A Folha registra:
Ministério Público investiga domingo na Record e no SBT
As atrações estão sob a mira do Ministério Público por conta da exibição do caso de Elisany, jovem portadora de um distúrbio que a fez atingir 2,06 metros aos 14 anos, e o de Jocélia, cearense de 9 anos afetada por uma doença que causa envelhecimento precoce.
Segundo o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Jefferson Aparecido Dias, a exploração da imagem de portadores de deficiência e menores de idade é irregular e deve ser fiscalizada pelos órgãos competentes.
"Mesmo com a presença e consentimento dos pais, é necessário que um juiz autorize a exposição de uma criança dessa forma", disse ele à Folha.
Nos próximos dias, o MP pretende notificar as duas emissoras, pedindo explicações. Na sequência, o órgão expedirá um termo de ajuste de conduta.
SBT e Record informaram, via assessoria de imprensa, que não vão se pronunciar pois ainda não receberam nenhuma notificação do Ministério Público.
..........
Programas desse tipo são useiros e vezeiros na exploração do ser humano e suas desgraças, para fins de audiência. A proposta é "ajudar" a resolver problemas de tais pessoas. Isso é a face. Na contraface está mesmo o uso da imagem e do desamparo dos desvalidos, mostrados como pertencentes a algum circo de horrores que somente a TV consegue descobrir após cuidadoso trabalho de garimpagem de misérias por parte de sua produção.
A utilização do sofrimento profundo de seres humanos é parte naturalizada dos espetáculos televisivos, especialmente aos domingos. Talvez você ainda lembre de Faustão torturando, é isso mesmo, torturando um jovem ingênuo, em seu palco. O tipo passou creio que uns dez minutos atacando o rapazinho que fora caracterizado como Latino, um cantor que à época usava um bogodinho estilo anos 50, típico de cantores de bolero.
Ele o chamava de Latininho e recebeu monumental repúdio pela brutalidade.
São programas cruéis e mal-intencionados. Uma demonstração clara do quanto podemos nos valer dos que sofrem para acumular pontos de audiência. E dinheiro, muito dinheiro, claro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário