segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Loucura e medo no povo dos EUA

A sociedade americana, que engendrou um poderoso sistema de pensamento centrado no poder individual, a chamada iniciativa privada como mola propulsora, permite e estimula a cada cidadão pensar somente em si próprio e, assim fazendo, promover escatologicamente o bem-comum. 

Ali, a prática está de alguma forma orientada pelo darwinismo social: os mais fortes predominam, dominam e se impõem aos mais fracos, exatamente aqueles a quem ajudaram a se enfraquecer. Essa ideologia tem sua manifestação mais perversa na garantia do direito à posse e porte de armas. O povo americano é o mais armado do mundo. 

A ideologia imperialista armamentista é capilarizada e reproduzida no microcosmo social: o que os Estados Unidos fazem aos demais povos seu próprio povo faz a si próprio. Daí o surgimento das columbines, o morticínio de amishs, o atentado a Ronald Reagan e agora os tiros contra uma deputada democrata. Só para ficar nos casos que me vieram à memória. Mentes deturpadas como a do jovem agressor da parlamentar, deturpadas pelo próprio sistema ao qual são orgânicas, sistema em si muito doente, partem para o ataque desenfreado atendendo a impulsos que, chocados, os americanos choram. 

Mas, como podem chorar se é a sociedade mesma que assim se forma e se retroalimenta? Se o país tem um Clube Nacional do Rifle dirigido pela mais estreita direita do país? Se o país tem a Ku Klux Klan? O povo americano lamentou, com razão, a estupidez islâmica de Osama no ataque às torrres gêmeas, mas gloriou-se do morticínio de Hiroxima e Nagasáqui. Atacados, foram os terrroristas; e o que foram as monumentais bombas Fat Man e Little Boy sobre o povo japonês, que ao final da Guerra poderia ser levado à derrota com um simples bloqueio econômico?

Há algo de louco, poderosa e dolorosamente louco, no cerne da cultura daquele país.


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