademais, o empresariado pretende extinguir as folgas dominicais, um retrocesso na legislação trabalhista à pré-CLT.
Convidamos a todos e todas, independente da habilitação que ensinam, a encampar, junto com jornalistas do RN, a luta por melhores condições de trabalho. Motivemos os alunos e as alunas para comparecer a esse ato de cidadania.
Estou certo que a valorização da categoria desencadeará em um processo de reconhecimento do Comunicador Social, do nosso curso e de nossa profissão.
Atenciosamente,
Adriano Charles da Silva Cruz
Jornalista e Professor da UFRN
......
Caro Adriano e colegas,Sua iniciativa é valorosa.
Acrescento que a mudança dessa situação depende de todos assumirmos posturas mais assertivas em relação ao campo da atuação dos jornalistas e ao próprio exercício da profissão.
Os níveis salariais tão baixos refletem não só, mas também, a nossa falta de mobilização como categoria, que permite inclusive o exercício simultâneo de atividades de repórter e assessor de comunicação.
Os patrões sabem disso e compensam os baixos salários do jornalismo com melhores salários nas assessorias, o que é ruim para todos, e mais ainda para os que não têm essa duplicidade de atuação. Nós, professores da área, devemos chamar atenção para isso, pois acredito que é um caminho para melhorar a dignidade da nossa profissão e permitir que se possa sobreviver com a atividade de jornalista no Rio Grande do Norte.
Abraços,
Josimey
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